sábado, 30 de novembro de 2013

Blog dos Mercantes: The Cranberries - Linger

Nosso Blog dos Mercantes continua o passeio pelos anos 90, época em que tivemos grandes músicas. Hoje trazemos a banda de rock alternativo irlandesa The Cranberries, formada no final dos anos 80, e que alcançou sucesso durante a década seguinte. Sem dúvida o destaque é a vocalista Dolores O'Riordan, que ingressou na banda através de um teste, mas cuja voz tem a capacidade de se fundir com os acordes, emprestando incrível sonoridade ao grupo.

Dentre os sucessos do The Cranberries, escolhemos "Linger", música de autoria de O'Riordan, e que se tornou o primeiro grande sucesso deles nos anos 90.


sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Blog dos Mercantes: mudanças de estratégia na Petrobras são lesivas ao país e aos trabalhadores

Além de não estar dando a devida e merecida atenção ao Promef, a Petrobrás, por razões que só ela conhece, não deu a devida atenção ao projeto EBN, que previa a contratação de longo prazo, de pelo menos 39 navios tanque de bandeira brasileira. Estes navios seriam encomendados por empresas de navegação brasileira e afretados à estatal, em modelo semelhante ao que acontece com as embarcações de apoio marítimo.

Isso joga apenas contra o bom-senso e a lógica de um governo que assumiu com a proposta de não apenas continuar seu antecessor, mas de aprofundar e aperfeiçoar as mudanças que foram iniciadas nos oito anos que o antecedeu.

Ao contrário, quando a política de uma empresa como a Petrobras muda de forma tão radical, arriscamos seriamente de jogarmos fora alguns bilhões investidos no ressurgimento de nossa indústria naval, deixarmos desempregados milhares de trabalhadores, que foram treinados com dinheiro do Estado para tripularem estes navios, além de perder a oportunidade de se tornar um player em um setor altamente rentável e que poucos países conseguem concorrer.

O Brasil tem que escolher entre ser um detentor de tecnologia, disputando mercado de produtos de alto valor agregado com os grandes, ou ser apenas um exportador de commodities e produtos primários ou semimanufaturados.

A atitude atual da Petrobras é um equívoco e um retrocesso, que pode significar ao país e à própria estatal muito mais do que alguns dólares poupados no curto prazo, pode custar sua autonomia, o desperdício do dinheiro público e a soberania nacional nos mares.


Projeto EBN

Por Sergio Barreto Motta

Há alguns anos, a Petrobras anunciou um projeto revolucionário. Além de encomendar 49 navios através de sua subsidiária Transpetro – dos quais três ainda sem contrato assinado – a estatal lançou o projeto EBN – de Empresa Brasileira de Navegação – prevendo construção de 39 navios.

O sistema funcionaria de modo parecido com o de barcos de apoio, em que a estatal não se torna dona dos navios, mas garante contratos de longo prazo – neste caso, de 15 anos – para que empresas privadas, com essa garantia de operação, encomendem navios. O método é um ovo de Colombo, pois ninguém perde e todos ganham.

Mas, na prática, o projeto deu em água. Sem anúncio formal, empresas privadas vêm anunciando desinteresse. Na mais recente reunião do Conselho Diretor do Fundo de Marinha Mercante, a Pancoast Navegação teve canceladas prioridades para quatro navios-tanque de 30 mil toneladas, a exemplo de outras companhias que desistiram anteriormente do projeto, não se sabe se por desinteresse da Petrobras ou oferta de remuneração insuficiente para privados bancarem o investimento de longo prazo. Há informações de que a Kingfisch também teria desistido do EBN.


Na revista Unificar, do Sindicato Nacional dos Marítimos (Sindmar), afirmou o presidente da entidade, Severino Almeida: “O projeto EBN não decolou e não vejo condições efetivas de decolar agora”. Segundo Almeida, a Petrobras tem optado por alugar navios estrangeiros, diretamente ou através da Transpetro. “A empresa-mãe, com suas ações de afretamento, demonstra claramente sua intenção de afretar navios lá fora”, declarou Almeida. A Petrobras não se pronunciou e fontes da estatal dizem que estão sendo feitos “ajustes”.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Blog dos Mercantes acompanha as denúncias contra subsetor de cruzeiros marítimos no Senado Federal

Em audiência na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal foram ouvidos tripulantes, parentes de tripulantes e o presidente do Sindmar, Severino Almeida. Na ocasião foram abordados diversos pontos de problemas que ocorrem a bordo dos luxuosos navios que acorrem à costa brasileira todos os anos.

O Senador Paulo Paim, que preside a Comissão do Senado, aproveitou para cobrar de autoridades de saúde e do trabalho uma mais ampla e frequente fiscalização a bordo destas embarcações.

Algumas ações nesse sentido já estão sendo tomadas, incluindo a participação do Itamaraty e da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República.

Todas essas ações, que podem ser lidas com maiores detalhes na reportagem abaixo de Sergio Barreto Motta, são válidas, mas seriam muito mais eficazes se já tivéssemos um marco legal que regulasse esse subsetor da Marinha Mercante.

Senador Paim denuncia abusos nos transatlânticos
Por Sergio Barreto Motta
Inúmeras denúncias foram feitas, nesta segunda-feira, na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal, durante reunião sobre maus tratos aplicados a tripulantes brasileiros pelas companhias estrangeiras que exploram o serviço de turismo marítimo. O presidente dessa comissão, Paulo Paim (PT-RS), se disse indignado com as informações sobre trabalho escravo e informou que deu entrada em dois projetos para impedir abusos. Paim revelou que irá convocar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para que explique por que liberou, previamente, os navios que ainda não aportaram no Brasil, dando-lhes um salvo conduto antecipado. 
Paim afirmou que, quando há processos na justiça, as empresas, todas com sede em paraísos fiscais, juntam documentos em idioma estrangeiro para procrastinar os casos e adiar condenações. Para o senador, não há dúvidas de casos de trabalho escravo, humilhações, assédio moral, assédio sexual e agressões diversas à lei brasileira. Segundo Paim, nos contratos feitos apenas para a temporada brasileira, exige-se que 25% da tripulação seja nacional, e para driblar essa situação as empresas fazem contratos mais longos, como se os tripulantes fossem atuar por período maior, e, terminada a temporada nacional, iniciam pressões e humilhações para que os brasileiros desistam dos contratos mais longos. 
Rosângela Bandeira, mãe de Camila, tripulante que morreu a bordo do MSC Musica, disse que há uso de drogas, sexo profissional e aviltamento moral dos tripulantes. Afirmou que os seguranças, contratados de empresas israelenses, ajudam os oficiais a criarem um clima de opressão em relação aos tripulantes brasileiros. Um bailarino que atuou a bordo, Arthur Souza, deu comovido depoimento. Declarou que o que ocorre nos navios é similar a trabalho escravo. Acentuou que, se um profissional quiser desistir da temporada, é obrigado a pagar a própria passagem de volta e a passagem de ida de seu substituto, o que resulta, com outros gastos, em dispêndio de US$ 10 mil. 
O senador Paim agradeceu as informações recebidas do presidente do Sindicato dos Marítimos, Severino Almeida. Segundo Paim, toda a mobilização teve início com denúncias de Severino, a quem qualificou de um lutador incansável contra as arbitrariedades das empresas proprietárias dos transatlânticos. Alexandre Castro, presidente da Associação de Brasileiros Tripulantes em Navios de Cruzeiro, elogiou o trabalho do Senado. Raul Vital Brazil, do Ministério do Trabalho, revelou que está sendo feito um esforço em conjunto com o Itamaraty para evitar problemas para tripulantes brasileiros, que são obrigados a assinar contratos com base em paraísos fiscais. 

Por sua vez, Aloysio Gomide, do Itamaraty, salientou que já existe uma cartilha para defender o trabalhador brasileiro que atua no exterior e que se pretende editar uma cartilha especial para os cerca de 4 mil brasileiros que trabalham em navios estrangeiros. “O Itamaraty considera os tripulantes brasileiros grupo vulnerável a arbitrariedades”, disse Gomide, frisando que foi pedido apoio da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. Paim informou que o Ministério Público do Trabalho pretende fiscalizar esses navios na atual temporada de verão – que vai de outubro a abril – e lembrou que o Itamaraty pode receber denúncias 24 horas por dia, no plantão consular. Por fim, o deputado estadual Jefferson Fernandes (PT-RS) conclamou as assembleias legislativas a se envolverem na questão.

sábado, 23 de novembro de 2013

Blog dos Mercantes: boa música é aqui

Com a cirurgia no ombro, não dá para escrever muito, mas para publicar música boa dá..
Natalie Imbruglia - Torn.  


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Blog dos Mercantes informa: Presidentes do Sindmar e da FNTTAA estiveram em Brasília cobrando regulamentação de cruzeiros marítimos

Em junho nossos líderes sindicais do setor marítimo estiveram em Brasília para conversar com o Senador Paulo Paim sobre seu PL 449/2012, que busca a regulamentação da atividade de cruzeiros marítimos no país.

Esta atividade, que é explorada basicamente por empresas estrangeiras, é altamente rentável, mas entrega serviços de pior qualidade aos consumidores brasileiros e todos os anos apresenta uma série de problemas nas relações trabalhistas a bordo. Alguns desses problemas são tão graves, que em algumas oportunidades são denunciados estupros, ou tentativas de; maus tratos de todos os tipos, e já chegamos mesmo a um caso de morte de uma  trabalhadora.

Já que nosso governo insiste em abrir mão, para o capital nacional, desse rentável setor de negócios, ao menos que regule devidamente o setor, não só para que os trabalhadores brasileiros estejam devidamente protegidos, mas até mesmo consumidores, meio ambiente e outros subsetores que fazem uso do meio marítimo e de portos para realizarem seus negócios.

Sabemos que dificilmente o texto entregue pelas lideranças sindicais será plenamente acolhido no corpo geral da Lei em gestação no Senado, mas a iniciativa de Severino Almeida  e Ricardo Ponzzi é altamente válida, assim como a do Senador Paulo Paim.

Estamos esperançosos de que melhorias virão como resultado dessas ações .



Marítimos querem fiscalizar cruzeiro

Por Sergio Barreto Motta

Os marítimos estão mobilizados em relação ao projeto 449/2012, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS). Segundo a entidade da classe, o Sindmar, poderá trazer prejuízos. A revista do Sindmar, Unificar, afirma: “Essa atividade em nosso país está aberta a todo e qualquer interessado, sem o mínim de critérios que entendemos necessários para que esses navios operem em novos portos e, pior, considerando que 98% de seus passageiros são nossos nacionais, não oferecem contrapartidas adequadas pelo lucro que obtêm em nossas águas”.

Continua a revista, após citar que, para outros setores existe a Resolução Normativa 72, do Conselho Nacional de Imigração, que prevê quotas de 1/5 a 1/3 de trabalhadores brasileiros em navios estrangeiros, conforme sua permanência no Brasil, revela que, para os cruzeiros, valeria a resolução 71, mas seria insuficiente. Diz: “ Essa resolução está longe de resolver questões básicas, relacionadas à exploração, por tais armadores, de quem nesse setor trabalha. Na prática, não gera empregos para marítimos profissionais, tendo em vista que estão estão em poucas dezenas a bordo. Muito poucos, em meio a centenas ou mesmo mais de um milhar de trabalhadores em serviço de atendimento a sua preciosa carga, que são seus milhares de passageiros. Não há, em todo o seu texto, garantias de que percentuais para contratação de brasileiros”. Entre outros problemas, houve três mortes a bordo de navios de cruzeiro só este ano, além de um estupro.


O presidente do Sindmar, Severino Almeida e o presidente da Federação Nacional, Ricardo Ponzi, expuseram a Paim haver riscos para os trabalhadores no projeto e o senador teria pedido um texto da classe, que foi entregue ao parlamentar dia 25 de junho. “Atualmente, os cruzeiros navegam em hiato legal, livre de regulamentação específica. Dessa forma, desrespeito e abuso aos trabalhadores são palavras de ordem a bordo desse tipo de embarcação, muito longe do glamour que é reservado a sua carga”, dizem os marítimos, ao frisar que esperam mudanças na legislação. A atividade dos cruzeiros é a única, no mar, que não está sob controle da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), mas tão somente submetida ao Ministério do Turismo, que não tem condições técnicas de fiscalizar o setor – nem parece aborrecido diante de sua impossibilidade de fiscalizar e controlar um segmento que movimenta altas somas a cada temporada. Nos Estados Unidos, o senador Jay Rockfeller luta para impedir o que considera alta evasão de divisas de seu país – principal cliente dos transatlânticos – para empresas que, embora tidas como francesas, italianas e alemãs, na verdade têm sede em paraísos fiscais.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Blog dos Mercantes e o incentivo a Cabotagem

Já transportamos bom volume de granéis líquidos e sólidos,
precisamos aumentar a participação da carga conteneirizada

Não é segredo para ninguém que o Blog dos Mercantes apoia a criação de formas de incentivo à Navegação de Cabotagem. As vantagens de uma melhor utilização do modal já foram várias vezes tratadas pelo blog, e vão desde uma diminuição do custo de transporte de cargas em médias e grandes distâncias, até diminuição de poluição, etc.

Sendo assim o Blog dos Mercantes vê com muito bons olhos as propostas da Secretaria de Portos, que podem efetivamente dar mais uma alavancada no setor marítimo, melhorando a logística de transporte de cargas no país e diminuindo os custos do transporte interno e final ao consumidor.

As medidas sugeridas na reportagem abaixo, da Agência Brasil, são boas, mas não são suficientes. Mais pode ser feito, e não apenas no sentido de incentivar a armação, mas temos que pensar também no lado dos trabalhadores.

São necessárias ações para incentivar e melhorar a permanência do trabalhador brasileiro a bordo, e também para garantir a ocupação desses postos de trabalho por nossos nacionais.

Existem várias formas de melhorar as condições sociais e econômicas dos trabalhadores, sem onerar armadores ou Estado. Basta ter vontade política, boa vontade e parar de oferecer nossas vagas de empregos a estrangeiros.



Secretaria de Portos quer reduzir burocracia da navegação de cabotagem

Por Pedro Peduzzi

Brasília (DF)  – Depois de concretizar os projetos de concessão portuária, a Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP) vai priorizar o desenvolvimento de um sistema eficiente para a navegação de cabotagem – a navegação doméstica, feita entre portos de um mesmo país, ao longo da costa, por onde transitam produtos do mercado interno.

Um dos problemas a serem resolvidos, segundo o ministro da SEP, Leônidas Cristino, é fazer com que os contêineres com origem na cabotagem não precisem passar pela alfândega. Da forma como é feito atualmente, a carga transportada por cabotagem passa por procedimentos similares aos adotados para movimentação dos contêineres usados para exportação ou importação.

Durante audiência na Câmara dos Deputados, o ministro Leônidas Cristino disse que o país investirá mais de R$ 200 bilhões nos modais de transporte, de forma a facilitar o acesso aos portos brasileiros. A prioridade, então, será o transporte de cabotagem, que tem, como vantagens, a diminuição de custos e do índice de sinistros e avarias das embarcações, bem como a diminuição do desgaste das rodovias e do número de acidentes rodoviários.

“A SEP vem estudando há algum tempo a aplicação e a melhoria do sistema de cabotagem. Entre os pontos [sob análise] estão o valor gasto com combustível, a preferência por berços [locais onde os navios atracam] para cabotagem, e a disponibilização de uma área não alfandegária, porque hoje a cabotagem é tratada do mesmo jeito do contêiner de exportação, o que resulta em uma demora maior”, argumentou o ministro.


Segundo ele, o assunto tem sido debatido com a Receita Federal, a Anvisa e o Ministério da Fazenda. “Iniciamos [os estudos] neste ano. Acredito que até o começo do ano que vem teremos um estudo mais apurado e consistente para discutirmos o assunto com a presidenta Dilma Rousseff”, acrescentou.

sábado, 16 de novembro de 2013

Blog dos Mercantes e uma boa música é para sempre Depeche Mode – Enjoy the Silence

Depeche Mode é uma banda inglesa de música eletrônica, que iniciou sua carreira em 1980.O sucesso foi quase imediato, quando foram descobertos pelo dono de uma jovem gravadora, se apresentando em uma casa de show em Londres.

Daí em diante foi sucesso sobre sucesso, sendo que a banda já vendeu mais de 110 milhões de álbuns pelo mundo (dados de 2009). Esse sucesso se comprova com o fato de a banda já ter tido 44 canções nas paradas britânicas, e estado com 40 canções diferentes entre os 40 artistas mais ouvidos do Reino Unido.

Mas o sucesso não é apenas local. A banda alcançou sucesso mundial já no início dos anos 80, inclusive no Brasil.

Agora uma curiosidade. Em 1986 eles lançaram o álbum Black Celebration, que seguiu a tendência da música eletrônica do grupo, inclusive mantendo o uso de samplers. Mas nesse álbum eles se afastaram um pouco do pop, criando letras mais reflexivas, e músicas que acompanhavam essa tendência. O resultado foi um som mais fechado, até mesmo um pouco fúnebre, em certos momentos.

Nessa época eu era um jovem Oficial de Náutca no Lloyde Brasileiro, e adorava fazer o quarto de 00:00hs às 04:00hs. Como tínhamos que estar muito atentos à navegação, levava meu som para o passadiço e escutava música por um bom tempo.

Acontece que tinha acabado de comprar a fita do álbum Black Celebration. O início da fita tinha uma vinheta com som bem fechado e soturno, digno de um filme de terror. Toda vez que punha a fita para tocar, o Marinheiro que tirava serviço comigo desaparecia, e só voltava uma meia hora depois.

Um tempo depois fui descobrir o porquê dos sumiços repentinos. Com a música, o passadiço todo escuro, e as histórias que contavam de que tinha um tripulante que havia morrido a bordo e assombrava o navio, o Marinheiro ficava apavorado e se mandava. Ia se esconder na máquina, junto com o Oficial de Máquinas e o Marinheiro de Máquinas de serviço do horário. Só voltava quando o medo passava.

É mole um negócio desses?

Mas a música de hoje não tem nada de fúnebre. Ao contrário tem uma sonoridade mais voltada ao pop e muito agradável. Enjoy the Silence.



sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Já viu lua grande? No mar é assim!

A super lua é um fenômeno que acontece quando a lua cheia se encontra na parte mais próxima da terra de sua órbita. Essa foto foi tirada na costa da Austrália, por um Comandante que navegava por lá. Um bom feriado a todos.



quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Blog dos Mercantes apóia controle sobre transatlânticos



Qualquer atividade econômica no sistema capitalista pressupõe a obtenção de lucro. E quanto maior o lucro, mais significa que a atividade econômica foi bem realizada e mais ela é atrativa - sob o ponto de vista capitalista. Isso é a alma do sistema e é o que move o sistema em seu desenvolvimento.

Mas quando fala-se em desenvolvimento as pessoas, mesmo que inconscientemente, admitem uma positividade no fato, o que não é necessariamente uma verdade. Desenvolvimento, em uma primeira visão, é o simples fato de crescer, de expandir-se, não significando que tenha uma melhoria aí agregada.

Quando falamos de trabalhadores dentro do sistema capitalista, aí fica muito clara a lógica do sistema, em que ao mesmo tempo em que procura se expandir, busca impedir a melhoria nas condições de vida daqueles que efetivamente possibilitam a existência do sistema.

Também podemos dizer que é um sistema autofágico, já que a mesma lógica que o faz expandir-se, também o faz consumir-se.

É a mesma lógica que faz com que o capitalismo busque utilizar mão de obra escrava, ou como preferem hoje em dia, análoga a escravidão, na busca do lucro máximo, ao menos nos primeiros estágios de seu de existência de uma atividade.

Em várias atividades e países isso se faz presente, mas em nenhuma outra atividade isso é tão recorrente quanto na Marinha Mercante. E não se enganem aqueles que leem esse post, pois o que caracteriza escravidão não é necessariamente a falta de pagamento de salário, mas sim a compulsoriedade do trabalho, maus tratos, ou mesmo a total falta de liberdade individual do trabalhador.

No subsetor dos cruzeiros marítimos isso não é diferente.

O glamour das embarcações luxuosas, com suas atrações fantásticas, são frequentemente acompanhadas de maus tratos a tripulantes, sobrejornadas compulsórias e não pagas, acomodações deficientes, etc., etc.

Aplicar, fiscalizar e manter as relações trabalhistas em equilíbrio é dever do Estado. A bordo de navios, aonde o confinamento e dificuldade de acesso às ferramentas da sociedade que servem para minimizar a disparidade de forças do Capital x Trabalho, a intervenção do Estado é ainda mais necessária.

Por esse motivo o Blog dos Mercantes apóia a iniciativa dos sindicatos marítimos em pleitear a regulamentação das embarcações de cruzeiro.

E a desculpa de que são embarcações estra
 ngeiras não pode ser aplicada, já que estão explorando nossa costa, nossa economia e obtendo seus lucros em concorrência direta com empresas brasileiras legalmente constituídas e submetidas a legislações regulamentadoras.

Porque se engana quem pensa que navios de cruzeiro concorrem apenas com outros navios de cruzeiro. Eles concorrem com todas as empresas que estão inseridas no setor de turismo e entretenimento.

Permitir que se utilizem de subterfúgios espúrios em suas relações trabalhistas, ou mesmo em suas operações, é dar a estas empresas a possibilidade de maiores lucros e de cometerem concorrência desleal, lesando interesses da sociedade e da economia brasileiras.

Aos trabalhadores engajados nesta atividade é retirar sua dignidade e negar-lhes o direito mais sagrado a um nacional, que é a proteção do Estado; a sua cidadania.




Controle dos transatlânticos

Por Sergio Barreto Motta

O presidente do Sindicato dos Marítimos (Sindmar), Severino Almeida, diz que a classe está mobilizada em relação ao Projeto 449/2012, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), que regulamenta o trabalho de tripulantes brasileiros em embarcações ou armadoras estrangeiras e que explorem economicamente o mar territorial e a costa brasileira. Diz Almeida: “Essa atividade trabalha sem o mínimo de critérios que entendemos necessários para que esses navios operem em novos portos e, pior, considerando que 98% de seus passageiros são nossos nacionais, não oferecem contrapartidas adequadas pelo lucro que obtêm em nossas águas”.

Severino Almeida e o presidente da Federação Nacional, Ricardo Ponzi, expuseram a Paim haver riscos para os trabalhadores no projeto, e o senador teria pedido um texto da classe, que foi entregue ao parlamentar dia 25 de junho.

“Atualmente, os cruzeiros navegam em hiato legal, livre de regulamentação específica. Dessa forma, desrespeito e abuso aos trabalhadores são palavras de ordem a bordo desse tipo de embarcação, muito longe do glamour que é reservado a sua carga”, diz Almeida, ao frisar que espera mudanças na legislação.

A atividade dos cruzeiros é a única, no mar, que não está sob controle da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), mas tão somente submetida ao Ministério do Turismo, que não tem condições técnicas de fiscalizar o setor – nem parece aborrecido diante de sua impossibilidade de fiscalizar e controlar um segmento que movimenta altas somas a cada temporada.

Nos Estados Unidos, o senador Jay Rockfeller luta para impedir o que considera alta evasão de divisas de seu país – principal cliente dos transatlânticos – para empresas que, embora tidas como francesas, italianas e alemãs, na verdade têm sede em paraísos fiscais.


O movimento dos cruzeiros está caindo. Na última temporadas, os transatlânticos levaram 762 mil passageiros, 9% a menos do que no período anterior. E, para a temporada 2013/14, que começa em outubro, a previsão é de nova diminuição, desta vez de 12%.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Blog dos Mercantes fala sobre vantagens das hidrovias há tempo

O Blog dos Mercantes é um daqueles que faz coro por um sistema de transportes mais inteligente e adequado à realidade brasileira. Nesse contexto não é de hoje que clamamos pela mudança no modal de transporte prioritário, para que as hidrovias venham a ter a primazia para o transporte de nossas riquezas, dado as longas distâncias que percorremos entre os diversos pontos do país, seja esse transporte destinado aos portos de exportação, seja ele destinado ao consumo interno.

Tal viés de transporte também apresenta grande potencial de exploração para o desenvolvimento regional de turismo e lazer, podendo até mesmo ser desenvolvido a ponto de se tornar atrativo internacional, como o são os mergulhos no Caribe, ou as montanhas cobertas de neve da Europa e sul do continente americano.


Outro viés de transporte que tem grande potencial de crescimento e que não tem sido tratado no Brasil com a importância que merece é o transporte marítimo. Até que nos últimos anos tivemos certo incentivo ao mesmo, com várias empresas investindo em novas unidades para a Navegação de Cabotagem. 

A se lamentar atualmente a decisão da Petrobrás, que está promovendo grande retrocesso ao tirar apoio do Promef, e reciclar a lesiva política de afretamento de navios estrangeiros.

Além de a médio e longo prazo a frota própria se tornar mais barata, ainda temos reflexos positivos na economia como um todo, com geração de empregos em toda a longa cadeia do setor marítimo, e com reflexos sensíveis na balança comercial, que vê estancada a fuga de divisas para pagar afretamentos desnecessários.

Mas não só a Cabotagem é importante e necessária. A Navegação de Longo Curso, além de influenciar positivamente a economia, da mesma forma que faz a Cabotagem, ainda pode auxiliar na conquista de novos mercados e na composição do valor dos fretes dos produtos brasileiros.

Sem dúvida são investimentos altos, como o são todos os investimentos no setor de transportes. Mas um país que já é a sexta economia do mundo, e que caminha a passos largos para se tornar a quinta, não pode abrir mão de setores de transportes tão estratégicos como o hidroviário e o marítimo.
  


Hidrovias são melhor alternativa de logística para distância mais longa

De São Paulo - Especialistas têm defendido as vantagens do modal hidroviário sobre o rodoviário no transporte da produção do agronegócio, que novamente deverá colher uma super safra. A matriz ideal depende da localização da produção. "De modo geral, até 500 quilômetros de distância entre o local de produção e de exportação, nenhum outro modal bate a rodovia", resume Luiz Fayet, consultor da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Isso porque a rapidez do caminhão aliada à flexibilidade do modal, que dispensa o transbordo, geram o esperado resultado positivo. "A produção do Piauí está nessa equação", exemplifica Fayet.

Nas distâncias maiores, necessariamente a ferrovia e a hidrovia têm grandes contribuições a dar para reduzir o custo da movimentação. Como atualmente o excedente da produção agrícola direcionado à exportação está na região Norte, no Nordeste e no Centro-Oeste, onde há grandes deficiências de infraestrutura, essa produção desce para os portos do Sul e Sudeste, formando os gargalos que encarecem a logística e entopem as vias de acesso ao embarque. A maior parte da soja produzida em Sorriso (MT) é escoada via porto de Santos (SP), percorrendo uma rota de dois mil quilômetros, cujo frete chega a custar US$ 145/tonelada. Considerando mais US$ 45/tonelada para chegar a Xangai, na China, o custo dessa exportação fica em US$ 190/tonelada.

Os Estados Unidos colocam coloca sua soja no mesmo cliente por US$ 71/tonelada.

Cálculos da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) registram crescimento de 203% no preço do frete brasileiro entre 2003 e 2011, ante aumento de 53% dos Estados Unidos e 43% da Argentina, os dois maiores competidores do Brasil.

"A hidrovia é o modal mais adequado nos casos de longas distâncias e disponibilidade de rios navegáveis", diz Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo do Movimento Pró-Logística do Mato Grosso. Mas a oferta de hidrovias é bastante precária. Apenas alguns trechos da hidrovia Tietê-Paraná e da hidrovia do rio Madeira, na Amazônia, são usados.

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) iniciou a consolidação de registros de movimentação nas hidrovias recentemente, e os números de 2012 registram um volume de transporte na Bacia Amazônica de apenas 5 milhões de toneladas de soja, e de 2,5 milhões de toneladas de milho, soja e farelo de soja, para a produção brasileira de 139,3 milhões de toneladas desses dois produtos no mesmo ano.

"Os rios potencialmente navegáveis não oferecem estabilidade para o transporte regular, por falta de obras de dragagem e de sinalização", explica Edeon. Um exemplo dado por ele é a difícil operação de duas empresas no rio Madeira, a Bertolini e a Hermasa. Quando o rio está alto, elas conseguem transportar comboios de 40 mil toneladas. Nas fases em que o rio está baixo, os comboios não podem ter mais do que 6 mil toneladas. "O papel do poder público deve ser de prover essas obras para garantir a estabilidade da navegação, e a iniciativa privada investe na operação", afirma.

Edeon conta que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) está desenvolvendo estudos de viabilidade econômica e socioambiental de algumas bacias hidrográficas, como primeiro passo para um plano de investimento em hidrovias. A primeira hidrovia a ser contemplada será a Teles Pires-Tapajós, que será utilizada para escoamento da produção do Norte do Mato Grosso em direção aos portos da região Norte. A hidrovia do São Francisco, do Paranaíba, do Tocantins e do Araguaia terão estudos similares.

A conclusão das obras da BR-163, prevista para 2014, alia-se à estratégica intermodalidade do Norte, que vem sendo requerida pelo agronegócio. Os oito terminais que a iniciativa privada está construindo na região (ver tabela) ampliarão as condições de escoamento em ritmo de 3 milhões de toneladas ao ano. A intenção é de que a capacidade de movimentação desses terminais passe dos atuais 10,8 milhões de toneladas para 50 milhões de toneladas até o ano de 2020.

Para completar a flexibilidade sonhada pelo agronegócio, Ingo Plöger, da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), insere no quadro a ampliação de instalações de armazenagem. "Não há tradição no Brasil de armazéns na produção, mas pode ser uma saída interessante para dar ao produtor a condição de arbitrar sobre o período de venda de sua produção", resume.


Ele vê na atual linha de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), lançada no início de julho, uma alternativa que pode reduzir a pressão para venda das commodities apenas na época da safra. "As condições do financiamento não afetam o capital de giro imediatamente, pois oferecem três anos de carência", diz ele. "É uma janela interessante, que merece estudo de viabilidade", finaliza. (CLT)

domingo, 10 de novembro de 2013

Blog dos Mercantes e a música imortal

Falth no More é uma banda que dispensa apresentações. Além de ter emplacado vários sucesso, eles estiveram presentes por duas décadas.

Representando os anos 90, Epic.


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Seguem ataques à praticagem

Interessantes (e falsos) os argumentos usados na reportagem do Press Guide de 14 de agosto para pedir mudanças no sistema de praticagem no Brasil. Com elas seguem os ataques aos práticos e a tudo que se refira a eles. Tudo isso na busca pura e simples de aumento de lucros.

Assim como em outras profissões, aquelas ligadas à Marinha Mercante também apresentam profissionais de vários níveis, que recebem salários os mais diversos. Há pouco tempo um médico que tinha sido eleito prefeito de uma pequena cidade renunciou ao cargo, pois os cerca de R$ 6.000,00 recebidos no cargo não eram suficientes para cobrir seus gastos mensais, e correspondiam a menos de 5% dos rendimentos que recebia como médico.

O ex-ministro da cultura, Gilberto Gil, também chegou a renunciar ao cargo, pois o salário de mais de R$ 20.000,00 recebidos no cargo também correspondiam a um pequeno percentual de seus ganhos como cantor, e não eram suficientes para pagar suas contas.

Advogados, jogadores de futebol, administradores de empresa, engenheiros, arquitetos, jornalistas, psicólogos, artistas, etc., enfim uma gama de profissionais no país chegam a ter salários altíssimos. Porque profissionais ligados à Marinha Mercante não podem?

Além disso, como a própria reportagem da Press Guide demonstra, a relação entre praticagem e armadores é entre pessoas jurídicas. São duas empresas que negociam seus preços.  E como qualquer estudante mediano de administração sabe, o preço dado a um serviço ou mercadoria é estipulado de acordo com o que se está disposto a pagar.

Também temos que entender que aqui o Deus Mercado está regulando os preços. Porque o Deus Mercado deve ser soberano quando é de interesse dos armadores, mas não pode quando é contra os interesses dessas empresas?

Por fim a CNAP já está intervindo e preparando uma metodologia para elaboração de preços e custos da praticagem e deverá dar alivio e marco regulatório na praticagem brasielira.

Seria bom que os ataques parassem. Porque em outros setores da Marinha Mercante brasileira ataques desse tipo já estão fazendo seus estragos, com desemprego crescente e queda nas condições de trabalho dos profissionais a bordo.


Desemprego, baixos salários, más condições de trabalho e a consequente miséria que advém disso, são condições que qualquer Estado Nacional de Direito, sério e competente vai evitar a seus cidadãos, ainda mais se tal Estado se diz socialista e progressista.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Cabotagem com potencial

Sabemos que o transporte marítimo é mais barato que qualquer outro tipo de transporte, principalmente em grandes distâncias como as que encontramos no Brasil. Também sabemos que em nosso país os meios de transporte mais baratos e eficientes vem, ano após ano, sendo preteridos em prol do caminhão, que é de todos o mais caro, o que mais poluí e o que mais problemas causa no sistema de transportes brasileiro.

Sendo assim não é nenhuma surpresa sabermos do potencial da cabotagem em nossa costa, mas o Blog dos Mercantes vai um pouco além, e indica que o potencial aquaviário do país é muito superior aos 2,7 milhões de contêineres sugeridos na reportagem da Folha de São Paulo.

Com uma boa malha hidroviária, conjugada com a cabotagem, o Blog dos Mercantes afirma sem medo de errar que o potencial facilmente pode ser estimado em uns 5 milhões de contêineres ao ano, isso sem contar com milhões de toneladas de grãos, minérios, e pessoas, na exploração do turismo em nossos rios lagos, e litoral.

Quando vamos dar mais atenção ao sistema de transporte, de forma a criar uma verdadeira malha multimodal, baseada principalmente no transporte aquaviário, como uma nação realmente desenvolvida faz?



Cabotagem no Brasil tem potencial para transportar 2,7 milhões de contêineres

Por Mariana Barbosa de São Paulo

O transporte de mercadoria via navegação costeira, a chamada cabotagem, movimentou 415 mil contêineres no Brasil no ano passado, equivalente a 0,6% do total transportado por caminhões (72 milhões de contêineres).

Os navios trazem televisores e motos da Zona Franca de Manaus e sobem do Sudeste para o Norte e Nordeste levando bens de consumo e produtos alimentícios, principalmente refrigerados.

Segundo Roberto Rodrigues, diretor presidente da Mercosul Line, operadora de cabotagem do grupo dinamarquês Maersk, o mercado brasileiro de cabotagem tem potencial para ser 6,5 vezes maior do que é hoje, contribuindo para reduzir o movimento de caminhões nas estradas.

Transportar mercadorias por cabotagem custa de 20% a 25% menos do que no transporte rodoviário, mas o tempo de viagem maior -são 15 dias, 3 a 4 a mais do que no caminhão- o torna menos atraente para algumas indústrias. O modal também é afetado pela burocracia e outros gargalos do porto de Santos. Em época de escoamento de safra agrícola, o desembaraço no porto pode elevar o tempo da viagem em mais um ou dois dias.

"Também lidamos com excesso de burocracia. Cada vez que os navios de cabotagem (navegação entre portos marítimos de um mesmo país) atracam em um porto, eles preenchem os mesmos papéis novamente, como se estivessem navegando por águas internacionais", diz Rodrigues.

Um estudo sobre os gargalos logísticos divulgado pela Maersk mostra que se 2,7 milhões de contêineres fossem transportados via cabotagem, ao invés de utilizarem caminhões, o país economizaria US$ 125 milhões em custo de manutenção das estradas e evitaria 36 mil acidentes.

Apostando no potencial do mercado brasileiro de cabotagem, o grupo Maersk desenvolveu navios especialmente desenhados para atracar nas águas rasas do país, o Sammax. A Mercosul Line opera três desses navios, que têm capacidade para 8.600 contêineres cada.


A Mercosul Line é uma das quatro empresas exploram o serviço hoje no Brasil. As demais são Aliança, Log-In, Maestra.

GARGALO

Estudo da Maersk mostra que o grande problema da infraestrutura logística no país não está mais na capacidade dos portos, que receberam muitos investimentos em novos terminais, mas na burocracia aduaneira e no acesso rodoviário aos mesmos.

"A burocracia está estrangulando os portos no Brasil. No mundo inteiro, as mercadorias que chegam aos portos são liberadas em poucos dias. Em Santos, são 21 dias", diz o diretor da Maersk Line Brasil, Peter Gyde.

Desde 2003, o tráfego de contêineres nos portos brasileiros praticamente dobrou de tamanho, de 4,16 milhões para 8 milhões. E o tempo de espera desde a chegada dos navios até a atracação para a movimentação de carga subiu de 6 horas em 2003 para 16 horas no ano passado. Neste mês, a conta já está em 72 horas.

O executivo diz que o grupo Maersk, um dos maiores do mundo do setor, com negócios também na área de petróleo e receita de US$ 60 bilhões, pensa em realizar novos investimentos em portos no país, mas que a grande urgência hoje é resolver o problema de acesso.

"Os portos são modernos. Mas precisamos integrar modais e tirar os caminhões das ruas. Menos caminhões é bom para o consumidor pois torna o transporte mais eficiente em termos de custos e também é melhor para o meio ambiente."

Para Gyde, a sociedade brasileira precisa se engajar no debate da infraestrutura pois ao final, quem perde é o consumidor, que paga mais pelas mercadorias.


"O governo prometeu investir R$ 160 bilhões em infraestrutura. É preciso começar a gastar.".