quinta-feira, 30 de abril de 2015

Primeiro de Maio, dia de protestar

Ótimo texto de Ricardo Melo sobre o Primeiro de Maio e a situação dos trabalhadores no Brasil de hoje. Na verdade os ataques da ultradireita, que recomeçaram com força total no governo Collor, adentraram a década de 90 com os dois péssimos governos FHC, e são defendidos com unhas e dentes pela grande imprensa nacional, não acabaram com a eleição do PT na substituição aos neoliberais tucanos. Os ataques simplesmente trocaram de forma. Antes capitaneados pelo governo, hoje defendidos pela imprensa, e neste exato momento garantidos por um congresso vendido e oportunista (por isso defendo o Parlamentarismo, mas isso é outra história).

E como um congresso com essas características que colocamos acima, eles vêm descaradamente aprovando o projeto de terceirização, que ainda tramita por ele, mas que logo logo estará sendo encaminhada à Presidente Dilma para sanção. Já que não conseguem retirar seus direitos da CLT, criam nova Lei que substitui a anterior, e que fica a critério do patrão adotar ou não. Advinha o que eles vão escolher?

Cabe ao governo governar e recolocar o país nos trilhos do crescimento e do desenvolvimento, garantindo distribuição de renda e melhorando significativamente as condições de saúde, transporte, educação e segurança, que são serviços públicos e que até hoje seguem sendo precários para todos os brasileiros.

E cabe também ao governo, que se diz dos trabalhadores, defender conquistas trabalhistas históricas, como aquelas que se encontram na CLT.

Mas cabe sobretudo a você, trabalhador, defender seus direitos, e não aceitar que suas condições de vida sejam destruidas por gente que já garantiu alto padrão, e que não está nem aí para você.

Porque o que é exatamente isso que está acontecendo.

Participe do Primeiro de Maio, mostre sua indignação, proteste, dessa vez para garantir diretamente seus direitos conquistados pela luta dos que o precederam.

E clique aqui para assinar a petição contra o PL 4330. Diga em alto e bom som que você não aceita que se retirem os seus direitos.


O teste do 1° de Maio
27/04/2015  02h00

Mais opções

Faz muito tempo que o 1º de Maio, originalmente Dia dos Trabalhadores, vem sendo esvaziado de conteúdo. A começar do nome. Virou "Dia do Trabalho", como a celebrar uma unidade social fictícia, sobretudo em países como o Brasil.

A desidratação nem sempre deu certo, a depender da conjuntura. Nos últimos anos, porém, a coisa tem pendido mais para piqueniques e sorteios do que para manifestações reivindicativas. Não que estas tenham deixado de existir. A culpa é de um movimento sindical perigosamente adaptado a conveniências do poder e soluções palacianas.

Em 2015 a conversa pode ser outra. Os ataques a direitos trabalhistas encontram-se num ponto de fervura. Medidas como o projeto de lei da terceirização ameaçam conquistas históricas; o ajuste fiscal de Levy bate de frente com as necessidades de qualquer trabalhador –empregado ou desempregado.

Verdade que o PL 4330 passou em duas votações da Câmara. Mas foram instantes bem diferentes. No primeiro, massacre no placar –324 a 137. Já no segundo turno, a vantagem encolheu para míseros 27 votos.

Pesou nisso uma grita geral por parte de sindicatos, movimentos sociais e setores da cúpula da Justiça do Trabalho. Um dos veredictos mais contundentes veio de Patrícia Ramos, presidente da associação dos magistrados da área em SP. Para ela, o projeto cria "carcaças de empresas", em que o "empregado continuará com as mesmas obrigações; em contrapartida, seus direitos serão reduzidos". Simples assim.

Juntando as querelas entre Eduardo Cunha e Renan Calheiros, mais o bate-cabeça dos tucanos em torno de um impeachment nefelibata, o quadro mostra-se favorável a uma nova hibernação do projeto. Ilusório dispensar, contudo, o fator decisivo da pressão popular. A tramitação até agora provou a existência de vida fora do parlamento e seu "Cunha party".

O 1° de Maio será um teste importante. Alguns já escolheram o lado, entre eles Paulinho da Força. Entusiasta da terceirização, transformou a central que comanda em guichê secundário da Fiesp. Um papelão. Seu partido, o Solidariedade, é uma caricatura mesmo nas trapalhadas. Um de seus ex-deputados, Luiz Argôlo, acaba de dar sua contribuição ao vocabulário dos escândalos com a farra do Transbaião –desvio de dinheiro público para promover festas juninas.

É o caso de saber como ficará o PT nesta história toda. Enrolado com a Lava Jato e a aplicação de medidas econômicas impopulares, o governo Dilma dá sinais de que vai travar o projeto. Detalhe: só sinais por enquanto. Já os petistas têm ensaiado uma reação pela sobrevivência da legenda. Será didático observar como o partido resolverá a equação de, numa faixa defender direitos trabalhistas históricos e, na outra, um programa de arrocho econômico. O muro já tem dono faz tempo.

MÃOS QUE NÃO SE LAVAM

Não cabe dúvida: o PT tem pesadas contas a ajustar no escândalo da Petrobras, assim como multiplicam-se evidências de que muitas das práticas do partido exibem impressões digitais antigas. Em seu périplo de entrevistas, FHC acusa os petistas de achar que o Brasil nasceu com eles. Há que dar ao ex-presidente alguma razão: a manchete da Folha deste domingo e depoimentos da Lava Jato testemunham que certas coisas começaram muito antes, e deixaram penas pelo caminho.

terça-feira, 28 de abril de 2015

História não se repete

Entre os historiadores é conhecido o ditado de que história não se repete, e cada vez que vislumbro um novo fato que têm aspectos parecidos com fatos passados, mais me convenço da veracidade dessa máxima.

Nos últimos tempos - uns dois anos ao menos - vem crescendo a pressão pela derrubada do governo petista através de impeachment ou de, pasmem, uma "intervenção constitucional" dos militares, para que salvem o país do "perigo comunista" imposto pelo PT. Vamos combinar uma coisa, o PT é tão comunista quanto o Barack Obama, ou seja, passa longe de tal ideologia, embora seja inegável que existe um viés social nos 8 primeiros anos de administração petista. Nos últimos 4 anos esse viés social vem sendo prejudicado pela deteriorização da economia brasileira.

Mas essa queda nos índices econômicos são mais sensíveis para a população, que em verdade apenas deixaram de ver sua situação avançar, sem ter tido grandes perdas - algo que agora começa a ocorrer. As grandes empresas e as multinacionais passaram os últimos 12 anos "navegando em mar de almirante", alferindo altos lucros, tendo investimentos subsidiados, reservas de mercado garantidas, etc. As concessões - poucas - que fizeram aos trabalhadores no período, nem de longe afetaram todo esse ganho.

Dentro desse contexto as manifestações acabam entrando muito mais pelo viés da ideologia, do que da tecnicidade propriamente dita.

E Mário Magalhães expôs isso de forma muito clara no texto abaixo.

Relembrando sempre que fatos históricos não se repetem, por mais parecidos que possam ser. Portanto, não há, efetivamente, motivos ou condições para uma derrubada de Dilma Roussef, mas claro, a fraqueza política da presidente pode tornar seu segundo mandato uma mera formalidade, porque cada vez mais ela perde e fragmenta o poder presidencial entre partidos e políticos "aliados". Isso pode ser um tiro no pé em sua governabilidade.




Comício da Central e Marcha da Família: por que 2015 é diferente de 1964

Mário Magalhães



Tempo, tempo, tempo…

Duas manifestações anunciadas para os próximos dias estimulam a tentação de considerar excessivamente parecidos o cenário político atual e o de 51 anos atrás.
Trata-se de ilusão de ótica.
Os protestos convocados pela CUT e por movimentos sociais para a sexta-feira 13 de março equivaleriam ao Comício da Central do Brasil, promovido também numa sexta-feira 13, em março de 1964.
E os atos pró-impeachment de Dilma Rousseff, marcados para o domingo 15 de março, seriam a reedição das Marchas da Família com Deus pela Liberdade, que em março de 1964 clamaram pelo “fora, João Goulart” e em abril celebraram a deposição do presidente constitucional.
Comício da Central
Afora a data agourenta, a mobilização cutista nada ou pouco se assemelha ao Comício da Central.
Há meio século, a estrela da tarde-noite carioca, com público chutado de “dezenas de milhares” a “pelo menos 200 mil”, foi o presidente Jango. Na próxima sexta, os manifestantes defenderão a legalidade, mas da sua plataforma consta a oposição ao cerne do segundo mandato dilmista, que é o arrocho aplicado em larga escala. Por isso, talvez nem o ex-presidente Lula compareça.
Às vésperas do golpe, Goulart divulgou diante do prédio da estação ferroviária e do QG do Exército medidas francamente de esquerda, como o controle do aumento dos aluguéis e o início da reforma agrária, assim como propôs direito de voto aos analfabetos e liberdade de organização partidária.
Agora, a presidente da República toca uma administração cujo verniz esquerdista não ofusca a gestão semelhante à que seu adversário de segundo turno, Aécio Neves, afirmou que faria.
Em síntese: em comparação com o governo Dilma Reloaded, o latifundiário João Goulart figurava em março de 1964 como um revolucionário bolchevique.
Marcha da Família
A agitação pró-impeachment de 2015 não integra, ao menos por ora, os amplos segmentos que apearam o cavaleiro Jango do poder.
Em 1964, a Igreja foi protagonista na peroração golpista, em especial conclamando fiéis a aderirem às marchas cujas aglomerações juntaram centenas de milhares de pessoas. Hoje os católicos são menos influentes e as lideranças das religiões mais numerosas, incluindo a guiada pelo papa Francisco, estão distantes de aventuras como a bênção para a ruptura da Constituição.
No século 20, as marchas constituíram coro de vivandeiras, apelando às Forças Armadas pela intervenção. No 21, só grupelhos ultrarradicais pregam pelo golpe militar, e até em passeatas pelo impeachment são rechaçados. Sem contar que se desconhece entre a alta hierarquia militar propósito de ação antidemocrática e à margem da lei.
Existe, contudo, um indisfarçável parentesco entre hoje e ontem: a disposição de afastar governantes ungidos pelo voto, fulminando a soberania da decisão popular.
Jango havia sido eleito vice-presidente em 1960, chegou ao Planalto em 1961, depois da renúncia de Jânio Quadros, e em janeiro de 1963 um plebiscito restituiu-lhe poderes plenos, com o regresso do regime presidencialista.
Dilma foi reeleita pela maioria dos eleitores em outubro do ano passado.
Tanto as marchas de outrora quanto os atos contemporâneos a favor do impeachment desprezam a valor sagrado do sufrágio dos cidadãos. Noutras palavras, encarnam o golpismo.
Militar ou parlamentar, golpe de Estado é golpe de Estado.
Forças sociais
Se a classe média decidisse, sozinha, o destino do país, Dilma Rousseff nem seria presidente: teria perdido nas urnas, de lavada, para José Serra e Aécio Neves.
E o chavismo e o kirchnerismo já teriam ido desta para melhor _ou pior.
Para expulsar sem voto um presidente constitucional, é preciso mais do que gente bronzeada nas ruas.
Lá atrás, o mercado financeiro respaldou e financiou o golpe contra Jango. Por que os banqueiros topariam se livrar na marra de Dilma Rousseff, mergulhando o país na incerteza, se os anos petistas lhes proporcionaram lucros recordes?
O empresariado industrial e de serviços, a despeito da recessão iminente, passa melhor agora.
Em 1964, os grandes proprietários de terra pelejaram pela queda de 1º abril. Na década de 2010, o agronegócio estabelece números inéditos de produção e faturamento. E tem na cabeça do Ministério da Agricultura uma combativa represente sua, Kátia Abreu. Para que se livrar de Dilma?
E o capital estrangeiro? Jango havia imposto medidas restringindo a remessa para o exterior de lucros auferidos no Brasil. Cinco décadas mais tarde, empresas em crise lá fora equilibram suas contas com os fabulosos balancetes daqui. Sem barreiras notáveis ao fluxo de capital, até porque a economia é muito mais internacionalizada. Alguma dúvida? Confiram com bancos e companhias telefônicas de Portugal e Espanha.
As Forças Armadas executaram o golpe tramado por uma grande frente fardada e paisana. Duas eram as preocupações fundamentais dos generais: espectros da Guerra Fria e episódios de indisciplina nos quartéis. Em 2015, a Guerra Fria só sobrevive em miolos paranoicos, e o cotidiano na caserna, há 30 anos, exibe-se agitado como as ondas de uma laguna sem vento.
A conspiração anti-Jango teve participação ostensiva do Departamento de Estado. É provável que os Estados Unidos prefiram o PSDB no Planalto, mas não têm muito a reclamar de Dilma. Enquanto o confronto com governantes de Venezuela, Equador e Bolívia foi renhido na quadra recente, a tensão entre Washington e Brasília, no cotejo com a vizinhança, pareceu fichinha.
PMDB no Planalto
Não existe golpe sem interesses gravemente contrariados. É claro que banqueiros, latifundiários, multinacionais, almirantes e a Casa Branca torcem por outros contra Dilma. Mas não aparentam considerar que seus interesses tenham sido gravemente contrariados.
Outra diferença histórica é que em março de 1964 Goulart tinha sólida popularidade entre os mais pobres, como atestou pesquisa Ibope feita (e escondida) à época, porém suas iniciativas não haviam resultado em melhoria das condições de vida dos trabalhadores.
Passou o tempo, e dezenas de milhões de brasileiros ascenderam, mesmo que modestamente, com Lula e Dilma. Enquanto a crise econômica em curso não corroer as conquistas _já começou a corroer_, o governo contará com base social de apoio mais disposta que a de Jango para, se necessário, batalhar pela legalidade.
No momento, o povão não está com o impeachment, assim como não esteve com o golpe em 1964.
A pequena burguesia parece estar, como esteve no passado.
Sozinhos, o bairro paulistano de Higienópolis, a zona sul do Rio e suas versões Brasil afora não derrubam presidente.
Mas podem ser importantes no cenário que parece o mais perigoso para Dilma: eventual disposição do PMDB em entregar a Presidência ao vice Michel Temer.
Para quem não se deu conta, é isso mesmo: em caso de impeachment, assume, enfim sem intermediários, o PMDB.
Eis duas semelhanças entre as eras: Jango era minoritário no Congresso; Dilma, a julgar pelo comportamento da agremiação de Renan Calheiros e Eduardo Cunha, também é. E os meios de comunicação eram e são majoritariamente opositores.
E outro contraste: com seu PTB rachado, Goulart não tinha um partido capaz de botar o bloco na rua. Mesmo enfraquecido pelo mensalão e a roubalheira na Petrobras, e com broncas internas sobre o segundo governo Dilma, o PT em tese se jogaria na defesa do mandato da petista.
Paralelos
A tentação de comparar o dantes com o depois gera enganos involuntários, mas também se presta a interesses conscientes.
Para os partidários do impeachment, ajuda a evocar jornadas em que multidões nas praças serviram de álibi ao afastamento de um presidente chamado de corrupto _acusação jamais provada. Para os golpistas, deu certo uma vez. Poderia dar novamente?
Para os correligionários de Dilma Rousseff, a ideia de situações iguais em 2015 e 1964 contribui para aglutinar em torno da presidente constitucional, minimizando as resistências de seus apoiadores à política econômica entregue a um ministro, Joaquim Levy, que poderia também ter sido o escolhido de Aécio Neves.
A principal diferença
Espero que a opinião reflita mais a realidade do que mera vontade minha: quando Jango caiu, a convicção democrática no Brasil era muito menor do que é hoje.
Em todos os flancos políticos, a destituição de governantes eleitos pelo povo e sem envolvimento em crimes não era interpretada necessariamente como o que de fato é, atentado à democracia.
Quando digo todos os flancos, são todos, ao menos os mais parrudos, da direita à esquerda, como narrei e documentei em pormenores na biografia “Marighella: O guerrilheiro que incendiou o mundo” (Companhia das Letras).
O desprezo pela democracia era muito maior, embora ainda hoje se exprima, como temos testemunhado.
A sua expressão mais inescrupulosa é aquela que, brandindo determinado critério para alardear o impeachment, aplica-o em alguns casos, mas o nega em outros.
Exemplos:
1) defender o impeachment de Dilma Rousseff porque a presidente governa fazendo o contrário do que prometeu, mas não o do governador Geraldo Alckmin, que prometeu água e em seguida a sonegou, ou do governador Beto Richa, que informou com inverdades o que era a situação do Paraná;
2) ou defender o impeachment de Alckmin e Richa, por terem terem faltado com a verdade, e não o de Dilma, que faz o que disse que não faria, e assim também faltou com a verdade.
Variante: uns sabiam de corrupção, ora pois; outros, só mentecapto ignora, não sabiam.
Por enquanto _repito: por enquanto_, a sugestão do impeachment ainda não vai muito além de próceres da Opus Dei e da pequena burguesia revoltada.
Prognóstico de público
É possível arriscar:
1) as manifestações da CUT na sexta-feira, somadas, reunirão menos gente do que o Comício da Central do Brasil;
2) os protestos pró-impeachment dali a dois dias, somados, reunirão menos gente do que o conjunto das Marchas da Família;
3) os protestos pró-impeachment reunirão mais gente do que os da CUT.
São essas as impressões no começo da tarde de 6 de março de 2015, mas nuvens só congelam em quadros de pintores.
As próximas eleições presidenciais estão previstas para 2018.

sábado, 25 de abril de 2015

Opera duo Charlotte & Jonathan

Um dueto sensacional. Uma dupla com talentos distintos, mas com uma química impressionante, que emocionou a todos em todas as suas apresentações e que melhorava a cada vez que subia ao palco do Britain Got Talent 2012.

Este blogueiro não via algo assim desde o dueto feito por Freddie Mercury e Montserrat Caballe, mas isso já tem muito tempo...

Nesta prmeira audição eles interpretam The Prayer originalmente interpretado por Andrea Bocelli e Celine Dion.






quinta-feira, 23 de abril de 2015

Na crise as aquisições

O setor de offshore vivencia uma crise que não se restringe ao Brasil, mas certamente aqui isso é agravado pelas delações e investigações da Lava-Jato. A queda acentuada no preço da comoditie é o grande responsável por essa crise. Isso foi refleco de alguns outros fatores que são relevantes, como uma demora bastante acentuada na recuperação da economia mundial e os "baixos" níveis da atividade econômica apresentados em algumas regiões, notadamente a Europa.

Interessante é que sempre que um setor entra em crise, ou que existe uma crise econômica acentuada, observamos fusões e aquisições entre empresas. Não que essas não ocorram nos momentos em que a economia corre tranquila, mas esses fatos são mais acentuados nos momentos de crise.

E é assim que duas gigantes estão em vias de se fundir, como a Folha de São Paulo noticiou abaixo. Pena que nossa Petrobrás passa por momento financeiro-operacional delicado, retraindo investimentos e tentando se levantar após todos os problemas e ataques por que passou e passa.

Esse seria um ótimo momento de aumentar o tamanho e alcance de nossa empresa brasileira.



Shell anuncia compra de gigante britânica de óleo por US$ 70 bilhões
DA AFP
DE SÃO PAULO

08/04/2015  04h04

A empresa petrolífera anglo-holandesa Royal Dutch Shell apresentou uma proposta de compra da britânica BG Group por 47 bilhões de libras (cerca de US$ 70 bi), anunciaram as companhias em um comunicado conjunto divulgado nesta quarta-feira (8).

Os conselhos de administração da Shell e do BG Group chegaram a um acordo sobre o valor e as modalidades da transação, anunciada em um contexto de queda constante do preço do petróleo desde junho de 2014.

"O resultado será uma empresa mais competitiva e sólida para todos os nossos acionistas no atual contexto de volatilidade dos preços do petróleo", declarou Jorma Ollila, presidente da Shell.

As duas empresas destacaram sua complementaridade, já que o BG Group, surgido da ex-British Gas, tem forte presença na Austrália e Brasil, assim como uma atividade importante na produção de Gás Natural Liquefeito (GNL) e na exploração em águas profundas.

A Shell oferece aos acionistas do BG Group pagar uma parte da aquisição em dinheiro e a outra em ações, o que renderia 19% do capital do novo grupo.

Ao mesmo tempo, a Shell lançará um programa de compra das próprias ações por um valor de 25 bilhões de dólares entre 2017 e 2020.

A oferta da Shell deve ser examinada e aprovada por acionistas das duas empresas em assembleias gerais.

Caso o negócio seja concretizado, será a primeira grande aquisição no setor de energia desde o rápido declínio do preço do petróleo, em junho passado –quadro que estimula a consolidação.

A empresa britânica, que tem valor de mercado de cerca de US$ 46 bilhões, foi fortemente afetada pela queda no preço da matéria-prima. Depois de registrar prejuízo de US$ 1 bilhão em 2014, anunciou corte de 30% nos investimentos deste ano.

Com a aquisição da BG, a Shell ampliaria a sua presença na área de exploração de petróleo no Brasil, onde já atua na produção e distribuição de etanol, por meio da joint venture com a Cosan, e na área de gás, com uma participação na Comgás.

A BG tem participação em cinco campos do pré-sal na Bacia de Santos (Lula, Iracema, Sapinhoá, Iara e Lapa), além de ser a operadora de dez blocos na bacia de Barreirinhas, no Maranhão, que tem potencial para a descoberta de petróleo leve.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Bom texto sobre democracia

Em suma democracia é isso: a convivência dos opostos. E é exatamente isso que o texto de Helio Schwartsman diz, além de alguns outros adendos, e é por isso que o escolhemos para ilustrar essa nossa postagem.

Mas muita gente não entende e não compartilha dessa visão e, democraticamente, pede até mesmo por ditadura (vai entender, não é?. Isso é algo que atravessa na garganta dos democraticos, mas que por eles é aceito em nome da própria democracia.

E mesmo você concordando ou não com qualquer das vertentes políticas que se expressam hoje em dia, isso também é um direito seu, como é seu direito expressar suas opiniões, quaisquer que elas sejam.

Porque democracia é exatamente isso; a convivência dos opostos, a coexistência dos antagônicos, mas sempre de forma ordeira e pacífica.

Isso não é fácil, na verdade é muito difícil, principalmente para uma sociedade que ainda vive o ranço de sua última ditadura, que ainda não aprendeu a resolver seus próprios problemas, mas que vem dando passos seguros nessa direção.

Porque aprender a resolver suas divergências e problemas, também é parte da democracia. 

O Brasil irá aprender.



http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/2015/03/1602165-protestos-e-felicidade.shtml


Protestos e felicidade


SÃO PAULO - Não vou participar nem das manifestações de hoje, de apoio crítico ao governo de Dilma Rousseff, nem das de domingo, que flertam com a ideia de despachar a presidente mais cedo para casa, mas fico feliz que elas ocorram.
A democracia, embora não esteja nos manuais, é necessariamente barulhenta e um pouco mal-educada. Acusar, xingar, propor "impeachment" (o PT cansou de pedi-lo quando era oposição), tudo isso é legítimo e faz parte do jogo. A falta só ocorre quando alguma parte recorre a saídas extraconstitucionais, o que ninguém está ameaçando fazer.
A razão para a barafunda é que a democracia não elimina o conflito entre diferentes facções políticas. Ela apenas procura discipliná-lo, de modo que a disputa pelo poder se resolva pela vias institucionais e não as de fato. De um modo geral dá certo, pois todas as correntes majoritárias vislumbram a possibilidade de um dia conquistar o Planalto. Paradoxalmente, crises econômicas se tornam bem-vindas nesse contexto, já que são um dos mecanismos mais efetivos para promover a alternância no poder, que é no fundo o que faz com que as democracias funcionem.
Com efeito, desde que restabelecemos a nossa, em 1985, não assistimos a revoluções, golpes e outras modalidades de ruptura violenta. Trinta anos não é muito, admito. Mas, em alguns países, o período de estabilidade proporcionado pela institucionalização das controvérsias chega a vários séculos, como é o caso dos EUA, do Reino Unido e da Sereníssima República de San Marino, cuja Constituição vigora desde 1600.
É claro que normalidade política não é tudo, mas é uma condição no mais das vezes necessária para que um país consiga aliar desenvolvimento econômico com um regime de liberdades, o que, por seu turno, permite aos cidadãos que se dediquem a buscar a própria felicidade. Na maioria das vezes não vão encontrá-la, mas o que vale é a jornada.

sábado, 18 de abril de 2015

Ana Carolina, Seu Jorge - É Isso Aí (The Blower's Daughter)

E já que estamos numa onda puramente nacional, então trazemos um dueto que fez estrondoso sucesso e virou sinônimo de boa música. 

Ana Carolina e Seu Jorge com É Isso Aí.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Vamos nos posicionar contra o PL 4.330

O Blog dos Mercantes já havia falado o quanto é perigosa e perniciosa a PL 4.330, agora é hora de unirmos forças com aqueles que se opõem a esse instrumento de precarização das relações de trabalho em favor dos empregadores.

Porque enquanto se discute se Dilma sai ou Dilma fica, a verdade é que as mesmas forças de sempre estão mais uma vez dando um golpe no trabalhador brasileiro. Já aconteceu na época de Collor, está acontecendo agora, só que através de um Congresso traiçoeiro, que você, brasileiro, elegeu para defender os seus direitos.

Então entre no site, se enforme mais sobre esse absurdo e se posicione, porque não são os políticos que irão pensar em você, trabalhador ou trabalhadora brasileira.


Prezados Companheiros e Companheiras,

É hora de nos unirmos, ativamente, em defesa de nossos direitos trabalhistas, duramente conquistados, que estão ameaçados pela aprovação do PL 4330 na Câmara dos Deputados, que amplia a terceirização de todas as atividades, em todos os setores, e abre caminho para a precarização e o enfraquecimento das relações trabalhistas.

Trata-se de um grave atentado contra a CLT e à própria Constituição Federal. Se for aprovada, na forma que está sendo proposta, a Lei que regulamenta a Terceirização levará à deterioração das condições sociais e econômicas do trabalhador brasileiro, representando um grave retrocesso.

Para impedir este absurdo, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviário e Aéreo, na Pesca e nos Portos – CONTTMAF se soma a outras entidades sindicais de trabalhadores do setor público e da iniciativa privada, e a representantes da Justiça do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho que já se posicionam contra o nocivo projeto.

Na última quarta-feira, 8 de abril, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do Projeto de Lei 4330/04, que regulamenta os contratos de terceirização no setor privado e para as empresas públicas, de economia mista, suas subsidiárias e controladas na União, nos estados, no Distrito Federal e nos municípios. A votação dos destaques poderá acontecer já nesta terça-feira (14/04), quando pontos polêmicos deverão ser decididos em votações separadas.

Além de acompanharmos de perto o andamento do PL 4330 no Congresso, criamos uma petição na Avaaz, comunidade de mobilização online, que por seu alcance global vem ganhando relevância na discussão de assuntos que interferem diretamente na qualidade de vida dos cidadãos.

A voz do trabalhador representado pela CONTTMAF será ouvida. Vamos dizer NÃO! Ao PL 4330. Acesse o link da petição e assine-a. Compartilhe o link entre seus companheiros e companheiras de trabalho, amigos e familiares. Quanto mais assinaturas, mais forte a nossa voz! A petição será encaminhada à Câmara Federal dos Deputados e ao Senado.
     
Vamos dizer não ao PL 4330!
Clique aqui para ler mais a respeito e assine:

terça-feira, 14 de abril de 2015

Terceirização, atentado contra direitos trabalhistas

A PL 4330/2014 está em processo de votação no Congresso Nacional, e a mídia vem cobrindo esse processo mostrando até certo ufanismo nisso. O vídeo abaixo mostra que a coisa não é tão interessante assim para funcionários de empresas públicas, autarquias e de capital misto, mas se esquece de incluir aí outros trabalhadores brasileiros. E o vídeo é omisso nesse ponto, porque a terceirização não afetará apenas a trabalhadores das empresas públicas e autarquias, mas muito provavelmente e em maior escala, a trabalhadores do setor privado, mesmo porque foi com vista a esses trabalhadores que a PL foi criada.

O vídeo também é omisso em mostrar que, diferente do que costumam alardear aqueles que defendem o PL, a terceirização não irá aumentar as contratações ou regularizar milhares de trabalhadores que vivem na informalidade; ao contrário deverá levar à terceirização de milhares, talvez milhões de trabalhadores, que hoje têm vínculos estáveis com suas empresas, e fatalmente à precarização dessas relações de trabalho.

Nas precarizações que citamos, uma das principais é o achatamento salarial, e isso se dá por dois motivos. Por parte da contratante de trabalhadores tercerizados, porque esta busca escapar de obrigações trabalhistas, e diminuir seus custos com tais relações. Por parte da fornecedora de trabalhadores tercerizados, porque esta precisará ofertar a mão-de-obra mais barata do que a contratante tinha com a contratação direta, e ainda obter lucro, mesmo tendo ela as obrigações trabalhistas a serem honradas. 

De onde você acha que sairá o dinheiro que propicia lucro a uma empresa e redução de custos a outra?

Olho aberto, porque querem mexer em seu bolso e seus direitos.





sábado, 11 de abril de 2015

Marisa Monte - Vilarejo - HD

Retornando ao Brasil, uma das maiores vozes de nossa música atual. Já esteve em nosso Blog dos Mercantes, mas faz tempo que não aparece, então escolhemos uma de suas melhores interpretações.

"Vilarejo".

Dá vontade de se mudar para lá.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Cupins, que bicho interessante

O que os cupins têm a ver com política ou economia. Em primeira vista nada, pois só com muita criatividade a gente consegue fazer qualquer tipo de analogia entre as duas coisas, mas como tudo na natureza, achei muito interessante o trabalho que esses minúsculos animaizinhos conseguem fazer.

De quebra a gente dá uma aliviada no clima, que anda com alta pressão devido o lava jato.


Clique aqui para ter acesso à reportagem completa da folha, somente para assinantes.


Cupins garantem saúde do solo

Por NATALIE ANGIER
Os cupinzeiros gigantes das savanas africanas são tão peculiares que é tentador lhes dar nomes, como "Elefante que grita" ou "Totem da fertilidade flagrantemente óbvio". Mas, qualquer que seja a metáfora, essas grandes formações dominam a paisagem, e não só visualmente. Os cientistas estão descobrindo que os cupins e os seus habitats são cruciais para a saúde e a vitalidade de uma série de ecossistemas: de desertos e florestas tropicais ao parque perto da sua casa.
Pesquisadores da Universidade de Princeton (Nova Jersey) relataram na revista "Science" que os cupinzeiros podem servir como um oásis no deserto, permitindo que as plantas ao seu redor sobrevivam com uma fração da precipitação anual que seria necessária ou se recuperem após uma seca fulminante.
Dessa maneira, os montes poderiam representar possíveis baluartes contra a mudança climática, impedindo a degradação de terras áridas. "Mesmo quando você vê um início de desertificação entre os cupinzeiros, a vegetação sobre ou ao redor deles se mantém bem", disse Corina Tarnita, professora em Princeton e coautora do estudo.
Os leigos costumam enxergar os cupins apenas como vermes brancos e cegos capazes de destruir os móveis da casa, mas a verdade é que apenas alguns das cerca de 3.000 espécies conhecidas de cupins são pragas para os humanos. Muitos dos demais vivem e trabalham dentro da terra, e você deveria agradecê-los por ter um chão firme sob seus pés.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Para que?

Mês passado circulou a notícia de que a estatal brasileira do petróleo pensa em vender parte de seus navios, como forma de fazer caixa e amenizar a crise financeira que assola a empresa devido aos desvios de conduta de vários de seus dirigentes, e erros operacionais que se constatam nos últimos tempos. 

O Blog dos Mercantes é veemente contra tal solução para os problemas de fluxo de caixa da empresa, pois que tal ideia não é apenas infeliz, mas também não surtiria os efeitos necessários para amenizar a crise financeira, já que a vendas desses ativos renderia em torno de 2% do valor necessário para equacionar as contas, além de causar outros efeitos, que facilmente poderiam se tornar custos mais altos para a estatal.

O preço para a sociedade e o país já foram várias vezes citados aqui no Blog, e vão desde o aumento dos problemas na balança comercial, passando pela queda da competitividade internacional de vários setores econômicos, dentre eles a Marinha Mercante, e afetando diretamente algumas classes de trabalhadores, como os marítimos.

De quebra esses problemas se ramificam por outros setores econômicos, já que tais efeitos são sempre em cascata.

A Petrobrás já conseguiu US$ 3,5 bi em empréstimos na China, o que deve dar um ótimo respiro para a empresa, e dar tempo de se trabalhar e reestruturar a companhia.

No offshore, área majoritária da produção de petróleo da maior empresa brasileira, os contratos vêm sendo encerrados e unidades param suas produções - falaremos disso em post nos próximos dias. Mas mesmo assim acreditamos que as coisas comecem a melhorar ainda esse ano, já que a Petrobrás é fundamental na economia brasileira e virou questão de honra para o governo Dilma tirá-la do atoleiro em que a meteram.

Mas as soluções para a crise financeira devem ser mais criativas e, sobretudo, mais inteligentes do que essa apresentada agora.


Monitor Mercantil/Net Marinha – Reportagem – 13/03/2015

Marítimos denunciam venda em massa de navios da Transpetro

Sérgio Barreto Motta


O Sindicato Nacional dos Oficiais de Marinha Mercante (Sindmar) denunciou que, a pretexto de reduzir custos, a Transpetro cogita vender boa parte de sua frota. A Transpetro já chegou a ter mais de 70 navios próprios e, no momento, estaria com cerca da metade desse número. A uma consulta formal sobre a frota, a subsidiária da Petrobras informou apenas que “opera” 53 navios, sem discriminar quais são próprios ou de terceiros. De acordo com o Sindmar, a alegação para a venda de inúmeros navios é a de que isso geraria recursos à vista para o combalido sistema Petrobras/Transpetro, e o gasto posterior seria diluído, pois o aluguel (afretamento) é pago mensalmente.

O Sindmar refuta essa tese, porque os atuais navios estão envelhecidos e renderiam pouco no mercado internacional. Além disso, o afretamento é pago em dólares – que tem tendência de alta a curto e médio prazo. Alguns navios mais novos, como Cartola e Ataulfo Alves, dão lucro diário de US$ 50 mil e, portanto, não seria sábio vendê-los. Outro ponto é a corrupção. O afretamento de navios é fechado no mercado internacional, onde fica praticamente impossível se detectar se houve propina. No caso de compra de um navio no mercado interno, a operação é mais vigiada. No caso de afretamento, o montante é menor – difícil de ser apurado – mas pago ao longo do contrato, que pode durar dez anos ou mais.

A descoberta dessa intenção de venda pela Transpetro mostra que os dois programas de modernização de frota (Promefs), efetuados a partir de 2003, com a encomenda de 46 navios, dificilmente serão repetidos. Por pretensa medida de economia, a estatal foca o afretamento, como ocorreu no período de 1994/2002, no governo do PSDB, quando nenhum navio foi comprado no país pela Transpetro. Do Promef, a estatal já recebeu oito navios feitos no Brasil e, este ano, deverá chegar a 15 novos em sua frota.

Um documento do Sindmar lembra que, em 2013, o país gastou US$ 6,1 bilhões com afretamento, valor que seguramente aumentou em 2014. “Hoje a marinha mercante brasileira está restrita à navegação de cabotagem (entre os portos nacionais), sem qualquer participação significativa no longo curso, segmento dominado pelos armadores internacionais”, alerta. Para o Sindmar, o afretamento em larga escala é feito de forma simulada, com burla à legislação, alvo recente da Resolução Normativa 1/2015 da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Para o Sindmar, é “distorção que decorre da falta de uma política para o setor”.

Para Severino Almeida, presidente do Sindmar, embora a encomenda de petroleiros tenha sido positiva, não se tem notícia da construção de navios porta-contêineres, básicos para o comércio internacional. Almeida defende um Promef para a marinha mercante voltada ao comércio de bens, não apenas da área de petróleo. E conclui:

– A Marinha Mercante brasileira não pode ser vítima dos interesses da construção naval. Se a indústria naval está voltada para o setor de óleo e gás, porque é mais lucrativo, a marinha mercante nacional não pode estar subordinada a este interesse, sob o risco de desaparecer, como já está ocorrendo – disse o dirigente.

sábado, 4 de abril de 2015

Simon & Garfunkel - The Sound of Silence

Uma dupla que fez um impressionante sucesso e musicou "A Primeira Noite de um Homem" e que também dispensa apresentações: Simon & Garfunkel.

The Sound of Silence.