terça-feira, 31 de maio de 2011

Mercantes no Futebol: final do Brasileirão vem aí

Quarta-feira teremos a final da Copa do Brasil. O Vascão já demonstrou que tem condições de levantar o caneco, e o Coritiba também. As últimas semanas de ambas as equipes antecipam dois grandes jogos. Agora é ligar a TV e conferir na telinha se será assim mesmo. Os mais sortudos poderão fazer isso em São Januário ou no Couto Pereira.

A segunda rodada do Brasileirão sem grandes surpresas. Quatro equipes com 6 pontos, mas não se iludam, porque esse ano está mais equilibrado que nunca. De resto, nenhuma surpresa no final de semana. O campeonato aos poucos vai mostrando quem pode ou não aspirar alguma coisa no final, e esperando a estreia das equipes do Peixe e do Coxa, que, acertadamente, apostam todas as suas fichas na Libertadores e na Copa do Brasil, respectivamente, assim como o Vasco. Com a diferença que esse conseguiu duas vitórias nos seus jogos, enquanto os outros estão patinando nas últimas colocações. Mas nada que não possam recuperar.

Para não dizer que não temos surpresas, podemos falar do Bahia com o meio de campo formado por Ricardinho, Carlos Alberto, Souza e Jobson. Tem tudo pra dar certo e pode levar a equipe baiana a uma boa posição na tabela.

Para finalizar essa rápida aventura pelas terras esportivas falemos das barbeiragens de Hamilton. Não satisfeito em ser protagonista de alguns acidentes no GP de Mônaco ontem, ainda fechou com “chave de ouro”, quando atribuiu sua punição a uma perseguição racista por parte dos comissários da prova. Que infelicidade.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Verdade e Ilusão

A busca de se criar um fato derivado de uma falácia gera momentos em que se confundem e acabam por soltar os verdadeiros motivos que os levam a tomar tal posição. No nosso caso, a reportagem veiculada no Guia Marítimo de 25/05/2011 (ver abaixo) é um exemplo clássico do que está acontecendo em nosso setor.

O problema todo é o famoso custo operacional, que, embora não leve a um prejuízo, como alegado abaixo, leva sim a uma diminuição do lucro exorbitante a que os armadores estrangeiros estão acostumados com a exploração de sistema de Bandeiras de Conveniência.

E como sabemos que esse custo operacional mais alto não leva a um prejuízo?

Simples: qualquer empresa que opere por tempo tão prolongado gastando mais do que arrecadando, vai à falência. E mesmo que um armador tivesse muito dinheiro em caixa, e pudesse se manter operando no vermelho por muito tempo, a opção seria fechar a empresa atual e abrir uma nova, com contratos atualizados e lucrativos. Vi acontecer algumas vezes, durante meu período como inspetor.

Por fim, a última e grande falácia do momento: a falta de tripulantes, principalmente oficiais. A reportagem afirma que existe atualmente um déficit de 288 tripulantes. Se isso estivesse ocorrendo, e com uma conta muito favorável aos armadores, teríamos 20 embarcações paradas por falta de tripulação. Comissões de parlamentares estariam visitando as embarcações paradas e eles estariam alardeando aos quatro ventos os nomes e posições aonde esses barcos estão aguardando tripulantes para poderem operar. Mas como isso não ocorre, esses navios continuam singrando os mares brasileiros, transportando mercadorias e prestando serviços de apoio na exploração de petróleo.

O que ocorre, e vai ocorrer sempre, são casos pontuais, como o desembarque emergencial de tripulantes por motivos de doença ou acidentes de trabalho. Como as empresas não mantêm tripulantes em stand by, para suprir essas necessidades, leva-se um tempo até que se consiga outro tripulante, e este seja deslocado até a embarcação.

Este tipo de situação ocorre, seja no mercado doméstico brasileiro, seja no mercado internacional das BDCs. Presenciei este tipo de situação diversas vezes quando atuava como Inspetor da ITF, e agora também já presenciei este tipo de situação a bordo.

Não podemos nos deixar enganar com falsos argumentos, e muito menos nos deixar levar para posições contrárias aos nossos interesses. O que precisamos são melhores condições de salários, sociais e de respeito por parte dos armadores.

Guia Marítimo – Reportagem - 25/05/2011

Mercado costeiro do Brasil enfrenta falta de tripulação

Navios que operam na costa do Brasil estão sofrendo com a falta de funcionários capacitados, o que leva a um número de surpresas desagradáveis para as companheiras petroleiras e operadoras, que esperavam capitalizar a grande reserva de petróleo do país.
A cada ano, cerca de 500 funcionários são treinados no Brasil, mas o número não é suficiente para atender à demanda do mercado costeiro brasileiro nem do elemento humano requerido para as operações de suportes aos navios costeiros.
De acordo com o vice-presidente do OSM Group, Jan Morten Eskilt, os custos com pessoal surpreendem as empresas que chegam ao país: "Como empresa administradora, vemos os armadores se moverem para o Brasil e se esquecendo que estão dispondo embarcações em um mercado doméstico. Eles ficam surpresos com os custos operacionais e, mais ainda, com os custos com pessoal. Nesse ponto, muitas empresas têm tido problema", enfatizou.
Com os custos operacionais permanecendo incertos e a maioria dos contratos de charter a longo prazo sendo acertada apenas com aumentos de preços com base na inflação, os ganhos diários podem ficar abaixo dos custos operacionais o que, consequentemente, levaria os armadores a terem dificuldade de pagar os custos capitais.
Olhando para o crescimento do negócio costeiro do Brasil e o número de funcionários necessários para servir ao setor, o ano de 2011 já tem déficit de 288 profissionais - um número que deve aumentar para ao menos 1.339 funcionários em 2014 e que só deve sair da escassez em 2020


domingo, 29 de maio de 2011

O que é bom é pra sempre. Uma boa música, por exemplo: "Wuthring Heights", Kate Bush

Em homenagem à minha esposa, que é apaixonada por essa música, assim como sou por ela, aqui vai Kate Bush. Talento precoce que assinou seu primeiro contrato com EMI aos 16 anos, engrenou alguns sucessos, entre eles “Babooshka” e “Wuthring Heights”, que se tornaram grande sucesso no Brasil.
Dona de uma voz muito alta e afinada, Kate apresenta vídeos de produção barata e um estilo próprio de dançar, que a caracterizam de forma ímpar.
Para vocês “Wuthring Heights”, que por sinal é parte de nossa seleção Hollywood.


sábado, 28 de maio de 2011

Bate-bola com os Mercantes: Ofereçam boas condições e teremos tripulantes em todas as categorias para embarcarem


O Blog dos Mercantes recebeu o comentário acima do Luiz C. Leal no post "Esse é mesmo o N/M "Vale Brasil"? e faço questão de destacar aqui.


 Caro Leal,

Obrigado pelo comentário. Quando escrevemos, o que buscamos é justamente isso, o debate. Seus argumentos levaram a isso, por isso a resposta vai em uma nova postagem.

Essa é a questão: social. Primeiro porque não podemos esquecer nunca o lado social. Dificilmente não encontraremos produtos e serviços mais baratos, e muitas vezes melhores que os nossos, no exterior. Segundo, porque a Vale, quer queiram, quer não queiram, foi erguida com dinheiro público, e entregue a preço irrisório para a iniciativa privada. O mínimo que se poderia esperar era que ela revertesse algo em prol do país que a gerou.

Quanto a prazos e preços, são problemas que temos e devemos enfrentar, para que possamos um dia voltar a ter o parque industrial voltado para o setor marítimo que já tivemos, e políticas equivocadas de nossos governos nos fizeram perder. Sobre estaleiros, teríamos condições de atender à solicitação, se não para a construção de todos os barcos, ao menos de parte dele. Mas, uma vez mais, faltou vontade política. O que aconteceu foi que perdemos a OPORTUNIDADE de desenvolver ainda mais nosso parque industrial.

Tripulantes não quererem embarcar para a China? Até poucos anos atrás tínhamos muitos companheiros embarcados em navios da própria Vale, em viagens para a China, Japão, e muitas vezes passavam todo o embarque de nove meses sem vir ao Brasil. Detalhe que esses embarques eram feitos baixo o regime BDC, mas com a diferença de que o dólar era muito mais valorizado à época.

Os mesmos argumentos usados por você foram e são muito usados, por armadores europeus, para explicar a falta de tripulantes de seus países a bordo dos navios. Italianos, franceses, ingleses, alemães, etc desapareceram de bordo, e a desculpa era exatamente essa: eles não queriam embarcar. Nos meus últimos anos como Inspetor da ITF, tive a oportunidade de visitar navios em que encontrei tripulantes italianos, alemães e franceses, e embarcações embandeiradas nestes países. Isso devido à política pública de incentivar o retorno de seus nacionais para bordo de embarcações também nacionais. Por enquanto isso se restringe a oficiais, mas já há um movimento forte para levarem outros tripulantes europeus para bordo novamente.

Tudo depende das condições de embarque que se oferecem, das cláusulas sociais, do salário. Ofereçam boas condições e teremos tripulantes em todas as categorias para embarcarem, bastará treiná-los.

Não discuti a decisão da Vale sobre o ponto de vista empresarial, cujo objetivo é alcançar lucros altos e imediatos para seus acionistas. Discuti sim, sob o ponto de vista do meu país, porque cada vez que um desses barcos atracar em São Luis, levará literalmente 400.000 t do meu país, embora sem deixar nada em troca, a não ser uns poucos dólares, que beneficiarão a ainda menos pessoas.

Se vamos continuar perdendo empregos, indústrias e riqueza para outros países, vai depende de decisões políticas de nosso governo. Não há vocação de nenhum país para nada, a não ser aquelas que a natureza lhe concedeu. O resto é feito através de escolha e trabalho.

E tudo isso depende de vontade e decisão política.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Atenção Mercantes: querem nos tirar de bordo com argumentos falsos

Para ler é só clicar na imagem


O artigo acima foi publicado no Globo no último dia 16 e há dias estava para comentar aqui no blog.

Se o mercado de trabalho vai necessitar de 2500 oficiais nos próximos três anos, o blog não entende como irão faltar oficiais, uma vez que no ano passado as escolas formaram 770 oficiais, e nos próximos três anos deverão ser formados algo em torno de 2400 oficiais. Isso sem contar os companheiros que vêm retornando à atividade e com a possibilidade de que CIAGA e CIABA aumentem o número de formandos.

Também devemos contar que tem havido uma série de atrasos nas entregas de novos navios encomendados pela armação, o que diminui a necessidade de novos oficiais, e nos coloca com um problema sério de excesso de tripulantes.

Não sei que números ou informações foram usados para a pesquisa da USP, e não ponho em dúvida a lisura dos pesquisadores, mas claramente os números com os quais trabalharam foram maquiados para apresentarem resultado tão díspar da realidade atual. Há que se perguntar onde conseguiram tais informações.

Outra desinformação na nota dos armadores é de que querem proteger nossos trabalhadores. Como querem fazer isso, se querem retirar os dispositivos que os protegem?

Nós já vivemos período em que não tínhamos garantia legal de presença a bordo, e isso foi trágico para nossas carreiras e famílias, e acabou por retirar prematuramente muitos oficiais e tripulantes de bordo.

Precisamos nos unir e dar um sonoro NÃO às pretensões absurdas dos armadores, que de forma leviana vêm tentando levar a sociedade e o setor petroleiro brasileiro a posições equivocadas, tomadas com base em fatos e situações inverídicas e forjadas.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Mercantes no futebol: Ressacada de Ressaca


Após mais uma boa exibição, o Vascão se classificou com vitória convincente sobre o Avaí em Florianópolis. O time esteve muito bem, e vários jogadores merecem menção, mas sem dúvida Diego Souza foi o nome do jogo. Dribles, assistências, posicionamento, gol e uma jogada fantástica, digna de um gênio: o lençol aplicado no defensor do Avaí, quando não havia espaço e ninguém esperava nada da jogada. Se continuar assim merecerá uma outra chance com a amarelinha.

No domingo enfrentaremos o América-MG com nossos reservas. Mas não se iludam, porque vários deles vêm jogando e entrando no decorrer das partidas, e com ótimo desempenho, por isso o time tem totais condições de conquistar mais 3 pontos e se manter entre os primeiros do Brasileirão.

E na próxima quarta, que venha o Coritiba, e se os dois confirmarem as performances das últimas semanas, teremos dois grandes jogos.Quanto ao Avaí, um engove para eles se recuperarem da ressaca da Ressacada.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Esse é mesmo o N/M “Vale Brasil”?


A notícia não é exatamente nova, mas ainda vale o comentário. A Vale lançou o maior navio mineraleiro do mundo, com seus 362 m de comprimento, 65 m de boca e 23 m de calado, e com capacidade para quase 400.000 t de carga. Seu lançamento é de fato digno de nota. Números realmente impressionantes, mas soluções simplesmente decepcionantes.


Houve tempo em que a Vale mantinha uma frota considerável, com bandeira brasileira e com tripulantes brasileiros. Por isso mais uma vez nos decepcionamos com as decisões de nossa antiga estatal. A embarcação foi produzida em estaleiro estrangeiro, embandeirada em país estrangeiro e será tripulada por estrangeiros.


Ou seja, em verdade estamos exportando nosso minério a preços módicos, com nenhum ou pouco valor agregado, criando empregos para estrangeiros e ficando apenas com algum lucro para acionistas da Vale. A decisão que poderia beneficiar a muitos brasileiros mais, consolidar nossa tecnologia e garantir nossa participação no mercado de bens e produtos de alto valor agregado, além de criar empregos bem remunerados e com alto nível de treinamento para nossa gente,  passou longe de sua atual direção. É lamentável quando todos os seus benefícios são exportados e o país não usufrui de todo o potencial que poderia com uma obra como essa.


Parabéns à Vale pela grandeza do barco, mas também podemos lamentar a falta de patriotismo da mesma, porque o único momento em que pensou no Brasil foi na hora de seu batismo.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Marítimos: hora de União

Temos vivido nos últimos tempos um crescente ataque aos nossos postos de trabalho e às conquistas duramente conseguidas através de nossa ação sindical, que, de forma competente e habilidosa, garantiu não só nossa presença a bordo, como também o avanço de nossas relações econômicas e sociais com os armadores.
Não é de hoje que ouço de companheiros e companheiras que o nosso sindicato não faz nada por eles. Gostaria de saber o que eles querem. Ouço muitos companheiros reclamando da falta de atenção de seu sindicato. Gostaria de saber o que eles pensam que é a atenção de um sindicato. Ouço também reclamações quanto à falta de transparência e comunicação da instituição, como forma de manter o poder sobre a mesma. Posso dizer que poucas vezes vi um sindicato que circula mais informações e com tanta qualidade como o nosso. Assim também gostaria de saber qual é a visão de transparência que essas pessoas têm.
A profissão daqueles que operam os transportes não é igual à daqueles que trabalham em fábricas, comércios e escritórios. Nós nos movemos, muitas vezes a enormes distâncias; nós nos dispersamos, igualmente por enormes distâncias; e principalmente costumamos nos isolar em nosso microcosmo móvel na ilusão de que ele é o mundo e dele emanam todas as necessidades e soluções. Na atividade marítima isso se exacerba e se faz presente como em nenhuma outra atividade.
Tudo isso é inerente à característica da atividade no transporte, e da própria espécie humana, que tem a tendência de comparar e analisar tudo sob uma visão individualista e, portanto, restritiva e simplista.
Outra característica da espécie humana é a insatisfação. Isso é importante no momento em que nos motiva a buscar mais e melhor, mas é perigosa quando não conseguimos diferenciar a busca por melhorias com o não reconhecimento das conquistas.
Temos que ter cuidado em não ultrapassar a linha tênue entre análises e críticas embasadas, para o puro lamento sem sentido, causa ou objetivo. E ainda que a diferença entre as duas coisas também seja bem tênue, o resultado é extremamente diferente.
Quando analisamos situações e apresentamos críticas, temos o dever e a oportunidade de apresentar propostas para sanar os diversos problemas com os quais nos deparamos. Isso é altamente saudável e leva ao avanço de nosso sindicato e da democracia em nosso meio.
Ao contrário, quando entramos pelo viés de lamentações sem fundamento, não apenas criamos um clima desfavorável e deprimente, mas corremos o risco de levarmos outros a entrarem em uma espiral descendente, o que só leva à falta de objetividade e a tomadas de decisões perigosas e equivocadas.
Com essa linha de pensamento há um grupo de companheiros que vem se utilizando de blogs e outros meios para fazerem análises totalmente equivocadas de nossa realidade. Misturando e divulgando informações desencontradas, fazendo ataques pessoais despropositados, tentando denegrir a imagem de uma só pessoa, atacam a muitos de uma só vez. Espalham inverdades e boatos infundados, que só se sustentam com os devaneios alucinados de suas mentes distorcidas.
Esse tipo de comportamento leva à anarquia, à desinformação e à desunião. Também é ótimo para denegrir a imagem, não de um indivíduo, mas sim de nossa categoria. Ao contrário de fazerem um serviço à Marinha Mercante Brasileira, fazem um excelente trabalho para armadores estrangeiros que nos vêm atacando. Mesmo que tenham boas intenções, conseguem resultados catastróficos.
Temos que ter cuidado para não cairmos em armadilhas como as descritas acima. Sindicato é um órgão político de classe, que devido à globalização, mais do que nunca, deve brigar por nossos postos de trabalho, por nossas condições salariais e sociais, por nossa dignidade e por nosso futuro. Tudo isso de forma coletiva, o que acaba se refletindo no individual, e com a participação de todos os associados, com ideias, atitudes e união.
Divergências, lutas internas por poder e pela supremacia de suas respectivas posições sempre haverá. Isso é parte da democracia e é ótimo para alavancar o desenvolvimento e melhoria da categoria como um todo. Mas como disse, isso é interno, e de forma interna deve ser tratado. Ataques pessoais são um sério risco ao bom senso, como ao futuro da categoria em si, uma vez que tiram o foco de assuntos sérios e urgentes, e o levam a mesquinharias sem fundamento e sentido.
Os mais jovens não viveram isso, mas os mais velhos e os que estão no meio do caminho lembram bem das péssimas condições que nos ofereciam nos anos 90. Nossa situação agora está longe daquela que levou muitos de nós a abandonarem a carreira, mas está delicada, o suficiente para retroceder a ela em pouco tempo.
Estamos em tempo de UNIÃO. Necessitamos de ideias, de ações e debates que nos fortaleçam e nos motive. Não é hora de politicagem barata.

domingo, 22 de maio de 2011

E começou o Brasileirão!!!!!

Foto do site uol.com.br


Com 4 jogos tivemos ontem o início do Campeonato Brasileiro 2011. Meu Vascão venceu o Ceará lá, em duelo de reservas, e garantindo assim ânimo para a partida de volta da Copa do Brasil, título inédito e que é almejado pelo clube há anos.
O garoto Bernardo mostrou mais uma vez que tem futuro, e o Vasco um elenco equilibrado e capaz de levar o time a disputar um bom campeonato. Isso se conseguir suprir algumas carências que a equipe ainda apresenta, notadamente na frente, aonde vem perdendo muitos gols.
Também venceram Flamengo e o Galo Mineiro, dando às suas torcidas a alegria de partir na frente, num campeonato em que todos os pontos são importantíssimos, e onde muito está em jogo, com classificações para as Copas Libertadores da América e Sul Americana.
O Peixe e o Colorado empataram, com o Peixe poupando seus principais atletas e atuando com sua equipe recheada de reservas, claramente visando as semifinais da Libertadores, que, se conquistada, pode levar a equipe à glória alcançada pelo timaço comandado por ninguém menos que Pelé.
Hoje teremos a estreia de outros pesos pesados, todos devidamente reforçados e prometendo um campeonato equilibrado e de bom nível técnico. O equilíbrio é tanto que vários aparecem com chances de ser campeão, com destaque para Cruzeiro, Fluminense e Internacional. O Coxa paranaense também precisa provar, num campeonato mais forte, que a série invicta não foi apenas um acaso. Enfim, muitas emoções garantidas por muitos meses.
PRA FRENTE VASCÃO!!!

sábado, 21 de maio de 2011

O que é bom é pra sempre. Uma boa música, por exemplo: “Every breath You Take", The Police


The Police volta ao nosso blog. Já falamos um pouco sobre a banda, e essa é mais uma da seleção de sucesso hollywood. “Every breath You Take” fez enorme sucesso na época e é uma das marcas da banda.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

PAC deve dar mais atenção aos transportes marítimo e hidroviário

Deu no Valor Econômico: “Fila de caminhões para desembarque no Porto chega a 34 quilômetros”. O início do texto: “A fila de caminhões que aguardam o desembarque no Porto de Paranaguá chegou a 34 quilômetros na noite de ontem, terça-feira (26). Os veículos estavam parados do quilômetro 03 ao 18 e do quilômetro 50 ao 69 da BR-277 por volta das 20h”.
Entra ano e sai ano e as filas de caminhões se formam em Paranaguá. Granéis, na quantidade que fluem para os portos brasileiros, não devem ser transportados em longas distâncias por rodovias; e isso é de conhecimento de todos. Sabemos dos custos altos para a implantação de ferrovias, e de algumas hidrovias, mas é a única maneira de aumentar a competitividade dos produtos nacionais no exterior.
O governo vem aumentando os investimentos em infraestrutura de transportes nos últimos anos, mas esse esforço ainda é tímido, frente às necessidades do país, e principalmente portos, hidrovias e transporte marítimo necessitam de maiores investimentos e incentivos.

O controle dos meios de comércio é estratégico, como meio de garantir o abastecimento do mercado interno, o escoamento de bens e de regular preços e fluxo de bens e produtos transportados.

Que o PAC se intensifique, dando a atenção necessária principalmente aos modais de transporte menos poluentes e mais econômicos, que são o marítimo e hidroviário.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Não precisamos importar aquilo que não nos interessa

Saiu na Folha de São Paulo excelente artigo de Érica Fraga e Cláudia Rolli, e que ilustra o que o blog vem afirmando e alertando com frequência: não precisamos importar aquilo que não nos interessa. Diferenças culturais existem e sempre existirão, isso internamente, imaginem quando nos referimos a culturas estrangeiras e que vêm de uma base filosófica totalmente distinta da nossa, como a chinesa.
O brasileiro trabalha muito, veste a camisa de sua empresa, dá o melhor de si, mas necessita de tempo para compartilhar com sua família e com seus amigos. O dia em que perdermos essas características não “seremos mais” brasileiros, não teremos mais a alegria e a espontaneidade que fazem nossa fama pelo mundo, e que fazem com que o brasileiro seja um povo querido por todos.
Assim como empresas e trabalhadores brasileiros necessitam adaptar-se às culturas locais quando trabalhando no exterior, que os estrangeiros se adaptem à nossa quando trabalhando e investindo em nosso país.
Investimentos externos são bem vindos, mas não podem ferir ou quebrar aquilo que nos é caro ou que nos marcam como povo e como sociedade. Que eles venham, e muito, mas que respeitem nossas leis e nossos costumes.
Como o texto só está disponível para assinantes, reproduzo abaixo na íntegra para avaliação dos leitores do Blog dos Mercantes.

42% deixam empresas chinesas no país em 1 ano

Gestão causa choque cultural e leva executivos a pedir demissão 

Taxa de rotatividade é 68% maior do que em multinacionais europeias e americanas instaladas no Brasil

ÉRICA FRAGA
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO

Jornadas de trabalho longas, horas extras frequentes, teleconferências de madrugada, vigilância constante dos chefes, metas de produção irrealistas e inegociáveis.
Essas são características da gestão empresarial chinesa, segundo mais de 30 trabalhadores, ex-funcionários, consultores e sindicalistas ouvidos pela Folha.
Embora reflitam hábitos culturais milenares da nação asiática, vêm causando estranhamento entre os trabalhadores brasileiros. O choque cultural tem se traduzido em tempo de permanência de brasileiros em empresas chinesas muito abaixo da média do mercado.
Levantamento feito pela empresa de recrutamento Michael Page a pedido da Folha indica que a taxa de rotatividade nas empresas chinesas no Brasil é de 42%. De cada 10 funcionários contratados, 4 deixam a empresa no período de 12 meses.
O percentual é 40% maior que o registrado por empresas brasileiras e 68% superior ao verificado em multinacionais americanas e europeias. O levantamento foi realizado com base nos recrutamentos feitos pela Michael Page em 2010 e no primeiro trimestre deste ano.
Para Marcelo de Lucca, diretor da Michael Page no Brasil, o mercado de trabalho aquecido contribui para a troca mais frequente de postos de trabalho, mas o choque cultural faz com que essa tendência seja mais acentuada em empresas chinesas.
"Os chineses não abrem mão de algumas de suas características culturais". Entre elas, ele cita administração extremamente centralizadora, jornadas de trabalho longas e desconfiança. "O executivo brasileiro acaba se sentindo acuado", diz. Foi o que aconteceu com André Urbano, ex-diretor de gestão de revendas da Huawei no Brasil, que pediu demissão em janeiro de 2010, depois de pouco mais de um ano na empresa.
Segundo Urbano, "é inenarrável a pressão que eles [chineses] fazem". Procurada, a Huawei não quis comentar o assunto.

MONITORAMENTO
A chamada dupla estrutura de cargos também incomodava Urbano, hoje na Diveo. Em algumas empresas chinesas (assim como coreanas), há um executivo chinês exercendo a mesma função de um brasileiro no país. São os chamados executivos "sombra" ou "espelho".
Para Marcelo Ferrari, diretor da Mercer no Brasil, o lado "bom" disso é que esse profissional chinês faz a ligação entre a matriz e a sede. Mas, para especialistas, também é sinal de desconfiança. "O executivo brasileiro gosta de autonomia e independência. Isso acaba levando a um choque com o modelo centralizador chinês", diz Jacques Sarfatti, presidente da empresa de recrutamento Russell Reynolds no Brasil.
Patrícia Franzini, ex-diretora-executiva de RH da chinesa Lenovo para América Latina, conta que os executivos brasileiros em empresas chinesas chegam a ter de submeter relatórios diários de atualização de projetos.

PRESSÃO
Uma reclamação comum entre funcionários é a pressão excessiva por resultados. "Eles estabelecem metas impossíveis de serem atingidas e não há negociação", afirmou um executivo de uma empresa chinesa que não quis ser identificado.
Em meio à forte pressão por resultados, diz ele, o fuso horário de 11 horas entre Brasil e China vira um inimigo. "Com frequência, sou acordado no meio da noite para teleconferências." Patrícia ressalta que os chineses dão menos valor à família do que os brasileiros. "Para os chineses, primeiro vem o Estado, depois a empresa, depois a família. Isso causa certo estranhamento. Eles têm dificuldade, por exemplo, em aceitar os feriados daqui."
Colaborou NATÁLIA PAIVA, de São Paulo 

sábado, 14 de maio de 2011

O que é bom é pra sempre. Uma boa música, por exemplo: "Brasília amarela", Mamonas assassinas



Os Mamonas Assassinas fizeram enorme sucesso em meados dos anos 90. Rapidamente se tornaram presença certa em programas de auditório e venderam mais de 3 milhões de cds. Com letras irreverentes e sátiras a outros artistas, as músicas eram alegres e divertidas; e até hoje quem escuta dá boas risadas. A tragédia aérea que vitimou toda a banda em 1996 encerrou sua carreira prematuramente, mas o acervo ficou, e não custa relembrar. Seus clips seguiam o mesmo diapasão das músicas e “Pelados em Santos" é um ótimo exemplo.

Rumo ao Avaí

Que me perdoe a "concorrência", mas o blog de um marinheiro mercante não pode deixar de falar de assuntos do mar e de viagens (hehe).

Um amigo me enviou a ilustração que saiu hoje no Lance!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O Vasco é o time da virada, o Vasco é o time do amor, o Vasco é o time do blogueiro

Amigos, não resisto. O meu Vascão ontem mandou muito bem. Mais quatro jogos e podemos ganhar a Copa do Brasil. Na foto, Fagner e Elton comemoram o gol que classificou o time da virada, do amor e do blogueiro.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Greve ou não greve, eis a questão!

William Shakespeare deve estar se revirando no túmulo com o infame trocadilho de nosso título, mas não há chamada melhor para definir o momento delicado e duvidoso pelo qual passamos todos, na Marinha Mercante. Muito se há comentado a bordo, muitos têm dúvidas, e principalmente não compreendem a situação. Tenho ouvido comentários, os mais variados, todos demonstrando apenas desconhecimento e um receio do novo, do diferente. Nada mais humano, mas também, nada mais perigoso.

Acusações e cobranças são o mais comum de se ouvir. Mesmo companheiros com alto nível cultural demonstram desconhecimento de nosso mercado de trabalho e das condições, com as quais temos que matar um leão por dia para manter-nos. E quando falo “temos”, falo de todos nós através de nosso sindicato, que organiza, lidera e é, em verdade, o resultado de nossos esforços e união.

Sim, o sindicato somos nós.

Por mais que queiramos passar aos dirigentes sindicais todas as nossas responsabilidades, o melhor que conseguimos é uma estagnação em nossos avanços, porque não se pode imputar a outros, aquilo que nos é inerente.
Outra que já ouvi é que as leis e normas no Brasil não pegam. Que não podemos contar com elas porque não são aplicadas. Na verdade o que há é o interesse da população e/ou do governo em aplicá-las ou não.

Temos ótimos exemplos de leis que estão sendo implantadas de forma intensiva e eficiente, como a Lei Seca para motoristas, e o uso do cinto de segurança, ou a lei contra a segregação racial, apenas para ficar com algumas bastante conhecidas.

Hoje temos nossos postos de trabalho garantidos por duas rns do Conselho Nacional de Imigração (CNI), que são as rn-72 e rn-80. Essas resoluções normativas, assim como a taxa celic de juros é definida pelo Conselho Monetário Nacional. Essas rns são baixadas, mantidas, alteradas, ou extintas, por simples reuniões dos membros que compõe o CNI. Não são leis e não existiam há alguns anos e não há nada que garanta que continuem a existir.

Então nossos empregos não estão garantidos em lei, como muitos pensam.

Um pouco mais além. Qualquer lei pode ser alterada por um simples decreto, ou seja, uma simples assinatura e publicação no diário oficial da União revogam, ou alteram qualquer lei. Mais uma vez não teríamos garantia de nossos empregos, mesmo que esse fosse por lei.

Então não temos garantia de nossos empregos?


No momento sim, porque nossas leis e normas (que não pegam) vêm garantindo nossos empregos. A questão é que os armadores, na sua imensa maioria estrangeiros, que estão acostumados ao altíssimo lucro da exploração da bandeira de conveniência e de seus marítimos muito mal remunerados, com condições a bordo muito aquém das que poderíamos sequer supor, vêm se unindo de forma clara e inequívoca no sentido de baixar nossos salários, nossas condições sociais e mesmo substituir-nos, como forma de impedir qualquer tipo de reação.

As reclamações pela queda nas condições econômicas e sociais do pessoal embarcado já se fazem presente a bordo. A intransigência dos armadores do offshore em assinar um acordo coletivo de trabalho digno é apenas uma das consequências de sua nova postura. Eles estão unidos, através de seu órgão de classe, para aumentar seus lucros através do aviltamento de nossas conquistas. Nós vamos ficar parados, olhando tudo aquilo que conquistamos ser retirado?

O SINDMAR, Sindicato dos Oficiais de Náutica, Máquinas e Eletricistas Mercantes, não é o sindicato dos marítimos. Infelizmente os marítimos no Brasil estão divididos em uma série de sindicatos, alguns regionais, outros nacionais, e isso diminui nossa força. Mas o SINDMAR, com a união nacional de 3 das categorias mais representativas, vêm alterando esse quadro. Assim nada mais óbvio que se queira quebrar este sindicato específico. Ele vem liderando as conquistas de todos os marítimos, como o regime de embarque de 28x28, ganhos salariais acima da inflação, e a garantia de nossos empregos, apenas para ficarmos em coisas bem palpáveis.

Cabe à diretoria empossada em um sindicato analisar e organizar a luta por melhores condições de trabalho, e em tempos de globalização, pelos postos de trabalho em si; mas cabe à sua base decidir os caminhos a serem seguidos. A diretoria analisa a situação, aconselha e sugere ações, a base, de forma democrática decide.

E aí cabem as perguntas: nós vamos assistir passivamente que nos retirem tudo que conquistamos, para voltarmos ao marasmo do início e meado dos anos 90, quando a maioria de nós ficou desempregada, e muitos migraram para navios bdcs ou outras carreiras?

Ou nós vamos brigar para mantermos nossos postos de trabalho? Nós vamos brigas pelas condições, que com muita luta conquistamos através dos anos? Nós vamos brigar pela nossa Marinha Mercante? 

Todos conhecem as condições que temos a bordo de embarcações brasileiras, e o blog vem mostrando as condições facilmente encontradas em embarcações bdcs, com as quais pretendem invadir de vez nossa costa.

Quem decide é a base! Se não formos à greve essa será a decisão dos homens e mulheres da Marinha Mercante brasileira. e se formos à greve, essa será a greve dos homens e mulheres da Marinha Mercante brasileira. 

domingo, 8 de maio de 2011

Dica cultural: “Sob os Olhos de Perón”, de Hamilton Almeida, Editora Record


Excelente trabalho de Almeida, explorando os bastidores do poder no Brasil do final da década de 20 e início da de 30 do século XX. O acordo político frágil que mantinha Getúlio no poder, e suas relações com o ditador argentino, vivo até hoje através do peronismo em nosso país irmão.
O trabalho do autor foi excelente, e mostra que muitas das conquistas de hoje, são ideias bem antigas, e mesmo assim atuais. Vale a pena ler e fazer a correlação com muito do que ocorre em nosso país hoje.



sábado, 7 de maio de 2011

É isso que queremos?


O texto, da jornalista Rose George, do Herald Tribune,  veiculado pelo Estadão, é autoexplicativo, e vem ratificando muito do que o Blog dos Mercantes vem afirmando ao longo dos últimos meses. É claro que nem todos os armadores são piratas, e nem todos querem aplicar condições sub-humanas a seus tripulantes a bordo, mas é certo que em um navio desses o salário é mais baixo, e as condições são inferiores do que aquelas que normalmente encontramos em países que levam seus registros marítimos a sério.

As condições técnicas de manutenção também costumam ser muito mais precárias, do que em registros nos quais os países exercem plenamente sua jurisdição, e procedem com inspeções sérias e rotineiras a bordo. Além das cláusulas sociais do contrato de trabalho, que costumam ser mínimas ou inexistentes.

E é esse o sistema que os armadores buscam aplicar em nossa costa de forma ampla e liberada, sem nenhuma ou pouca fiscalização do Estado, e abrindo mil oportunidades para aumentar seus lucros através da economia com impostos e salários, e quem sabe até mesmo com a manutenção das embarcações.

Quer ler o texto (na íntegra) publicado no Estadão? É só clicar na reprodução abaixo.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Convenção 98: Lei de Greve e o direito à atividade sindical

Por mais favorável aos trabalhadores que esteja um mercado de trabalho,
o que rege a ação patronal é o lucro, e nesse sentido os empregadores
sempre irão se unir para minar as condições e as remunerações pagas.

Em 1949 a conferência geral da Organização Internacional do Trabalho aprovava a Convenção nº 98, que garante a trabalhadores e empregadores criarem suas organizações representativas, cobrava do estado o incentivo à negociação coletiva e garante aos trabalhadores proteção contra atos tomados por suas atividades sindicais.

Ratificada pelo Brasil, tal convenção aparece em nossa lei de greve, em seus artigos 3º, 4º, 5º, 6º e 7º; artigos que garantem aos trabalhadores a atividade sindical e a mobilização grevista, caso se veja frustrada a negociação coletiva.

Fundamental para nosso direito de buscar melhores salários e condições de trabalho. Na verdade, sem essas garantias, seria muito mais complicado e difícil qualquer conquista. Por mais favorável aos trabalhadores que esteja um mercado de trabalho, o que rege a ação patronal é o lucro, e nesse sentido os empregadores sempre irão se unir para minar as condições e as remunerações pagas.

Sem a união dos trabalhadores, somos presas fáceis, e esta união é protegida internacionalmente e nacionalmente. Devemos estar sempre prontos a usar e exigir nossos direitos.

O que é bom é pra sempre. Uma boa música, por exemplo: “Breaking all the Rules”, de Peter Frampton




Peter Frampton, músico britânico que nacionalizou-se norte-americano no início dos anos 2000, iniciou a carreira na década de 70, lançou “Breaking all the Rules” em 1981 e a música se tornou um estrondoso sucesso e símbolo da carreira de Peter. Marcou o pop rock com a utilização da técnica da “guitarra falada”, que hoje é copiada por outros astros do instrumento.