terça-feira, 18 de novembro de 2025

Manifestação mexicana não é Revolução Colorida

Pessoal, a coisa não está boa no México! No último sábado, 15 de novembro, fortes protestos abalaram a presidência de Cláudia Sheimbaum, a primeira mulher presidente da nação latino americana. Foram muitos milhares de pessoas, maioritariamente da geração Z, que se aglomeraram em frente ao palácio presidencial, entraram em confronto com a polícia, e chegaram a tentar invadir o palácio. A violência ocorreu dos dois lados, mas Sheimbaum segue no cargo. O motivo dos protestos é a violência e o controle de amplas áreas do Estado mexicano por parte de gangues de narcotraficantes. Como em todos os lugares onde isso ocorre, a violência e a retirada de direitos de cidadania se espalham por essas áreas controladas pelas facções, e os protestos se dão pela inação do Estado no combate às facções e retomada do controle de território pelo Estado, algo que a própria Sheimbaum já havia dito que faria, mas pouco fez para isso até o momento. Como sempre as redes sociais foram utilizadas para incentivar os protestos, e num momento em que Trump abre guerra à América Latina com a desculpa do tráfico de drogas, e tenta a todo custo marcar dominância sobre o amplo continente americano, há fortes suspeitas de interferência dos EUA nesses protestos. Mas ainda que tenhamos essa interferência, o governo mexicano não está isento de responsabilidade, porque como muitos outros governos da região, é leniente com o problema, e a população percebe a ligação de muitos políticos com os grupos criminosos. Um incentivo externo não chega a caracterizar uma revolução colorida. Sheimbaum, com isso, está entre a cruz e a espada, porque uma onda de protestos dessa intensidade pode terminar seu governo mais cedo, ou impedir uma continuação, enquanto ações mais enérgicas contra as gangues pode criar outras tensões políticas. 

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