sábado, 31 de maio de 2014

AC/DC - Highway to Hell

A banda de Heavy Metal australiana AC/DC foi formada no início dos anos 70 da década passada, e é uma das mais antigas em atividade no planeta. Nesse período angariou milhões de cópias vendidas e de fãs apaixonados pelo som metálico e, na década de 70, altamente revolucionário.

Outra coisa que os australianos também colecionaram foi sucessos. Back in Black; Hells Bells; You Shook Me All Night Long; TNT; Let There Be Rock; Iron Man; entre outros.

E toda essa trajetória rendeu também reconhecimento a esses precursores do Rock'n Roll moderno, e em 2003 eles entraram para o Rock'n Roll Hall of Fame, fazendo justiça a um dos melhores grupos de Rock de todos os tempos.

Os hoje sessentões do AC/DC também estão aí para mostrar que Rock não tem idade.

Highway to Hell é música do sexto álbum de estúdio da banda, e deu nome ao álbum. Também é um de seus maiores sucessos.




sexta-feira, 30 de maio de 2014

Blog dos Mercantes e a boa notícia na navegação?

Vimos há algum tempo colocando na mesa a mudança de rumo da Petrobrás quanto a sua frota mercante. Hoje descobrimos que, ainda este ano, a estatal brasileira estará lançando mais 3 embarcações. Ai está uma boa notícia não é mesmo?

O problema é que são apenas barcaças, não são projetos novos e não gerarão grande quantidade de empregos diretos de suas operações, principalmente para aquaviário e trabalhadores diretos do transporte.

Precisamos de novos projetos, da conclusão do Promef e da volta de uma política da gigante de petróleo brasileira, que privilegie a mão de obra nacional, a produção nacional, e o aumento e melhoria da frota da empresa, tanto do transporte de petróleo e seus derivados, quanto na produção e apoio à produção de petróleo em nossa zona de exploração econômica exclusiva.



Mais três navios em 2014


A Transpetro, subsidiária da Petrobras que atua na área de transporte e logística de combustível, lançará mais três navios do tipo barcaça – de fundo chato, para transportar grandes quantidades de cargas e que pode ser puxado por rebocador – ainda neste ano. Dessa forma, a empresa quer completar o número de dez embarcações entregues em 2014, segundo informou o presidente da subsidiária, o cearense Sérgio Machado, que embarcou de volta ao Rio de Janeiro após passar o fim de semana na Capital cearense.

JOSÉ MARIA MELO


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Blog dos Mercantes e os problemas dos navios de Cruzeiros

Por trás do luxo, problemas (Foto: reprodução internet)

Os problemas abaixo vêm sendo denunciados no Blog dos Mercantes há alguns anos. Nesse período o Sindmar também passou a se mobilizar de forma mais intensa, para que os navios de cruzeiro deixem de atuar no hiato legal que existe na legislação brasileira.

Na verdade esse hiato foi intencionalmente criado, pois que existe toda uma legislação que regula as atividades a bordo de navios, mas no Brasil o legislador resolveu que navios de cruzeiro não são navios. O Blog dos Mercantes gostaria de saber o que são então?

Mas ao menos já existe um movimento sensível no sentido de se corrigir esse lamentável equívoco criado no Brasil, e que levará fatalmente à regulamentação específica para a atividade.

Gostaríamos de lembrar que o que cria miséria não é a regulamentação, mas exatamente o oposto dela, ou seja, sua falta, pois isso propicia o desequilíbrio econômico-social, fazendo com que o poder econômico seja beneficiado, nessa briga de forças desiguais. É só observarem que, em todos os períodos de grande concentração de capital, houve um período de desregulamentação antes.

Então que a regulamentação aconteça, e logo, mas de forma clara e abrangente. Pois ela não irá impedir problemas, mas com certeza irá minimizá-los, as autoridades terão como fiscalizar as embarcações de forma mais eficiente, coibir problemas e ajustá-los.

Porque não somos contra os investimentos privados e o lucro, nem contra empresas estrangeiras, que é o caso das armadoras dos navios de cruzeiro que operam no Brasil, mas ainda que esses sejam os objetivos das empresas e seus acionistas, isso não pode ser conseguido à custa de condições inadequadas de clientes e trabalhadores.


Cruzeiros

Por Sergio Barreto Motta

Passageiro do navio “Costa Fascinosa”, o brasileiro Odair Marcos Faria desapareceu no último dia 11 de março, quando o navio estava no Rio da Prata, em direção a Buenos Aires. Seu corpo apareceu flutuando próximo à capital argentina. A mulher de Odair, Maria Cristina, procurou o marido a bordo, deu parte a delegacia em Buenos Aires e em seguida avisou ao consulado.

No fim do ano passado, o paranaense Sergio da Silva Oliveira denunciou ao ministério público que, em viagem de Portugal ao Brasil, viu e filmou que a tripulação do “MSC Magnífica” atirava lixo ao mar, inclusive nas proximidades de Fernando de Noronha. Ele a sua mulher disseram que, além de lixo orgânico, o mar parecia receber também garrafas, devido ao barulho de vidro nas embalagens atiradas pela tripulação. Disse o passageiro ao SBT: “ O lixo foi arremessado durante quatro dias, entre a Ilha da Madeira, ainda na costa portuguesa e o arquipélago brasileiro de Fernando de Noronha. O descarte era feito sempre durante a madrugada, por uma janela do quarto andar do navio, enquanto ele fez as imagens do 10º andar.

A falta de uma adequada regulamentação para a atividade tem sido a principal causa dos repetidos incidentes e acidentes, incluindo mortes, com os navios de cruzeiros na costa brasileira. O alerta é do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar), que vem monitorando essas ocorrências e trabalhando para que o Congresso aprove um Projeto de Lei (449/2012) regulamentando a operação dessas embarcações no Brasil.

Somente em 2013 houve três casos de morte a bordo e um registro de estupro. Para o Sindmar, um dos principais problemas é que as companhias que exploram os cruzeiros marítimos, todas estrangeiras, recrutam tripulantes de baixa qualificação, que se submetem a jornadas de trabalho excessivas, sem o devido treinamento para atender os passageiros, sobretudo em casos de emergência.

Hoje, por uma omissão da Lei 9.432 de 1997, que disciplina a navegação no Brasil, os cruzeiros atuam num hiato legal, livres de regulação específica. Isso significa que suas rotas em águas brasileiras não são submetidas ou pré-aprovadas por nenhum órgão do governo. O Sindmar lembra que tem havido registros de desrespeito tanto às normas de navegação e meio ambiente quanto a medidas sanitárias. Outro problema apontado pelo Sindmar é de ordem econômica: a concorrência desleal que os navios de cruzeiros representam para a rede hoteleira e o comércio local, bem como a fuga de divisas, uma vez que não recolhem tributos.


Em 2012, a tripulante Fabiana Pasquarelli do navio MSC Armonia, morreu após ser internada em estado grave, com tosse e febre. Na embarcação em que estava, mais cinco tripulantes também foram internados. Nessa mesma temporada, 86 pessoas passaram mal, por intoxicação alimentar, no transatlântico holandês MS Veendam. Em 2013, o tripulante Sauzi Bin Sahid, da Indonésia, morreu no cruzeiro Costa Serena durante viagem de Buenos Aires, na Argentina, para o Brasil. A suspeita é de que Sahid tenha caído quando fazia a manutenção do navio. Em março de 2013, a tripulante ucraniana K.S. foi estuprada no MS Regatta, da empresa Oceania Cruises, durante passagem do navio por Salvador. O caso foi registrado numa delegacia da capital baiana. Casos de negligência e imperícia da tripulação também têm sido registrados no exterior. No mais conhecido deles, o navio Costa Concórdia colidiu com uma pedra submersa, após manobra arriscada de seu comandante, e naufragou na costa italiana, matando 32 pessoas. De acordo com o Sindmar, no Brasil é comum os transatlânticos passarem muito próximos ao litoral, desrespeitando normas de segurança da navegação, e também lançar dejetos em baías e enseadas, poluindo o litoral de balneários como Búzios e Angra dos Reis. Em resumo: os cruzeiros devem continuar a atuar no mundo e no Brasil, mas, por aqui, precisam cumprir normas locais, como sinaliza projeto do Senador Paulo Paim (PT-RS).

terça-feira, 27 de maio de 2014

Blog dos Mercantes pergunta: melhoras?

Há algumas semanas, mais precisamente no dia 1º de maio, Dia do Trabalhador, a Presidente Dilma Roussef fez um discurso em rede nacional de rádio e TV, em que anunciou algumas medidas tomadas, que teriam por objetivo melhorar a vida da classe média e principalmente da população mais pobre. Entre essas medidas estão o aumento de 10% nos valores pagos no bolsa-família, e de 4,5% de reajuste na tabela do Imposto de Renda. Também defendeu a Petrobras e outras medidas, que foram anunciadas durante as manifestações do ano passado.

O primeiro ponto que trataremos é o aumento para o bolsa-família. Já dissemos que não somos contra o programa, mas ele deve ser acompanhado de outras providências, como a melhora da saúde pública e, principalmente, na qualidade e nos níveis educacionais do país. Só isso proporcionará a esses cidadãos, hoje atendidos precariamente com o programa bolsa-família, o ingresso no mercado de trabalho em condições efetivas de competir por melhores condições de vida.

A correção no Imposto de Renda é um avanço, sem dúvidas. Se pensarmos que tivemos 8 anos de governo do PSDB, em que o arrocho foi muito mais forte, não podemos deixar de admitir o avanço. Mas também não podemos deixar de indicar que tal aumento nem mesmo corrige a inflação do período – algo que vem ocorrendo todos os anos – o que a bem da verdade, aplicando-se as devidas correções, aumenta o imposto cobrado, assim como a gama de contribuintes incluída no pagamento do IR. Em outras palavras, seguimos tendo arrocho, embora menor.

O “pacto firmado”. A presidente declarou que parte do “pacto firmado” ano passado, por ocasião dos protestos que tomaram as ruas do país, já foi cumprido, e que podemos avançar mais. Bom, antes de tudo não houve “pacto firmado” ano passado. Esse pacto foi firmado quando os brasileiros foram às urnas e a elegeram para governar o país por 4 anos. Continua que, o volume de impostos cobrados no Brasil, é mais que suficiente para garantir serviços públicos com uma qualidade minimamente aceitável. Claro que mais e novos recursos serão bem vindos para áreas como educação, saúde, transporte e segurança, mas o principal é evitar o desperdício nos investimentos e combater a corrupção, e embora isso tenha melhorado, ainda aparece de forma muito tímida nos resultados.

E por último a questão Petrobras, que a Presidente defendeu veementemente. Concordamos com a Presidente, principalmente no que toca ao tamanho e sucesso da maior empresa brasileira, e podemos até dizer que o que ocorreu com a questão da compra da refinaria americana, e que foi o estopim da crise envolvendo a empresa, acontece frequentemente em empresas privadas. Mas gostaríamos de lembrar que empresas privadas, embora devam ter responsabilidade social, são PRIVADAS e, portanto, seus atos se refletem nelas mesmas, ainda que frequentemente sejam socorridas por governos. A crise de 2008 é ótimo exemplo disso.

Além disso, esperávamos que o governo desse uma cara mais transparente à empresa, evitando ações como essa que levaram ao estopim da crise, tendo uma linha de gerenciamento mais nacionalista, e apresentando mais responsabilidade quanto ao desenvolvimento do país como um todo, e não apenas nas planilhas da própria empresa.

E dizemos isso baseado em fatos, como o abandono dos planos de construção e renovação da frota, e a volta da política de afretamentos de navios, que de uma só tacada consegue por em risco os bilhões investidos na renovação e expansão de nossa indústria naval, e ainda anualmente exporta bilhões em dólares no aluguel de navios estrangeiros, beneficiando empresas sediadas no exterior, diminuindo o patrimônio da Petrobrás e ainda afetando negativamente os postos de empregos para milhares de trabalhadores brasileiros.

Também podemos apontar como retrocesso as políticas de migração de trabalhadores, cada vez mais voltadas a facilitar a entrada de trabalhadores estrangeiros, quando não vemos esse tipo de medida em nenhum outro lugar do mundo. Ao contrário, o que observamos é que algumas nações, notadamente as mais desenvolvidas, vêm apresentando cada vez mais empecilhos para a entrada de imigrantes, com o nítido objetivo de proteger seus trabalhadores.

E apenas para ressaltar, de forma alguma defendemos políticas xenofóbicas, ou fecharmos nossas portas ao resto do mundo, como já ocorreu, mas existe sim, necessidade de protegermos nossa mão de obra e nossas empresas. Porque por mais que a propaganda neoliberal diga que devemos flexibilizar as fronteiras (principalmente econômicas), a prática dos criadores dessa doutrina permanece bastante distante de suas teorias.

Os textos abaixo foram publicados em "O Globo"

Dilma anuncia aumento de 10% no Bolsa Família, correção da tabela do IR e reajuste real do salário mínimo

Dilma faz pronunciamento de 1º de maio na TV Reprodução
BRASÍLIA - Em meio a quedas sucessivas de popularidade e de pesquisas indicando a possibilidade de segundo turno nas eleições de outubro, a presidente Dilma Rousseff anunciou, nesta quarta-feira, em cadeia de rádio e televisão medidas para agradar a todos os setores da sociedade, especialmente os 36 milhões de beneficiários do Bolsa Família e a classe média. Dilma aumentou em 10% os valores do Bolsa Família, corrigiu a tabela do Imposto de Renda e prometeu manter o reajuste do salário mínimo acima da inflação. Em comemoração ao Dia do Trabalho, a presidente fez um discurso forte e de cunho eleitoral: disse que está ao lado do povo e defendeu a Petrobras.
— Além da ajuda do Congresso e do Judiciário, preciso do apoio de cada um de vocês, trabalhador e trabalhadora. Temos o principal: coragem e vontade política. E temos um lado: o lado do povo. E quem está ao lado do povo pode até perder algumas batalhas, mas sabe que no final colherá a vitória — disse a presidente, quando abordava a proposta de reforma política.

Dilma afirmou ter assinado uma medida provisória corrigindo a tabela do Imposto de Renda, “para favorecer aqueles que vivem da renda do seu trabalho”. Segundo ela, a medida “vai significar um importante ganho salarial indireto e mais dinheiro no bolso do trabalhador”. Também anunciou que baixou um decreto aumentando em 10% os valores do Bolsa Família, para garantir que os beneficiários do Brasil Sem Miséria “continuem acima da linha da extrema pobreza definida pela ONU”.
O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência, Thomas Traumann, informou que o reajuste da tabela do Imposto de Renda será de 4,5%. A medida será publicada no “Diário Oficial” da próxima sexta-feira. A correção é a mesma que vem sendo feita nos últimos quatro anos, e está abaixo da inflação apurada no ano passado, que foi de 5,91% segundo o IPCA.
Salário mínimo terá aumento acima da inflação
O salário mínimo, disse a presidente, continuará sendo reajustado acima da inflação:
— Assumo o compromisso de continuar a política de valorização do salário-mínimo, que tantos benefícios vem trazendo para milhões de trabalhadores e trabalhadoras. A valorização do salário-mínimo tem sido um instrumento efetivo para a diminuição da desigualdade e para o resgate da grande dívida social que ainda temos com os nossos trabalhadores mais pobres. Algumas pessoas reclamam que o nosso salário-mínimo tem crescido mais do que devia. Para eles, um salário-mínimo melhor não significa mais bem-estar para o trabalhador e sua família, dizem que a valorização do salário-mínimo é um erro do governo e, por isso, defendem a adoção de medidas duras, sempre contra os trabalhadores.

 
RIO - A presidente Dilma Rousseff anunciou, em discurso de comemoração ao Dia do Trabalhador, aumento de 10% no Bolsa Família, correção da tabela do IR e reajuste real do salário mínimo.
Confira a íntegra do discurso:
“Trabalhadores e trabalhadoras, neste 1º de maio, quero reafirmar, antes de tudo, que é com vocês e para vocês que estamos mudando o Brasil. Vocês que estão nas fábricas, nos campos, nas lojas e nos escritórios sabem bem que estamos vencendo a luta mais difícil e mais importante: a luta do emprego e do salário. Não tenho dúvida, um país que consegue vencer a luta do emprego e do salário nos dias difíceis que a economia internacional atravessa, esse país é capaz de vencer muitos outros desafios.
É com esse sentimento que garanto a vocês que temos força para continuar na luta pelas reformas mais profundas que a sociedade brasileira tanto precisa e tanto reclama: nas reformas para aperfeiçoar a política, para combater a corrupção, para aumentar a transparência, para fortalecer a economia e para melhorar a qualidade dos serviços públicos.
Nosso governo tem o signo da mudança e, junto com vocês, vamos continuar fazendo todas as mudanças que forem necessárias para melhorar a vida dos brasileiros, especialmente dos mais pobres e da classe média.
Continuar com as mudanças significa também continuar lutando contra todo tipo de dificuldades e incompreensões, porque mudar não é fácil, e um governo de mudança encontra todo tipo de adversários, que querem manter seus privilégios e as injustiças do passado, mas nós não nos intimidamos.
Se hoje encontramos um obstáculo, recomeçamos mais fortes amanhã, porque para mim as dificuldades são fonte de energia e não de desânimo. Se nem tudo ocorre no tempo previsto e desejado, isso é motivo para acumular mais forças, para seguir adiante e, em seguida, mudar mais rápido. É assim que se vence as dificuldades, é assim que se vai em frente.
Minhas amigas e meus amigos, acabo de assinar uma medida provisória corrigindo a tabela do Imposto de Renda, como estamos fazendo nos últimos anos, para favorecer aqueles que vivem da renda do seu trabalho. Isso vai significar um importante ganho salarial indireto e mais dinheiro no bolso do trabalhador.
Assinei também um decreto que atualiza em 10% os valores do Bolsa Família recebidos por 36 milhões de brasileiros beneficiários do programa Brasil sem Miséria, assegurando que todos continuem acima da linha da extrema pobreza definida pela ONU.
Anuncio ainda que assumo o compromisso de continuar a política de valorização do salário-mínimo, que tantos benefícios vem trazendo para milhões de trabalhadores e trabalhadoras. A valorização do salário-mínimo tem sido um instrumento efetivo para a diminuição da desigualdade e para o resgate da grande dívida social que ainda temos com os nossos trabalhadores mais pobres.
Algumas pessoas reclamam que o nosso salário-mínimo tem crescido mais do que devia. Para eles, um salário-mínimo melhor não significa mais bem-estar para o trabalhador e sua família, dizem que a valorização do salário-mínimo é um erro do governo e, por isso, defendem a adoção de medidas duras, sempre contra os trabalhadores.
Nosso governo nunca será o governo do arrocho salarial, nem o governo da mão dura contra o trabalhador. Nosso governo será sempre o governo da defesa dos direitos e das conquistas trabalhistas, um governo que dialoga com os sindicatos e com os movimentos sociais e encontra caminhos para melhorar a vida dos que vivem do suor do seu trabalho.
Trabalhadoras e trabalhadores, Meu governo também será sempre o governo do crescimento com estabilidade, do controle rigoroso da inflação e da administração correta das contas públicas. Nos últimos anos, o Brasil provou que é possível e necessário manter a estabilidade e, ao mesmo tempo, garantir o salário e o emprego.
Em alguns períodos do ano, sei que tem ocorrido aumentos localizados de preço, em especial dos alimentos. E esses aumentos causam incômodo às famílias, mas são temporários e, na maioria das vezes, motivados por fatores climáticos. Posso garantir a vocês que a inflação continuará rigorosamente sob controle, mas não podemos aceitar o uso político da inflação por aqueles que defendem "o quanto pior, melhor".
Temos credibilidade política para dizer isso. Nos últimos 11 anos, tivemos o mais longo período de inflação baixa da história brasileira. Também o período histórico em que mais cresceu o emprego e em que o salário mais se valorizou. Nesse período, o salário do trabalhador cresceu 70% acima da inflação, geramos mais de 20 milhões de novos empregos com carteira assinada, sendo que 4,8 milhões no atual governo. Nesse mesmo período também conseguimos a maior distribuição de renda da história do Brasil.
Trabalhadoras e trabalhadores, é com seriedade e firmeza que quero voltar a falar das reformas que iniciamos e vamos continuar lutando para ampliá-las em favor do Brasil.
Quero garantir a você, trabalhadora, e a você, trabalhador, que nossa luta pelas mudanças continua, nada vai nos imobilizar. A tarifa de luz, por exemplo, teve a maior redução da história. A seca baixou o nível dos reservatórios e tivemos de acionar as termoelétricas, o que aumentou muito as despesas. Imaginem se nós não tivéssemos baixado as tarifas de energia em 2013. Os investimentos que fizemos em geração e transmissão de energia permitem hoje ao Brasil superar as dificuldades momentâneas, mantendo a política de tarifas baixas.
Neste 1º de Maio, Dia do Trabalhador, dia de quem vive honestamente do suor do seu trabalho, quero reafirmar o compromisso do meu governo no combate incessante e implacável à corrupção. Novos casos têm sido revelados por meio do trabalho da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, órgãos do governo federal.
Sei que a exposição desses fatos causa indignação e revolta a todos, seja a sociedade, seja o governo, mas isso não vai nos inibir de apurar mais, denunciar mais e mostrar tudo à sociedade, e lutar para que todos os culpados sejam punidos com rigor. O que envergonha um país não é apurar, investigar e mostrar. O que pode envergonhar um país é não combater a corrupção, é varrer tudo para baixo do tapete. O Brasil já passou por isso no passado e os brasileiros não aceitam mais a hipocrisia, a covardia ou a conivência.
É com essa franqueza que quero falar da Petrobras. A Petrobras é a maior e mais bem-sucedida empresa brasileira. É um símbolo de luta e afirmação do nosso país. É um dos mais importantes patrimônios do nosso povo. Por isso a Petrobras jamais vai se confundir com atos de corrupção ou ação indevida de qualquer pessoa. O que tiver de ser apurado deve e vai ser apurado com o máximo rigor, mas não podemos permitir, como brasileiros que amam e defendem seu país, que se utilize de problemas, mesmo que graves, para tentar destruir a imagem da nossa maior
empresa. Repito aqui o que disse há poucos dias em Pernambuco: não transigirei, de nenhuma maneira, em combater qualquer tipo de malfeito ou atos de corrupção, sejam eles cometidos por quem quer que seja. Mas igualmente não vou ouvir calada a campanha negativa dos que, para tirar proveito político, não hesitam em ferir a imagem dessa empresa que o trabalhador brasileiro construiu com tanta luta, suor e lágrimas.
Trabalhadores e trabalhadoras, vocês lembram dos pactos que nós firmamos, após as manifestações de junho. Eles já produziram muitos resultados. Precisamos ampliá-los muito mais. O pacto pela educação, por exemplo, gerou a lei que permitirá que a maior parte dos royalties e dos recursos do pré-sal seja aplicada na educação. Isso vai melhorar o salário dos professores e revolucionar a qualidade do nosso ensino.
O pacto pela saúde viabilizou o Mais Médicos, e em apenas seis meses já colocamos mais de 14 mil médicos em 3.866 municípios. E o que é mais importante: esses números significam a cobertura de atenção médica para 49 milhões de brasileiros.
O pacto pela mobilidade urbana está investindo R$ 143 bilhões, o que permite a implantação de metrôs, veículos leves sobre trilhos, monotrilhos, BRTs, corredores de ônibus e trens urbanos. Com isso, estamos melhorando o sistema viário e o transporte coletivo público nas cidades brasileiras.
Além de acelerar as ações desses pactos é preciso agora, sobretudo, tornar realidade o pacto da reforma política. Sem uma reforma política profunda, que modifique as práticas políticas no nosso país, não teremos condições de construir a sociedade do futuro que todos almejamos. Estou fazendo e farei tudo que estiver ao meu alcance para tornar isso uma realidade.
Foi assim que encaminhei ao Congresso Nacional uma proposta de consulta popular para que o povo brasileiro possa debater e participar ativamente da reforma política. Sempre estive convencida que sem a participação popular não teremos a reforma política que o Brasil exige. Por isso, além da ajuda do Congresso e do Judiciário, preciso do apoio de cada um de vocês, trabalhador e trabalhadora. Temos o principal: coragem e vontade política. E temos um lado: o lado do povo. E quem está ao lado do povo pode até perder algumas batalhas, mas sabe que no final colherá a vitória.
Viva o 1º de Maio! Viva a trabalhadora e o trabalhador brasileiros! Viva o Brasil”

sábado, 24 de maio de 2014

Blog dos Mercantes relembra: "Bete Balanço", Barão Vermelho

O Barão Vermelho se confunde com Cazuza. Ao menos no início das carreiras de ambos, quando Cazuza era o vocalista, compositor, tocava um violão e era o líder da banda. Em pouco tempo a estrela de Cazuza ultrapassou os limites da banda, e ele se lançou em bem sucedida carreira solo, e até hoje é comentado como um dos maiores poetas da Música Brasileira.

Mas o estrelato na carreira solo não exclui tudo que Cazuza e o Barão Vermelho fizeram juntos. Um desses trabalhos foi a trilha sonora do filme "Bete Balanço", de Lael Rodrigues e lançado em 1984. O filme foi estrelado por Débora Bloch, Diogo Vilela e Cazuza, e teve a trilha composta por esse último e gravada pelo Barão Vermelho.

A canção tema do filme alcançou muito sucesso, e é um dos marcos das carreiras de ambos, tanto o grupo, quanto Cazuza.

Bete Balanço é nossa música do final de semana.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Blog dos Mercantes se solidariza com famílias de vítimas de Bangladesh

Semana passada tivemos mais um naufrágio na Ásia. Até o dia 17 de maio já se contabilizavam 54 mortes, mas provavelmente o número deve ter aumentado, já que havia pessoas desaparecidas.

Além de mais uma vez nos solidarizarmos com as famílias das vítimas, clamamos por maior atenção a esse meio de transporte, que entendemos ser o de mais difícil fiscalização no mundo, mas é imprescindível que as autoridades passem a trata-lo com prioridade, pois segue sendo de importância fundamental para o transporte de cargas, pessoas e mesmo para o lazer.

No Séc. XXI já não deveríamos mais ter espaço para esse tipo de desastre.

Naufrágio de ferry em Bangladesh deixou 54 mortos
GAJARIA, Bangladesh, 17 Mai 2014 (AFP) - O número de mortos no naufrágio de um ferry na quinta-feira em Bangladesh chegou a 54, e acredita-se que ainda existam mais vítimas, anunciaram as autoridades neste sábado.

Dois barcos de salvamento marítimo conseguiram rebocar o ferry e levá-la à margem, facilitando o trabalho dos mergulhadores, que puderam explorar o interior da embarcação, de 30 metros de comprimento, três dias após o naufrágio.

"Concluímos nossos trabalhos de busca dentro do barco. Os mergulhadores do exército rastrearam cada canto" da embarcação, declarou à AFP o chefe da autoridade de transporte fluvial de Bangladesh, Shamsuddoha Khandaker.

"O número de mortos é de 54 e 12 pessoas permanecem desaparecidas", disse à AFP o chefe da polícia local, Zakir Hosain.

"Vistoriamos o interior da embarcação, e cada vez há menos chances de que sejam encontrados cadáveres ali dentro", declarou um alto funcionário local, Saiful Hasan.

O acidente ocorreu no rio Meghna, no distrito de Munshiganj, 50 km ao sul de Daca, a capital.

Saiful Hasan declarou que seguirão buscando cadáveres no Meghna, um dos rios mais largos do mundo, onde alguns cadáveres podem ter sido arrastados pela corrente.

O número exato de passageiros a bordo é desconhecido, mas as autoridades acreditam que havia entre 150 e 200 pessoas. Cerca de 40 conseguiram se salvar nadando.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Trabalho forçado movimenta bilhões ao ano

Reproduzimos abaixo a matéria veiculada pela OIT, no último dia 19 de maio, sobre trabalhos forçados. Se alguém acha que essa situação humilhante ainda existe simplesmente porque alguém é mauzinho, então leiam a matéria e vejam o verdadeiro motivo para tal.

Se alguém quer se aprofundar um pouco mais pelo assunto, basta acessar o relatório completo em inglês, ou seus resumos, disponibilizados em inglês e espanhol, nos links que estão no final da matéria na página da OIT.

E só para deixar bem claro, o que a OIT e vários governos, chamam atualmente e de forma “politicamente correta” de “trabalho forçado”, na verdade não passa daquilo que historicamente conhecemos como “escravidão”.

E lembrando que a Marinha Mercante é muito suscetível a esse tipo de situação, devido as condições peculiares às quais os trabalhadores ficam sujeitos.

Para ter acesso à matéria na página da OIT, clique aqui.

Trabalho forçado gera 150 bilhões de dólares de lucro anualmente

GENEBRA (Notícias da OIT) – O trabalho forçado na economia privada gera lucros anuais ilegais de 150 bilhões de dólares, aproximadamente mais de três vezes a cifra estimada anteriormente, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).



O relatório da OIT, “Profits and Poverty: The Economics of Forced Labour” (Lucros e Pobreza: Aspectos Econômicos do Trabalho Forçado), assinala que dois terços do total estimado de 150 bilhões de dólares, ou seja, 99 bilhões, originam-se da exploração sexual comercial, enquanto 51 bilhões são resultantes da exploração com fins econômicos, que abarcam o trabalho doméstico, a agricultura e outras atividades econômicas.

“Este novo relatório leva nosso conhecimento sobre tráfico de pessoas, trabalho forçado e escravidão moderna a um nível superior”, declarou o Diretor Geral da OIT, Guy Ryder. “O trabalho forçado é nocivo para as empresas e para o desenvolvimento, mas sobretudo para suas vítimas. Este relatório imprime um novo caráter de urgência aos nossos esforços para erradicar o quanto antes esta prática altamente rentável, mas fundamentalmente nefasta”.

As novas cifras se baseiam nos dados da OIT publicados em 2012, que estimavam o número de pessoas vítimas do trabalho forçado, de tráfico e da escravidão moderna em 21 milhões.

É importante destacar que as novas estimativas indicam que mais da metade das vítimas de trabalho forçado são mulheres e meninas, principalmente na exploração sexual comercial e trabalho doméstico, enquanto os homens e meninos são, sobretudo, vítimas de exploração econômica, na agricultura e mineração.

A distribuição dos lucros gerados pela exploração forçada com fins econômicos é a seguinte:

34 bilhões de dólares na construção civil, indústria, mineração e serviços.
9 bilhões de dólares na agricultura, incluindo silvicultura e pesca.
8 bilhões de dólares economizados em residências privadas que ou não pagam ou pagam menos que o devido aos trabalhadores domésticos submetidos ao trabalho forçado.

O relatório identifica as crises de renda e a pobreza como os principais fatores econômicos que levam os indivíduos ao trabalho forçado. Outros fatores de risco e de vulnerabilidade compreendem a falta de educação formal, o analfabetismo, o gênero e as migrações.

“Ao tempo que se registram progressos na redução do trabalho forçado imposto pelo Estado, devemos dirigir agora nossa atenção sobre os fatores socioeconômicos que deixam as pessoas vulneráveis ao trabalho forçado no setor privado”, ressaltou Beate Andrees, Diretora do Programa Especial de Ação para Combater o Trabalho Forçado da OIT.

Andrees instou a adotar uma série de medidas dirigidas a redução da vulnerabilidade ao trabalho forçado, que incluem:

Reforçar os pisos de proteção social a fim de evitar que os lares pobres contraiam empréstimos abusivos no caso de uma perda imprevista de renda;
Investir na educação e na formação profissional para incrementar as oportunidades de emprego dos trabalhadores vulneráveis;
Promover um enfoque da migração baseado nos direitos a fim de prevenir o trabalho clandestino e os abusos contra os trabalhadores migrantes;
Apoiar a organização dos trabalhadores, inclusive nos setores e indústrias vulneráveis ao trabalho forçado.

“Se queremos produzir uma mudança significativa nas vidas dos 21 milhões de homens, mulheres e crianças vítimas do trabalho forçado, devemos adotar medidas concretas e imediatas”, declarou o Diretor Geral da OIT. “Isto significa colaborar com os governos para reforçar a legislação, as políticas e sua aplicação; com os empregadores para fortalecer a ação necessária contra o trabalho forçado, inclusive em suas cadeias produtivas; e com os sindicatos para que representem e capacitem as pessoas em situação de risco”.

sábado, 17 de maio de 2014

Blog dos Mercantes indica: "Nothing Else Matters", Metallica

O "Metallica" já andou por nosso Blog, mas como tem muitas e grandes músicas, resolvemos trazer novamente a banda para alegrar nosso final de semana. A música de hoje foi lançada em 1992, e é parte do quinto álbum do grupo, que leva o mesmo nome: "Metallica".

Nothing Else Matters acabou por se tornar o maior sucesso da banda, e já foi regravada mais de 40 vezes nos últimos anos.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Blog dos Mercantes quer saber

Se sabe que o transporte por via aquática é muito mais barato, mais seguro, menos poluente, etc., etc., etc., porque não investe mais e melhor no setor? Há muitos anos já poderíamos estar aproveitando as benesses dessa e de outras hidrovias, além da navegação de Cabotagem e até de Longo Curso, que apresentam os mesmos bons resultados.

Vamos investir mais em navegação, o futuro do transporte no Brasil passa por nossas águas e portos, tanto internamente quanto para a exportação.


Potencial da hidrovia do rio Madeira é reconhecido por Dilma

Porto Velho, Rondônia - A presidente Dilma Rousseff, que sobrevoou no último fim de semana regiões alagadas de Rondônia e Acre, admitiu, em entrevista coletiva para jornalistas em Porto Velho, o potencial econômico da Hidrovia do Madeira. "O Madeira é um problema hoje, mas é uma solução total para o Brasil. É por esse rio que a gente sabe que tem o melhor transporte, melhor que estrada e ferrovia".

A assertiva da presidente encontra eco no Plano Hidroviário Estratégico, realizado pelo Ministério dos Transportes (MT). O estudo aponta que o Transporte fluvial em comparação com o transporte rodoviário apresenta vantagens como sustentabilidade (menor impacto na flora e fauna, emissões de CO²), economia e segurança.

Mesmo assim, muitos rios navegáveis ainda não são usados em larga escala de forma a serem consagrados como alternativas viáveis para o escoamento de cargas, contribuindo para a redução do custo-Brasil.

Hoje, os modais de transporte de carga do país estão distribuídos da seguinte forma: 52% rodoviário, 30% ferroviário, 8% navegação de cabotagem, 5% navegação interior e os 5% dutoviário, conforme o Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT), desenvolvido pelo MT.

Levando em consideração o congestionamento nos acessos rodoviários aos portos de Santos e Paranaguá, devido aos gargalos associados à logística e problemas de capacidade dos portos, o MT tem como meta o aumento da participação do modo aquaviário na matriz de transportes, dos atuais 13% para 29%, até 2031.

Segundo previsões da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) a produção do Mato Grosso (soja, farelo de soja e milho) para o mercado externo está prevista para crescer 67% nos próximos 17 anos.

Para dar suporte a esse crescimento, a medida mais viável é justamente investir na navegação fluvial mediante a melhoria das rotas existentes.
Hidrovia do Madeira - Neste contexto, a Hidrovia do Rio Madeira opera como a mais importante rota de transporte no Norte do País. Para se ter uma ideia, o custo para enviar uma tonelada por caminhão ao Sudeste é de R$ 333 - em média, R$ 80 a mais do que por Porto Velho.

Em 2013, foram transportadas cerca de 11 milhões de toneladas de carga pelas águas do Madeira. Um terço dessa movimentação teve origem e destino no Porto Organizado de Porto Velho que, ainda este ano, irá trabalhar com a importação de fertilizantes, que pode chegar a 300 mil toneladas/ano, e exportação de carne refrigerada, cerca de 100 mil toneladas que devem ser transportadas em 2014.

Ausência de investimentos - Ocorre que, mesmo com o reconhecimento da presidente Dilma Rousseff de que o Rio Madeira é a solução para o caos logístico do país e apesar de estar estrategicamente bem posicionado, há quase duas décadas o porto público estadual não recebe investimentos federais.

Embora seja um relevante eixo na exportação da produção de soja e milho do noroeste do Mato Grosso e Sul de Rondônia, assim como para o abastecimento de cargas gerais do mercado regional, a Hidrovia do Madeira também necessita de obras civis como dragagens e demolição de pedrais para permitir a navegação durante o período de seca. Além disso, também é necessário sinalizar a Hidrovia para garantir a segurança da navegação. Obras que dependem de recursos federais.

A Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia (Soph), que administra o Porto, já solicitou ajuda à Secretaria de Portos da Presidência da República, que assegurou, ainda em 2012, verba do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), através da Transferência Obrigatória de Recursos, no valor de R$ 21 milhões, mas até agora o repasse não foi liberado.


Só a movimentação de combustível responde por cinco milhões de litros diariamente. As operações com carga geral (produtos refrigerados, açúcar, hortifrutigranjeiros) aumentaram de três para, em média, sete balsas diariamente, o equivalente a 56 toneladas. Soma-se ainda 500 botijas de gás por semana.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Blog dos Mercantes traz a hidrovia do debate

O Blog dos Mercantes vem há tempos dizendo que o Brasil vem debatendo e prometendo muito, mas executando pouco. A reportagem abaixo, da revista Portos & Navios é um belo exemplo do que dizemos.

De início projetado para os anos 80 do séc. XX, as obras – poucas por sinal – para a ampliação de parte da hidrovia do Paraná-Paraguai, as obras vêm sendo proteladas por escaramuças judiciais, que impedem até mesmo os necessários e importantes estudos de impacto ambiental, que podem mitigar ou impedir destruições desnecessárias do meio-ambiente, mantendo a “saúde” do ecossistema local.

Mas o que realmente não dá para entender é a demora em se definir um padrão para os estudos. E enquanto isso o país permanece perdendo oportunidades e espaço para concorrentes globais. A quem interessa isso?


Hidrovia é discutida desde 1980, mas continua no papel

Por Laíse Lucatelli

Os planos de implantar uma hidrovia que começa na porção mato-grossense do Rio Paraguai, parte da Hidrovia Paraguai-Paraná, são discutidos desde a década de 1980 e ainda não saíram do papel.

O projeto prevê facilitar a navegação no trecho que começa em Cáceres (225 km a Oeste de Cuiabá), no Pantanal Norte, passando pelo Rio Paraná, até o a foz do Rio da Prata, no Uruguai. O tema é polêmico e divide opiniões.

Nos últimos 15 anos, o grande impeditivo das obras na hidrovia foram as brigas jurídicas. A pedido do Ministério Público Federal, a Justiça Federal impediu a realização de estudos e relatórios de impacto ambiental (EIA-Rima) fracionados ao longo do rio – o entendimento era que a hidrovia inteira, nos mais de 3,4 mil km que vão de Cáceres até o Uruguai, deveria ter um único estudo.

Na prática, isso impediu o avanço da obra. Em 2013, o Tribunal Regional Federal (TRF) liberou a realização do EIA-Rima da Estação de Transbordo de Carga (ETC) de Santo Antônio das Lendas, ou simplesmente Porto de Morrinhos, desvinculado dos 3,4 mil km de hidrovia.

O porto fica a 85 km de Cáceres, na margem esquerda do Rio Paraguai, e os estudos terão que ser feitos pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama).

Impacto econômico

O historiador Alfredo da Mota Menezes, que foi assessor de Relações Internacionais e responsável pela articulação em prol da hidrovia no Governo Dante de Oliveira (PSDB), em 1997, comemorou a recente autorização da Justiça para prosseguimento dos estudos.


“A discussão começou no Governo Carlos Bezerra (PMDB), na década de 1980, e no Governo Dante nós elaboramos os projetos e compramos a briga. A hidrovia passa por quatro países da América do Sul e é o transporte mais barato que existe. Não sei como não enxergam isso. Essa via do Rio Paraguai já é usada já séculos”, afirmou.

Para o presidente do Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Alexandre Schutze, os projetos da hidrovia apenas vão ampliar o que já existe.

“A navegação até Cáceres sempre existiu. Sapatos, roupas e comida vinham do mundo inteiro para o município pelo Rio Paraguai. E a hidrovia só não saiu do papel em Mato Grosso, pois em Mato Grosso do Sul ela opera que é uma beleza. Mais de 2 mil embarcações transportam commodities rio abaixo”, afirmou.

De acordo com Schutze, mais de 12 milhões de toneladas de commodities poderiam já estar sendo transportadas pelo porto de Morrinhos, e toda a produção de soja entre Tangará da Serra e Sapezal.

A importância econômica da hidrovia é, principalmente, em função da redução do valor do frete, que é mais barato do que por rodovias e ferrovias. “Esperamos que essa questão ambiental seja resolvida logo”, disse.

O engenheiro civil e consultor Adilson Reis, que já fez uma série de trabalhos de campo na hidrovia e no Porto de Morrinhos, afirmou que o projeto não prevê grandes intervenções no Rio Paraguai.

“Hidrovia é só o termo. O rio não vai mudar nada; ele já vem sendo aprofundado e dragado há 100 anos. O que queremos é construir os terminais portuários”, afirmou.

Ele informou que, atualmente, as embarcações de carga que navegam no Rio Paraguai podem ter até seis chatas de 1 metro de largura por 6 metros de comprimento, alinhadas duas a duas, mais o dimensionador na frente, puxando o comboio – o que corresponde a embarcações de 2 por 36 metros.

Impactos no rio

Na avaliação da geógrafa Célia Alves de Souza, que é professora na Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), o rio Paraguai não é adequado para receber uma hidrovia. “O rio tem uma área mais profunda e outra mais rasa.

Na estiagem, as grandes embarcações evitam a parte rasa e passam na parte mais profunda, próximo às margens, arrancando sedimentos e vegetação, e provocando o assoreamento, de modo que o leito do rio fica ainda mais raso”, disse.

A pesquisadora afirma que, para tornar o rio mais navegável no trecho que passa por Cáceres, será preciso aprofundar o leito em alguns pontos e retificar alguns trechos com curvas mais sinuosas e complicadas para as embarcações. “Isso vai aumentar a velocidade da água e alterar o curso do rio, pois a água vai se concentrar no canal principal e prejudicar os diversos canais secundários do Pantanal, como baías, corixos, vazantes e braços do rio”, alertou.

Célia, que pesquisa as mudanças no Rio Paraguai há 10 anos, disse, ainda, que o leito muda constantemente, de modo que o canal secundário pode se tornar principal e o principal se tornar secundário. “Como saber qual canal continuará sendo o principal? Essa é uma característica comum em rios de planície e, principalmente, no Paraguai”, afirmou a geógrafa.

Ela ressaltou, porém, que a forma atual de navegação, sem obras que alterem o leito do rio, não é tão prejudicial quanto a agricultura nas cabeceiras do Rio Paraguai, principalmente de soja, algodão e cana-de-açúcar. “O uso das cabeceiras para essas monoculturas são as principais responsáveis pelos impactos negativos no rio”, disse.

Ecossistema

Para o biólogo e doutor em ecologia Dionei José da Silva, também da Unemat, é importante realizar o EIA-Rima completo da hidrovia.

Dionei defendeu, também, que os impactos sejam analisados em conjunto com os outros empreendimentos que a hidrovia trará à região, como ferrovias, rodovias e armazenagem.

“Existem efeitos sinergísticos que podem ser potencializados juntos. Por outro lado, grupos de animais se movimentam, e o impacto que é alto numa região pode ser baixo se avaliado ao longo do rio, pois eles saem de uma região e migram para outra”, observou.


“O Pantanal é uma planície inundável e os animais são dependentes do fluxo de água. Alguns peixes dependem das lagoas na época de seca, bem como as aves. A inundação também fertiliza os solos onde nascem as gramíneas. A capivara depende da gramínea e a onça depende da capivara. Se um dos elos for rompido, pode causar um impacto em cadeia. Mas é preciso fazer os estudos, pois o impacto pode não ser tão grande. Hoje eu não tenho dados para dizer se a hidrovia é viável ou não”, concluiu.