sábado, 31 de maio de 2025
Impasse na mesa de negociações do conflito no Leste europeu
sexta-feira, 30 de maio de 2025
Segredos nucleares russos vazados?
Pessoal, surgiu como uma bomba a informação divulgada pela imprensa alemã, mais especificamente pelo Der Spiegel e pelo Danwatch, de que 2 milhões de documentos ultra-secretos russos teriam vazado e exposto todo o programa nuclear do país euro-asiático. Informações como desenvolvimentos técnicos, quantidade de armas, mísseis, localização dos mesmos, e até a localização de uma base ultra-secreta, a Yasny, teria sido vazado, e nela estão armazenados os terríveis Avangard, que são planadores hipersônicos capazes de transportar cargas nucleares e convencionais. Por sua vez os Avangard são carregados por mísseis balísticos, e fazem sua reentrada na atmosfera em velocidades hipersônicas, a partir de Mach 27, o que os torna praticamente impossível de serem parados pelas armas de defesa Ocidentais. Outras armas russas de ponta também estavam incluídas no vazamento.
O problema é que esse tipo de informação é secreta para nós, mas os governos e suas agências de inteligência costumam ter conhecimento bastante profundo dessas informações, inclusive a Rússia as têm de outros países também. Com isso estipula-se que, devido as últimas movimentações do governo alemão, e o grau de atrito entre este e o governo russo, tal vazamento tenha vindo de Berlin. O que não se sabe ainda é se Moscou irá retaliar da mesma forma, até porque não houve pronunciamento de autoridades russas sobre o ocorrido até o momento.
quinta-feira, 29 de maio de 2025
Fala de Herói da Rússia assusta Ocidente Coletivo
Pessoal, no dia 27 de maio saiu uma entrevista no news.ru com o Tenente-general Sergey Lipovoy, antigo Comandante das tropas de elite russas e que ostenta o título de Herói da Rússia. Na entrevista o General Lipovoy sustenta que a Rússia estaria preparando um grande ataque com armas que o chamado Ocidente Coletivo não tem defesas, e a Ucrânia tampouco.
Ele se refere a armas hipersônicas. Mísseis como o Kinzhal, Zircon, ou Avangard, que voam a velocidades acima de Mach 10 e conseguem manobrar, ou seja, mudam suas tragetórias durante o voo. E ele não citou a mais avançada de todas, o Oreshniki, que além das características acima, ainda leva vários mísseis secundários em sua cabeça, tornando-o extremamente letal, já que pode atacar vários alvos de uma só vez. Especialistas militares estimam que os russos teriam pelo menos mais 3 ou 4 novos armamentos que ainda não foram apresentados ao mundo, e se isso for realidade, então os russos, que já estão ao menos 2 décadas à frente do Ocidente Coletivo em armamentos, então estaria ainda mais avançado.
Para concluir a fala do General, ele afirma que se a Rússia não oblitera o sistema militar ucraniano com essas armas é devido a uma enorme paciência de Moscou, que espera que Kiev perceba a inutilidade e o erro de persistir no conflito com a Rússia.
Apesar de parte disso ser real, parte ser especulação, a verdade é que essas declarações de Lipovoy aparecem mais como propaganda, e claro, como forma de tentar pressionar Kiev à paz. O próprio Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança Russo, também fez declarações recentes com este sentido, embora com outras alegações, e os ataques feitos essa semana pelos russos em várias cidades ucranianas dão respaldo a essas declarações.
Como eu já disse, os russos aumentam a pressão no campo de batalha e esperam que os ucranianos cedam a isso. A questão é que por uma série de motivos parece que os ucranianos ainda não estão prontos.
domingo, 25 de maio de 2025
Brasil precisa se pronunciar sobre Natal e Fernando de Noronha
Pessoal, circulou nos meios de comunicação, tanto na grande mídia impressa, quanto na mídia alternativa, a informação de que o EUA está buscando se apossar de Fernando de Noronha e de Natal. Sim, porque a partir do momento que eles colocam uma base em algum lugar, até as Leis do país que os recebe deixam de ser aplicadas, e não só na base, mas quase sempre aos atos de seus militares fora dela. São vários casos de crimes hediondos cometidos, e que os países não podem punir devido esses acordos escusos. Em alguns casos chegam mesmo a definir quem pode ou não transitar por esses territórios, e isso incluí autoridades governamentais locais. Ou seja, os países simplesmente perdem a soberania pelos territórios em que estão as bases e seus arredores, e mesmo para punir crimes cometidos pelos militares que nelas servem.
E as alegações para pleitearem utilizar tais territórios são absolutamente pueris, lembrando a fábula do lobo e do carneiro tomando água no riacho. Vejamos:
1ª- investimentos feitos há quase 80 anos, pela WWII. Como se não tivesse sido um acordo feito à época e cumprido por ambas as partes.
2ª- Seria um direito do EUA de reativar um acordo em que houve financiamento por parte do EUA, de acordo com interesse e necessidade deles. Isso simplesmente não existe, caso não esteja expresso no próprio acordo, e não está.
3ª- São acordos que não se aplicam, que o próprio EUA nunca respeitou, e que já não existem mais, como de apoio interamericano.
Ou seja, nenhuma das justificativas deles de dar um ar legal à tentativa de tomar território brasileiro se sustenta. Mas tem gente que diz que para algo assim precisa de aval do Congresso. Ou seja, ou o governo brasileiro age fortemente contra tal absurdo e detém esse avanço colonial e imperialista, ou perderemos ainda mais soberania. Até agora não vi posicionamento sério do governo.
sábado, 24 de maio de 2025
China vai entrar no mundo Star Wars? Nave-mãe a caminho.
Pessoal, este é o novo brinquedinho chinês, uma nave-mãe. Sim, uma nave-mãe, capaz de lançar centenas de drones, mísseis e foguetes de grande altura. Detalhe é que a própria nave-mãe é um drone. Ela pode atingir cerca de 15.000 metros de altura, o que lhe permite escapar à grande maioria dos sistemas anti-aéreos do mundo, tem um alcance operacional de 7.000 quilômetros, o que é bastante adequado.
Além dos drones Kamikazes, o Jiutian SS-UAV, como é chamado, também carrega drones de reconhecimento, mísseis anti-navio, mísseis de cruzeiro, mísseis ar-ar para defesa contra caças inimigos, e tem capacidade de controle de enxames por IA, o que possibilita melhor utilização de seus drones kamikazes, possibilitando o ataque a vários alvos simultaneamente e sem erros na execução dos ataques.
Apesar de parecer algo muito inédito, o Jiutian SS-UAV compete com dois drones americanos, o RQ-4 Global Hawk e o MQ-9 Reaper. A questão é que o RQ-4 é mais voltado para a vigilância, e o MQ-9 é mais para ataque, enquanto o drone chinês se propõem a combinar melhor as duas utilizações do equipamento. Além disso a fabricante garante que a configuração do Jiutian permite a utilização em várias missões diferentes, como o transporte de alta segurança, vigilância de fronteiras e até mesmo missões de resgate arriscadas.
O novo player da indústria de armamentos, a China, promete acirrar muito o mercado de armas, já que o atual desenvolvimento chinês tem sido marcado pela oferta de excelentes produtos a preços extremamente competitivos, e isso deve se reverter em suas armas também.
quinta-feira, 22 de maio de 2025
Pressão internacional cresce contra Israel
Pessoal, há mais de um ano atrás eu fiz um vídeo curto cujo título era: Israel não tem limítes, mas tem oposição. A ideia era mostrar que o que estava acontecendo em Gaza começava a mobilizar pessoas ao redor do mundo. Na época os protestos atingiram não só a Europa, mas vários países muçulmanos e de várias partes do mundo também, mas vimos pouco efeito em termos de resultado. Só que esses protestos não pararam, em alguns casos cresceram, mesmo com repressão governamental, institucional e política e até mesmo policial em alguns lugares do mundo.
Mas passado mais de um ano vemos resultados começarem a aparecer. Em Haia, nos Países Baixos, por exemplo, vimos uma enorme manifestação que reuniu pouco mais de cem mil pessoas. Se pensarmos que Haia tem cerca de 500 mil habitantes, vemos que o tamanho da manifestação foi enorme. Mas não só isso chama a atenção. Os governos da França, Reino Unido, Canadá e Espanha, não só condenaram e prometeram tomar medidas efetivas contra o Estado israelense caso a campanha militar em Gaza não termine, como alguns desses Estados já começaram efetivamente a tomar essas medidas. O Reino Unido informou que cortou o comércio com Israel e chamou a embaixadora em Londres para se explicar sobre o que acontece em Gaza. Já a Espanha proibiu completamente a exportação de munição ao Estado israelense, como o Congresso espanhol aprovou uma Lei que permite ao governo do país o embargo total de armamentos à Israel. A China, junto com outros países, incluindo o Brasil, intercedem na Corte Internacional de Justiça para que Israel interrompa o bloqueio à ajuda humanitária.
A resposta de Israel foi um ataque a uma missão da ONU com cerca de 20 diplomatas e que visitava territórios de refugiados palestinos. Aos poucos a pressão sobre Israel aumenta para que cessem os ataques indiscriminados aos palestinos, e Israel não tem condições de manter sua ofensiva sem apoio do Ocidente. Mas isso já custou ao menos 60000 vidas, quase todas de velhos, mulheres e crianças, fora um número desconhecido de pessoas que estão soterradas sob os escombros e o enorme sofrimento dessa população. Não tem rapto que justifique isso.
segunda-feira, 19 de maio de 2025
Putin ataca Ucrânia em busca da paz?
domingo, 18 de maio de 2025
Primeira rodada de negociações entre russos e ucranianos termina
Vamos lá, após cerca de 3 anos desde a última reunião entre russos e ucranianos na Turquia, os lados beligerantes voltaram a se encontrar. Mais uma vez os turcos agiram como “mediadores” na busca por um entendimento entre eles, e quando falamos de mediadores, falamos de facilitar o encontro, de dar segurança aos grupos de negociadores, de dar suporte para que as conversas tenham andamento de forma a chegar a um termo acordado entre os dois lados, sem pressão, sem interferências diretas externas.
Outro ponto que precisamos entender é que quando se fala em conversas sem pré-condições isso não significa que os lados não tenham objetivos e interesses a serem discutidos, mas simplesmente que não há condições para que a conversa ocorra. Exemplos. Os ucranianos não aceitavam conversar enquanto não houvesse um cessar-fogo de ao menos 30 dias, ou os russos não aceitavam conversar enquanto a NATO estivesse enviando armas. Essas conversas ocorrem sem pré-condições, mas elas já tiveram vários temas debatidos. Começaremos a expô-los aqui, até porque tudo começou antes do encontro propriamente dito.
E começou com o trio de ferro europeu baixando em Kiev e fazendo pressão sobre Zelensky, primeiro para que não entrasse em negociações com os russos, segundo para que não cheguem a um acordo. O problema é que corre um vídeo em que, aparentemente, os 3 foram flagrados tentando esconder os restos do que pareceu ser uma sessão de uso de drogas. Se o vídeo é real, se usaram ou não entorpecentes, isso não tenho como afirmar, até porque há inúmeros recursos para geração de vídeos hoje em dia. Mas o fato não é o uso de entorpecentes, mas a divulgação do vídeo, não vi um desmentido oficial de nenhum dos governos, e caiu para a sarcástica e ferina Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo para comentar o assunto. Ela não perdeu tempo, acusou a Europa de tomar decisões através de líderes dependentes e temporários (em todos os sentidos). Disse que isso embaça as decisões, e completou dizendo que perguntou a um diplomata ocidental como podiam colocar dinheiro e armas nas mãos de um viciado. A resposta teria sido que o uso de substâncias é comum entre lideranças ocidentais.
A mesma Zakharova manteve os holofotes no lado russo, porque aparentemente movido pela visita dos líderes europeus, Zelensky criticou duramente a comissão para negociar com os ucranianos nomeada por Putin, chamando o ato de teatral e um esboço de comissão. Zakharova foi dura, exaltou os predicados dos russos, incluindo seus títulos acadêmicos e experiência, chamou Zelensky de palhaço, de falhado, e disse que não se sabe qual sua formação escolar. Por último voltou a colocar a culpa da atual situação no ucraniano, já que, segundo ela, a mesmíssima delegação chegou a um acordo com os ucranianos há três anos, mas Zelensky abortou o acordo de paz e o conflito segue como sabemos hoje em dia.
Mas aos trancos e barrancos chegamos ao dia da reunião. Zelensky esteve presente, como havia indicado, mas não participou da reunião, já que Putin, como eu tinha adiantado, não foi, ainda que desafiado pelo ucraniano. Putin não tem o que fazer lá. Na verdade ele aparecerá quando for realmente necessária sua presença. No momento as conversações estão no começo, e os ucranianos insistem no retorno a uma geografia anterior à fase atual do conflito, quando a Rússia ainda não tinha entrado diretamente no confronto entre os ucranianos e os russos étnicos da região em disputa. Essa posição traz um desdobramento, que é a solicitação aos russos que deixem as regiões em disputa.
A resposta russa é que as regiões foram formalmente incluídas na Federação Russa, e portanto o invasor passou a ser a Ucrânia, e solicita que os ucranianos deixem todo o território em disputa. Esse impasse deverá permanecer por algum tempo, e não havia no primeiro acordo negociado, já que os russos aceitaram deixar as regiões, elas ainda não tinham sido incorporadas à sua Federação, e a Ucrânia sairia do conflito com poucas perdas, a maioria política.
Mesmo assim os russos consideraram esse primeiro encontro satisfatório. Foi acertada uma troca de mil prisioneiros de cada lado. Kiev insistiu num encontro de lideranças, ou seja, Zelensky e Putin na mesma mesa e os russos anotaram a solicitação. Os dois lados também acordaram apresentar propostas para um cessar-fogo, ou seja, deveremos ter ao menos uma segunda rodada de negociações. Mas já digo que não acredito que Putin esteja presente, salvo se a situação no campo de batalha evolua muito, seja para um lado, seja para o outro.
Já as negociações devem se arrastar por algum tempo. Se há 3 anos eles chegaram a um acordo relativamente rápido, agora nada indica que isso ocorra, salvo se os ucranianos percam o apoio que recebem do Ocidente. Trump, ainda que tenha incentivado as negociações bilaterais, segue enviando armas para a Ucrânia. Sim tinha diminuído – nunca parou – e agora voltou ao nível normal, incluindo assistência técnica e de inteligência. Os europeus, além de armas, seguem enviando dinheiro aos ucranianos. Só que os europeus parecem estar perdendo o fôlego. Macron já indicou que os franceses estão no limite; os ingleses, apesar de muito apoio de inteligência, já reduziram envio de armas por não tê-las, mesmo que sigam enviando dinheiro. Os únicos que seguem tentando manter o nível, e talvez até aumentar o envio de armas, se não em quantidade em qualidade, são os alemães, que também seguem enviando dinheiro. Os italianos já reduziram muito sua participação no esforço de luta ucraniano.
Por isso que volto a repetir, os ucranianos ainda têm fôlego, mas ele tende a diminuir a medida que a ajuda ocidental também diminua. Em relação ao recrutamento os ucranianos têm apresentado imensa dificuldade. As redes sociais fervilham de vídeos de homens sendo raptados nas ruas para serem enviados aos campos de batalha. Ao mesmo tempo já vemos a reação de civis contra essas arbitrariedades, principalmente por parte de mulheres e homens mais velhos, e também tornam-se comuns o resgate desses sequestrados por grupos de transeuntes.
Por isso disse no vídeo curto que soltei ontem que Putin aumenta a pressão no campo de batalha para encontrar a paz. A paz será encontrada ao se exaurir a capacidade ocidental de apoiar os ucranianos, as próprias capacidades ucranianas de se armar, incluindo a capacidade de conseguir soldados para lutarem por sua causa, ao exaurir as capacidades econômicas dos ucranianas, assim como as capacidades europeias já estão muito debilitadas. Os russos estão conseguindo tudo isso no campo de batalha. Poderia ter sido na conversa, na diplomacia, mas os ucranianos optaram por buscar enfrentar os russos no campo de batalha, e estão muito próximos de perderem. As negociações tendem a expressar essa condição.
É isso pessoal, a situação deve se arrastar por mais alguns meses, e salvo alterações muito intensas nas relações do campo de batalha, a vitória tende a ser russa, e os russos poderão impor suas condições, e elas não mudaram desde o início do conflito, apenas se intensificaram, justamente devido o conflito.
o.
sábado, 17 de maio de 2025
A WW3 pode escalar?
quarta-feira, 14 de maio de 2025
Europa busca o ostracismo
segunda-feira, 12 de maio de 2025
Ucrânia e Rússia voltam a conversar
Pessoal, após a Parada pela vitória na Grande Guerra Patriótica, conhecida por nós como Segunda Guerra Mundial, e o fim do cessar-fogo unilateral no conflito com a Ucrânia, Putin convocou a imprensa para um pronunciamento. Além de falar da data que tinham comemorado, o líder russo afirmou interesse em realizar negociações diretas com a Ucrânia, e convidou Zelensky para o início de conversas sobre a paz em Istambul, tendo os turcos como mediadores. Seria uma retomada das conversas que chegaram um acordo nunca assinado logo nos primeiros meses de conflito. Só que aquelas conversas tinham um início de demandas ´mínimas russas, enquanto agora não haverá nenhuma demanda mínima.
Zelensky disse que estará em Istambul pessoalmente no dia 15 de maio, e demanda por um cessar-fogo total e imediato. Trump também se pronunciou, e praticamente intimou Zelensky a iniciar essas conversas com os russos. Erdogan, o presidente turco, aceitou sediar o encontro e parece que teremos realmente essa rodada de negociações. Quem não gostou muito foi o trio de ferro europeu. Alemanha, França e Reino Unido se mostraram céticos quanto às intenções russas e disseram que os ucranianos não deviam comparecer a esta reunião na Turquia, mas no momento eles parecem ser voto vencido.
Se as conversas evoluirão para a paz no Leste europeu é difícil dizer neste momento. Após o final do cessar-fogo unilateral os russos atacaram com força as linhas ucranianos, e estes nunca pararam os ataques durante esse período. Mas não há acordo que se faça que não comece com conversas diretas entre as partes. É um avanço, se pensarmos que até bem pouco tempo Zelensky dizia que não conversaria de forma alguma com os russos enquanto Putin fosse o presidente. Para quem afirmou que não abriria negociações, e agora diz que estará presente pessoalmente, Zelensky mudou bastante de ideia.
quarta-feira, 7 de maio de 2025
A farsa da redemocratização e o assalto a mão armada ao povo brasileiro
Normalmente costumo fazer alguns comentários a textos que trago aqui, mas no caso desse texto de Wellington Calasans isso é absolutamente desnecessário, seu texto é completo e perfeito.
O INSS E O COLAPSO DA REDEMOCRATIZAÇÃO
A falência da "redemocratização" no Brasil está com as vísceras expostas. O escândalo do INSS, símbolo de um sistema corroído, revela como a impunidade se tornou regra, consolidando um "novo normal" em que instituições são ocupadas por interesses criminosos.
Há uma acelerada erosão dos direitos fundamentais garantidos pela Constituição, como a igualdade perante a lei, liberdade e segurança. As instituições brasileiras estão falidas.
A frase "com o Supremo, com tudo" sintetiza essa captura, onde o Estado é ocupado por corruptos que ignoram a responsabilidade de proteger direitos individuais, agem em causa própria, minando a soberania popular e, por consequência, a soberania nacional.
A suposta "Terceira Via" tenta mascarar a homogeneidade de um sistema político dominado por figuras como FHC, Collor, Temer, Lupi, Lula, Bolsonaro e tantos outros. A defesa mútua ecoa a lógica de "escapar fedendo".
A "redemocratização" é caracterizada pela completa ausência de ideologia política, projeto de nação e pela perpetuação de um revezamento de bandidos no poder.
Enquanto isso, políticas públicas e leis ignoram as aspirações dos cidadãos e reforçam uma desigualdade estrutural. Uma casta que ocupa o poder goza de privilégios, transfere as riquezas para grupos econômicos e sustenta um discurso cínico de "defesa da democracia".
O Estado brasileiro, que deveria garantir direitos civis como liberdade de expressão e segurança, criminaliza a população. O cidadão é punido até por exigir transparência eleitoral ou reagir à crise na segurança pública, enquanto bandidos e traficantes são privilegiados.
Essa inversão de valores, alinhada à tradição histórica de manutenção de uma "elite política", revela um pacto de diferentes elites que tratam o país como território a ser disputado, não como uma nação a ser governada.
A crença na existência de uma democracia funcional persiste mesmo diante de evidências de sua falência. A população brasileira é coagida a aceitar um sistema que reprime dissidências, seja por medo de retaliação ou por alienação.
A "redemocratização" brasileira, longe de restabelecer soberania, serviu para consolidar um modelo neoliberal que esvazia a representatividade, enquanto os "adestrados" repetem narrativas de normalidade para não serem "cancelados".
O Brasil enfrenta um risco existencial ao normalizar a corrupção e a inércia institucional. A defesa de políticas públicas inclusivas e a revisão do sistema político, que transformou partidos em máquinas de poder e corrupção, são urgentes.
O caso de corrupção no INSS é apenas um dos tentáculos desta falsa democracia brasileira. O povo, abandonado à própria sorte, precisa reconhecer que a luta por direitos civis, sociais e políticos não é apenas teórica, mas uma questão de sobrevivência nacional.
Sem transparência e participação popular, a "redemocratização" seguirá como uma fachada para o caos. E como sabemos, o caos não tem dono.
terça-feira, 6 de maio de 2025
PDT sai da base do governo, e crise política do INSS aumenta
Pessoal, a crise da fraude do INSS está tendo desdobramentos ruins para o governo. Sim, o PDT anunciou, através de sua bancada na Câmara, que deixa a base do governo e passará a agir como um partido independente, e com isso votará cada projeto após análise e de acordo com o que julguem ser do interesse do Brasil e do próprio PDT.
Segundo Mário Heringer, líder do PDT na Câmara, a decisão poderá ser revertida, a depender das atitudes do próprio governo, jogando a culpa na crise no colo do Planalto. O próprio pedido de CPI do INSS que já circula na Câmara só será assinado caso se garantam investigações desde 2019. Gleise Hoffmann, Ministra de Relações Institucionais do Governo, disse respeitar a decisão do PDT e que segue dialogando e contando com o partido para as pautas de interesse do país. Já Carlos Lupi sai, e após a nota piegas que emitiu, agora está atirando e se dizendo traído pelo governo. Por último Ciro Gomes se disse, a princípio, envergonhado pelo PDT estar no governo (antes do anúncio da saída), defendeu Lupi, e reafirmou não ser candidato a nada, ainda que participará das eleições, principalmente na articulação para recuperar o Ceará, inclusive indicando certa reaproximação pessoal com o irmão Cid Gomes, mas não política.
A crise causada pela fraude anunciada tem potencial para minar demais o já enfraquecido governo Lula. Claro, tudo dependerá muito de como o problema seja tratado pelas partes, mas arrisca o tiro no PDT sair pela culatra, o próprio Lula chegar para 2026 ainda mais fragilizado do que já está, e ainda criar um candidato forte, que no momento diz não ser candidato.
domingo, 4 de maio de 2025
A crise no INSS é real, mas está sendo usada politicamente
Pessoal, mais um enorme escândalo explode no governo Lula. Mas não bolsonaristas, não comemorem ainda, porque essa fraude cresceu a partir de 2019, no governo do cruzado contra a corrupção, mesmo que ela tenha origens ainda mais antigas.
E a fraude não é contra o INSS, mas contra os segurados. Sim, o INSS não foi lesado, apenas seus segurados. A fraude ocorria com a liberação de descontos em folha, que tinham destino instituições supostamente criadas para a defesa dos aposentados, mas esses descontos não tinham a autorização deles. Nesse esquema, cerca de R$ 6,3 bilhões foram roubados dos velhinhos.
Aqui nesse curta não importam nomes dos fraudadores mas a política. Carlos Lupi, Ministro da Previdência, renunciou ao cargo após omissão de Lula. Ao sair disse que acionou PRF e Ministério Público para apurar a fraude e deu todo o suporte às investigações. O site G1, entretanto, informa que levou quase 1 ano entre saber dos desvios e tomar uma ação efetiva. Pior, Lula e seu governo se omitiram em confirmar a versão de Lupi, e ainda mais em não defender a idoneidade dele. Não digo que ele foi corrupto ou se omitiu, mas a demora em agir é estranha, e deve ter algum motivo, caso a versão dele seja verdade, e aí precisa explicar o porquê da demora.
Já Lula fez mais uma jogada política contra o campo mais à “esquerda”. Sim, tira Lupi, que pode vir a apoiar uma nova candidatura de Ciro Gomes e põe um desafeto de Ciro, um político que já atuou contra a candidatura dele, e já no 1º turno nas últimas eleições. A ideia é, mais uma vez, rachar o PDT, e fortalecer a ala 12+1 do partido, enquanto coloca a ala cirista a se explicar de uma saia justa.
Só que em todo esse esquema Ciro está a cavaleiro, porque talvez ele até venha a se candidatar novamente, mas para isso ocorrer ele deverá analisar a situação de momento próximo ao prazo final do lançamento das candidaturas. Sim, se o campo estiver bom para ele, candidato; do contrário, sou "sou só palpiteiro".