terça-feira, 17 de junho de 2025

Conflito no Oriente Médio escala e preocupa

Pessoal, no Oriente Médio a situação segue escalando. A guerra de propaganda também. 

Israel hoje atacou o prédio da rádio e TV iraniana, justamente na hora em que uma repórter apresentava um jornal. Vários jornalistas e funcionários mortos e feridos, mas a repórter saiu ilesa. O líder iraniano Aiatolá Komenei disse que Israel tenta matá-lo, mas há outros para liderarem o Irã, e sua morte não serviria de nada. Israel também destruiu 2 F14 tomcat do Irã, mas autoridades persas dizem que eles estavam desativados há alguns anos. Houve também atentados com carros bombas em Teerã, que quando explodem no Ocidente é atentado terrorista, em Teerã é ação de inteligência. Já o Irã segue castigando Israel com seus mísseis. No início desta noite já saiu mais uma leva de mísseis em direção a Israel, e logo deveremos ter informações do resultado. Israel também proibiu a imprensa estrangeira de atuar, a ideia é impedir a divulgação de imagens sem a autorização da censura judaica, como as imagens do porto de Haifa destruído. Na mesma linha, o Primeiro Ministro Netanyahu deu ordens para que nenhum israelense deixe o território, mesmo que em voo de resgate de outra nacionalidade. Há notícias de que aviões de carga de grande porte chineses entraram no espaço aéreo iraniano, e desligaram seus localizadores. O Irã também já informou a prisão de mais de 100 agentes israelenses que atuavam em seu território, e diz que descobriu uma instalação para lançamento de pequenos mísseis que estavam incomodando a defesa persa. Esses mísseis eram ativados por controle remoto a cerca de 50 km de distância, assim como seu alcance. O G7 emitiu declaração acusando o Irã de desestabilizar a região do Oriente Médio. A Síria liberou seu espaço aéreo para que se abatam mísseis iranianos. Há noticias de que se organiza uma tropa na fronteira entre Iraque e Irã para uma ofensiva terrestre contra os persas, e há deslocamento interno de tropas iranianas. Os russos estão evacuando seus cidadãos do Irã. Por fim foi detectado grande quantidades de aviões militares americanos em direção à Europa, e estima-se que seguem com suprimento e reforço a Israel. 

Sim, o conflito escala, há apoios a ambos os lados dentro do próprio Oriente Médio, e entre as forças que se digladeiam no mundo atualmente. A questão é que o conflito na região tem mais probabilidade de escalar do que o da Ucrânia.

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Caravana Al-Soumoud em direção a Gaza

Pessoal, há coisa de dois dias eu mencionei uma caravana com milhares de pessoas que se dirigia a Gaza. Então, falaremos um pouco mais dela agora. A caravana Al-Soumoud partiu de Tunis, passando obviamente pela Tunísia, Líbia, Egito, e tem o destino final de Rafah, na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito. São mais de 300 veículos com remédios, alimentos e ajuda humanitária aos palestinos de Gaza. A ideia é furar o bloqueio israelense de forma pacífica, mas apesar disso os ativistas que formam a caravana já enfrentaram alguns problemas pelo caminho. Em todos os países foram retidos e tiveram problemas com as autoridades locais. Israel pressionou o governo egípcio, que chegou a prender cerca de 40 ativistas e reter os passaportes de cerca de outros 30, atrasando a caravana por cerca de dois dias. A última notícia sabida é que os ativistas se encontravam no deserto do Siani, e se aproximavam de Rafah.

Apesar de Israel ter declarado que sua prioridade no momento é o Irã, acho muito difícil que os ativistas consigam ultrapassar a fronteira. Tanto as autoridades egípcias, quanto as israelenses, que controlam quase todo o território de Gaza neste momento devem impedir o acesso da população a esses itens, até porque este tem sido a política aplicada pelos israelenses na região, e é justamente o que motivou a caravana, já que alimentos, água e remédios têm sido sistematicamente impedidos de chegarem à população palestina em Gaza.

A caravana tem muitos muçulmanos do Norte da África, mas conta também com muitos europeus. Para se ter ideia do tamanho, ela saiu de Tunis com cerca de 1000 participantes, mas foi tendo adesões pelo caminho, e a última informação é que já passavam de 7000 ativistas. A ideia dos ativistas é não entrar em confronto com os israelenses. Acho difícil que consigam entrar em Gaza, ainda mais com as condições políticas tendo se deteriorado no Oriente Médio.

domingo, 15 de junho de 2025

Conflito no Oriente Médio se acirra e pode se alastrar

Pessoal, o mais novo conflito bélico do planeta segue ocorrendo de forma brutal. Israel voltou a atacar o Irã hoje. Alguns alvos militares, um porto iraniano, refinaria, um depósito de óleo em Teerã e o maior campo de gás do mundo. Tudo atacado hoje por Israel, que alega ter atacado também uma das bases de mísseis subterrâneas do Irã, e colocou uma animação de qualidade discutível como prova. 

Já os iranianos voltam a atacar Israel; Haifa, Jerusalém e Tel Aviv são os pontos mais atacados. Uma refinaria e o porto de Haifa destruídos, além de vários armazéns e alvos militares.

A defesa aérea iraniana é furada eventualmente, a de Israel praticamente não existe mais em alguns lugares. Ambos os países buscam atacar a infraestrutura energética do outro, e ambos conseguiram atingir depósitos de munição do outro. 

Em termos de apoio Israel recebeu apoio moral de Macron da França, e de Merz da Alemanha, enquanto Starmer do Reino Unido disse que enviaria caças para auxiliar Israel. Israel também pediu a intervenção direta do EUA, mas até agora não houve resposa. Shin-Bet, chefe da inteligência interna de Israel se demitiu. 

Enquanto isso o Irã recebeu apoio do Paquistão, e da Coreia do Norte. O Paquistão disse claramente que se houver interferência de qualquer potência externa eles entraram no conflito também, e qualquer ataque nuclear ao Irã será respondido da mesma forma em Israel. A Coreia não afirmou isso, mas garantiu apoio junto com uma foto de um de seus mísseis nucleares e Kin Jon-Un garantiu que responderá a qualquer ameaça ao Irã. A China também afirmou apoio ao direito de o Irã perseguir seus justos interesses e responder a uma agressão injusta, além de garantir apoio. Há várias manifestações no mundo árabe e islâmico em apoio ao Irã. 

Também corre a informação de que Israel teria pedido ao Emirados Árabes Unidos que pedisse ao Irã que abandonasse seu programa nuclear e voltasse a negociar com o EUA, ao que os persas responderam que se Israel não tinha condições de manter uma guerra, que não a tivesse começado. Por último o Irã ameaçou todos os apoiadores de Israel de retaliação se houvesse ajuda direta no conflito, e já estuda o ataque às bases estadunidenses na área. O presidente estadunidense, Donald Trump, disse que se o Irã atacar qualquer base americana sofrerá todo o peso do poder bélico dos ianques. 

Pode não parecer, mas apesar do apoio Ocidental, Israel está encurralado. Uma intervenção direta tem potencial de desencadear eventos que trariam outros países, de outras regiões e o conflito apenas se alastraria. Como eu disse que tinha esse potencial.

sábado, 14 de junho de 2025

Israel ataca, Irã contra-ataca.

Pois é pessoal, Israel atacou o Irã na noite de 12 para 13 de junho. Eu já sabia de aviões israelenses no ar, mas esperava apenas que fizessem mais um ataque a Gaza, talvez Líbano, mas não, atacaram o Irã. Teerã e outras cidades foram alvejadas. Uma instalação nuclear de enriquecimento de urânio, instalações militares. Algumas unidades israelenses infiltradas inutilizaram baterias antiaéreas estratégicas, o que facilitou o trabalho. Hoje atacaram um porto e dois aeroportos. Nesse período 3 militares do alto-comando iraniano foram mortos, e 2 cientistas nucleares também, acompanhados de dezenas de civis, já que prédios residenciais foram o alvo. 

A reação demorou um pouco, mas veio. Logo cedo a bandeira vermelha foi erguida na mesquita Jamkaran, significando vingança, e durante o dia as ruas de Teerã estiveram cheias de manifestantes pedindo a retaliação. No início da noite de 13 para 14 (o Oriente Médio está algumas horas à frente) o Irã finalmente retaliou. Uma chuva de mísseis caiu sobre Tel Aviv e outras cidades israelenses. Estima-se em mais de uma centena de mísseis, e quase todos atingiram os alvos. Há notícias de que a sede das IDF foi destruída, entre outras instalações. Ao menos 3 levas de mísseis já foram relatadas, e a última teria atingido a usina nuclear de Dimona (informação ainda não confirmada). A maioria dos mísseis foi lançado do próprio Irã, mas, segundo o governo iraniano, alguns foram lançados de navios, o que mostra que o Irã está mais preparado para o confronto do que se imaginava. Durante o dia ao menos dois caças israelenses foram derrubados.

Um dos motivos do ataque de ontem foi o fato de o Irã não ter revidado o ataque de alguns meses atrás. Outro eu já havia colocado no short de ontem e tem a ver com a necessidade de Netanyahu conseguir um conflito de larga escala para se manter no poder e escapar de uma série de problemas que tem na justiça. Por falar em escapar, ele e parte de seu governo escaparam, de acordo com a imprensa, em direção à Grécia, deixando o país e se colocando em segurança. Também temos a irresponsabilidade de um certo presidente há poucos meses empossado, que agiu de forma tosca apoiando a ação, enquanto dizia buscar a paz. Da Grécia, Netanyahu entrou em contato com vários líderes europeus, além de Trump e Putin. O russo condenou fortemente a ação israelense e ofereceu para mediar conversas de paz. Posição parecida foi adotada pelos chineses, que condenaram o ataque e pediram conversas de paz. Os iranianos disseram que aceitam conversar, mas antes irão retaliar com força. Segundo eles o ataque de hoje foi só o começo. 

Tudo isso enquanto uma caravana com dezenas de milhares de muçulmanos se aproxima de Gaza com ajuda humanitária. Isso tem tudo para se tornar um enorme banho de sangue, e escalar para muito mais do que um conflito regional entre Israel e Irã.

quinta-feira, 12 de junho de 2025

Oriente Médio em risco de confronto bélico de grandes proporções

Pessoal, a situação está muito complicada no Oriente Médio. As negociações sobre o programa nuclear iraniano, que ocorre de forma indireta no Omã, estão prestes a falharem, e o EUA ameaça diretamente um bombardeio aos persas. O ataque viria junto com Israel, que há bastante tempo busca pressionar os estadunidenses a entrarem juntos numa guerra contra o Irã. Vamos a alguns desenrolares dessa história que foram divulgados muito recentemente, e que indicam que é muito possível que comecem hostilidades entre as partes.

1- O EUA desviou cerca de 20 mil mísseis que iriam para a Ucrânia para suas bases no OM e Israel,

2- A Agência Internacional de Energia Atômica diz que o Irã não cumpre obrigações de inspeção. O Irã diz que essa acusação vem de pressões israelenses e estadunidenses.

3- O Irã transferiu boa parte de suas instalações de enriquecimento de urânio para locais extremamente protegidos e está aumentando o grau e a quantidade do urânio enriquecido.

4- Netanyahu sobreviveu por muito pouco a um pedido de dissolução do parlamento israelense, mas sua situação segue sendo extremamente delicada na política israelense, e uma guerra em grande escala garantiria sua sobrevida por um bom tempo.

5- O EUA iniciou evacuação de funcionários civis, diplomatas e familiares de militares que servem na região. Trump diz que a região pode deixar de ser segura em breve.

6- O Irã voltou a afirmar que destruirá todas as bases americanas na área caso suas instalações nucleares sejam atacadas, e que revidará também nas instalações nucleares de Israel.

7- Israel voltou a afirmar que está preparando um ataque às instalações nucleares do Irã junto com o EUA.

8- O Irã divulgou uma série de documentos que diz ter conseguido através de espionagem junto à inteligência israelense, e que informa instalações nucleares secretas de Israel, além da íntima relação de Israel com a Agência Internacional de Energia Atômica. Inclusive teria sido a agência que informou o nome de cientistas nucleares iranianos assassinados pela inteligência israelense.

A próxima rodada de negociações indiretas entre os dois lados está marcada para o próximo domingo em Omã, e esperemos que tenhamos avanços. Um conflito entre Israel e Irã tem o potencial de se reverter num problema mundial muito rapidamente, arrastando as superpotências e potências regionais em apoio aos lados, e talvez até mesmo em intervenções diretas. Seria um desastre econômico, com alto potencial de se tornar desastre ainda mais grave.

terça-feira, 10 de junho de 2025

Conflito na Califórnia espalha por outras áreas do EUA

A Califórnia há décadas é uma espécie de Eldorado para os fãs dos EUA, e é cantada em verso e prosa por várias obras artísticas, mas desde o último final de semana a Califórnia vem sofrendo com fortes protestos a favor da imigração. Na verdade eu diria que esses protestos são contra a política de deportações da forma como o governo Trump a vem executando. 

E tudo começou com uma manifestação pacífica, em que a polícia interferiu, e acabou em confronto. As manifestações cresceram, Trump acabou por deslocar a Guarda Nacional para Los Angeles, a violência também aumentou, e já chegamos ao ponto de Trump ter movido tropas dos fuzileiros navais (os famosos mariners) para a região. 

Desde o início dos confrontos já foram detidos bem mais de 100 pessoas, e o governador da Califórnia, o democrata Gavin Newson, divulgou carta em que solicita ao governo Trump que retire as forças de repressão do estado, imputa a esta interferência o crescimento da violência no estado, e acusa o governo central de interferir indevidamente na Califórnia, interferindo na autonomia do estado. Ele também afirma que o estado irá processar o governo federal por esta interferência indevida. O diretor do serviço de imigração do governo Trump, Tom Homan, afirmou que todos que se colocarem em oposição às políticas trumpistas para imigrantes serão considerados criminosos e serão presos. Newson afirmou que ele era contra, e que Homan sabia onde encontrá-lo, em claro desafio ao governo central. A violência das forças de repressão, que usam balas de borracha, gás lacrimogênio contra as concentrações de manifestantes tem sido respondida a altura, com paus, pedras e agora o uso coquetel molotov. Dezenas de carros, com predominância dos da polícia e da guarda nacional já foram depredados e queimados.

Mas tudo isso já era esperado. A absoluta incompetência dos sucessivos governos em atender demandas de qualidade de vida populares, aliadas a distorções da realidade apresentadas por propagandistas disfarçados de analistas que pululam na mídia tradicional e alternativa trouxeram a uma profunda divisão do país. Os distúrbios da Califórnia já se espalham e há notícias de que o manifestações contra as políticas imigracionais de Trump no Texas e no Novo México, Carolina do Norte e até em Nova Iorque. Mas a violência segue sendo na Califórnia. “Garota eu vou pra Califórnia”? Vou não.


sexta-feira, 6 de junho de 2025

Ataques russos são duros, mas não são a retaliação

EPessoal, desde o último final de semana, quando houve o ataque a alguns campos de pouso na Rússia com a destruição e avaria de alguns aviões da frota estratégica nuclear russa, e tivemos uma série de atentados terroristas no país euro-asiático, Putin ordenou o retorno ao ataque a infraestruturas ucranianas. São unidades de geração e transmissão de energia, fábricas, unidades de reparação de aeronaves, de produção de drones, campos de treinamento militar, quartéis e unidades militares, e unidades de residência de militares e mercenários. 

Os ataques são todos efetuados com armas “tradicionais”, principalmente drones e mísseis, sendo o mais avançado o Iskander. Eles acontecem principalmente durante a madrugada, mas as horas diurnas não estão isentas desses ataques. E se os ataques russos tinham se retraído às áreas em disputa e à buffer zona que os russos buscam criar na falta de um acordo mais claro, agora elas se estendem por toda a Ucrânia, chegando ao extremo Oeste do país, até mesmo próximo às fronteiras com países que já pertencem à NATO. Até agora a defesa anti-aérea cedida pelo Ocidente foi totalmente ineficaz contra drones e mísseis, sendo que algumas baterias anti-aéreas também já foram destruídas no processo. Estas informações têm sido divulgadas pela mídia russa, e confirmada pela mídia alternativa ucraniana. 

Também esta semana houve mais um longo telefonema entre Putin e o presidente estadunidense Donald Trump, e o presidente russo disse que estava preparando uma resposta a altura aos ucranianos. Segundo Trump ele tentou dissuadir Putin dessa ação, mas foi incapaz disso. 

Ou seja, o aumento desses ataques já é muito duro, mas não é a retaliação russa. Podemos esperar um ataque realmente duro, e segundo vários analistas ele deve vir este final de semana. Eu já tinha dito que a Ucrânia era um país destruído, mas se continuar nesse ritmo se tornará um país medieval, sem energia, sem água, e sem condições de alimentar sua população. Os europeus da NATO claramente não se importam com isso, mas essa situação refletirá por todo o continente, que vem perdendo qualidade de vida de forma acelerada.

terça-feira, 3 de junho de 2025

Entre ataques e contra-ataques russos e ucranianos realizam a 2ª sessão de negociações na Turquia

Pessoal, apesar da série de ataques e contra-ataques de ontem, a segunda rodada de negociações ocorreu ontem entre ucranianos e russos na Turquia. Sim, ontem, dia 2 de junho, após mais de 3 anos de conflito pesado, com baixas militares com números bem acima de um milhão de pessoas, um país devastado (Ucrânia), pois é, apesar disso tudo, tivemos essa segunda rodada de negociações. 

E como esperado as negociações mostraram um enorme impasse, ainda que um avanço tenha ocorrido. Não vou aqui relatar todos os impasses, mas vou apenas colocar dois como exemplo, porque todos os itens levam a um impasse. Os que escolhi mostrar como impasse são relacionados a condições militares da Ucrânia. Enquanto a Rússia exige neutralidade dos ucranianos, que eles não integrem nenhuma coalizão militar de nenhum tipo, os ucranianos querem que os russos reconheçam e permitam à Ucrânia integrar a coalizão Ocidental, a NATO, ou qualquer outra coalizão que eles resolvam aderir. 

Outro ponto é que os russos querem limitar as forças armadas ucranianas em número de homens, e quantidade e tipos de armamentos que poderiam operar, enquanto os ucranianos querem que os russos reconheçam o direito da Ucrânia em se armar e organizar suas forças armadas da forma que lhe bem aprouver. E todos os outros pontos mostram impasses desse tipo. 

Mas três pontos foram acertados, e eles têm a ver com mortos, prisioneiros e feridos de guerra. Os russos disseram que devolverão todos os restos mortais dos soldados ucranianos e esperam o mesmo da outra parte. Foi acordada a troca de todos os prisioneiros com ferimentos graves, independentemente do número que cada lado tenha. Por fim foi acordada uma comissão mista que será responsável em analisar e avaliar as condições dos prisioneiros de ambos os lados, principalmente no que se refere aos feridos. 

Da paz ainda estamos longe, mas alguns passos são dados.

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Ataques e contra-ataque entre Ucrânia e Rússia

Pessoal, a Rússia sofreu sérios ataques a bases militares e a uma linha férrea. Foram ao menos 4 bases aéreas atacadas, inclusive pelo menos uma é parte do sistema estratégico nuclear russo, e alguns bombardeios estratégicos tupolev foram destruídos. A linha férrea teve uma ponte explodida exatamente na hora em que passava um trem de passageiros com civis. 

As bases são a de Olenya no oblaste de Murmansk no Círculo Polar Ártico; Irkutsk na região da Sibéria ao Norte da fronteira com a Mongólia; Belaya no oblast de Irkutsk, próximo a fronteira com a Geórgia, e a base de Ivanovo Severny. A ponte explodida passava por cima da linha férrea, o que causou o acidente. Ela se localiza na região de Bryansk e o ataque já teve confirmadas a morte de 7 pessoas além de 47 pessoas feridas, incluindo 3 crianças, todos hospitalizados. Uma criança de 8 meses foi transferida para Moscou por via aérea. Há notícias também de que a base de submarinos nucleares russos está sob ataque, mas isso não foi confirmado até o momento.

Até agora autoridades russas tinham reconhecido apenas 2 bases aéreas como tendo sido atacadas por forças ucranianas, ainda que haja imagens de todos os ataque circulando nas redes sociais. Os ataques se deram com drones que foram levados até próximo dos alvos por caminhões, e segundo as primeiras informações teriam sido operados com auxílio do sistema starlink (essa informação segue sob investigação). Além disso, segundo autoridades ucranianas, o governo estadunidense havia sido informado do andamento do ataque, e declarações do próprio presidente Trump dão a entender que ele sabia previamente do que estava sendo preparado. 

Dos motoristas dos ao menos 5 caminhões utilizados para perpetrar os ataque se tem notícias de que há ao menos 1 preso, e outro teria sido morto pela população civil revoltada. Em TVs de canais fechados russos já correm programas em que se pede que Putin endureça seu coração e aumente os ataques à Ucrânia. Isso vai no encontro com os sentimentos da população russa, que está revoltada com o acontecido. 

A Rússia já executou um contra-ataque de retaliação que atingiu alvos por toda a Ucrânia, e segundo fontes russas, todos alvos militares. Na minha visão Putin será obrigado a deixar a Operação Militar Especial e entrar efetivamente em guerra. Com isso o atual contra-ataque será apenas um reflexo condicionado, e poderemos esperar ataques muito fortes por toda a Ucrânia nos próximos dias, além de que deveremos aguardar um pronunciamento muito duro contra a NATO e o Ocidente coletivo.

domingo, 1 de junho de 2025

Leão XIV é eleito e tem desafios enormes

É isso pessoal, a Igreja indicou um novo Papa teve a duração média das últimas indicações, e presenciei alguns Conclaves durante minha vida. As sucessões de Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II, Bento XVI e Francisco I. Todos eles duraram aproximadamente 2 dias, e este último não foi diferente. Mas o tempo de se tomar uma decisão mostra muito mais uma tendência hegemônica dentro do alto clero, e a tendência que a Igreja tem, independente das opções do Papa que deixou seu reinado. Esta última escolha não foge a essa regra.

Então vamos entender quem é Leão XIV, que até pouco antes era conhecido como Robert Francis Prevost em 14 de setembro de 1955 e fez seus votos solenes em 1981. Sua entrada na Igreja se deu pela ordem Agostiniana, e Prevost fez uma carreira nesta ordem. Formou-se em Matemática, Filosofia, estudou Direito Canônico na Pontifícia Universidade São Tomás de Aquino em Roma, e durante sua vida na ordem de Santo Agostinho exerceu vários cargos de responsabilidade, lecionou sobre Direito Canônico, foi Juiz de Tribunal Eclesiástico Regional, foi prior geral dos agostinianos, Diretor de Formação no Convento de Santo Agostinho em Chicago. Foi ordenado Bispo em 2014 e Arcebispo em 2023. Logo depois, ainda em 2023, foi ordenado Cardeal, ganhando o direito de participar do Conclave.

O caminho para o papado tinha sido realmente iniciado nesse mesmo ano de 2023, quando em janeiro, Francisco I o nomeou Prefeito do Discatério para os Bispos. O Discatério acompanha uma série de ações da Igreja, entre elas acompanha o trabalho dos Bispos, o que aproxima bastante seu Prefeito dos Bispos de todo o mundo, além de organizar a Igreja territorialmente e pessoalmente, fazendo indicações, incluindo dos capelães militares. A velocidade com que passou de Bispo a Cardeal mostra o interesse de Francisco I em apoiar o então Robert Prevost. Sim, sei que o tempo não é fixo para esse crescimento na hierarquia da Igreja, mas não costuma ser tão rápida a ascensão.

Em seu primeiro discurso o agora Leão XIV trouxe a saudação de Cristo, e desejou que a Paz esteja com todos. Falou sobre a Paz no mundo, desejou a Paz para o mundo, e falou do papel da Igreja em levar essa Paz, em construir pontes, em dialogar. Essa ligação da Paz ao mundo é feita claramente quando fala de Paz desarmada, desarmante e humilde. Para isso fala na união da Igreja, e através dessa união avançar nesses objetivos. E não deixou de fazer a alusão ao seu tempo no Peru, e na comunidade que o apoiou durante seu tempo como Padre e Bispo por lá. Aqui um resumo já analisado do que disse Leão XIV, e é isso que o mundo precisa no momento.

Só que nem tudo foram flores na vida de Robert Prevost. No final dos anos 80 e 90 do Séc. XX e início do XXI explodiram várias denúncias de relações, digamos, inconvenientes entre alguns Padres e menores de idade no EUA. Essas denúncias custaram à Igreja Católica do EUA muitos milhões de dólares em indenizações às vítimas, além de muitas horas de escândalo televisivo e muita tinta em quilômetros de papel que divulgava o mesmo teor. O então Padre Robert Prevost atuava como Provincial da Província Agostiniana de Chicago, quando autorizou um desses Padres a residir num convento da ordem em que funcionava uma escola Católica. Foi designado um monitor a este Padre, mas a escola não foi informada de sua presença. O caso ganhou repercussão ao chegar à mídia, e logo depois a Igreja adotou regras mais rígidas para este tipo de caso, sendo o Padre retirado para outra residência. Outro caso que gerou polêmica foi sua posição contra homossexuais.

Devido este episódio que se deu no início dos anos 2000, a nomeação do agora Leão XIV veio acompanhada de protestos de associações dessas minorias e de vítimas de abusos vindas de membros do Clero.

Mas não podemos esquecer que a Instituição que Leão XIV está liderando não é apenas religiosa e espiritual, mas também é um Estado. E é um Estado que estende tentáculos por todo o mundo, já que a religião Católica está presente na maioria dos países do mundo, sendo extremamente significativa na América Latina, no Mediterrâneo europeu, e importante em outros países, incluindo Rússia, EUA (país de nascimento do Papa), Irlanda, e tem presença também no Oriente Médio e alguns países Orientais.

Muitos analistas consideram Leão XIV como um centrista da Igreja. Ele estaria apto a conversar tanto com os reacionários, conservadores, e também com a ala mais progressista da Igreja, tendo assim capacidade de proporcionar aquela união da Igreja, que ele comenta em seu discurso, e que é fundamental para que a Igreja possa interferir em favor da paz nos processos de confronto que temos visto se espalharem pelo mundo nos últimos anos.

A posição dele também será importante para sedimentar um importante trabalho ecumênico iniciado por Francisco I, que procurou reaproximar a Igreja Católica da Ortodoxos e de outras religiões, tanto cristãs, quanto de outras matizes, estreitando laços e buscando boas relações, tentando influir num mundo em que o diálogo prevaleça sobre a violência.

Mesmo em pontos onde é criticado o então Robert Prevost tem sua razão. Um exemplo é ele não ser exatamente contra os homossexuais, mas os considera pecadores. Ora, Prevost é um religioso, ele fala por e de dentro de uma doutrina religiosa. Suas posições são impregnadas de dogmas e posições pré conceituadas. Seu primeiro discurso deixa clara a busca de incluir a todos, isso não significa que todos os comportamentos são considerados “normais” dentro da doutrina da própria Igreja.

Essas posições já começam a aparecer em suas redes sociais. São várias as manifestações pela paz, são várias as manifestações por definições mais "retrógradas" do papel social das pessoas, mas pregando o respeito pelo diferente. E isso se traduz, por exemplo, no fato de Leão XIV ter oferecido o Vaticano como local para se discutir a paz na Ucrânia. Ou seja, ele coloca as forças e potenciais da Igreja em apoio a paz, e mesmo que só isso não seja suficiente para alcançá-la, é mais uma força que se une fortemente para isso.

Com esse ângulo você for olhar o histórico de Leão XIV pelas fontes oficiais do Vaticano, então você verá um Santo, um homem totalmente devotado ao bem. Se você for olhar com um viés mais profano, então você verá um homem, e esse homem tem erros e acertos. O fato de ele ter virado Papa não o tornou um Santo, mas suas ações de agora podem torná-lo um grande homem, alguém que efetivamente pode colaborar por um mundo melhor, por aproximar povos e nações, com respeito mútuo e fraternidade.

Não, não é um mundo globalista. Respeitar e ser fraterno não é gostar. Respeitar é justamente aceitar a diferença, e ser fraterno não é tentar ser igual aos outros. Talvez Leão XIV tenha muito a contribuir por um mundo onde respeito e fraternidade se sobreponham às tentativas de imposição de ideologias e comportamentos. Aí teremos um mundo capaz de encontrar a Paz de que ele falou em seu primeiro discurso.

Russos mostram o poder de seus novos submarinos

Pessoal, os submarinos são a plataforma de armas mais temida na atualidade. Isso se deve à sua capacidade de transporte de grandes quantidades de armas e sua grande furtividade, que se exponenciou pelas novas tecnologias empregadas nessas embarcações e que as tornaram stelth, ou seja, quase impossível de deteção por radares e sonares inimigos. Estas características permitem aos submarinos se aproximarem da costa e de embarcações inimigas de forma furtiva e realizarem ataques rápidos e devastadores.

Essa semana o submarino russo Krasnoyarsk, da classe Yasen-M 885M, e que carrega todas as características descritas acima, fez o lançamento de um míssil supersônico Kalibr a um alvo em terra numa distância de 1100 km, e o míssil acertou seu alvo. O treinamento se realizou durante os exercícios da frota russa no Pacífico, e além do lançamento do Kalibr, autoridades russas informaram que foi simulada a caça e anulação de um submarino inimigo, que o Krasnoyarsk também executou com êxito. Vale ressaltar que essas informações são divulgadas por autoridades russas.

Já os submarinos dessa classe Yasen-M 885M têm capacidade de lançamentos de mísseis de cruzeiro, torpedos e os temíveis Tzirkon, que são mísseis hipersônicos e para os quais ainda não há defesa. Além disso carregam minas. Já tem alguns anos que a Rússia vem atualizando e alterando submarinos mais antigos, quando aplicável, e aumentando sua frota dessas embarcações com a construção de novas e modernas unidades. Mas apesar da demonstrada capacidade de ataque a alvos em terra como demonstrado no exercício, os submarinos dessa classe são projetados prioritariamente para a caça de outros submarinos, como completou o exercício.

Tais exercícios, ainda mais quando se executam ações reais como o lançamento do míssil Kalibr, têm dois objetivos principais, além de secundários. O primeiro é manter tripulações aptas a realizar as operações necessárias de operação das embarcações e seus sistemas, incluindo de armas. O segundo é dar um aviso a seus potenciais e reais inimigos, incluindo populações: não se metam conosco, porque vejam o que nós podemos fazer. Apesar disso, e apesar de hoje os russos estarem à frente na corrida armamentista, eles não são os únicos a terem condições de causar sérios danos a potenciais inimigos.

sábado, 31 de maio de 2025

Impasse na mesa de negociações do conflito no Leste europeu

A agência britânica Reuters divulgou o que seria o vazamento de algum oficial do governo russo, que diz que Putin estaria pronto para a paz. As condições básicas são:
1- que a Ucrânia não entre na OTAN e garanta seu não alinhamento;
2- que a NATO para seu avanço para o Leste, o que inclui países como a Geórgia e Moldávia, mas não só;
3- a Rússia não abre mão da integralidade territorial das 4 províncias incorporadas à Federação Russa através de plebiscito;
4- a proteção das populações russas que habitam o território do que sobrar da Ucrânia, com garantias ao uso da língua, entre outras garantias;
5- tudo isso precisaria estar no papel, assinado, carimbado e com chancela internacional.


Por outro lado a Ucrânia insiste em que não aceita que a Rússia diga o que ela pode ou não fazer, e a própria NATO não abre mão de dizer, e muito menos repudiar oficialmente uma possível adesão de novos membros.


Essa situação mostra o impasse, mostra que as condições russas apenas aumentaram de 3 anos para cá, porque em 22 não havia a integração da chamada Novo Russia à Federação Russa, e agora essa exigência é um fato. Enquanto isso a Ucrânia e a NATO seguem insistindo nos mesmos pontos também.


Como venho dizendo o impasse persiste, e ele só será removido quando um ou outro lado prevalecer amplamente no campo de batalha. Tudo indica que esse lado será o russo, mas guerras às vezes nos reservam viradas inesperadas.
De qualquer forma, mesmo que um acordo seja conquistado pelos russos no conflito atual, tudo também indica que a NATO partirá para um segundo round, com ou sem acordos no papel, assinados, carimbados e com chancela internacional. Historicamente é da natureza deles, e as movimentações de rearmamento dos europeus mostram que essa natureza segue viva.


Uma pena, porque com negociações sérias, bons acordos cumpridos por todas as partes, todos tinham muito a ganhar, e pouquíssimo a perder.


2

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Segredos nucleares russos vazados?

Pessoal, surgiu como uma bomba a informação divulgada pela imprensa alemã, mais especificamente pelo Der Spiegel e pelo Danwatch, de que 2 milhões de documentos ultra-secretos russos teriam vazado e exposto todo o programa nuclear do país euro-asiático. Informações como desenvolvimentos técnicos, quantidade de armas, mísseis, localização dos mesmos, e até a localização de uma base ultra-secreta, a Yasny, teria sido vazado, e nela estão armazenados os terríveis Avangard, que são planadores hipersônicos capazes de transportar cargas nucleares e convencionais. Por sua vez os Avangard são carregados por mísseis balísticos, e fazem sua reentrada na atmosfera em velocidades hipersônicas, a partir de Mach 27, o que os torna praticamente impossível de serem parados pelas armas de defesa Ocidentais. Outras armas russas de ponta também estavam incluídas no vazamento. 

O problema é que esse tipo de informação é secreta para nós, mas os governos e suas agências de inteligência costumam ter conhecimento bastante profundo dessas informações, inclusive a Rússia as têm de outros países também. Com isso estipula-se que, devido as últimas movimentações do governo alemão, e o grau de atrito entre este e o governo russo, tal vazamento tenha vindo de Berlin. O que não se sabe ainda é se Moscou irá retaliar da mesma forma, até porque não houve pronunciamento de autoridades russas sobre o ocorrido até o momento.

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Fala de Herói da Rússia assusta Ocidente Coletivo

Pessoal, no dia 27 de maio saiu uma entrevista no news.ru com o Tenente-general Sergey Lipovoy, antigo Comandante das tropas de elite russas e que ostenta o título de Herói da Rússia. Na entrevista o General Lipovoy sustenta que a Rússia estaria preparando um grande ataque com armas que o chamado Ocidente Coletivo não tem defesas, e a Ucrânia tampouco.

Ele se refere a armas hipersônicas. Mísseis como o Kinzhal, Zircon, ou Avangard, que voam a velocidades acima de Mach 10 e conseguem manobrar, ou seja, mudam suas tragetórias durante o voo. E ele não citou a mais avançada de todas, o Oreshniki, que além das características acima, ainda leva vários mísseis secundários em sua cabeça, tornando-o extremamente letal, já que pode atacar vários alvos de uma só vez. Especialistas militares estimam que os russos teriam pelo menos mais 3 ou 4 novos armamentos que ainda não foram apresentados ao mundo, e se isso for realidade, então os russos, que já estão ao menos 2 décadas à frente do Ocidente Coletivo em armamentos, então estaria ainda mais avançado. 

Para concluir a fala do General, ele afirma que se a Rússia não oblitera o sistema militar ucraniano com essas armas é devido a uma enorme paciência de Moscou, que espera que Kiev perceba a inutilidade e o erro de persistir no conflito com a Rússia. 

Apesar de parte disso ser real, parte ser especulação, a verdade é que essas declarações de Lipovoy aparecem mais como propaganda, e claro, como forma de tentar pressionar Kiev à paz. O próprio Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança Russo, também fez declarações recentes com este sentido, embora com outras alegações, e os ataques feitos essa semana pelos russos em várias cidades ucranianas dão respaldo a essas declarações. 

Como eu já disse, os russos aumentam a pressão no campo de batalha e esperam que os ucranianos cedam a isso. A questão é que por uma série de motivos parece que os ucranianos ainda não estão prontos.

domingo, 25 de maio de 2025

Brasil precisa se pronunciar sobre Natal e Fernando de Noronha

Pessoal, circulou nos meios de comunicação, tanto na grande mídia impressa, quanto na mídia alternativa, a informação de que o EUA está buscando se apossar de Fernando de Noronha e de Natal. Sim, porque a partir do momento que eles colocam uma base em algum lugar, até as Leis do país que os recebe deixam de ser aplicadas, e não só na base, mas quase sempre aos atos de seus militares fora dela. São vários casos de crimes hediondos cometidos, e que os países não podem punir devido esses acordos escusos. Em alguns casos chegam mesmo a definir quem pode ou não transitar por esses territórios, e isso incluí autoridades governamentais locais. Ou seja, os países simplesmente perdem a soberania pelos territórios em que estão as bases e seus arredores, e mesmo para punir crimes cometidos pelos militares que nelas servem.

E as alegações para pleitearem utilizar tais territórios são absolutamente pueris, lembrando a fábula do lobo e do carneiro tomando água no riacho. Vejamos:

1ª- investimentos feitos há quase 80 anos, pela WWII. Como se não tivesse sido um acordo feito à época e cumprido por ambas as partes. 

2ª- Seria um direito do EUA de reativar um acordo em que houve financiamento por parte do EUA, de acordo com interesse e necessidade deles. Isso simplesmente não existe, caso não esteja expresso no próprio acordo, e não está.

3ª- São acordos que não se aplicam, que o próprio EUA nunca respeitou, e que já não existem mais, como de apoio interamericano.

Ou seja, nenhuma das justificativas deles de dar um ar legal à tentativa de tomar território brasileiro se sustenta. Mas tem gente que diz que para algo assim precisa de aval do Congresso. Ou seja, ou o governo brasileiro age fortemente contra tal absurdo e detém esse avanço colonial e imperialista, ou perderemos ainda mais soberania. Até agora não vi posicionamento sério do governo.

sábado, 24 de maio de 2025

China vai entrar no mundo Star Wars? Nave-mãe a caminho.

Pessoal, este é o novo brinquedinho chinês, uma nave-mãe. Sim, uma nave-mãe, capaz de lançar centenas de drones, mísseis e foguetes de grande altura. Detalhe é que a própria nave-mãe é um drone. Ela pode atingir cerca de 15.000 metros de altura, o que lhe permite escapar à grande maioria dos sistemas anti-aéreos do mundo, tem um alcance operacional de 7.000 quilômetros, o que é bastante adequado. 

Além dos drones Kamikazes, o Jiutian SS-UAV, como é chamado, também carrega drones de reconhecimento, mísseis anti-navio, mísseis de cruzeiro, mísseis ar-ar para defesa contra caças inimigos, e tem capacidade de controle de enxames por IA, o que possibilita melhor utilização de seus drones kamikazes, possibilitando o ataque a vários alvos simultaneamente e sem erros na execução dos ataques. 


Apesar de parecer algo muito inédito, o Jiutian SS-UAV compete com dois drones americanos, o RQ-4 Global Hawk e o MQ-9 Reaper. A questão é que o RQ-4 é mais voltado para a vigilância, e o MQ-9 é mais para ataque, enquanto o drone chinês se propõem a combinar melhor as duas utilizações do equipamento. Além disso a fabricante garante que a configuração do Jiutian permite a utilização em várias missões diferentes, como o transporte de alta segurança, vigilância de fronteiras e até mesmo missões de resgate arriscadas. 

O novo player da indústria de armamentos, a China, promete acirrar muito o mercado de armas, já que o atual desenvolvimento chinês tem sido marcado pela oferta de excelentes produtos a preços extremamente competitivos, e isso deve se reverter em suas armas também.


quinta-feira, 22 de maio de 2025

Pressão internacional cresce contra Israel

Pessoal, há mais de um ano atrás eu fiz um vídeo curto cujo título era: Israel não tem limítes, mas tem oposição. A ideia era mostrar que o que estava acontecendo em Gaza começava a mobilizar pessoas ao redor do mundo. Na época os protestos atingiram não só a Europa, mas vários países muçulmanos e de várias partes do mundo também, mas vimos pouco efeito em termos de resultado. Só que esses protestos não pararam, em alguns casos cresceram, mesmo com repressão governamental, institucional e política e até mesmo policial em alguns lugares do mundo. 

Mas passado mais de um ano vemos resultados começarem a aparecer. Em Haia, nos Países Baixos, por exemplo, vimos uma enorme manifestação que reuniu pouco mais de cem mil pessoas. Se pensarmos que Haia tem cerca de 500 mil habitantes, vemos que o tamanho da manifestação foi enorme. Mas não só isso chama a atenção. Os governos da França, Reino Unido, Canadá e Espanha, não só condenaram e prometeram tomar medidas efetivas contra o Estado israelense caso a campanha militar em Gaza não termine, como alguns desses Estados já começaram efetivamente a tomar essas medidas. O Reino Unido informou que cortou o comércio com Israel e chamou a embaixadora em Londres para se explicar sobre o que acontece em Gaza. Já a Espanha proibiu completamente a exportação de munição ao Estado israelense, como o Congresso espanhol aprovou uma Lei que permite ao governo do país o embargo total de armamentos à Israel. A China, junto com outros países, incluindo o Brasil, intercedem na Corte Internacional de Justiça para que Israel interrompa o bloqueio à ajuda humanitária. 

A resposta de Israel foi um ataque a uma missão da ONU com cerca de 20 diplomatas e que visitava territórios de refugiados palestinos. Aos poucos a pressão sobre Israel aumenta para que cessem os ataques indiscriminados aos palestinos, e Israel não tem condições de manter sua ofensiva sem apoio do Ocidente. Mas isso já custou ao menos 60000 vidas, quase todas de velhos, mulheres e crianças, fora um número desconhecido de pessoas que estão soterradas sob os escombros e o enorme sofrimento dessa população. Não tem rapto que justifique isso.

segunda-feira, 19 de maio de 2025

Putin ataca Ucrânia em busca da paz?

Pessoal, a Rússia apresentou um novo sistema de mísseis no conflito na Ucrânia. É o S8000 Banderol. O novo míssil foi usado em ataque que chegou a fazer o chão tremer fortemente nas regiões próximas aos alvos, que se concentraram principalmente em depósitos de armas e munições, além de postos de comandos no Oeste da Ucrânia. Os depósitos estavam com muito material, uma vez que o envio aumentou durante os curtos períodos de cessar-fogo dados pela Rússia nas últimas semanas. Já nos postos de comando encontravam-se altos oficiais, incluindo instrutores a conselheiros Ocidentais, principalmente franceses. 

Teria sido este ataque que levou Macron a dizer que: “nós demos tudo o que podíamos para a Ucrânia”. A fala pode indicar um arrefecimento do governo francês no apoio à causa ucraniana, o que seria um baque no esforço em deter os russos. 

Sobre o novo míssel se sabe pouco, mas estima-se que ele tenha sido desenvolvido para fugir à guerra eletrônica e seja extremamente eficaz e preciso na aquisição de alvos. E tudo isso ocorria enquanto russos e ucranianos se encontravam na Turquia e iniciavam as conversações de paz, desse vez diretamente, sem interferência presencial de nenhuma outra parte. 

Sobre essa primeira conversa falamos num vídeo mais detalhado e mais longo. Mas podemos dizer é que os russos querem paz, e estão pressionando a guerra para buscar a paz. Ambíguo, contraditório, mas talvez venha a ser eficaz.

domingo, 18 de maio de 2025

Primeira rodada de negociações entre russos e ucranianos termina

Vamos lá, após cerca de 3 anos desde a última reunião entre russos e ucranianos na Turquia, os lados beligerantes voltaram a se encontrar. Mais uma vez os turcos agiram como “mediadores” na busca por um entendimento entre eles, e quando falamos de mediadores, falamos de facilitar o encontro, de dar segurança aos grupos de negociadores, de dar suporte para que as conversas tenham andamento de forma a chegar a um termo acordado entre os dois lados, sem pressão, sem interferências diretas externas.

Outro ponto que precisamos entender é que quando se fala em conversas sem pré-condições isso não significa que os lados não tenham objetivos e interesses a serem discutidos, mas simplesmente que não há condições para que a conversa ocorra. Exemplos. Os ucranianos não aceitavam conversar enquanto não houvesse um cessar-fogo de ao menos 30 dias, ou os russos não aceitavam conversar enquanto a NATO estivesse enviando armas. Essas conversas ocorrem sem pré-condições, mas elas já tiveram vários temas debatidos. Começaremos a expô-los aqui, até porque tudo começou antes do encontro propriamente dito.

E começou com o trio de ferro europeu baixando em Kiev e fazendo pressão sobre Zelensky, primeiro para que não entrasse em negociações com os russos, segundo para que não cheguem a um acordo. O problema é que corre um vídeo em que, aparentemente, os 3 foram flagrados tentando esconder os restos do que pareceu ser uma sessão de uso de drogas. Se o vídeo é real, se usaram ou não entorpecentes, isso não tenho como afirmar, até porque há inúmeros recursos para geração de vídeos hoje em dia. Mas o fato não é o uso de entorpecentes, mas a divulgação do vídeo, não vi um desmentido oficial de nenhum dos governos, e caiu para a sarcástica e ferina Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo para comentar o assunto. Ela não perdeu tempo, acusou a Europa de tomar decisões através de líderes dependentes e temporários (em todos os sentidos). Disse que isso embaça as decisões, e completou dizendo que perguntou a um diplomata ocidental como podiam colocar dinheiro e armas nas mãos de um viciado. A resposta teria sido que o uso de substâncias é comum entre lideranças ocidentais.

A mesma Zakharova manteve os holofotes no lado russo, porque aparentemente movido pela visita dos líderes europeus, Zelensky criticou duramente a comissão para negociar com os ucranianos nomeada por Putin, chamando o ato de teatral e um esboço de comissão. Zakharova foi dura, exaltou os predicados dos russos, incluindo seus títulos acadêmicos e experiência, chamou Zelensky de palhaço, de falhado, e disse que não se sabe qual sua formação escolar. Por último voltou a colocar a culpa da atual situação no ucraniano, já que, segundo ela, a mesmíssima delegação chegou a um acordo com os ucranianos há três anos, mas Zelensky abortou o acordo de paz e o conflito segue como sabemos hoje em dia.

Mas aos trancos e barrancos chegamos ao dia da reunião. Zelensky esteve presente, como havia indicado, mas não participou da reunião, já que Putin, como eu tinha adiantado, não foi, ainda que desafiado pelo ucraniano. Putin não tem o que fazer lá. Na verdade ele aparecerá quando for realmente necessária sua presença. No momento as conversações estão no começo, e os ucranianos insistem no retorno a uma geografia anterior à fase atual do conflito, quando a Rússia ainda não tinha entrado diretamente no confronto entre os ucranianos e os russos étnicos da região em disputa. Essa posição traz um desdobramento, que é a solicitação aos russos que deixem as regiões em disputa.

A resposta russa é que as regiões foram formalmente incluídas na Federação Russa, e portanto o invasor passou a ser a Ucrânia, e solicita que os ucranianos deixem todo o território em disputa. Esse impasse deverá permanecer por algum tempo, e não havia no primeiro acordo negociado, já que os russos aceitaram deixar as regiões, elas ainda não tinham sido incorporadas à sua Federação, e a Ucrânia sairia do conflito com poucas perdas, a maioria política.

Mesmo assim os russos consideraram esse primeiro encontro satisfatório. Foi acertada uma troca de mil prisioneiros de cada lado. Kiev insistiu num encontro de lideranças, ou seja, Zelensky e Putin na mesma mesa e os russos anotaram a solicitação. Os dois lados também acordaram apresentar propostas para um cessar-fogo, ou seja, deveremos ter ao menos uma segunda rodada de negociações. Mas já digo que não acredito que Putin esteja presente, salvo se a situação no campo de batalha evolua muito, seja para um lado, seja para o outro.

Já as negociações devem se arrastar por algum tempo. Se há 3 anos eles chegaram a um acordo relativamente rápido, agora nada indica que isso ocorra, salvo se os ucranianos percam o apoio que recebem do Ocidente. Trump, ainda que tenha incentivado as negociações bilaterais, segue enviando armas para a Ucrânia. Sim tinha diminuído – nunca parou – e agora voltou ao nível normal, incluindo assistência técnica e de inteligência. Os europeus, além de armas, seguem enviando dinheiro aos ucranianos. Só que os europeus parecem estar perdendo o fôlego. Macron já indicou que os franceses estão no limite; os ingleses, apesar de muito apoio de inteligência, já reduziram envio de armas por não tê-las, mesmo que sigam enviando dinheiro. Os únicos que seguem tentando manter o nível, e talvez até aumentar o envio de armas, se não em quantidade em qualidade, são os alemães, que também seguem enviando dinheiro. Os italianos já reduziram muito sua participação no esforço de luta ucraniano.

Por isso que volto a repetir, os ucranianos ainda têm fôlego, mas ele tende a diminuir a medida que a ajuda ocidental também diminua. Em relação ao recrutamento os ucranianos têm apresentado imensa dificuldade. As redes sociais fervilham de vídeos de homens sendo raptados nas ruas para serem enviados aos campos de batalha. Ao mesmo tempo já vemos a reação de civis contra essas arbitrariedades, principalmente por parte de mulheres e homens mais velhos, e também tornam-se comuns o resgate desses sequestrados por grupos de transeuntes.

Por isso disse no vídeo curto que soltei ontem que Putin aumenta a pressão no campo de batalha para encontrar a paz. A paz será encontrada ao se exaurir a capacidade ocidental de apoiar os ucranianos, as próprias capacidades ucranianas de se armar, incluindo a capacidade de conseguir soldados para lutarem por sua causa, ao exaurir as capacidades econômicas dos ucranianas, assim como as capacidades europeias já estão muito debilitadas. Os russos estão conseguindo tudo isso no campo de batalha. Poderia ter sido na conversa, na diplomacia, mas os ucranianos optaram por buscar enfrentar os russos no campo de batalha, e estão muito próximos de perderem. As negociações tendem a expressar essa condição.

É isso pessoal, a situação deve se arrastar por mais alguns meses, e salvo alterações muito intensas nas relações do campo de batalha, a vitória tende a ser russa, e os russos poderão impor suas condições, e elas não mudaram desde o início do conflito, apenas se intensificaram, justamente devido o conflito.

o.

sábado, 17 de maio de 2025

A WW3 pode escalar?

Mais um excelente texto de Wellington Calasans, mas dessa vez vejo uma análise datada. Sim, não que ela esteja errada, mas apenas que ela observa um momento presente e futuro muito próximos. Vamos entender o porquê. 

Não vejo as ações de Putin por um acordo de paz como erros, mas como opção por um caminho menos destrutivo, e muito menos catastrófico. Sim a entrada de tropas da NATO em território ucraniano seria o estopim de uma escalada, e é isso que Putin busca evitar, e a tática para isso são a mesa de negociações e a demonstração de poder se fogo muito superior ao dos ocidentais. Isso se alia ao fato de que as armas milagrosas ocidentais, que deveriam ter o mesmo efeito, até agora não produziram nada de efetivo. E enquanto o Ocidente corre atrás de ter coisas mais efetivas (e ainda não as tem), os russos seguem tendo algumas de reserva. A China também já tem algumas armas superiores às ocidentais.

E por falar em China, esta vem avançando muito rapidamente em tecnologia militar e quantidade de armas. Em alguns campos já ultrapassou os americanos, incluindo na Marinha, onde as últimas informações dão conta de que a chinesa já ultrapassou a orgulhosa US Navy em quantidade de belonaves, e em tonelagem também, e segue crescendo.

Temos que lembrar que uma eventual entrada direta da UE com tropas na Ucrânia significaria, a princípio, um arejamento nas tropas em si, em termos de quantidade, mas não em qualidade, e menos ainda de equipamentos. Além disso a entrada da UE vai torná-la alvo dos russos, e eles têm capacidade de atingir alvos em qualquer parte do mundo. O contrário não é exatamente verdade, como o conflito atual vem mostrando. 

Por fim a China não poderia permitir que os russos perdessem essa guerra, sob pena de isolamento e aí sim, ficar suscetível, então ela seria obrigada a entrar em apoio aos russos.

E falando em China, esta já estaria envolvida num conflito direto com os EUA. Essa é a ideia expressa abaixo. 

E a ideia do EUA expressa a tentativa de reproduzir a WWII, quando os estadunidenses, junto com alguns aliados, se ocupavam do Japão, enquanto davam algum apoio logístico para a Europa se "ocupar" da Alemanha.

E aqui vão 6 erros de avaliação dos estrategistas estadunidenses, caso a ideia deles seja realmente essa.

1- A Alemanha era uma máquina de guerra formidável e superior ao resto da Europa em 1939, mas comparativamente,  a Rússia é bem superior à UE em relação ao que era a Alemanha.

2- Na WWII o Japão tinha um potencial industrial formidável, mas a fábrica do mundo era o EUA, Hoje o EUA tem uma indústria formidável, mas a fábrica do mundo é a China, e muito à frente de EUA e UE juntos.

3- Não devemos confundir a busca pela solução diplomática com inação. Preferir a solução diplomática não significa não ir a luta, e muito menos não poder lutar. Os chineses disseram isso claramente: "preferimos conversar e chegar a um acordo, mas se não quiserem estamos prontos para qualquer guerra que queiram travar". E os chineses não podem deixar a Rússia cair.

4- O Ocidente está desfasado, tanto em tecnologia, quanto em táticas e estratégias bélicas. Isso pode ser recuperado, mas não significa que ocorrerá, até porque o outro lado não está parado, e segue desenvolvendo também. 

5- Na WWII as armas nucleares apareceram de forma episódica e num momento em que os destinos já estavam resolvidos. Hoje elas já estão aí, e serão usadas em caso extremo. 

6- Na WWII o EUA estava bastante "protegido" devido sua posição geográfica.  Sim, era muito difícil atingir o território estadunidense diretamente, já que dois oceanos o separavam das outras nações tecnologicamente desenvolvidas da época. Hoje isso não existe mais, e até a pequena Coreia Popular pode alcançar território americano e causar danos consideráveis.

Uma hora os ocidentais precisarão levar em conta todos os itens dessa equação. Uma hora a  estupidez Liberal e Neoliberal, a arrogância dos "destinos manifestos", e a cegueira misturada com preconceito que os fazem menosprezar outros povos terão que ser deixadas de lado e precisarão pautar as ações das lideranças ocidentais em direção à negociação e ao respeito por outros povos e culturas.

O plano deles foi exposto por Wellington Calasans brilhantemente. O plano deles é suicida.


A retórica de Donald Trump sobre a paz na Ucrânia oscila entre promessas ambíguas e ações contraditórias, revelando uma estratégia que mais parece um jogo de ilusões do que um esforço genuíno para resolver o conflito. 

Enquanto o ex-presidente norte-americano repete frases de efeito como “paz mediante a força”, seu enviado especial, Keith Kellogg, anuncia planos para deslocar tropas da OTAN para a Ucrânia, supostamente como parte de uma “força de resiliência”. 

Essa dualidade entre discurso e ação sugere que as negociações de Trump não são movidas por um desejo real de paz, mas sim por uma agenda que visa reorganizar as peças do tabuleiro geopolítico para favorecer interesses de longo prazo de Washington.  

A proposta de Kellogg — estacionar contingentes da França, Alemanha, Reino Unido e Polônia a oeste do Dnieper, enquanto uma “força de paz” atuaria a leste — é incompatível com as exigências do Kremlin por desmilitarização ucraniana. 

A Rússia já deixou claro, por meio de Putin, Lavrov e Shoigu, que a presença de tropas da OTAN em solo ucraniano seria tratada como uma declaração de guerra, com potencial para desencadear um conflito global. 

Ainda assim, o governo Trump apoia uma declaração conjunta de ministros europeus prometendo “garantias robustas de segurança” à Ucrânia, incluindo uma coalizão militar multinacional. 

Isso não apenas ignora as linhas vermelhas russas, mas também expõe a hipocrisia de um processo de paz que, na prática, prepara o terreno para uma escalada.  

A incapacidade de Putin de entender que o Ocidente nunca irá aceitar a Rússia como um país amigo, o impediu de consolidar uma vitória militar nos últimos três anos, preferindo negociar um “acordo entre grandes potências”. 

Esse erro do líder russo criou um vácuo perigoso. Seu foco em diálogos, como os previstos para Istambul, contrasta com a ousadia do Ocidente, que avança com planos de militarização mesmo diante de advertências nucleares. 

A tolerância do Kremlin a um conflito sem fim, marcado por ataques a infraestruturas russas e humilhações estratégicas, produz e alimenta dúvidas sobre a eficácia de Putin como líder. 

Contudo, culpar apenas Moscou é ignorar que Washington explora essa hesitação para reforçar sua posição: ao substituir tropas norte-americanas por europeias na Ucrânia, os EUA liberam recursos para confrontar a China, seu “oponente mais forte”.  

A pergunta que paira é se o Kremlin realmente acredita que as “negociações de paz” de Trump são mais do que uma cortina de fumaça para redirecionar conflitos. 

A história mostra que Washington não hesita em usar acordos como armas — e a Ucrânia pode estar sendo preparada para ser um campo de batalha permanente, não um espaço de reconciliação.  

No entanto, enquanto Trump e seus aliados europeus tecem redes de contradições, a Rússia reafirma sua resiliência histórica. 

Desde a Segunda Guerra Mundial, o povo russo demonstrou capacidade de suportar pressões extremas, transformando crises em momentos de coesão nacional. 

Os russos provam todos os dias que a ameaça de uma Terceira Guerra Mundial, embora grave, não apaga séculos de determinação frente a adversidades. 

Se o Ocidente insiste em tratar a paz como um jogo de xadrez, Moscou, como bom jogador que é, tem provado, mesmo com tropeços, que não abdica de seu direito à segurança — e que a verdadeira paz só floresce quando respeita a soberania de todas as nações.

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Europa busca o ostracismo

O outrora confiante, garboso, e muitas vezes, arrogante, Continente Europeu, vem dando mostras de desgaste. Não é apenas a decadência econômica e a estagnação científica, mas principalmente a estagnação sócio-cultural e ideológica. A declaração do então chefe da diplomaciaeuropeia, Josep Borrel, de que "a Europa é um jardim, e o resto está uma selva" explicita o atoleiro em que se meteu as mentea que comandam o Continente. Seria bom se tivesse sido somente Borrel, mas declarações totalmente fora donm tom é que não faltam na atual liderança, seja do bloco, seja da maioria dos países que o compõem. 

E aí Wellington Calasans voltou a ser certeiro.





Conhecido como "Velho Continente", o continente europeu está obsoleto e pessimamente representado na política. Por isso, encontra-se na encruzilhada da irrelevância global.  

A União Europeia, outrora símbolo de cooperação e progresso, está hoje presa a uma narrativa de declínio político e estrutural que a consagra não apenas como o "Velho Continente", mas como um "Continente Envelhecido". 

Enquanto potências como China, Estados Unidos, Rússia e Brasil tecem alianças estratégicas — consolidando influência na América Latina, no Oriente Médio ou em blocos multilaterais —, os líderes europeus parecem aprisionados em armadilhas burocráticas e ideológicas de sua própria criação.  

A priorização de agendas internas fragmentadas, como a rigidez regulatória e a incapacidade de responder às demandas por soberania e equidade, contrasta drasticamente com a agilidade de parceiros globais. 

A UE, que tem como pilares a proteção de cidadãos, o desenvolvimento econômico sustentável e a transição energética, vê-se atolada em disputas internas. 

A erosão de conquistas sociais, o custo de vida elevado e a instabilidade geopolítica são apontados por jovens europeus como desafios urgentes, mas as respostas institucionais permanecem aquém do necessário.  

A burocracia excessiva, retratada até em manuais de redação institucional, e a falta de flexibilidade em políticas comerciais e diplomáticas reforçam a imagem de um bloco obsoleto. 

Enquanto a China expande sua presença na África, América Latina e Caribe e a Rússia busca reaproximações estratégicas com estes e outros atores internacionais (inclusive os EUA), a UE mantém-se refém de vetos internos e normas incompatíveis com a realidade global. 

Até mesmo a suspensão de sanções à Síria pelo governo Trump — um gesto de realpolitik — evidencia como outros atores redefinem relações sem os grilhões que paralisam Bruxelas.  

SÍNTESE DA DECADÊNCIA EUROPEIA - NA IMPRENSA ALTERNATIVA

Recentemente, três "líderes" (pausa para rir) europeus foram filmados em um trem tentando esconder seus "apetrechos", parecendo crianças lambuzadas de chocolate e que negam ter comido o chocolate que ainda seguram com uma das mãos.  

Aquela imagem é emblemática, especialmente considerando que eles estão a caminho de se encontrar com Zelensky, que é conhecido por seu vício em cocaína. 

Essa situação não passou despercebida por outros líderes globais, que percebem que as atividades recreativas desses líderes ofuscam suas qualidades de liderança. Seus comportamentos ridículos trouxeram um certo nível de absurdo para eles e para a União Europeia.

Em contraste, a chegada de Trump na Arábia Saudita representou uma mudança significativa. Ele estava lá para fazer negócios, com acordos totalizando 600 bilhões de dólares, todos voltados para os Estados Unidos, em oposição às piadas de Hairy, Curly e Mo, que levaram seus países à beira do colapso econômico e social. Bin Salman reconhece o impacto que Trump pode ter em reverter a situação global. O respeito é mútuo.

O resultado dessa rotina cômica está afetando toda a UE, que tenta ignorar a situação e se distrair com o Festival de Cinema de Cannes e celebridades de Hollywood. 

A visita dos líderes à Ucrânia parece ter como propósito reforçar uma regra de cessar-fogo de trinta dias para Zelensky em suas negociações com Putin, quando uma simples ligação teria sido suficiente. 

Essas três semanas podem ser usadas para comprar armas e recrutar tropas, e qualquer falha de Zelensky pode levá-lo a um destino fatal.

No palco global, a ameaça de Zelensky de explodir líderes mundiais também complicou sua posição. Com seu histórico de não manter um cessar-fogo de três dias, sua situação se torna cada vez mais precária.

A indústria de defesa europeia, que gera 162 bilhões de euros em vendas anuais, está fortemente dependente do fornecimento dos EUA. 

Enquanto isso, práticas políticas em Israel também estão mudando, especialmente em relação a Trump e suas aversões a predadores de crianças. A reestruturação das alianças pode levar a mudanças significativas no Congresso dos EUA.

Um movimento de troca de ouro em lugar de dólares está emergindo, influenciado pela descoberta de depósitos de ouro na China. As maiores minas produtoras atualmente estão na Rússia, Austrália, África do Sul, Peru, Indonésia, Uzbequistão e EUA. 

Mas em dezembro de 2024, a China descobriu um depósito considerado o maior do mundo, avaliado em US$ 83 bilhões. Mais uma vez, a UE fica para trás. 

NOTA DESTE OBSERVADOR DISTANTE (PERO NO MUCHO)

São os recentes movimentos da China, EUA, Russia, Arábia Saudita, Brasil, etc. que consolidam a mudança no comércio como mudança na política. Como o próprio Trump falou no Fórum Econômico na Arábia Saudita, a prosperidade é a motivação, em vez de golpes, caos e interferência.

Sem reformas urgentes, a Europa arrisca tornar-se mero espectador num mundo em transformação. Sua pretensão de criar um legado de paz e cooperação será ofuscada por uma narrativa de estagnação, consolidando-a como um continente não apenas envelhecido, mas politicamente irrelevante.