quinta-feira, 29 de março de 2012

Alguns ajustes são necessários: na taxa de câmbio, por exemplo

Deu no UOL: “Com dólar ainda baixo, governo zera IOF para ajudar exportações”.

O Blog dos Mercantes já comentou que a economia brasileira apresenta algumas incongruências econômicas que necessitam de atenção e ajuste por parte do governo brasileiro. Uma delas é o valor do dólar frente ao real.

O simples ajuste da taxa de câmbio (que o mercado estima deveria estar entre R$ 2,50 e R$ 2,60, para termos uma economia competitiva no exterior) já, por si só, corrigiria uma série de outras distorções da economia. E se não corrigisse, ao menos facilitaria em muito as correções.

Problemas como folha salarial, custo dos produtos brasileiros no exterior, desindustrialização, e outros, seriam resolvidos, ou estariam a caminho de resolver-se, com o ajuste necessário no câmbio.

Temos grandes possibilidades de desenvolvimento, principalmente alavancados pelo boom das commodities, mas para isso alguns ajustes ainda são necessários. A taxa de câmbio é um deles.

Até porque o 1% dado agora com a retirada do IOF, é muito pouco comparado aos cerca de 30% necessários para o ajuste da taxa. Mas ao menos é um indício.

 

Leia a matéria abaixo:

 

Com dólar ainda baixo, governo zera IOF para ajudar exportações

Do UOL, em São Paulo

O governo anunciou uma nova medida ligado ao câmbio. Dessa vez, a ideia é tentar “preservar” os exportadores brasileiros das variações do dólar, evitando que os produtos vendidos no exterior fiquem mais caros.
Um decreto publicado nesta sexta-feira (16) no Diário Oficial da União reduziu para zero a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações de hedge cambial com contratos de derivativos dos exportadores. A alíquota de IOF sobre essas operações estava fixada em 1% desde 15 de setembro do ano passado.  A isenção do IOF para o hedge de exportadores não tem prazo de validade e já está em vigor. 
A isenção do IOF foi decidida porque o governo percebeu que, ao elevar o imposto para proteger a indústria da "guerra cambial", criou um problema para os exportadores ao elevar indiretamente os preços dos produtos vendidos no mercado externo. 
O hedge é uma forma de proteção que as empresas têm contra a variação do câmbio. Por exemplo, se uma companhia possui uma dívida de US$ 1 milhão e, hoje, a cotação do dólar está em R$ 1,54, a dívida é de R$ 1,54 milhão.
Caso não pague à vista e tenha um prazo de quatro meses para quitar o débito, a cotação do dólar pode variar até lá. Se subir para R$ 2,00 no final dos quatro meses, a dívida aumentaria de R$ 1,54 milhão para R$ 2 milhões.

Efeitos colaterais 
O governo tem adotado diversas medidas para conter o fluxo de capital especulativo ao país e impedir a valorização excessiva do real, que reduz a competitividade da indústria nacional. 
Algumas dessas medidas, porém, estão gerando "efeitos colaterais em alguns setores, incluindo o próprio setor de exportação, conforme reconheceu o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em audiência no Senado na terça-feira. 
Na ocasião, o ministro disse que o governo iria ajustar as medidas cambiais "para eliminar o efeito colateral".

Objetivo da medida é 'preservar' exportadores
A isenção do imposto tem o objetivo de preservar os exportadores ao não elevar o preço dos produtos vendidos no exterior, disse o secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira.
Oliveira negou que o governo tenha uma posição errática no enfrentamento da valorização do real.
"Nao é erratico e não é conserto, mas um ajuste. Isso é normal", afirmou. "Quando não há experiência no mundo ou no Brasil para ver (os resultados) é preciso ter bastante cautela nessas medidas", disse

Limite tenta evitar especulação
Segundo o secretário, o limite para operações de hedge para exportação isentas da cobrança do imposto serve para evitar especulação. 
O decreto estabelece um limite para as operações, dando isenção para hedge de até 20% acima do valor exportado.
"Não quisemos dar algo ilimitado para não dar margem para operações especulativas", acrescentou.

Desvalorização do real ante o dólar
O real se desvalorizou em quase 5% frente ao dólar neste mês, tornando-se uma das moedas de pior desempenho no mundo, após a adoção de medidas tributárias pelo governo e de uma atuação mais agressiva do Banco Central no mercado. Com isso, a moeda brasileira reverteu uma valorização de quase 10% em janeiro e fevereiro.
Apenas na quinta-feira, o BC realizou dois leilões de compra de dólar no mercado à vista. Mesmo assim, a divisa norte-americana fechou em queda, embora acima do patamar de R$ 1,80.
Na segunda-feira, um decreto presidencial estendeu o alcance da alíquota de 6% do IOF sobre captações externas das empresas para os empréstimos de até cinco anos.

terça-feira, 27 de março de 2012

"Juros não são nosso único problema". Falou o banqueiro, não o economista

Deu na Folha: “Juros não são nosso único problema, afirma ex-diretor do BC”
Muito interessante a entrevista do ex-diretor do Banco Central, o economista Ian Goldfajn, sobre taxa de juros, e outros problemas que afligem a economia brasileira.

Ainda que estejamos tendo um surto de crescimento ininterrupto nos últimos anos, não podemos fechar os olhos aos problemas que o país segue enfrentando, e que são de longa data.

Taxa de câmbio, educação, falta de mão-de-obra especializada, entre outros, são problemas endêmicos que atrapalham um desenvolvimento mais vigoroso e mais bem embasado de nossa economia, algo que iria beneficiar a todos.

A única ressalva que o Blog dos Mercantes faz é a de desoneração da folha salarial. Até concordamos que podemos pensar em desonerar as empresas, mas há que ser algo muito bem estudado, porque de forma alguma podemos aceitar que os trabalhadores venham a pagar mais essa conta.

Até porque, de todos os problemas, esse é o menos urgente, e o que produziria menor efeito na economia como um todo. Nessa parte falou o banqueiro, não o economista.

Veja abaixo a íntegra da entrevista:


Juros não são nosso único problema, afirma ex-diretor do BC
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MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO

Economista-chefe do maior banco privado do país, o carioca Ilan Goldfajn, 46, diz que o debate sobre a economia não deveria ficar restrito à taxa básica de juros, definida a cada 45 dias pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central.

"Temos problemas tão ou mais importantes", afirma o executivo do Itaú Unibanco.

Em entrevista à Folha, Goldfajn diz que problemas como a baixa competitividade da indústria nacional e a falta de mão de obra qualificada em vários setores são tão ou mais importantes para o futuro do país do que o nível dos juros.
Gabo Morales/Folhapress


Folha -- O BC está baixando juros mesmo com a expectativa de que os preços voltarão a subir em 2013. Acha que estão desafiando a inflação?
Ilan Goldfajn -- O governo tem como objetivo reacelerar a economia de um período mais fraco, que foi o ano passado e o começo deste ano. A inflação está caindo, e no primeiro trimestre ela foi relativamente benigna.

A inflação pode voltar?
É possível que, com a recuperação, a inflação pare de cair e até suba um pouco. Não acredito que chegue a 4,5% [centro da meta do governo] esse ano, mas será menor do que no ano passado.

Faz diferença uma inflação de 4,5% ou de 6,5%?
Quanto menor a taxa de inflação, melhor. Assim, a taxa de juros pode ser menor. Passamos pelo esforço de sair da hiperinflação, depois da inflação mais alta. Depois, superamos os sustos inflacionários, como em 2002 quando a inflação foi a 12%. Todos esses esforços foram bem-vindos. Inclusive o esforço do ano passado, quando a inflação chegou a 7% e a trouxemos para baixo.

Mesmo que signifique mais sacrifício?
No longo prazo não há essa troca. Ao contrário, uma inflação menor é bom para o crescimento. Como aconteceu no Brasil. Com mais estabilidade, as pessoas conseguem planejar o futuro, investem mais, a distribuição de renda é melhor, porque quem se prejudica mais com a inflação maior é quem tem menos proteção.

O início do ano está fraco?
O ano começou mais fraco, ainda está fraco. Há sinais de recuperação, mas a indústria começou fraca. Mesmo que as vendas estejam boas, a produção é menor para vender o que está em estoque.

Está pior do que esperava?
A retomada está indo relativamente bem. O importante para quem produz é vender. E o problema do Brasil não é falta de demanda, por isso, a oferta vai se recuperar.
Esperamos que no segundo semestre haja um crescimento forte no Brasil, com uma expansão de 1,7%, 1,8% [ante os trimestres imediatamente anteriores], o que resultará num crescimento em 2013 acima de 5%.

Críticos dizem que o governo está abandonando o sistema de metas de inflação, instalado na época em que o senhor estava no BC.
Tem coisas que estão mudando. Hoje, existe a visão de que medidas macroprudenciais [que restringem o crédito] fazem parte do instrumental do governo. Não só no Brasil, noutros países também. No passado, esses instrumentos eram menos bem vistos. Já outras coisas não são mudanças. Se você está numa economia que desacelerou muito, pode alongar o prazo de convergência [da inflação] para a meta sem que isso signifique abandono.

O atual BC é mais heterodoxo?
Quando estava no BC nunca gostei de ser classificado. Prefiro discutir como vai a atividade, a inflação. Fui adjetivado várias vezes: neoliberal, ortodoxo...

Incomodava ser chamado de neoliberal?
Nem um pouco. Mas é um rótulo e às vezes as pessoas não saem do rótulo.

Este BC já foi acusado de ter problemas de comunicação e ser pouco transparente. O que acha?
Se há uma coisa de que não se pode reclamar é da transparência. Essa ata é muito transparente sobre onde o BC pretende chegar.

É uma mudança de estilo?
Sim, não me lembro desse estilo no passado. O benefício de ser transparente é que não há dúvidas e não há muitos erros de leitura. Sabe-se que o BC quer chegar numa taxa de juros pouco acima do mínimo histórico. O mínimo é 8,75%; então deve querer chegar perto de 9%.

Por que em alguns momentos os bancos centrais são menos transparentes com isso?
Porque eles se dão um certo grau de liberdade, de flexibilidade de ir analisando ao longo do tempo até se decidir. Sendo mais transparente, o BC se compromete mais. Voltas e mudanças têm de ser explicadas com mais intensidade. Pretendia chegar a 9% e não chegou. Por quê? Pretendia chegar a 9% e resolveu estimular mais? Por quê? Pela minha experiência, sei que nem sempre quando você muda de curso você é bem entendido.

É justificável toda a ansiedade a cada reunião do Copom?
Na medida em que o país vai se normalizando, essas decisões ficam menos importantes. Mas nunca deixam de ser importantes, veja o Fed [Banco Central dos EUA] e o Banco Central europeu. A ansiedade um pouco além da conta é típica de países que estão na convergência de um juro alto para padrões internacionais. Todos estamos ansiosos por uma taxa mais baixa.

Mas se justifica?
Temos vários problemas econômicos que são tão ou mais importantes do que a taxa básica, como a educação, a falta de mão de obra qualificada, a reforma da previdência (o fundo de pensão dos servidores, que é importante) e melhorar a infraestrutura para dar competitividade da indústria.

Por que os juros no Brasil são tão altos?
Temos uma necessidade de recursos maior do que dispomos. A nossa poupança é baixa e nossa vontade de consumir, produzir e exportar é grande. Não cabe tudo no mesmo PIB [Produto Interno Bruto, o que o país produz em um determinado período]. Com isso, ocorre pressão sobre os juros e o câmbio. Porque se você tem juro alto, consome menos ou investe menos. Se tem câmbio mais apreciado, exporta menos. É preciso encontrar formas diferentes de agir e a forma de fazer isso é elevar a poupança pública.

O governo parece preocupado em reduzir gastos?
Vimos com bons olhos que há um esforço para reduzir despesas com pessoal e aumentar os investimentos. O fundo de pensão dos servidores é outro bom exemplo. Não resolve nada neste ano, mas se você fizer várias coisas pequenas desse tipo, mesmo que seja para o futuro, lidamos com o X da questão.

No ano passado crescemos 2,7%, depois de 7,5% em 2010. Qual é a realidade do Brasil, crescer 7% ou 3%?
Olhando os últimos anos e olhando para frente, um crescimento em torno de 4% parece razoável para o Brasil. Não que a gente não queira crescer mais. Mas é a média do que temos crescido, olhando a disponibilidade de mão de obra qualificada, capital e investimento.

Crescer 4% em vez de 3% parece uma diferença pequena.
Ao longo dos anos, é uma grande diferença. Significa que todo o ano você está produzindo mais e que, portanto, as pessoas podem ter salários maiores e podem se apropriar mais dos recursos que estão produzindo. As pessoas poderão ter um padrão de vida melhor.

Desonerar a folha de pagamentos e levantar barreiras aos importados será suficiente para dar competitividade à indústria?
Vai mitigar, não vai resolver. Isso é resultado de um processo. Os fluxos de capital estão chegando, o Brasil tem um déficit de conta corrente, está querendo investir mais do que poupa, por isso, acho que teremos uma moeda mais apreciada.

Há risco nessa estratégia?
Temos que ter cuidado para não tornar nossa economia insulada do resto do mundo. Tem formas de atuar com uma agenda positiva. A desoneração da folha é positiva. É preciso também melhorar o sistema tributário [não estou nem falando da carga, mas da complexidade], temos que simplificar a vida das empresas. Essas pequenas coisas sozinhas não são um 'tchan', mas somadas têm efeito positivo.

Há queixas de que o governo está intervindo com muita frequência no câmbio, acha que há intervenções demais?
O governo está dizendo explicitamente que está atuando para evitar o que chama de guerra cambial ou tsunami. São medidas bem-sucedidas, mas que geram incentivo a buscar outras formas de entrada, o que faz com que o efeito seja de curto prazo. No longo prazo você tem que mudar estruturalmente. No nosso caso, aumentando a poupança.

O governo não quer que exportadoras e bancos tragam recursos para o país...
O que é justo dizer é que o dinheiro de curto prazo não está sendo bem-vindo. Se você capta com prazo de 10 anos, não paga IOF.

Isso é ruim?
O Brasil precisa financiar sua conta corrente, temos um déficit de 2% este ano e acho que ele pode subir até 3% e a gente tem um financiamento expressivo via investimento direto. Então a gente precisa de algum dinheiro.

O governo parece ansioso em retomar o crescimento.
Está preocupado com a desaceleração, sim. A nossa visão é que a retomada está vindo.

Mas se a retomada está vindo, por que a preocupação?
Nós temos a confiança de que a recuperação virá. Talvez o governo esteja menos certo dessa recuperação e quer se garantir.

Como o ruído político de agora, a rusga da presidente com a base aliada, afeta a economia?
A economia sempre anda de mãos dadas com a política. Estamos falando muito nessa capacidade do governo de realocar recursos para investimentos. É preciso uma base política adequada para fazer isso. Porque você pode ter interesses diferentes sobre a alocação dos gastos, você pode ter uma parte da base de apoio do governo que quer gastar noutra coisa. O governo com apoio tem mais facilidade de liderar e fazer o que precisa ser feito.

Há sinais de que a mudança na poupança ficará para depois das eleições. Dá para esperar?
A poupança tem que ser mudada em algum momento. Se a gente tem o objetivo de fazer os juros convergirem para os padrões internacionais, vai ter que mudar. Mudar agora ou depois depende de onde vão chegar os juros. Chegando a 9%, dá um senso de urgência menor. Se fosse em direção a 8%, o senso de urgência seria outro. O ponto de corte, nas estimativas, é algo entre 8% e 8,5%.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Marítimos sofrem com a diminuição de permanência de navios nos portos

Deu no jornal “Agora”: Governo pretende reduzir de 17 para dois dias tempo gasto por navios em portos”.


A diminuição de tempo nos portos é algo buscado pela Marinha Mercante mundial desde sempre; e, em muitas partes do mundo, isso já foi reduzido a um mínimo. No Brasil, em alguns portos, isso ainda não é uma realidade, e segue como objetivo.

Não há discussão quanto às vantagens, para a economia, que uma menor permanência nos portos pode trazer. E, se bem administrado, essas vantagens se estendem a toda a sociedade brasileira.

Mas existem muitos que sofrem com a diminuição de permanência dos navios nos portos: os marítimos.

Afinal, pouco tempo nos portos significa poucas oportunidades para uma saída, e, se incluímos aí a tendência de os portos modernos serem construídos a grandes distâncias das cidades, a oportunidade de sair de bordo é quase nenhuma.

No Brasil isso tem sido tem sido equacionado entre armadores e sindicatos. Não sem algumas discordâncias, mas com bons avanços alcançados.

O grande problema surge quando analisamos a Marinha Mercante internacional, os navios de longo curso e que são a grande maioria nos portos brasileiros. Aí os contratos se tornam um problema, com muitos trabalhadores permanecendo a bordo por um ano ou mais.

Isso associado a diminuição das tripulações, e as maiores exigências sobre os trabalhadores a bordo, vem causando o stress e a fadiga dos marítimos, em um nível nunca antes observado, que resulta em grande número de acidentes a bordo.

Algo para ser ampla e seriamente pensado, discutido e debatido pelas autoridades internacionais.

Na verdade já estamos atrasados em tomar providências sobre isso.

Leia a matéria abaixo:

Governo pretende reduzir de 17 para dois dias tempo gasto por navios em portos

De acordo com a Secretaria de Portos, órgão ligado à Presidência da República, atualmente os navios podem levar até 17 dias entre a chegada aos portos, a descarga dos contêineres e a saída da embarcação. “Mas acreditamos que, com os programas que já estão sendo implantados, vamos reduzir isso para dois dias, como fazem os grandes portos do mundo”, disse à Agência Brasil o diretor do Departamento de Sistemas e Informações Portuárias da Secretaria de Portos, Luís Cláudio Montenegro. Segundo ele, o crescimento da economia causa reflexos imediatos na movimentação portuária do país, o que torna necessário, além de investimentos, "um olhar cuidadoso" com a infraestrutura.
“Sabemos que o crescimento do movimento nos portos é pelo menos duas vezes maior do que o crescimento do PIB [Produto Interno Bruto]. Portanto, se o PIB cresceu quase 3% em 2011, o movimento portuário cresceu aproximadamente 6%. E isso pode gerar congestionamento”, disse. “Felizmente esse congestionamento já era esperado, e temos trabalhado muito para lidar com a situação. E, por isso, não há situações emergenciais nos nossos portos”, acrescentou.
Entre as ações que estão sendo implementadas pelo governo, Montenegro destaca o Porto sem Papel, programa que concentra, de forma eletrônica na internet, informações enviadas pelas agências marítimas para a liberação de atracação e operação dos navios. Com ele, são eliminados os trâmites de 112 documentos (em diversas vias) e 935 informações para seis órgãos diferentes.
“Os portos recebem informações dos navios com cerca de 15 dias de antecedência. Com isso, os navios já são liberados para atracar três dias antes de chegarem. Isso já está sendo feito nos portos de Santos, do Rio de Janeiro e de Vitória (ES) e está sendo implantado nos portos de Salvador e Ilhéus (BA), de Recife (PE) e de Fortaleza (CE), onde já demos treinamento e instalamos sistemas”, disse o diretor da Secretaria de Portos.
Segundo ele, o programa será implantado até o final do mês nos portos baianos. “Muitas das taxas portuárias são pagas por diárias. Ao obtermos ganhos em capacidade e eficiência, reduziremos os custos com logística, tanto para produtos exportados como para importados”. A secretaria pretende melhorar, ainda, a gestão das cargas provenientes de acessos terrestres. “O projeto Cargas Inteligentes é similar ao Porto sem Papel. Nele, as informações das cargas vindas de rodovias, ferrovias e, em alguns casos, de hidrovias, serão repassadas com antecedência ao porto, também antes de chegarem para serem descarregadas”.
Atualmente, informa Montenegro, as autoridades começam a analisar a liberação de cargas seis dias após a chegada. “Com o Carga Inteligente, elas já estarão liberadas antes mesmo de chegarem aos portos”. A implantação de radares para tráfego marítimo também beneficiará os portos brasileiros. Esses radares ajudarão na chegada de navios nos períodos noturnos, nas tempestades, ou quando houver neblina. “É como ocorre no posicionamento de aviões por instrumentos. Eles permitem uma melhor organização dos portos, por sabermos com antecedência que embarcação chegará primeiro”, explica o diretor.
Há, segundo a Secretaria de Portos, a previsão, para os próximos anos, de licitações para quase 100 arrendamentos portuários, entre operadores com prazos a serem vencidos e novas áreas a serem utilizadas. “Isso também nos ajudará a ampliar consideravelmente a atividade portuária brasileira”, prevê Montenegro.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Boas notícias para os brasileiros. Mas nem tudo são flores!

Deu no UOL: “Brasil terá 118 milhões de pessoas na nova classe média em 2014, diz FGV”.

As boas notícias para a economia e para a sociedade brasileiras não param. O artigo veiculado pelo sítio UOL, e baseado nas informações fornecidas pela Fundação Getúlio Vargas, mostra um cenário extremamente positivo para o país.

O aumento das classes A, B e C, e a diminuição não apenas percentual das classes D e E, dão uma ideia precisa do dinamismo pelo qual passamos.

A diminuição das desigualdades, que a mobilidade social rumo ao topo da pirâmide proporciona é sensível.

Mas nem tudo são flores nesse caminho.

É um problema o processo de desindustrialização do país, que é perceptível na transferência de indústrias brasileiras para o extremo oriente, a diminuição da presença de produtos de alto valor agregado em nossa pauta de exportações, e o aumento das importações desses mesmos produtos.

 É certo também que o governo brasileiro vem tomando algumas ações pontuais, e corrigindo algumas distorções em setores específicos, mas ainda de forma tímida.

Mas a longo prazo é necessário que se crie uma verdadeira política industrial.

A matéria publicada no UOL:

Brasil terá 118 milhões de pessoas na nova classe média em 2014, diz FGV

Fabíola Ortiz
Do UOL, no Rio de Janeiro
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O Brasil terá 118 milhões de pessoas na nova classe média ao receber a Copa do Mundo, em 2014, segundo projeção da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgada nesta quarta-feira (7). Hoje são 105, 5 milhões. Em 2003, havia 65,8 milhões.
Além disso, a população das classes A e B crescerá proporcionalmente mais do que a classe C: 29,3% ante 11,9% no período entre 2003 e 2014, indica o estudo. 
No futuro, "falaremos mais e mais da nova classe AB como falamos até agora da nova classe C", segundo a publicação.
O estudo "De Volta ao País do Futuro: Projeções, Crise Europeia e a Nova Classe Média Brasileira" foi coordenado pelo professor Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais (CPS/FGV) e avaliou dados de 2003 a 2014.

Mudança de classes

Considerando um período de dez anos, um total de 52,1 milhões de brasileiros subirão à classe C --até 2011, foram 40 milhões. Além disso, outros 15,7 milhões de brasileiros chegarão às classes A e B. 
Esse montante equivale a um total de 67,8 milhões de pessoas, número maior que a população do Reino Unido.

Crise não chegou ao bolso do brasileiro

A crise financeira não chegou ao bolso do brasileiro, segundo o estudo.
A pobreza segue caindo a um ritmo de 7,9% ao ano.
Em 2011, o Brasil reduziu a pobreza num ritmo três vezes mais rápido que o necessário para cumprir a meta do milênio da ONU, que propõe reduzir a pobreza pela metade em 25 anos.

Desigualdade em queda há 11 anos

A desigualdade segue em queda há 11 anos consecutivos, com uma queda de 1,5% ao ano, afirma o coordenador do estudo.
"Desde dezembro de 2000, a desigualdade cai ano após ano e continua caindo. Foi um período excepcional. Estamos no mínimo da deisgualdade brasileira em plena crise. Antes estávamos no podium, entre os três países mais desiguais", diz ele.
Segundo a pesquisa, os primeiros anos do início do novo milênio serão conhecidos "nos futuros livros de história brasileira como de redução da desigualdade, em contraste com os motivos da ocupação de ícones de riqueza americana e europeia".

Classes D e E tendem a diminuir

Já as classes D e E tendem a diminuir seu crescimento até 2014. O Brasil tinha, em 2003, 96,2 milhões de brasileiros nas classes D e E --sendo 50 milhões na classe E. A tendência até 2014 é que a população nas duas classes --D e E-- caia para 48,9 milhões.
Para se ter uma ideia, em comparação, no mesmo período o número de brasileiros na classe C crescerá 60,2%.


sexta-feira, 16 de março de 2012

Brasil pode passar a França e ser quinta economia em 2012, mas...

Deu na Folha de S. Paulo: "Brasil pode passar a França e ser quinta economia em 2012". 

E mesmo com o mundo em crise, a economia brasileira não para de crescer! Mas a essa notícia cabem algumas observações. A primeira é sobre a crise europeia. Isso não invalida os avanços na economia brasileira, mas não estaríamos galgando posições no ranking de maiores economias tão rapidamente, não fosse pelo período delicado por que passam as economias europeias.

Algo que o Blog dos Mercantes vem falando e que é bem colocado no artigo.

A segunda observação, e que também é mencionada no artigo, é a dependência cada vez maior da exportação de commodities nessa expansão. Mas o artigo se esquece de mencionar a expansão do mercado interno, devido à política de microcrédito empreendida pelo Estado brasileiro, fundamental nessa expansão econômica. Talvez isso tenha saído na reportagem completa veiculada pela Folha. Ainda assim vale o lembrete.

Por último, algo que o blog tem insistido, mas que é fundamental para garantir uma maior independência do País e novos ciclos de crescimento, mais sustentados e mais virtuosos: educação e pesquisa.

Nesse sentido saiu uma ótima entrevista com o professor Jacob Palis na revista Veja, edição nº 2217, de maio de 2011. Há a necessidade de melhorarmos a qualidade da educação em todos os níveis, e de mantermos e atrairmos bons cientistas para nossos centros de pesquisa, assim como de aumentarmos a participação da educação e da pesquisa no PIB brasileiro.

E, como o próprio Palis nos lembra, o País apenas agora começou a despertar para a necessidade da educação e pesquisa, para o seu desenvolvimento. Só não podemos é perder mais tempo.

Leia a reportagem na íntegra:

Brasil pode passar França e ser quinta economia em 2012

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DE SÃO PAULO
Hoje na FolhaA economia brasileira se tornou a sexta maior do mundo no ano passado, deixando para trás a britânica, e deverá alcançar a quinta posição ainda em 2012, ultrapassando a francesa, informa reportagem de Érica Fraga, publicada na Folha desta quarta-feira (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Os prognósticos, da consultoria britânica EIU (Economist Intelligence Unit), indicam que o país avança no ranking de maiores economias a um ritmo rápido.
"Esses desenvolvimentos pareceriam improváveis há cinco anos, mas refletem como as economias avançadas foram atingidas pela crise e como a brasileira tem se expandido, impulsionada pelas exportações de commodities", diz Robert Wood, economista sênior da EIU.

Editoria de Arte/Folhapress


segunda-feira, 12 de março de 2012

Dilma X Merkel: ambas estão certas, ambas estão erradas


Deu no site do UOL: "Dilma leva a Merkel "recado" de emergentes contra ajuda a bancos".

Debate interessante travado entre Dilma Rousseff e Angela Merkel. Ambas estão certas, ambas estão erradas. O valor de 4,7 trilhões já lançados à economia pelos países desenvolvidos já derrubou o valor do dólar e do euro. Ao mesmo tempo é uma forma dessas economias buscarem a saída da crise em que estão.

Na verdade esse debate já iniciou há algum tempo. O Mininstro da Fazenda do Brasil, já fez várias declarações nesse sentido, inclusive aludindo à possibilidade de uma “guerra cambial”, algo que poderia ser bastante danoso para a economia mundial como um todo.

Porque as economias emergentes têm recursos para evitar a excessiva valorização de suas próprias moedas, a questão é se vão usá-los.

O potencial de suas economias, que não detêm uma tecnologia tão avançada quanto a dos países desenvolvidos, e a movimentação social que a valorização de suas moedas tem promovido; são questões a serem analisadas antes de qualquer coisa. Ou seja, o custo político pode ser grande.

Esperamos que os países ocidentais, desenvolvidos e emergentes, possam se entender e evitar a disputa pelo câmbio mais favorável.

Abaixo a íntegra da matéria publicada no site do UOL:

Dilma leva a Merkel "recado" de emergentes contra ajuda a bancos

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A presidente Dilma Rousseff se reúne na noite desta segunda-feira com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, levando consigo um recado dos países emergentes contra as políticas recentes dos países europeus no combate à crise econômica.
Dilma está em Hannover, na Alemanha, para participar da abertura da CeBIT, a maior feira de tecnologia do mundo, que neste ano terá o Brasil como país parceiro.
As duas chefes de governo, apontadas no ano passado pela revista Forbes como a primeira e terceira mulheres mais poderosas do mundo, se reúnem em um encontro privado marcado para as 21h30 (17h30 de Brasília), logo após a cerimônia de abertura da feira e de um jantar oferecido pelo governo alemão à delegação oficial brasileira.
Na última semana, Dilma criticou, em um discurso, a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de elevar em 530 bilhões de euros o montante de recursos oferecidos a bancos europeus em dificuldades a juros baixos. Em dezembro, outros 489 bilhões de euros já haviam sido oferecidos aos bancos.
Na avaliação do governo brasileiro, esse volume de recursos representa uma política monetária expansionista ao mesmo tempo em que os países europeus mantêm uma política fiscal de aperto, com ajustes e cortes de gastos.
Isso provocaria uma migração de recursos aos países em desenvolvimento, no que a presidente brasileira chamou de "tsunami financeiro", provocando uma valorização das moedas desses países em relação ao dólar e ao euro.
O Brasil, segunda maior economia emergente, atrás somente da China, vem sendo o principal porta-voz das críticas aos efeitos negativos das medidas anticrise adotadas pelos países desenvolvidos.
Explicações
Mesmo antes do encontro desta segunda-feira, Merkel procurou desfazer o mal-estar adiantando que dirá a Dilma que os recursos liberados pelo BCE deverão ser absorvidos rapidamente pelo sistema financeiro europeu e não deverão gerar uma onda de entrada de divisas estrangeiras em países emergentes.
Merkel afirmou ainda que esta deverá ser a última vez que os recursos disponibilizados aos bancos serão elevados. O governo brasileiro apontou que, desde o início da crise de 2008, os países desenvolvidos (incluindo Estados Unidos e Japão) já teriam oferecido US$ 4,7 trilhões ao sistema financeiro.
Segundo Merkel, os países europeus querem evitar novas bolhas na economia global. "O excesso de liquidez é justamente o que queremos evitar", afirmou.
A Alemanha, maior economia da Europa, é a principal defensora das medidas de ajuste fiscal com cortes de gastos como forma de aplacar a crise das dívidas na zona do euro.
O governo brasileiro, porém, defende que a crise seja combatida com medidas que estimulem o crescimento, não com cortes de gastos que contraem ainda mais as economias europeias.
Mais poder no FMI
Além da reclamação sobre o aumento dos recursos do BCE aos bancos, Dilma pretende ainda discutir com a premiê alemã o desejo dos países emergentes por mais poder no Fundo Monetário Internacional (FMI).
Há duas semanas, durante a reunião de ministros das Finanças do G20, no México, o ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, condicionou uma possível ajuda dos países emergentes às economias europeias em dificuldades a uma maior participação das nações em desenvolvimento no FMI.
A atuação do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo, diante da crise europeia deverá também fazer parte da agenda do encontro.
Dilma e Merkel deverão ainda discutir a relação bilateral, fortalecida em 2002 pelo estabelecimento de uma parceria estratégica.
A Alemanha é atualmente o quarto maior parceiro comercial do Brasil. Em 2011, o volume de comércio entre os dois países chegou a US$ 24 bilhões, com um aumento de 17,6% em relação ao ano anterior.
A presidente brasileira pretende ainda abordar durante o encontro a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio +20), que será realizada em junho no Rio de Janeiro.

terça-feira, 6 de março de 2012

Blog dos Mercantes pergunta: por que a conta tem que ficar sempre para os trabalhadores?


Deu no site do UOL: "Segundo resgate não resolverá problemas da Grécia, dizem analistas".

O novo empréstimo-resgate concedido à Grécia dias atrás, para que se evite a quebra total do país seguida de uma crise muito mais profunda no continente europeu, que se estenderia ao resto do mundo, é um paliativo bastante caro e duvidoso.
Caro em dois sentidos: o primeiro e lógico é o volume de dinheiro envolvido nos dois empréstimos já concedidos, algo em torno de 240 bilhões de euros. Mas é ainda mais caro a cobrança imposta ao país como solução de seus problemas. Demissões, diminuição de salários etc.
Essa é a aplicação da lógica neoliberal e globalizante. Salários baixos, e mão de obra capacitada. Paraíso do lucro das grandes corporações internacionais que seguem promovendo este tipo de pensamento econômico pelo mundo.
O próprio texto abaixo diz que a medida de ajuste é necessariamente recessiva, mas o Blog dos Mercantes já afirmou isso outras vezes, e volta a fazê-lo: não há avanço para nenhum país, quando o crescimento econômico não é acompanhado pela distribuição de renda (através do trabalho), e pelo desenvolvimento social.
A Grécia agora está em crise, a queda das condições sociais e salariais dos trabalhadores pode ajudar a ultrapassar esse período difícil, mas por que a conta tem que ficar sempre para os trabalhadores?
Abaixo a reportagem publicada na íntegra no site UOL:

Segundo resgate não resolverá problemas da Grécia, dizem analistas


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O novo empréstimo concedido na madrugada desta terça-feira à Grécia pela União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) ajudará o país a evitar um calote dentro de um mês, mas não resolverá seus problemas a longo prazo, afirmam analistas ouvidos pela BBC Brasil.

"Claro que esse resgate não resolverá o problema da Grécia, mas será uma ajuda imensa durante os próximos meses", opina Karel Lanoo, diretor executivo do Centro para Estudos de Política Europeia.

O resgate, de 130 bilhões de euros para os próximos dois anos, permitirá ao governo grego pagar 14,5 bilhões de euros em dívidas que vencem em 20 de março.

Segundo Lanoo, "é impossível saber agora por quanto tempo o país poderá aguentar antes de chegar novamente a um ponto crítico".

"Vai depender muito de se o governo vai implementar as medidas de austeridade (combinadas com os credores internacionais) e com que velocidade. A Grécia precisa solucionar problemas acumulados durante anos para recuperar o equilíbrio", afirma.

Para Jean Pisani-Ferry, diretor do centro de estudos econômicos Bruegel, com sede em Bruxelas, "está claro agora que levará anos, talvez uma década, para reformar o país e corrigir seus desequilíbrios econômicos".

Austeridade

As autoridades europeias reclamam que a Grécia passou muitos anos gastando mais do que arrecada e que a situação não mudou com a concessão do primeiro resgate, de 110 bilhões de euros, em maio de 2010.

O plano de austeridade imposto pela UE e o FMI em troca da nova ajuda visa recortar o gasto público grego em um valor equivalente ao 1,5% do PIB em 2012, com o objetivo de reduzir a dívida pública dos atuais 160% do PIB para 120,5% em 2020.

"Até agora não se fez nada substancial sobre o crescimento. Um programa de ajuste é necessariamente recessionário, mas não precisa impedir a mobilização de ferramentas para a recuperação econômica", critica Pisani-Ferry.

No entanto, Lanoo defende que a Grécia "não tem alternativa a receber esse resgate e cumprir as condições" exigidas por seus credores, que incluem redução de salários e aposentadorias, demissão de funcionários públicos, flexibilização do mercado de trabalho e liberalização dos mercados.

"Uma quebra ou a saída da zona do euro seria muito pior, seria um desastre para o país. A expectativa (com o atual plano) é de que a redução dos salários e outras reformas tornem o país mais barato e, portanto, mais atraente para as empresas. Isso ajudaria a melhorar a economia a longo prazo", explica.

Calote

Ao mesmo tempo, ambos analistas concordam que a evolução da situação dependerá, igualmente, de como os investidores privados responderão ao acordo fechado na madrugada desta terça-feira, que inclui o cancelamento de 106 bilhões de euros da dívida grega em mãos do setor bancário.

"Essa operação é um calote voluntário. Mesmo se a UE não quer usar esse termo, trata-se de um calote, e a UE e os mercados sabem disso", ressalta Lanoo.

Por sua parte, a Comissão Europeia (CE) recorda que a conclusão do segundo resgate para Grécia terá também "efeitos positivos" sobre os demais países vulneráveis da zona do euro, como Portugal, Espanha e Itália.

"Portugal e outros países vulneráveis da UE sofrem os impactos das incertezas sobre a resposta global (europeia) à crise e da situação em Grécia. Por isso, a solução de um segundo resgate para Grécia também terá um impacto positivo em todos os países vulneráveis da UE", afirma o porta-voz de Assuntos Econômicos, Amadeu Altafaj.