quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Equilíbrio no mercado de trabalho marítimo

A reportagem abaixo foi veiculada no dia 16/01/2012, e é baseada em nota distribuída pelo Sindmar. Nela mais uma vez o sindicato afirma que o mercado de trabalho está equilibrado e é endossado pela própria Marinha do Brasil.

A maneira encontrada para o equilíbrio é a negociação com algumas empresas.

Ótima notícia para os marítimos brasileiros, que poderão continuar operando na costa de nosso país, e amparados pela Nr 72 do Conselho Nacional de Imigração.

Mostra que com boa vontade, bons acordos podem ser negociados para ambas as partes.

A VISÃO DOS MARÍTIMOS
A assessoria do Sindmar distribuiu nota em que afirma: "O mercado de oficiais mercantes permanece em equilíbrio e sem riscos de déficit de profissionais que possa vir a gerar gargalos, garante o Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar), amparado em acompanhamentos regulares e em informações da Diretoria de Portos e Costa (DPC), da Marinha, órgão encarregado de monitorar e fiscalizar o setor. O Sindmar considera que o recente estudo feito pela Schlumberger Business Consulting (Sistemática para equilibrar a oferta e demanda de oficiais de marinha mercante no mercado brasileiro), sob encomenda da Transpetro, traz dados relevantes sobre o mercado, mas não considera os aditivos ao Acordo Coletivo de Trabalho que estão sendo firmados entre o sindicato e as empresas de navegação, com o objetivo de prevenir eventuais e pontuais pressões de demanda de mão de obra."

Os aditivos permitem a flexibilização da Resolução Normativa 72, do Conselho Nacional de Imigração, órgão do Ministério do Trabalho. A resolução obriga as empresas a contratar profissionais brasileiros sempre que as embarcações permanecerem mais de 90 dias em águas brasileiras. O principal desses aditivos foi assinado com a Transpetro, maior empregadora do setor, em setembro, enquanto o estudo da Schlumberger considerou dados até julho deste ano. Isso significa que os efeitos desses acordos não estão presentes na conclusão do estudo, que apresenta um cenário equivocado, de déficit de 227 profissionais brasileiros neste momento. Ainda assim, esse déficit, se real, seria de menos de 5% do mercado de trabalho, facilmente sanado pelo contingente de mais de 1 mil oficiais mercantes que estão sendo disponibilizados pelos aditivos em curso.

Em ofício enviado ao Sindmar em 12 de dezembro passado, a DPC esclarece que "(...) as conseqüências do acordo com a Petrobras (Transpetro) para os navios que ainda não eram beneficiários de suas cláusulas por ocasião da assinatura (do acordo), só aparecerão na próxima atualização do trabalho (...)". No ofício, a DPC expressa ainda o seu desacordo em relação aos cálculos quanto à evasão estimada e às previsões de falta de oficiais nos próximos anos.

O aumento significativo no número de oficiais mercantes, cuja formação pelas escolas da Marinha quintuplicou desde 2005, tem contribuído para equilibrar o mercado. Sobretudo, se considerado que as encomendas por novos navios de apoio marítimo (offshore) bem como petroleiros não têm se materializado. Em recente entrevista à imprensa, o vice-almirante Leal Ferreira garantiu: "Não há apagão nem caos no setor marítimo por conta de uma suposta falta de profissionais" - conclui a nota do Sindmar.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Nem tudo são problemas no Brasil

Deu no UOL:  "Investimentos estrangeiros no Brasil quadruplicam em 5 anos".

É certo que nosso País ainda sofre de muitos males, que temos muito a fazer, e muito a progredir, mas não podemos negar que nossa economia vem apresentando resultados ótimos, totalmente diferentes das duas últimas décadas do século XX, quando patinávamos e mal saíamos do lugar.

Na verdade, nos últimos anos, temos visto um desempenho econômico que há muito não víamos. Isso se traduz rapidamente em mais investimentos e maiores atenções de empresas e investidores estrangeiros.

A busca de muitos estrangeiros para viverem e trabalharem no Brasil, onde os salários aumentaram consideravelmente, e onde a oferta de empregos tem crescido, ao contrário das economias mais desenvolvidas, também é um fato.

Mas temos que ter cuidado com duas coisas: a primeira é que não podemos ceder a pressões externas em troca de tais investimentos. As pressões externas têm interesses em maior lucro e retorno para as empresas e investidores que põem seu capital em nosso país, não nos cidadãos brasileiros.

A segunda coisa é que devemos aproveitar este momento para lançarmos bases mais sólidas em nossa economia. Alguns ajustes ainda são necessários em nossa economia, mas eles devem atender os anseios de nosso país e de seus cidadãos, não a interesses outros.

A matéria publicada no site do UOL:

Investimentos estrangeiros no Brasil quadruplicam em 5 anos



O investimento estrangeiro direto acumulado no Brasil se multiplicou por quatro em cinco anos, passando de US$ 162,8 bilhões em 2005 para US$ 660,5 bilhões em 2010, informou nesta quinta-feira o Banco Central, no detalhamento do Censo de Capitais Estrangeiros no país. Em termos percentuais, isso equivale a um crescimento de 306%.

Excluídos da conta os empréstimos internos entre matrizes e filiais de uma mesma empresa, o aumento dos investimentos foi de 256%. Esse cálculo foi computado pela primeira vez e chega a US$ 80,9 bilhões.

Por países, os maiores investidores no Brasil são os Estados Unidos, com acumulado de US$ 104,7 bilhões, Espanha, com US$ 85,3 bilhões, e Bélgica, com US$ 50,4 bilhões.

Com relação aos setores, 16,9% do investimento estrangeiro se concentra nos bancos e serviços financeiros, com montante de US$ 98,1 bilhões.

O segundo setor foi o de bebidas, com US$ 52,2 bilhões (9%), seguido pelo petróleo, com US$ 49,4 bilhões (8,5%) e telecomunicações, com US$ 40,6 bilhões (7%).

O Brasil vai registrar cerca de US$ 60 bilhões em investimentos estrangeiros diretos em 2011, apontam os cálculos mais recentes do Banco Central.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Pisando em ovos: crise europeia continua sem solução


Desde o final do ano passado a crise europeia vem colocando em cheque a economia mundial, mas além de uma série de reuniões e da abertura das torneiras de alguns bancos centrais, incluindo o europeu, nada de realmente eficaz foi feito para sanear e recolocar nos trilhos as combalidas economias europeias.

Mas a solução para a crise europeia vai além de simples reformas econômicas. Ela passa por uma necessária mudança cultural, na forma de acumulação capitalista, e pela maneira como a Europa vê e se relaciona com o resto do mundo, principalmente com o mundo emergente.

Enquanto isso não ocorrer, teremos sempre paliativos caros e pouco eficazes.
Por fim as agências de risco tentam resgatar um pouco de sua credibilidade após o retumbante fracasso na crise dos subprimes americanos (e europeus também). Mas pisando em ovos... 


A matéria publicada no site do UOL que inspirou este post:


Agência de risco rebaixa nota das dívidas de 9 países da zona do euro
Do UOL, em São Paulo
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A agência de classificação de risco Standard & Poor's anunciou na noite desta sexta-feira (13) o rebaixamento da nota da dívida pública de nove países da zona do euro, entre outros motivos, pela deterioração fiscal de ambiente recessivo e mais aversão a risco de investidores. O anúncio já era aguardado ao longo do dia, e fez os mercados fecharem em baixa na Europa e nos EUA.
França e Áustria perderam a classificação "AAA", e a Alemanha, maior economia da eurozona, foi poupada.  
Áustria, França, Malta, Eslováquia e Eslovênia tiveram a nota rebaixada em um grau. Já Chipre, Itália, Portugal e Espanha foram rebaixados em dois níveis. A S&P reafirmou os ratings de outros sete países da zona do euro. A agência informou que dos 16 países analisados, todos, exceto Alemanha e Eslováquia, estão com perspectiva negativa, o que significa que novos rebaixamentos são possíveis nos próximos dois anos.
A S&P também informou que as chances de o rating da França ser rebaixado novamente em 2012 ou 2013 é de pelo menos um terço. 
A nota sinaliza se um país é seguro para investir. A zona do euro está em crise porque as dívidas de países como Grécia, Itália, Espanha e Portugal, estão muito altas, e há dúvidas se eles conseguem pagar.
No começo de dezembro, a mesma agência já tinha colocado as notas dos países da zona do euro, inclusive as "locomotivas" Alemanha e França, em situação de "revisão para possível rebaixamento," algo inédito, o que prenunciava uma possível redução dentro de três meses.

Ministro da França confirma rebaixamento da nota

Mais cedo, o ministro das Finanças da França, François Baroin, confirmou que o país teve a nota rebaixada de "AAA", nível máximo, para "AA+". 
"Confirmo que a França recebeu, como a maior parte dos países da zona do euro, uma notificação de uma mudança em seu rating", disse o ministro francês ao canal de TV France 2. "É um rebaixamento, uma mudança de uma nota, é a mesma agência que rebaixou os Estados Unidos." O ministro afirmou ainda que a França deve acelerar reformas para reforçar sua economia.

Notas

Além da França, a Áustria também foi rebaixada de "AAA" para "AA+". Malta passou de "A" para "A-" e Eslovênia, de "AA-" para "A+".
Quatro países tiveram o rating rebaixado em dois graus: Espanha passou de "AA-" para "A"; Itália, de "A" para "BBB+"; Portugal, de "BBB-" para "BB"; e Chipre, de "BBB" para "BB+".
Entre os países cujas notas não foram alteradas estão Bélgica ("AA"), Estônia ("AA-"), Finlândia ("AAA"), Alemanha ("AAA"), Irlanda ("BBB+"), Luxemburgo ("AAA"), e Holanda ("AAA").

Agências falharam na crise de 2008

As agências de classificação de risco, que dão notas para países, empresas e negócios, determinando sua suposta credibilidade financeira, foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009.
Elas deram boas notas para operações de vendas de hipotecas imobiliárias nos EUA que afundaram bancos e investidores e geraram a grande crise financeira.

Como funciona a classificação de risco

O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa, um país, um título ou uma operação financeira.

Ele busca mensurar a probabilidade de calote de obrigações financeiras, ou seja, o não-pagamento, incluindo-se atrasos e ou falta efetiva do pagamento. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião supostamente independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.
(Com informações da France Press e da Reuters)

sábado, 14 de janeiro de 2012

Tragédia no mar da Itália: autoridades brasileiras devem aumentar rigor nas inspeções dos navios de cruzeiro

Foto: reprodução site UOL

Nós, que tiramos nosso sustento do mar, sabemos dos perigos que a atividade marítima impõe. Sabemos também que qualquer um está sujeito a um acidente, seja por falha mecânica, por mau dimensionamento ou uso de equipamentos, ou, o mais comum, a falha humana, seja por desatenção, seja por falta de qualificação do tripulante envolvido em alguma faina.

As causas que levaram ao naufrágio no Mediterrâneo ainda serão apuradas pelas autoridades, e deverão servir para mais uma série de recomendações da IMO, que visarão o aumento da segurança a bordo.
No momento, alem dessas considerações, podemos lamentar pelos mortos, e torcer para que os desaparecidos sejam encontrados com vida e saúde. Lembremos que estamos no inverno europeu, e as temperaturas chegam facilmente próximas a zero grau.

Mas também solicitar às autoridades brasileiras que aumente o rigor nas inspeções a bordo desses navios. Sejam quais forem as causas que levaram ao acidente, elas podem estar presentes a bordo dos navios que estão fazendo da temporada brasileira de cruzeiros.

A matéria que serviu de base para este texto foi publicada no site do UOL. Para ler, clique aqui.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Brasil, 6ª economia do mundo

Deu no UOL: "Brasil supera Reino Unido e se torna 6ª maior economia, diz entidade". O ano de 2011 terminou com boas notícias para o Brasil! A posição alcançada de 6ª economia mundial não é de se desprezar, e devemos mesmo comemorar, mas temos que olhar tal fato com cuidado.
O país necessita aumentar seus investimentos em educação e pesquisa, para que tal posição possa se consolidar em longo prazo. A qualidade desses investimentos também deve ser melhorada. Como a própria reportagem da BBC indica, o Brasil vem galgando posições através da exploração de seus recursos naturais, que são vastos, mas finitos.
Ao contrário conhecimento e domínio de tecnologia são infinitos, e podem ser usados para sempre.
Também devemos observar que os cálculos são feitos em dólar, com a cotação oficial de cada país, e nossa moeda está supervalorizada, já que estamos basicamente exportando o país, e não produção com valor agregado.
Por último devemos estar mais do que nunca atentos em desenvolver as potencialidades de nossos cidadãos, trabalhadores que podem oferecer muito, e têm totais condições de ocupar todos os cargos e posições que vêm sendo criadas com o desenvolvimento de nossa economia. Basta apenas o investimento necessário em sua formação profissional.
A matéria publicada no site UOL:

Brasil supera Reino Unido e se torna 6ª maior economia, diz entidade

BBC
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O Brasil deve superar o Reino Unido e se tornar a sexta maior economia do mundo ao fim de 2011, segundo projeções do Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios (CEBR, na sigla em inglês) publicadas na imprensa britânica nesta segunda-feira.

Segundo a consultoria britânica especializada em análises econômicas, a queda do Reino Unido no ranking das maiores economias continuará nos próximos anos com Rússia e Índia empurrando o país para a oitava posição.

O jornal "The Guardian" atribui a perda de posição à crise bancária de 2008 e à crise econômica que persiste em contraste com o boom vivido no Brasil na rabeira das exportações para a China.

O "Daily Mail", outro jornal que destaca o assunto nesta segunda-feira, diz que o Reino Unido foi "deposta" pelo Brasil de seu lugar de sexta maior economia do mundo, atrás dos Estados Unidos, da China, do Japão, da Alemanha e da França.

Segundo o tabloide britânico, o Brasil, cuja imagem está mais frequentemente associada ao "futebol e às favelas sujas e pobres, está se tornando rapidamente uma das locomotivas da economia global" com seus vastos estoques de recursos naturais e classe média em ascensão.

Um artigo que acompanha a reportagem do "Daily Mail", ilustrado com a foto de uma mulher fantasiada sambando no Carnaval, lembra que o Império Britânico esteve por trás da construção de boa parte da infraestrutura da América Latina e que, em vez de ver o declínio em relação ao Brasil como um baque ao prestígio britânico, a mudança deve ser vista como uma oportunidade de restabelecer laços históricos.

"O Brasil não deve ser considerado um competidor por hegemonia global, mas um vasto mercado para ser explorado", conclui o artigo intitulado "Esqueça a União Europeia... aqui é onde o futuro realmente está".

A perda da posição para o Brasil é relativizada pelo "Guardian", que menciona uma outra mudança no sobe-e-desce do ranking que pode servir de consolo aos britânicos.

"A única compensação (...) é que a França vai cair em velocidade maior". De acordo com o jornal, Sarkozy ainda se gaba da quinta posição da economia francesa, mas, até 2020, ela deve cair para a nona posição, atrás do tradicional rival Reino Unido.

O enfoque na rivalidade com a França, por exemplo, foi a escolha da reportagem do site "This is Money" intitulada: "Economia britânica deve superar francesa em cinco anos".