sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Movimentos mostram conflito se definindo no Leste europeu

Pessoal, no início da semana a Rússia anunciou que havia cercado 31 batalhões Ucrânianos em Kupiansks e Pokrovsk. Na ocasião Putin chamou os militares ucranianos à rendição e ofereceu clemência. Segundo o Presidente russo o tratamento digno a prisioneiros de guerra é uma tradição russa. 

Se levamos em conta que um batalhão costuma ter em torno de 1000 homens, então temos pelo menos uns 30 mil ucranianos cercados na região. Mesmo assim algumas fontes falam em cerca de 11000 homens cercados. Se isso for verdade, apenas fica ainda mais evidente a degradação das forças ucranianas. De qualquer forma, a perda desses homens seria um desastre para o exército ucraniano, que vem apresentando muita dificuldade em repor as baixas que sofre. 

E se as altas esferas executivas não conseguem avançar num acordo, a congressista estadunidense Anna Paulina Luna se encontrou com Dimitriev, o chefe executivo do fundo russo de investimento. Na pauta foram alinhavadas futuras conversas entre representantes do Congresso estadunidense e da Duma russa. A ideia é criar outros canais de diálogo e aproximar as duas superpotências através de conversas e negociações. 

Como eu já disse antes, o conflito ainda demora um pouco a acabar, mesmo que seja muito difícil para os ucranianos impedirem uma derrota, que como se viu no início do texto, é cada vez mais iminente. 

Ao mesmo tempo vemos setores das sociedades russa e estadunidense mostrando que querem uma normalização nas relações, e que estão dispostas a agirem diretamente nesse sentido, mesmo que as ações erráticas de Trump mostrem que há grandes antagonismos nos interesses do EUA. 

Quando essas forças se alinharem, caberá aos europeus a adesão negociada ao acordo feito, ou partirem definitivamente para o suicídio social e econômico que eles têm levado a cabo nos últimos anos.

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

falta de solidez e seriedade na ações de Trump minam seu mandato

Pessoal, depois de uns poucos dias de férias voltamos a comentar alguns desenvolvimentos da geopolítica mundial, e hoje todos em torno de Donald Trump. O Presidente estadunidense segue em sua jornada de realizar acordos de falsa paz entre nações, porque nada disso é sólido, enquanto busca oportunidades de negócios. 

Em Gaza a paz real nunca esteve presente, com Israel bombardeando diariamente regiões da Faixa, e agora os combates voltam a se acirrar e o boicote aos palestinos volta a causar fome. 

A nova reunião que buscava com Putin, com Zelensky tentando participar, mais uma vez não tinha a intenção de acatar as demandas russas (e causadoras do conflito), mesmo que a guerra esteja praticamente perdida. Tudo isso ao mesmo tempo em que cerca Venezuela, Irã, possivelmente também Cuba, e parece pretender atacar esses países diretamente. Enquanto isso segue atacando a oposição interna, e alguns milhões de estadunidenses tomaram as ruas das principais cidades do EUA em protesto. Trump ao invés de dar atenção a seus concidadãos, tripudiou dos mesmos, colocando um meme gerado por IA em que atirava fezes à população que protestava. 

O homem que assumiu com promessa de recolocar o EUA na liderança do mundo e promover a paz, no fundo está causando enorme confusão pelo planeta, não resolve nenhum dos conflitos, sejam internos, sejam externos, afunda o próprio país em divisão profunda e caos econômico, e vê sua popularidade desabar. O cancelamento da reunião com Putin, programada para a Hungria (embora nenhum dos governos confirmasse), diz muito de sua conduta externa, assim como o afastamento de muitos apoiadores não fanáticos e a revolta de seu povo dizem sobre a interna. 

É difícil que esse quadro mude no pouco tempo que resta até a eleição de meio de mandato. Difícil ele não perder a maioria republicana do Congresso com esse quadro. Mesmo essa maioria já não era sólida, e posicionamentos de republicanos contra o Presidente ao longo desse primeiro ano de mandato mostram isso, agora imaginem com uma maioria democrata? Um ex-Presidente à vista, e isso no meio do mandato.

terça-feira, 14 de outubro de 2025

Paz em Gaza deve ser de curto prazo

Pessoal, no fim de semana de 3 e 4 de outubro tivemos muitas manifestações contra o massacre que acontece na Faixa de Gaza. Foram milhões de pessoas nas ruas. Só em Amsterdam foram cerca de 250000 pessoas protestando, ou 25% da população. Mas os protestos não foram limitados aos Países Baixos. Na Itália centenas de milhares de pessoas também tomaram as ruas, em Bruxelas, no Reino Unido, Espanha, além de outros países europeus. E até no EUA tivemos manifestações, além de vários países do Sul Global, como Brasil, Colômbia e vários países africanos e asiáticos. 

Talvez este tenha sido um dos motivos para o Presidente estadunidense ter pressionado o PM israelense para chegar a um acordo de paz em Gaza. Um motivo, porque temos outros, entre eles o fato de terem falhado pateticamente em decaptar outras lideranças palestinas, ou o fato de estarem num atoleiro há 2 anos, em que já perderam alguns milhares de soldados, equipamentos, liberaram apenas 2 reféns em ações bélicas, mas não estão nem perto de acabarem com os grupos de resistência, ou com seus túneis, e nem foram capazes de encerrarem as linhas de abastecimento deles, tudo isso à custa de mais de 100000 civis mortos em Gaza, seja por bombardeios, assassinatos frios, ou pela fome, e esse quadro apenas demonstra o fracasso. 

Mas apesar dos acordos que já começaram a ser assinados, Israel parece não os estar cumprindo, e há várias denúncias de bombardeios sobre as regiões de Gaza. A tendência é que Trump falhe mais uma vez em impor uma paz, e de forma gritante, porque impõe um cessar-fogo, mas não move um músculo no sentido de resolver os motivos que deram início ao conflito. O problema é que sem a solução das reais divergências, não dá para esperar paz verdadeira, muito menos duradoura. Isso se expressa na continuação dos bombardeios. Paz não é um pedaço de papel assinado, é uma realidade vivida por povos.

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Trump volta a se incompatibilizar com militares da ativa

Pessoal, no início da semana, Pete Hegseth, o Secretário da Guerra estadunidense reuniu cerca de 800 Oficiais Generais do país norte-americano. Num discurso mais midiático que efetivo, o chefe das Forças Armadas estadunidenses praticamente declarou guerra ao mundo. Mas no fundo foi um discurso muito mais voltado para o público interno e para países com pouca capacidade defensiva. 

Sim, Hegseth falou de fim da diplomacia, do uso da força, de tomar o que quiserem, mas no fundo decretou o fim de algumas das chamadas políticas “woke”. Nas palavras do Secretário da Guerra, os líderes políticos tolos e imprudentes definiram o rumo errado e perdemo-nos. Tornamo-nos o Departamento Woke. Mas acabou”... “Chega de caras de vestido. Chega de adoração às mudanças climáticas ou ilusões de gênero. Essa bobagem acabou.” Nada de generais gordos, ou barba, ameaçou de perda de pensão e demissão aos que não se adaptem – algo que o governo Trump já andou fazendo - e inclusive afirmou que é foco total na guerra – preparação para a guerra e preparação para vencer. 

Apesar do corte divulgado, após o evento alguns generais do mais alto escalão disseram que gastaram tempo e dinheiro dos contribuintes para “ouvir Hegseth dizer que não gosta de homens de vestido”, ou que foi mais uma conferência de imprensa do que uma instrução efetivamente, e que tudo poderia ter sido resolvido por e-mail. Alguns chegaram mesmo a dizer que foi uma reunião idiota. 

Parece que Trump, mais uma vez, tenta utilizar as forças armadas para assumir o poder internamente no país. Para quem não lembra, uma das acusações que pesava sobre ele foi a tentativa de mobilizar as forças armadas do EUA a apoiarem um golpe de estado em janeiro de 2021. Com a intervenção em várias cidades importantes governadas por democratas, e algumas investidas como essa logo no início de seu governo, parece que ele tenta mobilizar as forças armadas com mais antecedência dessa vez. A dúvida é se irá conseguir, mas pelas declarações de alguns desses generais, não parece.

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Indústria brasileira em crise

Pessoal, há muitos meses atrás, certamente mais de um ano, fiz uma crítica ao pífio programa de reindustrialização do, também pífio, Governo Lula III. O tal plano de reindustrialização era uma farsa, como é farsa praticamente tudo o que esse governo faz.

Sim, praticamente tudo, porque as ações em prol do rentismo parasitário e do mercado financeiro seguem firmes e fortes, assim como o desmonte do Estado brasileiro.

Da mesma forma, se escancaram as distorções em dados devido a mudanças em metodologia de coleta e tratamento dos mesmos. Num momento em que se alardeia menor desemprego, maior massa salarial, etc, era para termos investimentos no setor industrial, mas ao contrário, temos um desempenho pífio do setor.

Desempenho da indústria brasileira em agosto é o pior em 10 anos

O resultado destoa da tendência histórica de expansão durante o mês, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
Por Camila Pati



Setor produtivo teve queda considerável da atividade em um mês (José Paulo Lacerda/CNI/Divulgação) 

Para a indústria brasileira, o desempenho de agosto foi o pior desde 2015, segundo a Sondagem Industrial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta quinta-feira, 18. O resultado foge à tendência histórica de expansão durante o mês. 

De acordo com o levantamento, o índice de evolução da produção caiu para 47,2 pontos, abaixo da linha divisória dos 50 pontos que separa crescimento de diminuição. Esse foi o resultado mais baixo para para o mês em dez anos, desde que o indicador marcou 42,7 pontos em 2015.  

Leia mais em: https://veja.abril.com.br/economia/desempenho-da-industria-brasileira-tem-pior-agosto-em-10-anos/