A declaração dada por Sergey Lavrov abaixo é bastante clara e se resume no fato de os russos terem até sido aceitos pelo Ocidente em algumas mesas, mas jamais foram tratados como iguais ou ouvidos. Mesmo em temas absolutamente sensíveis, como os arranjos de segurança na própria Europa, e onde os Russos desempenham o papel mais importante, eles foram solenemente ignorados.
Essa situação veio do outro lado do Atlantico, mas os líderes europeus são absolutamente responsáveis pela atual situação, já que não apenas cúmplices passivos dos acontecimentos, mas efetivamente atuaram na direção deles.
Já vi vários analistas dizendo que a Europa não daria conta da Rússia, mas com a liderança direta do EUA, então o Ocidente venceria um até agora hipotemético conflito dessa monta. Outros, mais honestos, ou talvez, mais antenados, já veem a situação mais favorável aos russos.
De fato alguns sinais deixam isso claro. Primeiro é o fato de os americanos não conseguirem entrar na era dos mísseis hipersônicos. Segundo foi a atenção que Trump prometeu à defesa aérea estadunidense em sua posse, falando de um Iron Dome do EUA. Isso não é apenas para gastar dinheiro, mas porque ficou escancarada a ineficácia dos sistemas de ataque e defesa Ocidentais no conflito ucraniano. Hipersônicos como Kinzhal e iskander se mostraram imparáveis pelas defesas Ocidentais, que dirá do Oreshinik? E especialistas afirmam que os russos ainda têm ao menos 3 armas prontas, ou em fase final de desenvolvimento, e que seriam muito mais eficazes e letais que as citadas.
Juntamos tudo isso com a declaração de Putin, onde o presidente russo afirma que "não há sentido em um mundo sem Rússia", e vemos que a guerra não parece ser a solução para nossos problemas, até porquê ela não terá vencedores. O problema é que às vezes, pessoas absolutamente fora da realidade e acostumadas ao belicismo, acham que podem fazer isso com todos, aí a guerra se torna inevitável.
Não vejo que chegaremos às vias de fato. As últimas ações russas no campo de batalha ucraniano tiveram um duplo objetivo. O primeiro de acelerar e consolidar os objetivos militares de Moscou no conflito.
O segundo foi um claro recado aos Ocudentais, incluindo o EUA: "nós dissemos que estávamos nos segurando, e estávamos".
Foi mais um recado claro, como o foi o "teste" do Oreshnik. Que esse recado seja ouvido.
Só há um caminho para se solucionar isso, a mesa de negociações. Podem todos sentar-se juntos, o que acho difícil. Para mim haverá uma negociação EUA-Rússia, depois uma UE-Rússia.
E a Ucrânia? Esta assinará o que e onde mandarem, porque ela já não existe como Estado Soberano. Foi isso que o canto da sereia e a estupidez do ódio fizeram ao antigo 2º maior Estado europeu.
Essa é uma lição que deveria ser aprendida, mas como diz o ditado, não há golpes novos, apenas otários novos.
🇷🇺SERGEY LAVROV:
"We were not blind.
As far back as 2007, at the Munich Security Conference, President of Russia Vladimir Putin warned that while we were working with NATO, the European Union, and the G7 (as a member of the G8 at the time), we should not be mistaken for naïve or unaware.
If we are to be treated as equals, then let us work as equals.
We continued our efforts.
In numerous meetings, Vladimir Putin patiently explained to each country and Western partner what he meant in Munich, in case there had been any misunderstandings.
Until the very last moment, we gave them a chance to avoid an open conflict.
In December 2021, we told them plainly: You are stalling on the Minsk Agreements and creating security threats for us.
Let’s sign a European security treaty that ensures stability without dragging anyone into NATO.
They ignored us.
Even in January 2022, I met with then US Secretary of State Antony Blinken.
He told me that NATO was none of our business and that the only assurance they could offer was some limitations on the number of intermediate-range missiles they would deploy in Ukraine.
That was it.
More hypocrisy, impunity, exceptionalism and a sense of superiority.
And where did it lead?
It is hardly surprising that at a major event last year, President Putin said that things will never return to how they were before February 2022.
He had hoped otherwise, even as he understood those hopes were in vain.
But he gave them every possible chance – urging them to come to the table and negotiate security guarantees, including for Ukraine, in a way that would not undermine our security.
It was possible to resolve all these issues.
Now, many politicians, former government officials, and public figures – speaking with hindsight – claim things should have been handled differently.
But what’s done is done.
Our goals are clear, and our objectives are set − just as they used to say in the Soviet Union."
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