quinta-feira, 28 de julho de 2011

Marinha Mercante: falta de oficiais ou custos altos?

"A presença de brasileiros trabalhando em seu país não é uma problema, é solução e obrigação quando uma empresa atua em nosso país. Se querem empregar indianos, filipinos, ou qualquer outra nacionalidade, que invistam seu dinheiro nesses países, e explorem o comércio entre seus portos".


Mais uma vez vem a tona o tema da suposta falta de oficiais mercantes. Veiculado no “Monitor Mercantil” (veja íntegra abaixo), dessa vez o assunto foi abordado na passagem da presidência do Syndarma, e mais uma vez de forma pouco convincente.

Mas ainda que não tenhamos observado nenhuma falta de oficiais mercantes, pois as embarcações não param, é nítido que existe sim, uma acomodação de tripulantes mais experientes e competentes em empresas que oferecem melhores condições salariais, sociais e de trabalho. Como em qualquer mercado de trabalho, os profissionais buscam melhores condições, e isso provoca mudanças contínuas nos quadros de pessoal das empresas, principalmente quando novas empresas chegam e oferecem melhores condições constantemente.

Mais uma vez também encontramos desinformação. A NR 72 não fala de oficiais mercantes, mas de tripulantes brasileiros em todos os níveis. Por último mais uma vez assumem o verdadeiro motivo de seus ataques: CUSTO!

Existem distorções cambiais que provocam um alto custo de produção no Brasil, e esse é outro problema que aflige a todos, inclusive aos trabalhadores, já que encarece também o custo de vida no país. Este é um problema a ser debatido por toda a sociedade, e que deve ter uma solução que atenda a todos.

A solução que buscam os armadores, além de ser débil, pois não resolve o problema principal de custos, é nefasta, porque trás com ela uma série de efeitos colaterais, como a utilização de profissionais com formação deficiente, a provável demissão de inúmeros brasileiros, e a queda no poder aquisitivo daqueles que conseguirem manter seus empregos.

Está na hora de os armadores assumirem seus problemas, mudarem seu discurso e buscarem a solução de que realmente precisam, que é a redução de custos.

Mudanças nas RN 72 e 80 não irão resolver seus problemas, e ainda acarretarão outros, não só para eles, mas para os trabalhadores do setor marítimo, para o governo e para a sociedade brasileira em geral, já que soluções meia boca como essa podem ser buscadas em outros setores, criando caos na economia brasileira e ainda mais distúrbios nas relações trabalhistas em todo o país.

Existe sim uma discrepância cambial que deve ser enfrentada pelo governo, além de problemas sérios em infraestrutura de transportes, energética, etc, fora impostos altos e com pouco ou nenhum retorno para a sociedade. Todos problemas sérios e antigos, que devem ser resolvidos.

A presença de brasileiros trabalhando em seu país não é uma problema, é solução e obrigação quando uma empresa atua em nosso país. Se querem empregar indianos, filipinos, ou qualquer outra nacionalidade, que invistam seu dinheiro nesses países, e explorem o comércio entre seus portos.

No Brasil precisamos sim garantir a presença de nossos trabalhadores nas operações marítimas que ocorrem em nossa costa. Se uma país permite que seus recursos naturais sejam explorados por estrangeiros, e que as operações que ocorrem em seu território gerem empregos para estrangeiros, em detrimento de seus cidadãos, esse país não exerce sua soberania, e não se gera aquilo que precisa para seu povo, ou seja, trabalho, oportunidades, e bem-estar.

O governo deve estar atento a isso. Ele não foi eleito para tratar dos interesses de empresas estrangeiras, mas para criar condições dignas e progresso para a nação como um todo, e isso passa prioritariamente em bons empregos para seus trabalhadores.

NÃO À FLEXIBILIZAÇÃO QUE REGE O SETOR DE TRABALHO NO BRASIL!

Abaixo, na íntegra, o texto publicado no Monitor Mercantil

Armadores reabrem debate sobre falta de marítimos

Ao deixar a presidência do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma), após 12 anos à frente da instituição, Hugo Figueiredo não fez um discurso apenas formal, em que agradece aos pares e à comunidade o apoio recebido. Abordou de forma dura a questão dos marítimos. Disse Hugo, ao falar sobre desafios a serem vencidos: "O mais premente e angustiante é a disponibilidade de oficiais para guarnecer nossos navios. Mesmo que meu amigo Severino tente negar, o quadro é alarmante. É assustador. A sensação que temos é a de que estamos caindo de um edifício de dez andares e já vimos passar o nono andar, o oitavo andar e já estamos vendo o quarto andar. Se não aparecer rapidamente um paraquedas, em breve estaremos arrebentados no chão. O quadro é sério, muito sério".

Em prosseguimento, disse que, se a classe sobreviver a essa desafio, o seguinte será negociar com o governo a redução dos custos, que citou como sendo "um pouco mais do dobro da média internacional". "Não precisamos ser os mais competitivos do mundo, mas não podemos continuar com esses níveis atuais de custo, se desejarmos ter uma marinha mercante forte e sustentável, em vez de um enorme pesadelo no futuro". Esse tema está em discussão no governo, através do chamado Pró-REB, que é uma atualização das regras de apoio ao setor contidas no Registro Especial Brasileiro (REB).

O novo presidente da casa, Bruno Lima Rocha, corroborou as palavras de Hugo. Declarou que a tarefa mais urgente à sua frente é solucionar "a enorme carência de oficiais mercantes que estamos enfrentando". Salientou que a classe quer a flexibilização das resoluções 72 e 80 do Conselho Nacional de Imigração. Uma das resoluções obriga embarcações estrangeiras que permanecem certo tempo no Brasil a usarem percentual de oficiais brasileiros e outra trata da contratação de estrangeiros para equipar parcialmente embarcações brasileiras.

O presidente do Sindicato dos Marítimos (Sindmar), Severino Almeida, rebateu: "O que faltam não são oficiais mercantes, mas armadores brasileiros, pois o setor de transporte marítimo é praticamente todo feito por companhias estrangeiras, com interesses distantes do Brasil". Ele lembra que há quase uma década armadores estrangeiros falam em déficit de profissionais e de possível "apagão" no transporte marítimo, por falta de mão-de-obra, mas essas previsões jamais se confirmaram. "Hoje, o número de oficiais mercantes que se forma anualmente é cinco vezes maior do que há uma década. Em nenhuma outra categoria ocorreu um acréscimo de mão-de-obra dessa magnitude", assinala.

Cita Severino que, de acordo com o Relatório Técnico de Estudo encomendado por estatísticos da Uerj, e divulgado em 2009, com projeções que levam em conta a entrada em operação dos novos navios da Transpetro a partir de 2010 e o crescimento do setor offshore, "o cenário de formação de oficiais mercantes, traçado pela autoridade marítima (Marinha do Brasil), atende à necessidade futura para a demanda no período estudado".

terça-feira, 26 de julho de 2011

Mercantes no futebol: obrigado Uruguai! Brasileirão melhora


A vitória do Uruguai domingo não foi apenas merecida, foi também redentora. Imaginemos a possibilidade de o Paraguai ter sido o campeão sem ganhar de ninguém. Possibilidade que só um torneio mata-mata pode oferecer, mas que seria por demais ridícula. Não dá para dizer se os deuses do futebol voltaram atrás no último minuto, ou se o Uruguai enganou os deuses. Mas que o resultado final nos livrou do ridículo, isso não podemos negar.

Parabéns Uruguai! Obrigado Uruguai!

No Brasileirão praticamente todas as equipes estão com 11 partidas, incluindo o líder Corínthians, que perdeu para o Cruzeiro em casa, o que ajudou a melhorar um pouco o campeonato. Pena que São Paulo e Flamengo decepcionaram e não aproveitaram a rodada para chegar mais perto.

Interessante é a campanha do Cruzeiro. Lembra a irregularidade mostrada na Libertadores desse ano, quando ganhou jogos difíceis e perdeu fáceis. Assim foram vitórias fora de casa, e tropeços em casa.

O Botafogo também perdeu para o lanterna Atlético Paranaense, que talvez esteja esboçando uma reação. Já vimos times virtualmente rebaixados escaparem de forma heróica. Quem sabe? Sobre o Botafogo, coisas que só acontecem com ele.

Por fim, no Brasileiro, o Vascão voltou a vencer, e já desponta outra vez no G4. Ainda 8 pontos atrás do líder, mas temos apenas 30% do campeonato disputado, e muita coisa ainda pode acontecer.

E se aproxima a Copa Sul Americana. Outro mata-mata, aonde esperamos que apenas os melhores cheguem à final.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Mudanças profundas na navegação à vista

Mais uma vez o Blog dos Mercantes afirma que, segundo informações e pesquisas da própria IMO, o transporte marítimo é o menos poluente do mundo, e ainda que todos devam pagar seu quinhão na busca de uma solução para o problema do aquecimento global, não podemos esquecer que uma redução na velocidade das embarcações que trafegam pela Europa traria o problema de mudar toda a programação de escalas em portos e, consequentemente, no fluxo do comércio com aquele continente.

Mudanças profundas como essas têm que ser pensadas com critério e seriedade, não podendo ser tomadas no calor de uma situação, ou cedendo a pressão de grupos ambientalistas extremistas. O provável aumento de custos devido ao maior tempo que as mercadorias levarão para atingir seus destinos, e uma possível mudança em toda a logística de transporte de mercadorias e produção da indústria, não podem ser descartados.

Talvez a solução como a  encontrada para o setor automobilístico, que dá prazos e metas para a redução das emissões, fosse uma decisão mais inteligente e menos impactante à já problemática economia mundial.

Abaixo a íntegra da reportagem publicada no Guia Marítimo.

União Européia quer limite de velocidade nos mares
Objetivo é reduzir emissão de dióxido de carbono.


Diante do panorama ambiental cada vez mais complicado, a União Européia vem estudando estabelecer um limite de velocidade aos navios adentrarem seus territórios em direção a qualquer porto da região. O objetivo da entidade é reforçar medidas elaboradas pela IMO (International Maritime Organization), órgão regulador internacional da indústria marítima. Em encontro realizado nesta semana, os países membros da entidade já sentem a pressão de não falharem em concordar com as medidas.

Até 2030, os Estados que compõem a União Européia precisam reduzir as emissões de poluentes em até 30%, em comparação aos níveis registrados pela indústria em 1990.

Detalhes do papel de reforço que deverá ser prestado pela UE ainda não foram delimitados e a Comissão Européia espera que a IMO surja com novas soluções que de fato apressem as companhias a se adequarem às medidas de eficiência energética. No entanto, a redução de velocidade tem sido apontada como uma dessas soluções, já que ela vem sendo bem sucedida em poupar combustível das embarcações, o que reduz, de maneira eficaz, a emissão de dióxido de carbono.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Querem punir a Marinha Mercante!

Mais uma vez as autoridades buscam a punição da Marinha Mercante, como se esta fosse a grande vilã do efeito estufa (veja abaixo). É verdade que temos muitos navios com idade elevada, e manutenção deficiente. A grande maioria está registrada nas bandeiras de conveniência, e costumam trafegar em áreas aonde a fiscalização é mais deficiente. No Brasil esses navios são cada vez mais raros, e cada vez que aparecem em nossos portos, costumam ser detidos por nossas autoridades marítimas, que obrigam a correção das deficiências mais sérias.

Em países com histórico de fiscalização rígida, como é o caso do Japão, essas embarcações dificilmente dão as caras, além disso, não fica claro como o Japão irá medir o nível de eficiência energética, principalmente para navios mais antigos.

Por último podemos dizer que é uma decisão válida, mas que para grandes quantidades de carga, a Marinha Mercante ainda é o meio de transporte menos poluente que existe.

A modernização da frota é algo necessário, mas a iniciativa do Japão isoladamente, não vai levar a esse termo.

Leia abaixo a íntegra da reportagem publicada no "Guia Marítimo":


Guia Marítimo - Reportagem - 14/07/2011

Órgãos reguladores querem multar navios menos eficientes 

A World Shipping Council e alguns órgãos reguladores do Japão afirmaram nesta semana que irão determinar multas aos operados de navios, recém construídos ou não, que não se adequarem aos novos padrões de eficiência energética. 

O grupo marítimo e o Ministério de Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo do Japão divulgaram dados sobre o esquema de Incentivo de Eficiência de Embarcações submetido ao International Maritime Organization, um projeto que prevê um caminho regulatório para melhoras ambientais no setor marítimo. 

O documento divulgado detalha uma proposta conjunta para estimular melhoras nas emissões de carbono na frota marítima global, incluindo informações de como o sistema funcionará na prática e uma comparação entre ele e outras propostas que ainda estão sob avaliação da IMO. 

A eficiência de navios será medida por meio de uma ferramenta chamada Energy Effiency Design Index, desenvolvida pela própria IMO. Segundo o documento, navios que estejam de acordo com os padrões especificados, não ficariam sujeitos a nenhuma multa ou custo, apenas aos custos da instalação das tecnologias mais eficientes no navio. Já os navios que não estiverem de acordo, terão que pagar uma multa baseada na quantidade de combustível consumido e do quanto esse consumo supera o padrão de eficiência.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Mercantes no futebol: bye bye Copa América, de volta o Brasileirão

Na quarta-feira passada e no último final de semana tivemos o início da 10ª rodada do Brasileirão. Algumas vitórias esperadas, como as de Vasco e Cruzeiro, bem como algumas vitórias suadas, como a do Corinthians, mas mais uma vez alguns bons jogos. A tabela aos poucos vai se definindo, e no momento podemos dizer que ainda temos umas oito equipes brigando pelo título. As outras brigam para não cair, ou no máximo por uma vaga na Sul Americana 2012.

Hoje teremos Palmeiras x Flamengo, e Botafogo x Corinthians, no complemento da rodada. Que os resultados ajudem a embolar mais o campeonato, aumentando a emoção e a disputa.

Na Copa América o Uruguai eliminou a Argentina, no melhor jogo do torneio, aonde o árbitro destoou um pouco, mas que não chegou a influir no resultado. O blogueiro não é muito a favor de “deixar o jogo correr”. Faltas são faltas, e a maneira de fazer o jogo correr é utilizando cartões amarelos e vermelhos. A não marcação das faltas significa a não observação das regras e uma permissividade perigosa à violência.

No dia seguinte o Brasil perdeu para ele mesmo. Diferente de vários comentaristas, que enalteceram o Paraguai, dizendo que eles seguraram o Brasil e mereceram a vitória. Na verdade o Brasil perdeu inúmeros gols durante a partida e todos os pênaltis que cobrou. Ou seja, o Paraguai não segurou o Brasil, mas este não teve competência para vencer.

A aposta em jovens promessas é interessante, mas não podemos esperar resultados imediatos. Além de não estarem suficientemente maduros para apresentarem um futebol estável, ainda estão desenvolvendo suas habilidades. Talvez para 2014 estejam mais próximos do auge de suas carreiras, e em condições de apresentarem um futebol mais competitivo.

Enquanto isso torcemos para termos ao menos dois bons jogos nas semi-finais, porque de modo geral esta Copa América tem sido de um nível técnico muito baixo. O de ontem não foi muito bom, principalmente no primeiro tempo, mas o Uruguai mereceu a vitória e merece estar na final.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Mentiras em torno do pré-sal

Já há algum tempo que estava para comentar o texto abaixo, que tomei conhecimento através do site “Santos Modal”, e que contém muito do que este Blog tem falado e defendido nos últimos meses. Não vamos aqui repetir o texto, apenas enfatizar que vale a leitura, e solidarizar-se com a posição abraçada pelo SINDMAR. 

Mentiras em torno do Pré-Sal
Severino Almeida*
Há algum tempo as companhias de navegação, representadas pelo Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma), tentam afastar as garantias legais do mercado de trabalho para os oficiais da Marinha Mercante. Em 2008, alertaram para a iminência de um “apagão marítimo” em 2010, numa profecia que não se concretizou. Agora, usando o pré-sal, voltam a propagar um cenário de falta de oficiais mercantes para o apoio às plataformas.
O verdadeiro intuito do Syndarma, com o apoio da Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (Abeam), é abrir o mercado de trabalho a estrangeiros. Para tanto pretendem que o governo “suspenda” dispositivos das Resoluções Normativas 72 e 80, que regulam o trabalho de estrangeiros. Com a manobra, poderiam contratar mão de obra mais barata e menos qualificada.
É sabido que marítimos de países de escassa proteção ao trabalho, como Filipinas, e de baixa qualificação, submetem-se a salários inferiores aos praticados no Brasil, sem apresentar, contudo, o mesmo desempenho. Eis por que Syndarma e Abeam projetam outro “apagão”, com infundada previsão de déficit de 1.300 oficiais mercantes até 2016. Sintomaticamente, nada comentam sobre o “apagão” de 2010, que não aconteceu.
É mais grave se considerarmos que a Abeam é uma entidade em que a maioria dos filiados é de estrangeiros. Se o intuito prosperar, explorarão negócios do petróleo sem gerar empregos e renda para brasileiros.
A nova previsão de déficit do Syndarma parte do pressuposto irreal de que 250 novos navios entrarão em operação nos próximos três anos. Nem metade dessas embarcações poderá ser entregue nesse prazo, tendo em vista os atrasos nos financiamentos. Ressalte-se que 80% dos financiamentos sequer foram definidos. Além disso, o número de oficiais mercantes formados a cada ano mais que triplicou na última década para atender – como tem ocorrido – à demanda. A projeção do Syndarma é, portanto, obra de ficção.
A busca pelo lucro deve ser meta de qualquer empresa, desde que respeitando a lei e a ética.
* Severino Almeida é Presidente do Sindmar – Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante.

domingo, 17 de julho de 2011

Mercantes na MPB: "Que país é esse?", Legião Urbana (Ao Vivo - 1994)

O Legião Urbana apareceu nos anos 80, numa época em que afloraram inúmeras bandas do chamado Rock Brasil. Sem dúvida a mais bem sucedida dessas bandas. Acabou com a morte precoce de seu líder e compositor Renato Russo. Mas seu trabalho é tão bom e importante que sobrevive até hoje, sendo relançado em coletâneas, e regravado por vários artistas.


"Que país é esse?" foi um de seus primeiros e maiores sucessos, e segue encantando às antigas e novas gerações, que se reconhecem em seus versos, ou simplesmente curtem suas notas.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Façam o que eu digo, não façam o que eu faço?

As tendências políticas na Europa são preocupantes. Não tanto pela atuação da Direita, que já se sabe exatamente qual será, mas sim pela não atuação da chamada Esquerda, que se aproximou demais da Direita, principalmente no que se refere à política econômica, e não foi capaz de prever, deter, ou mesmo controlar a crise financeira que se abateu no mundo em 1998 (lá a coisa continua muito complicada).

O texto publicado no UOL (veja trecho abaixo), somente para assinante, sintetiza bem esta situação, mas principalmente a falta de rumo em que se encontram os europeus, que também vêm rejeitando a Direita.

E dessa desorientação se aproveitam os defensores do liberalismo econômico, que mesmo depois de todo o problema causado a partir de 98, continuam avançando e fazendo valer suas posições altamente favoráveis a grandes conglomerados econômicos e contrário aos interesses dos trabalhadores e da população em geral.

E porque isso é importante para nós? Simples: porque cedo ou tarde, essas tendências aterrissam por aqui, agora a bordo de alguma companhia de aviação estrangeira, já que o governo brasileiro vem se posicionando a deixar o mercado de aviação civil se alto regular, coisa que os governos europeus e norte-americano insistem em subsidiar.

Estou ficando louco ou é o “façam o que digo, não façam o que faço”?

Leiam um trecho abaixo. Para ler na íntegra (assinantes do UOL) clique aqui.

Tida como "confiável", a direita surge como refúgio na Europa

Andrea Rizzi

Os partidos social-democratas europeus são desgastados por votos de castigo à sua gestão e à pouca credibilidade de suas propostas. Os conservadores são considerados administradores mais confiáveis. A crise desgasta as formações clássicas

No outono de 2008, enquanto o sistema financeiro mundial tremia pavorosamente depois da quebra do Lehman Brothers, o presságio de uma grande onda de expansão política e de conquista do poder deve ter percorrido as secretarias gerais dos partidos social-democratas europeus. O raciocínio era simples: uma crise incubada nos meandros mais obscuros de um capitalismo desenfreado, pensaram muitos, levaria inevitavelmente os eleitores para os braços da centro-esquerda, de propostas políticas teoricamente mais propensas a regulamentar os mercados.

Menos de três anos depois, só cinco dos 27 governos da UE têm um líder progressista: Espanha, Grécia, Eslovênia, Chipre e Áustria (neste caso, em coalizão com os democratas cristãos). O que aconteceu? (...)"

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Entenda o problema da pirataria na Somália


¡Piratas! from Juan Falque on Vimeo.


Recebi o vídeo acima de um amigo e publico no blog. Com cerca de 23 minutos e  30 segundos de duração, o documentário é excelente para entender o problema da pirataria na Somália, e faz uma ótima associação com as Bandeiras de Conveniência, pesca ilegal (muitas vezes sob as bençãos de alguns governos), miséria e a falta de pulso das “autoridades internacionais” na solução de problemas; e em dirimir problemas em seus nascedouros, evitando que cresçam e tornem-se grandes quimeras incontroláveis.

Como defendem a “globalização” se não são capazes de controlar conflitos e evitar catástrofes sociais em locais estratégicamente importantes, prevenindo disturbios, que acabam por afetar uma infinidade de pessoas que não têm culpa ou não têm como defender-se dos efeitos nocivos do descaso na condução das relações internacionais?

O vídeo está em espanhol, mas é de fácil compreensão. Uma olhada é um bom resumo da história desse pedaço de África.

terça-feira, 12 de julho de 2011

É necessário dar umas palmadas nos garotos de Chicago

A entrevista de Kevin Featherstone, professor da “Escola de Economia de Londres” (ver abaixo na íntegra), publicada na Folha de S. Paulo, é muito preocupante quando aponta a possibilidade de mais uma crise global. A situação crítica por que passam Portugal, Espanha, Irlanda, e, principalmente, a Grécia, põe em risco não somente a economia europeia, mas ameaça tornar-se uma repetição da grave crise que abalou as estruturas econômicas do planeta em 2008, e da qual até agora não se recuperou totalmente.
Mais uma vez o motivo é o mesmo: os governos correm atrás dos mercados, que não têm regras rígidas e fiscalização adequada. Ainda que agora a relação seja entre governos e bancos, não se pode ignorar que a falta de rigidez é a mesma, e periga causar o mesmo problema, expondo nossa Terra ao risco de mergulhar em outra crise econômica de dimensões catastróficas. Essa libertinagem econômica não é benéfica, e, como sempre, acaba por causar maiores danos àqueles que menos podem se defender.
Parece que os Garotos de Chicago fizeram, fazem e farão muitos estragos até que o mundo entenda que é necessário dar-lhes umas palmadas, e deixá-los definitivamente de castigo.
Leia abaixo a entrevista:
Crise na Grécia mostra falhas do euro, diz analista
VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES
Há quase um consenso entre acadêmicos de que a crise econômica na Europa, com a Grécia à beira de um calote, escancara as falhas no projeto de criação do euro, a moeda comum de 17 países do continente.
Países com economias e finanças diferentes foram tratados como iguais e o tempo mostrou que não há uma receita única para todos.
Em entrevista à Folha, Kevin Featherstone, professor da London School of Economics especializado em Grécia e na formação da União Europeia, afirma que os problemas foram agravados porque os líderes europeus não souberam agir depois da crise global de 2008. "Ficaram atrás dos mercados, não à frente", diz.
Ele acredita que a melhor saída seria criar um Ministério das Finanças para a zona do Euro. Aposta também que essa é uma crise de confiança de curto ou médio prazo, mas que não é o fim do sonho de uma Europa unida. "É uma batalha contra os mercados que a Europa irá ganhar".

Folha - Quais foram as falhas na construção do euro?
Kevin Featherstone - O euro foi criado sem um sistema de governança econômica para apoiar os Estados membros e sem formas de verificar a real situação fiscal deles. Isso deixou o bloco vulnerável.
Após a crise financeira global de 2008, vimos os líderes da UE (União Europeia) sem saber que atitude tomar. Eles sempre foram atrás do mercado, não à frente dele. Isso exacerbou a necessidade de empréstimos para restaurar a estabilidade no continente.
Folha - Existe uma maneira de resolver os problemas agora?
Featherstone - A UE precisa definir as regras de seu Mecanismo Europeu de Estabilidade, para fornecer empréstimos aos governos em dificuldade fiscal. Terá também de endurecer as regras que cada país deve seguir, com mais controle sobre as contas de cada um e penas duras para quem não cumprir as regras.
O problema é que querem deixar que a aplicação das penalidades siga um critério político.
O melhor seria a zona do euro criar um Ministério da Economia europeu, como sugeriu o presidente do Banco Central Europeu, Jean Claude Trichet.
Folha - Cresce o número dos que dizem que não há outro caminho para a Grécia além do calote da dívida. Quais seriam as consequências?
Featherstone - Alguns temem que poderiam ser similares às causadas pelo colapso do Lehman Brothers, em 2008. O presidente dos EUA, Barack Obama, já advertiu sobre os riscos para a economia global. Embora os bancos estrangeiros estejam se movimentando para limitar sua exposição aos títulos gregos, outros países europeus seriam afetados e a economia global se desestabilizaria.
Folha - Ao criar a zona do euro, a UE previu a ocorrência de uma situação como essa?
Featherstone - O Tratado de Maastricht, que criou a zona euro, não previu nada como o que vemos agora. A situação fiscal dos governos não foi verificada de forma adequada e havia regras rígidas proibindo empréstimos para salvar os países.
Acontece que a crise mostrou que eles eram necessários e se contornou as regras para concedê-los com a ajuda do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Não há previsão legal para a expulsão de um Estado membro que não obedeça às regras e não há previsão para a saída voluntária de um país do sistema de moeda única.
Folha - É possível impor mais cortes à economia grega?
Featherstone - Sim, mas depende do tipo de corte. Existem bens do Estado a serem vendidos e modernizações da máquina pública a serem feitas para evitar desperdícios.
Folha - O desequilíbrio entre os países da chamada periferia europeia (Grécia, Portugal, Irlanda e também a Espanha) e a Alemanha, por exemplo, não vai desaparecer em pouco tempo. O senhor acredita numa reorganização da Europa, com uma nova zona do euro apenas com a Alemanha e alguns de seus vizinhos?
Featherstone - A formação de uma zona monetária única ao redor da Alemanha não é do interesse da Europa, nem da Alemanha. O euro foi criado porque uma pequena zona com o marco alemão como moeda única não era boa para a estabilidade de um mercado comum europeu.
Há problemas estruturais que precisam ser resolvidos para garantir que a periferia se desenvolva com o núcleo, mas é preciso lembrar também da imprudência dos bancos alemães, franceses e britânicos (nesta ordem), que emprestaram para a Grécia.
Folha - Essa crise representa o fim do sonho de um continente unido? É o fim do sonho de uma moeda única?
Featherstone - Não. Temos de compreender que o progresso da UE foi em ondas. Existem muitas contingências históricas a atuar no progresso ou recuo da UE. Talvez Angela Merkel [premiê alemã] perca a próxima eleição geral na Alemanha. É possível também que a França tenha um novo presidente a partir de 2012.
Há demasiados interesses no projeto europeu para que ele colapse. Esta é uma crise de confiança de curto ou médio prazo. É uma batalha contra os mercados que a Europa deve ganhar.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Os piratas do Caribe seriam aprendizes perto dos piratas da Somália


O relato veiculado no jornal Der Spiegel, alemão, dá bem o tom do que é navegar perto (ou mesmo longe) da costa da Somália, e da pouca ou nenhuma ação efetiva tomada pelas autoridades internacionais para por um fim ao problema.
São impressionantes as ações que as empresas têm tomado para minimizar o problema, com a contratação de mercenários e a criação de uma série de artifícios a bordo para tentar proteger a tripulação, a embarcação e a carga.
A ameaça de ataque é constante, e cruza-se com piratas todo o tempo. Tem que estar muito necessitado de um emprego para sujeitar-se a passar pela tensão que uma travessia com rota pelo chamado Chifre da África pode causar.
A IMO está em processo de mudança de administração. Esperamos que a próxima possa mobilizar os governos dos países que mantêm navios de guerra na região a tomarem medidas efetivas para que o problema seja resolvido. O que não pode acontecer é que trabalhadores tenham que passar por situações tão absurdas para poderem levar o sustento a suas famílias.
Sobre o texto, apesar de alguns erros de tradução, vale muito a pena uma lida. Leia abaixo o início:
Militares espanhóis interceptam embarcação de supostos piratas somalis, no Oceano Índico


Enquanto a missão naval europeia Atalanta evita contato definitivo com os piratas que praguejam as águas em torno do Chifre da África, companhias de transporte estão protegendo suas embarcações com pessoal de segurança privada. A “Spiegel” embarcou em um desses navios enquanto ele navegava pelas águas repletas de piradas na rota comercial mais importante do mundo.

Um cartaz de papelão do tamanho de uma caixa de sapatos flutuava em meio às ondas do Mar Vermelho. Enquanto James Roles o observava através de um telescópio, um tiro foi disparado. “Nada mal”, disse, “mas você atirou um pouco antes. Continue e mire um pouco mais alto.”

Kevin McGregor mira o telescópio de seu rifle para a caixa e puxa o gatilho mais uma vez. Roles está satisfeito. Ele acertou. Ele está pronto.
Roles e sua equipe britânica entraram a bordo há dois dias. O GasChem Antarctic havia acabado de deixar o Canal de Suez quando um barco a motor se aproximou do navio carregando os homens. Eles são quatro ex-marinheiros da Marinha Real que agora trabalham para a companhia de segurança britânica Neptune Maritime Security. Os homens usavam cabelos curtos ao estilo militar, bermudas e camisas polo, e carregavam malas grandes e pretas, enquanto subiam a escada para o navio.

Roles e seus colegas lutaram tanto no Afeganistão quanto no Iraque. Agora sua tarefa é proteger o GasChem Antarctic para a Hartmann, uma companhia de trasporte de Leer, no noroeste da Alemanha. O navio de gás descarregou etilenona Espanha e agora está a caminho dos Emirados Árabes Unidos, onde carregará novamente o gás para entregar na Argentina. (...)

Assinantes do UOL podem ler o texto na íntegra clicando aqui.


quarta-feira, 6 de julho de 2011

A volta do Brasileirão e a modorrenta Copa América

Hoje volta o Brasileirão. Na semana passada tivemos a sétima rodada, que consagrou o Corínthians como novo líder, e jogou o Atlético MG e o Grêmio gaúcho em crise. No Grêmio o técnico Renato Gaúcho caiu, e já assumiu o Atlético PR, na tentativa de salvá-lo da segundona. Tarefa difícil, mas Renato é um técnico motivador, e vem se especializando nesse tipo de situação. Já salvou o Vasco uma vez (embora também tenha caído), o próprio Grêmio ano passado, e pode surpreender com o Furacão, ainda que não acredite muito. No Galo mineiro o bom técnico Dorival Jr. já se apresenta na corda bamba. Mais um mal resultado e deve cair também.

Surpreendente até o momento é a boa campanha do Fogão carioca. Mesmo desfalcado já figura no G4, e tem tudo para conquistar uma das vagas ainda restantes da Libertadores 2012. Com o futuro reforço de Loco Abreu e Renato, o time deve melhorar ainda mais.

A liderança dos Mosqueteiros é louvável, mas já pode cair hoje, quando enfrenta o Vascão no Pacaembu. É só lembrar dos ótimos resultados que a equipe do Almirante vem conquistando quando joga fora de casa. Campeonato equilibrado é isso: uma gangorra que a cada hora apresenta um por cima.

Na Copa América uma grande decepção. Parece que resolveram todos celebrar as semelhanças e patrocinar a aproximação entre nossos povos, e o resultado é que, tirando Colômbia e Chile, ninguém ganha de ninguém, em uma série de jogos chatos, modorrentos e que estariam melhores como filmes de terror.

A seleção amarelo pálida (de medo da poderosa Venezuela) então, nem se fala. Foi para isso que desfalcaram as equipes nacionais? Para ensinar-lhes como não jogar futebol? Por que é a única coisa que um time que só dá um chute a gol em 45 minutos de jogo aprende. E foi isso que aconteceu no segundo tempo.

Ainda aguardamos  a estreia do Brasil em La Plata.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Navios mercantes deveriam ser incentivados, não punidos

Alguns dias atrás, mais precisamente em 15/06/2011, publicamos um post com o nome: “A Marinha Mercante e o aquecimento global”, aonde criticávamos a sugestão do Banco Mundial em tarifar a MM para ajudar vítimas do aquecimento global na África.

O blog de forma alguma é contra a ajuda humanitária, e muito menos contra o treinamento de pessoas para que possam fazer frente aos desafios que terão em suas vidas, mas como comentamos na ocasião, taxar o meio de transporte menos poluidor para esse objetivo, é no mínimo incoerente.

Ao contrário, deveríamos pensar em formas de incentivar não só o aumento do uso do transporte marítimo, mas também o aumento de sua eficiência quanto à diminuição de emissão dos gases do efeito estufa.

A solução encontrada por alguns portos holandeses, e os alemães (ver abaixo) nos parece ser mais inteligente e mais eficiente, não só no incentivo ao transporte marítimo e ao aumento de sua eficiência do uso da energia, mas também como forma de minorar os danos causados a essa gente.

Leia abaixo a reportagem publicada no Guia Marítimo, de 28 de junho passado:

"Hamburgo também oferecerá descontos a navios ‘verdes’

Ação visa incentivar medidas sustentáveis na indústria marítima

A autoridade do porto de Hamburgo se junta agora aos seus concorrentes holandeses em um esquema para oferecer descontos para navios considerados mais "verdes". A medida adotada pelo porto alemão será colocada em prática a partir da próxima sexta-feira e promoverá descontos escalonados a partir de 10% para as embarcações de acordo com o esi (environmental ship index), índice que mede a sustentabilidade dos navios.

O esi mede o dióxido de carbono, o óxido de nitrogênio e o óxido sulfúrico emitidos pelos navios, dando pontos a eles de zero a 100, sendo que a pontuação mais alta significa a menor emissão. o desconto só será dado se a embarcação marcar 20 pontos ou mais no índice.

Em janeiro, os portos alemães de Moerdijk, Dordebrecht e Roterdã começaram a oferecer taxas reduzidas às embarcações que apresentam bom desempenho no esi. Os portos de Antuérpia e Bremen, por sua vez, também já demonstraram interesse tomar a mesma medida como forma de incentivar a sustentabilidade na indústria".

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Os ataques não cessam

Não bastassem as matérias absurdas e irresponsáveis que vêm circulando na imprensa brasileira sobre uma suposta falta crítica de oficiais mercantes para tripular as embarcações engajadas no offshore e na cabotagem brasileira, os armadores agora partem para uma pressão internacional.

Com o mesmo teor sem base empírica, mas baseado na coação e ameaças veladas contra a economia nacional, sobre uma suposta paralisação do setor petroleiro no Brasil, e das atividades de transporte pela Marinha Mercante por falta de tripulantes, notadamente oficiais, circulou uma reportagem na revista “Offshore Support Journal”.

Com uma série de dados manipulados, como a redução em pelo menos 50% na quantidade de novos oficiais formados no País, bem como a desinformação de que só agora a Marinha do Brasil estaria se preparando para aumentar o número de alunos em seus centros de formação (já faz isso há anos), a reportagem acaba por mostrar, mais uma vez, o real motivo da campanha contra o marítimo brasileiro e sua estrutura sindical, notadamente o SINDMAR: os custos operacionais das embarcações.

Em nosso post “A Autoridade Marítima se Pronunciou” do último dia 3 de junho (ver abaixo) fica bem claro, através do Almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, diretor da DPC, que os números utilizados pelos armadores estão errados e maquiados de forma a criar um quadro crítico sobre mão-de-obra marítma no Brasil. Ou eles estão dizendo que a Autoridade Marítima Brasileira não tem controle de quantos oficiais forma anualmente, ou pior, que ela mente?

Há que se atentar para isso.

Os navios offshore que operam no país recebem fretes baseados em um mercado fechado, que é a costa brasileira, adaptados à sua realidade, e diferente do que argumentam os armadores, estão longe de apresentarem prejuízos. Mas se pudessem reduzir os custos empregando tripulações mal treinadas e, consequentemente baratas, com certeza estariam aumentando consideravelmente seus ganhos; e é isso que vêm perseguindo tais armadores com tanta avidez.

Na verdade os armadores não são contra a presença de brasileiros a bordo de suas embarcações, desde que se sujeitem a condições de embarque, sociais, e salariais muito inferiores às atuais e compatíveis com aquelas pagas a tripulantes de navios que arvoram BDCs (Bandeiras de Conveniência), o que é totalmente incompatível com a realidade econômica do país hoje em dia, seja ela no offshore, seja em nossa cabotagem.

Nosso governo e instituições vêm mostrando sinais de amadurecimento quanto à autonomia de suas decisões em assuntos internacionais, como foram casos comerciais recentes com Estados Unidos e Canadá, ou políticos com Itália, e outros. 

Exortamos nossas autoridades a manter a coerência demonstrada em outras oportunidades e confirmem mais uma vez que o Brasil amadureceu como democracia, economia e principalmente como um país autônomo, que busca e assegura empregos dignos e para seus cidadãos e a manutenção de sua soberania administrativa e institucional.

NÃO À PRESSÃO INTERNA OU EXTERNA PELA EXTINÇÃO OU FLEXIBILIZAÇÃO DAS LEIS E REGRAS QUE REGEM NOSSO MERCADO DE TRABALHO INTERNO.