Tirado do twitter de Wellington Calasans. O texto é absolutamente irrepreensível, e ainda expressa exatamente o que várias vezes trago aqui e no meu canal de YouTube de outras formas. Não há democracia no Ocidente, e o que se vende como democracia é simplesmente incompatível com a vida em sociedade, e até mesmo induvidual, já que um indivíduo não sobrevive sozinho. Mas leia o texto e entenda melhor.
A "DEMOCRACIA OCIDENTAL" FALHOU E A BRASILEIRA AFUNDOU - SEM LIDERANÇA NÃO HÁ ORDEM
Se eu fosse dar um título acadêmico para "fazer charme de intelectual" eu iria escrever o seguinte: "Democracia e Liberdade: Valores Antagônicos e Incompatíveis". O Brasil é um caso que fundamentaria qualquer teoria sobre esta tese. No entanto, o problema é muito mais abrangente.
A verdade é que a democracia e a liberdade são frequentemente celebradas como pilares fundamentais das sociedades modernas, frequentemente consideradas interdependentes e mutuamente complementares. Na prática não é bem assim.
Apenas para citar exemplos fora do Brasil, na França os parlamentares são completamente desconectados do povo. "A inacessibilidade dos mandatos políticos aos operários e empregados, o desvio da atividade política rumo a uma estratégia de carreira e o nepotismo no recrutamento dos assessores parlamentares orientam os debates na direção de várias reformas possíveis", diz um artigo publicado na imprensa francesa.
Recentemente, Vladimir Putin fez uma declaração muito impactante sobre o tema e que merece reflexão:
"... a crescente influência do liberalismo ocidental faz a democracia ser reinterpretada como o 'governo da minoria'. Segundo Putin, essa reconfiguração resulta em uma intolerância extrema e uma postura cada vez mais agressiva."
Considerando que nos EUA o bipartidarismo debate muito mais sobre quem arrecada a maior quantia em dinheiro dos patrocinadores de campanha, há muito mais lacuna no conceito de democracia do que a poesia de que "todo direito emana do povo...".
E por falar em "direito que emana do povo", foi com este falso argumento que a "turma do 'vai passar'" convenceu o brasileiro de que o nacionalismo que construiu o país era péssimo e a intangível democracia seria um "oásis no deserto". O resultado é que um bairro de São Paulo (Faria Lima) define o destino de mais de duzentos milhões de brasileiros.
Aquilo que o "Ocidente" chama de democracia é frequentemente norteado pelos princípios considerados fundamentais, que incluem a participação cidadã, a igualdade de voto, a liberdade de expressão e a proteção dos direitos humanos. Respire fundo e responda honestamente: temos isso?
Na verdade, por culpa da falta de liderança e ordem (que muitos incautos chamam de ditadura) a democracia é inatingível, pois entra em conflito com os direitos de minorias e indivíduos que não respeitam a ideia de que "a maioria vence". Daí surge a armadilha do "identitarismo" que fragmenta a sociedade em minorias e as minorias em indivíduos indefinidos.
Por isso, a lógica democrática somente seria aplicável se, considerando todos os aspectos vistos até aqui, fosse a favor da restrição de liberdades em nome do bem-estar coletivo. Com isso, o fim da liberdade imposto pela democracia também deveria ser visto como uma ditadura. Bastante filosófico, não acha?
O que temos como resultado até aqui é que na "democracia ocidental" os poderes constituídos agem como "tutores do povo" e não como "representantes do povo" e isso, essencialmente, é uma ditadura, pois esta "casta" exclui a decisão do povo. No caso do Brasil, nem mesmo o direito de questionar o sistema eleitoral ou exigir o seu aperfeiçoamento é respeitado por quem manda de verdade.
Se a democracia reduz a liberdade, como devemos entender a liberdade? O que nos ensinaram foi que a liberdade é a capacidade de agir de acordo com a própria vontade, sem interferência externa. No contexto político, isso abrange a liberdade de expressão, de associação e de credo. Outra vez pergunto: temos isso?
Se a liberdade é um valor fundamental, por garantir a autonomia individual e a diversidade de opiniões e modos de vida, a ênfase excessiva na liberdade individual (bolhas identitárias ou indivíduos oportunistas) leva à ausência de coesão social e ao desrespeito pelas normas coletivas que sustentam a vida democrática.
Agora fica mais fácil compreender que democracia e liberdade formam um problema insolúvel, pois um ameaça o outro. Esta eterna tensão entre democracia e liberdade é ilustrada em várias situações:
Decisões da Maioria x Direitos das Minorias: o princípio da maioria pode levar a decisões que marginalizam ou oprimem minorias étnicas, religiosas, etc. em nome da “vontade popular”. Nesse caso, a democracia falha em proteger a liberdade individual, à medida que o controle majoritário limita os direitos civis.
Segurança e Vigilância: em tempos de crise, como guerras ou pandemias, democraticamente eleitos podem justificar a imposição de restrições às liberdades civis em nome da segurança nacional. Leis que restringem a liberdade de movimento, expressão e reunião podem ser aprovadas sob a alegação de proteger a sociedade.
Essa dinâmica questiona até que ponto a democracia deve sacrificar liberdades em prol da segurança coletiva. Para piorar, quem se opõe a isso acabará por ser punido, entre outras coisas, ao ser excluído socialmente e rotulado de "negacionista".
Com esta inaplicável "democracia ocidental" e na sua inatingível liberdade, os países que têm liderança e ordem acabam por ser chamados de ditaduras. Populismo e autoritarismo, por exemplo, são algumas das definições dadas para líderes que - mesmo quando eleitos democraticamente - priorizam suas políticas à “vontade do povo”.
Contra estes países, líderes e povos, logo aparecem críticas sobre restrição à liberdade de imprensa, à autonomia judicial e à dissidência política. Essa situação traz à tona um paradoxo ocidental: a democracia pode, em sua forma mais frágil, minar as liberdades fundamentais em nome de uma pseudo-representatividade, mas quem atende demandas vistas como "vontade do povo" é demonizado.
Uma análise mais crítica nos leva a argumentar que a democracia e a liberdade só podem conviver se houver liderança e ordem. Sem isso, são incompatíveis na medida em que quando um valor é enfatizado em detrimento do outro, pode ocorrer uma derrocada das condições que sustentam ambos.
No "Ocidente", a ênfase excessiva na democracia gerou um ambiente onde a liberdade individual é sacrificada. Enquanto isso, a liberdade excessiva resultou em uma sociedade desorganizada e caótica, onde a democracia não pode florescer e os cidadãos são órfãos em todos os aspectos, pois até mesmo a família é vista como uma ameaça à individualidade.
A defesa de um equilíbrio entre a democracia e a liberdade requer uma liderança cuidadosa para a garantia da ordem. Por isso, somente a hierarquia que começa na família e culmina na nação pavimentam um compromisso para proteger tanto a participação cidadã quanto os direitos individuais. Chamar isso de "ditadura" é negar a própria existência como ser social.
Portanto, a reflexão crítica sobre os evidentes antagonismos entre os propalados "valores democráticos" é vital para a construção de um ambiente social estruturado e organizado. Liderança e ordem são, nesse sentido, indispensáveis para que direitos e deveres sejam respeitados e vistos como o alicerce das garantias individuais e coletivas.
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