segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Alvarez & Marsal e ética

Após ter deixado o Ministério da Justiça, onde teve uma atuação que podemos considerar no mínimo ruim, Sérgio Moro ingressou na empresa Alvarez & Marsal, onde entrou como sócio-diretor (algo comum nos escritórios de advocacia americanos para empregados que dão muito retorno) e diz ter atuado no setor de compliance.

Tudo ótimo, não fosse o fato de a empresa de advocacia ser responsável pela massa falida de algumas gigantes empreiteiras brasileiras que foram quebradas pelo Sr. Sérgio Moro, quando ele ainda merecia o título de Meretíssimo. Como Juiz ele prendeu o principal candidato de uma campanha a Presidência e quebrou gigantescas empresas de construção civil. Logo depois deixou a toga e foi ser Ministro da Justiça do ganhador da eleição, e quando foi demitido foi trabalhar para a empresa responsável pela massa falida que ele ajudou de forma central a criar.

Poucas coisas podem ser consideradas mais antiéticas que isso.

E o TCU abriu inquérito para apurar a relação de Moro com a Alvarez & Marsal. Com isso o pré-candidato acabou por mostrar um contra-cheque na última sexta-feira (28-01), afirmando que não enriqueceu na empresa e que seus polpudos ganhos não foram pagos pelas massas falidas por ele. Ora, segundo informações da imprensa essas massas falidas são responsáveis por 78% do faturamento da A&M, e não existe dispositivo que divida esse faturamento dentro de uma empresa.

Da mesma forma ele diz ter um contrato de trabalho que diz que ele não poderia interferir nos assuntos dessas massas falidas criadas por ele. Ora, eu já tive contratos de trabalho que diziam que eu só trabalharia 44 horas por semana, que receberia horas extras caso ultrapassasse essa jornada, e cheguei a trabalhar 80 horas semanais sem receber um centavo a mais, nem mesmo tive compensação desse tempo em folga. Então, contrato não significa nada, ainda mais quando executado entre dois contratantes que podem ter o mesmo objetivo.

Mas a questão não é legal ou ilegal, a questão aqui é ética. E ética é algo que Sérgio Moro demonstra ter de forma muito maleável desde sua atuação como juiz. Ele mesmo já disse que chefiava a Lava-jato, quando sua tarefa era apenas julgar os casos de forma imparcial. Ele se colocou nitidamente ao lado da acusação, seja facilitando sua atuação, seja prejudicando a defesa. Como Ministro da Justiça compactuou com crimes e desvios que até poucos meses atrás dizia serem hediondos e imperdoáveis, e saiu apenas quando viu que seu aparelhamento de alguns órgãos de estado estavam sendo revertidos por um aparelhamento do atual Presidente. Por fim foi trabalhar na empresa administradora das massas falidas das empreiteiras que ele ajudou a quebrar, e não importa se ele trabalhou ou não diretamente com essas massas falidas, porque só de ter aceitado esse trabalho ele já feriu uma coisa chamada ética.

Para culminar isso tudo Moro, como sócio-diretor de uma empresa sediada em Nova Iorque foi morar em Washington. O que o ex-juiz foi fazer tão longe da sede de sua empresa?

Do ponto de vista puramente individual sua atuação foi perfeita. Ganhou dinheiro, ganhou poder, ganhou projeção. Mas a vida não pode ser encarada apenas do ponto de vista individual, ela precisa ser encarada também do ponto de vista social, e é aí que entra a ética, justamente para conter excessos individuais, porque se ela não existe, então tudo e qualquer coisa começa a ser permitido para que obtenha o ganho individual. Mas ética é algo que Moro conhece, mas finge não conhecer.

domingo, 30 de janeiro de 2022

Galáxias rejuvenescem e morrem

Um estudo conjunto de 3 centros científicos - Universidade de Southampton, Instituto de Astrofísica de Canárias, e o Instituto de Ciências Espaciales - trouxe novas evidências e o entendimento de que galáxias aceleram a produção de novas estrelas antes de morrerem. Seria algo como um rejuvenescimento, com o aparecimento de muitas novas estrelas em rápida sucessão, e depois elas simplesmente morrem.

Óbvio que o processo é muito longo em tempo para os padrões humanos (a formação e morte de uma estrela leva alguns milhões de anos), e por isso mesmo não temos como ter uma observação empírica do fenômeno, e por isso mesmo essas afirmações precisam ser feitas através de provas físico-matemáticas e teóricas.

Por enquanto isso tudo está mais no terreno da hipóteses, e os próprios pesquisadores admitem que ainda precisam de muitos estudos antes de uma formatação final dessa possibilidade. E  caso isso seja confirmado há algo que eles não falaram, mas que deixa em aberto algo que muitos falam, mas que não se confirmou até hoje, que é o fim do Universo. Bom, se teve um início, então deve ter um fim também.


Publicado 13/12/2021 17:31CET

Galaxias rejuvenecen transitoriamente antes de quedar inactivas

Galaxias rejuvenecen transitoriamente antes de quedar inactivas

  MADRID, 13 Dic. (EUROPA PRESS) -    Un equipo de astrónomos propone un escenario en el que las galaxias con núcleos activos pueden pasar por un período de rápido nacimiento de estrellas antes de apagarse por completo.    


La investigación, realizada por astrónomos de la Universidad de Southampton, el Instituto de Astrofísica de Canarias y el Instituto de Ciencias Espaciales, se publicó en Monthly Notices of the Royal Astronomical Society: Letters.

El estudio sugiere que las galaxias con núcleos galácticos activos (AGN) albergan agujeros negros en continuo crecimiento que emiten grandes cantidades de energía y radiación. Estos AGN han aumentado temporalmente la velocidad a la que forman estrellas al acumular gas fresco de su entorno.


sábado, 29 de janeiro de 2022

Within Temptation - Mother Earth

A música que dá nome a um dos álbuns do Within Temptation. Mother Earth está entre as grandes músicas da banda.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Ciro Gomes React

O pré-candidato Ciro Gomes vem chamando todos seus potenciais adversários para debaterem o Brasil, e até agora os mais fortes têm se esquivado de discutir planos e projetos com o pdtista. Agora Ciro arrumou uma maneira de fazer esses debates, e de uma forma inusitada: o "react".

Sim, a modalidade tem caído nas graças de vários criadores de conteúdo do youtube, e por pedidos e sugestões de seus seguidores, Ciro acabou por fazer seu primeiro "react" ao bate-papo entre Moro e os rapazes do flow podcast. Foram pinçados alguns momentos das quase 5 horas de conversa, e Ciro respondeu às declarações e posicionamentos de Moro.



quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Comentários curtos

Moro no Flow Podcast

Foi muito difícil de acompanhar as quase 5 horas de uma conversa rasa, cheia de mentiras e de distorções. Sim, porque parecia uma conversa do Monark com o Monark, sendo que o original parece ter muito mais embasamento que a cópia barata.



Resposta de Ciro ao 247

Durante o lançamento da pré-candidatura de Ciro Gomes, um jornalista do 247 perguntou sobre um possível apoio a Lula no segundo turno e sobre uma possível aliança geral da "esquerda" ainda no primeiro turno. 

A resposta de Ciro foi longa, lembrou todos os momentos da História em que o PT não agiu de acordo com os interesses do país (apenas dos próprios interesses), lembrou inclusive das várias vezes em que o PT trabalhou contra os interesses do país e boicotou adversários. Isso para dizer que não participa mais desse joguinho do partido estrelado. Mas o que mais criou polêmica foi o complemento, ao dizer que o veículo é um panfleto lulista.

Aí vou contar uma coisa para vocês: fora do Brasil, quando jornalistas fazem perguntas desse tipo, estando ligados a um órgão ligado a adversários políticos, esses jornalistas tomam invertidas muito mais duras, porque eles não estão fazendo jornalismo, mas política.

Ciro foi muito cordato nesse caso.

Lava Jato queria Ciro e Cid Gomes

Sim, Glenn Greenwald publicou na revista Carta Capital matéria em que afirma que houve tentativa de elementos da operação Lava Jato para conseguir provas contra os dois principais representantes dos Ferreira Gomes na política, principalmente contra Ciro. Essa sanha por conseguir provas contra os políticos do Ceará geraram a atabalhoada ação policial de busca e apreensão de dezembro último, quando entraram nas casas de ambos em busca de provas de crimes que teriam sido cometidos quase 10 anos antes.

Bem, o resultado todos sabemos, e foi a divulgação de forma ampla de que o estádio cearense que recebeu a Copa de 2014 não apenas foi o mais barato do Brasil, como foi o mais barato das últimas Copas disputadas no mundo. E além de a licitação que definiu quem faria as obras ter sido por menor preço, esse preço ainda foi reduzido durante as obras.

E claro não encontraram nada até agora contra os dois. Talvez por isso o caso tenha sido abafado. Mas as conversas que foram divulgadas, ainda no âmbito da Vaza Jato, deixaram claro que a intenção jamais foi combater corrupção, mas políticos e abrir espaço para um determinado grupo, já que estranhamente não foi incomodado.

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Estranha matéria

Bastante estranha a matéria da Folha de São Paulo. Não que a informação seja errada ou esteja manipulada, nada disso, a questão aqui é apenas o senso de oportunidade. Primeiro pelo longínquo 1998, ano em que ocorreram os fatos.

Segundo porque os fatos ocorridos não eram crimes, eram totalmente legais, e as notas fiscais inclusive foram entregues à autoridade eleitoral na época. 

O fato de que 5 anos depois o doleiro se viu envolvido no escândalo conhecido como caso Banestado não justifica tal matéria, nem mesmo o fato de ter havido desvios na Prefeitura de Maringá, uma vez que não se provam ligações entre as duas ações, os desvios e as doações à campanha do Senador. Esse caso específico, inclusive, foi arquivado por falta de provas.

Então qual o objetivo da matéria?

Não gosto de Moro, ele tem uma série de erros (todos propositais) cometidos por seu caminho como Juiz, e que vieram a deixar soltos conhecidos, e às vezes réus confessos, corruptos e criminosos do colarinho branco.

Com isso entenderia se um político saísse por aí levantando o passado e tentando jogar suspeitas sobre Moro, isso mesmo nas condições da falta de prova, como é o caso, mas obviamente isso não é papel de um jornal.

E eu digo isso mesmo achando que Moro é um ser tão tóxico quanto Bolsonaro, alguém que precisa ser extirpado da vida pública, não só da política, mas isso tem que ser feito dentro das regras do jogo, não com subterfúgios sem fundamento.

E se investigarem direitinho tenho certeza de que não faltarão provas para colocar os dois e mais alguns para fora da vida do país.

Doleiro pivô da Lava Jato financiou campanha de principal aliado de Moro

·8 min de leitura

SÃO PAULO, SP, E CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - O operador financeiro Alberto Youssef, pivô da Lava Jato, financiou uma das campanhas eleitorais do agora maior aliado político de Sergio Moro, juiz símbolo da operação.

Duas empresas de Youssef em 1998 pagaram R$ 21 mil (o equivalente a R$ 88 mil em valores atualizados) à campanha a senador de Alvaro Dias, hoje no Podemos e à época no PSDB.

As informações estão na prestação de contas de Dias entregue naquele ano à Justiça Eleitoral no Paraná. As doações se referem a horas de voo em jatinhos que Youssef cedeu ao então candidato.


segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

O discurso de lançamento da candidatura

Na última sexta-feira o PDT lançou oficialmente a pré-candidatura de Ciro Gomes. Como não podia ser diferente, o ponto alto do evento foi o discurso do político - apesar de nem Ciro nem eu gostarmos de personalismos na política, fato é que uma pessoa precisa liderar um processo político, então há sim uma exaltação dessa pessoa, e uma certa personificação desse processo. Então vamos fazer uma análise do discurso de Ciro, porque nele foi nele que o Partido resumiu suas ideias para os 4 anos de governo de Ciro, caso eleito.

Ciro começou enfatizando o novo lema de sua pré-campanha "a rebeldia da esperança". Como ele diz "Rebeldia sem esperança é a rebeldia sem causa, e esperança sem rebeldia é um sonho que nasce como muitos outros, moribundo". Sim, porque nos virá sempre à mente as duas perguntas respectivamente: "rebeldia com que, para que?", e "esperança, mas o que você faz para algo mudar?" Na sequência Ciro fala daqueles que serão mais beneficiados com seu programa. Mães solteiras, trabalhadores, empreendedores, pequenos produtores, estudantes, crentes em Deus. Fala da miscigenação da nacionalidade brasileira, e que isso é uma fortaleza que nos levou a ter as melhores profecias, mas que elas não se cumprem porque não deixam. E lembra dos mais de 621 mil mortos pela pandemia e atrela isso à ignorância e ao desinteresse de boa parte dos políticos para com o povo, e diz que seu "patrão é o povo e a pátria sua única patroa". Nessa parte do discurso ele definiu para quem se destina o plano de governo, que isso é possível, e que não se faz devido aos desvios que a política vem promovendo por interesses outros que não o povo e a pátria.

Depois ele mostra as similaridades dos governantes que ocuparam a Presidência do Brasil desde a primeira eleição direta pós-redemocratização, sem deixar de pontuar que existem diferenças pessoais entre eles, e fala o que é o seu plano de governo, o que ele pretende do Estado, da iniciativa privada, as metas a serem atingidas, o que precisa ser mudado, terminado, e começado, dá exemplos internacionais, etc, como vem fazendo em todos os seus discursos, aulas e entrevistas há muitos anos. Claro que tudo de forma mais geral, já que um plano desses não se detalha em um discurso de pouco menos de uma hora, e para detalhá-lo de forma muito clara necessitaria de varios dias.

Mas dois pontos se destacam nessa parte. A primeira é quando afirma que vai cobrar impostos dos ricos, modernizar a estrutura tributária brasileira, e que irá irá desonerar pobres e produção. Afirmou com todas as letras, o que marca de forma definitiva sua posição nesse quesito.

Nesse ponto só não gostei do "tremer de medo" para alguns poucos milhares de brasileiros. Convenhamos, pareceu uma ameaça, e não é. Não é porque as alíquotas propostas por Ciro são módicas, chegam a ser tímidas, e em nada mudará a pirâmide social brasileira, ou seja, eles seguirão sendo os mais ricos do Brasil, e com imensa vantagem sobre o restante da população. E não gostei do tom de ameaça que isso adquiri, ainda que eu entenda que serve para motivar e mobilizar a militância. Sim, porque é preciso ter cuidado para não perder o tom, e o controle.

Em compensação achei ótima a forma como abordou as críticas à candidatura Sérgio Moro, já que inicia a falar de sua política de segurança pública justamente pela grande pauta de Moro, o combate à corrupção. Ele fala como fará esse combate, e depois dá o melhor detalhamento até hoje de seu plano de segurança pública. Mas o principal é que diz que esse plano ainda está em discussão, e portanto deverá ter mudanças, acréscimos e aperfeiçoamento de ações.

Por fim diz que seu governo terá as mulheres como o motivo principal de suas políticas - ainda que não as únicas. E o principal, diz que suas propostas deverão ser discutidas no Congresso, mas também passar por plebiscito (já tinha dito algo nesse sentido antes, mas fazia tempo que não trazia o tema a debate).

Mas talvez o principal de seu discurso é que diz ser ele sua "carta aos brasileiros", ou seja, ao invés de um compromisso em que diz que irá atender a todos os interesses da classe dominante e da estrutura de Estado criada por ela, ele diz que irá atender aos interesses do povo, suas necessidades, e irá dar-lhe condições de emancipação, seja com Educação, seja com oportunidades no empreendedorismo ou com o crescimento do país e dos bons empregos.

Se ele se elegerá é o primeiro grande obstáculo que o pdtista precisa ultrapassar, e o segundo, uma vez eleito, será implementar tudo isso o que diz, já que os interesses que irá contrariar são de gente poderosa, tanto interna, quanto externamente. O primeiro passo é assumir os compromissos, e isso ele faz há tempos.



sábado, 22 de janeiro de 2022

Disturbed - The Vengeful One (Piano Ballad Cover)

Uma das mais difíceis tarefas num cover é adaptar a música à própria voz. Sim, porque nem todas as músicas combinam com todas as vozes, com todas as interpretações. E se tem algo que Violet Orlandi sabe é fazer essa adaptação às suas necessidades vocais.

Aqui ela soube fugir aos arranjos e à guitarra rasgada original da banda Disturbed, e sua voz casou perfeitamente com o piano e um vocal de fundo. O resultado foi ótimo.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

PDT faz sua Convenção Nacional

O PDT realiza hoje sua Convenção Nacional. Segundo o partido será a primeira convenção feita on line, o que seria um feito inédito. E esse ponto não perdi meu tempo para verificar se isso é ou não inédito, porque o que importa aqui é que uma tecnologia desenvolvida por um governo, e posteriormente apropriada pela iniciativa privada torna isso possível: a internet.

Mas o importante do evento nem é o fato de ser online, mas é o fato de que o partido lançará oficialmente a pré-candidatura de Ciro Gomes, uma mudança na pré-campanha, e se espera servirá para catapultar a candidatura do pdtista. 

A nova (em termos históricos) tecnologia de comunicação também permitirá que qualquer um com acesso possa acompanhar o evento, que terá inclusive a transmissão e comentário direto do Canal de Youtube Politizando. Segundo William Jacob, dono do canal, ele fará comentários também logo após o evento.

E veremos um discurso de Ciro que promete ser o pontapé inicial na virada de sua campanha. Veremos se será realmente.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Nelson Marconi fala com Fausto Oliveira

Muito bom o papo entre Fausto Oliveira e Nelson Marconi, professor da FGV e um dos principais economistas da equipe de Ciro Gomes. Para quem quiser Nelson também deu uma entrevista mais longa a Marco Antônio Villa. Quem quiser é só buscar a entrevista no canal do Villa.





quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Auxílio Brasil ou Auxílio Bolsonaro?

 O colunista da Folha, José Paulo Kupfer, analisou o início do pagamento do Auxílio Brasil (Bolsa Família para quem preferir) e suas possibilidades de sucesso eleitoral e reaquecimento da economia.

Bem, em ambas as situações o colunista afirma que os objetivos do governo não serão alcançados. Isso se dará por duas condições principais, ambas por culpa do próprio governo. O alcance que o atual auxílio terá. Agora serão cerca de 17,5 milhões de brasileiros beneficiados, contra cerca de 70 milhões que foram beneficiados pelo auxílio emergencial da Covid-19 (que inspirou o atual programa. 

Também o valor é menor. São R$ 400 contra os anteriores R$ 600, e um montante de recursos totais de cerca de um terço do programa inspiração. Além disso, devido ao alto endividamento das famílias, a maior parte desses recursos irá para o pagamento de dívidas, o que esterilisa os efeitos econômicos do auxílio.

Mas o mais importante argumento é a deterioração profunda da economia brasileira, que faz com que o auxílio se torne inócuo na função de centelha de reativação do motor econômico, ainda mais porque os valores já chegam defasados por uma inflação que atacou mais diretamente os bens que seriam buscados pelos atendidos pelo programa, a definir comida e energia. Vale lembrar que tal inflação também é culpa do descontrole econômico do governo, que falhou tristemente na condução da economia, em que sempre privilegiou os ganhos financeiros de uma parcela da imensa população abastada, mas pequena, em detrimento da imensa maioria dos brasileiros.

Entendo que tudo isso é provável, e parte já claramente observável. O problema é que tudo isso também é fruto do programa neoliberal imposto ao país. Como dizem muitos economistas, o neoliberalismo é o programa do Estado máximo para uma pequena elite econômica, mas mínimo, e muitas vezes inexistentes para o resto da população, 

Acontece que um Estado organizado nessas bases não consegue suprir as necessidades de seu povo. O Brasil é prova inequívoca disso, e acaba que o auxílio pode não atingir corretamente nenhum de seus objetivos.


Auxílio Brasil não deve turbinar nem economia nem popularidade de Bolsonaro

Começou a ser paga nesta terça-feira (18) a primeira parcela mensal do Auxílio Brasil em 2022. Além de um reforço importante na renda de 17,5 milhões de cidadãos mais vulneráveis, a transferência de no mínimo R$ 400 mensais aos beneficiados, que vai se estender até o fim do ano, é uma fonte de esperança eleitoral e ponto-chave na estratégia do presidente Jair Bolsonaro, em sua campanha pela reeleição.

A expectativa, nos arraiais bolsonaristas, é a de que o novo benefício reproduza, ainda que com menos amplitude, o impacto positivo do auxílio emergencial de 2020 - tanto na economia quanto nas avaliações de Bolsonaro e de seu governo. Em entrevista ao UOL, também nesta terça-feira, o ministro da Cidadania, João Roma, responsável pelo Auxílio Brasil, declarou esperar efeitos positivos do programa tanto na economia como nos índices de popularidade do presidente.


terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Moro: não joga, não tem bola, mas quer impor condições

Mais um texto bastante interessante na Folha de São Paulo, dessa vez de Mariliz Pereira Jorge, e publicado em 11 de janeiro de 2022. Nele Mariliz fala sobre o candidato Sérgio Moro, e ela arrasa com o ex-Juiz, mesmo não tendo tocado em pontos nevrálgicos de sua situação de campanha. Sim, porque além dos argumentos de Mariliz há outros, que talvez sejam ainda mais duros contra o "paladino contra a corrupção", e são alguns deles que trarei aqui.

E o primeiro ponto é justamente esse. Sérgio Moro só sabe falar de corrupção, e de combatê-la. Mas mesmo o combate a esse mal humano, que foi a única coisa que teve oportunidade de fazer na vida, ele o fez de forma equivocada. Se esse equívoco foi proposital, ou se foi por incompetência, aí é outra discussão, mas o fato é que, em sua soberba, ele trouxe para si uma série de processos, boa parte deles sem nenhuma base, e condenou vários corruptos, muitos de carteirinha, mas sem as provas necessárias, ou sem respeitar os ritos legais, o que levou a anulação de suas sentenças em cascata pelo STF.

Em outras áreas suas posições são rasas, e repete frases feitas sem mostrar nenhuma credibilidade nelas, e pior, sem mostrar compreensão delas. 

Na economia só repete o mantra neoliberal de abrir e liberalizar a economia, e privatizar ativos estatais. Mas demonstra não entender consequências ou motivos para esses movimentos.

Na Educação sabe criticar e prometer melhorar. Ora, um candidato a vereador de cidade pequena repete esse mantra, mas ele não consegue passar do mantra. Não conhece a Educação, não tem ideia de como resolver, e no fundo não entende o porque de melhorar a Educação, afinal, para plantar soja, criar boi, e tirar minério já temos todos os técnicos necessários. Na verdade sobram.

Saúde? Da mesma forma que nas outras áreas, o discurso é raso, e não passa de promessas, todas com viés mais liberal.

E Moro não para por aí. Não há área que ele realmente domine, e suas desculpas são absolutamente esfarrapadas, assim como suas declarações e entrevistas carecem de profundidade e consistência. Quando alguém chega a se candidatar à Presidência da República, o mínimo que espera-se dessa pessoa é que tenha entendimentos, se não profundos, ao menos medianos de todas as áreas da administração pública, e não apenas o entendimento e a apreensão do reflexo dessas áreas no cidadão de mais baixa renda ou médio. Espera-se que esse pré-candidato tenha ao menos um esboço do que fará caso eleito. Claro que após o lançamento de uma campanha intensificam-se os contatos e debates, e o esboço será depurado para tornar-se um projeto final. Só que Moro não tem o esboço, Moro não tem nada. Como Mariliz diz em seu texto, ele tenta se cercar de "nomes palatáveis", o que leva a uma reedição do "posto ipiranga" de Bolosnaro. E mais uma vez esses "nomes palatáveis" representam apenas a menor parcela de nossa sociedade. Ou seja, ele aponta os problemas da maior parte, e traz gente para resolver os problemas da menor parte da sociedade. Uma ambiguidade em si.

E é por isso que Moro age exatamente como Bolsonaro. Ele é raso, não conhece a dinâmica da administração pública (mesmo tendo sido Ministro de Bolsonaro), não tem solução para os problemas do país, tem uma retórica péssima e um raciocínio lento. Apesar disso bravateia, e diz que debate e discute com qualquer um, mas foge de Ciro como o vampiro da cruz, foge Augusto de Arruda Botelho, foge até do Monark.

Mas tem uma condição para ele debater. Ele escolher o adversário e o tema. Com isso o ex-Juiz se comporta como o garoto ruim de futebol, mas que é dono da bola, e quer impor condições para que haja jogo. 

Ora Moro, esse jogo não precisa de você para acontecer, e nem você tem uma bola.




segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Um vice para Lula?

Interessante o editorial da Folha de São Paulo de 21 de dezembro de 2021. Ele começa dando uma enquadrada em Lula, e sua virtual aliança com Geraldo Alkimin, seu arquirrival até poucos anos atrás. E mostra que a aliança atrai poucos votos, algo que eu já tinha dito em alguns comentários nas redes sociais, e isso ocorre por dois motivos. O primeiro é que são dois neoliberais na mesma chapa (sim, Lula é neoliberal), então não se acrescenta nada de novo na chapa.

Mas o segundo motivo é que Alkimin, apesar de ser sempre um candidato forte ao governo de São Paulo, parece ter encontrado aí seu teto, já que não empolgou em nenhuma de suas tentativas de chegar ao Planalto. A última, então, beirou o ridículo. Com um latifúndio de tempo de TV, com apoio do "deus" mercado, da grande maioria dos partidos do centrão, e ele teve uma votação pífia. 

Na sequência o texto da Folha mostra que o PT sempre fez acordos por poder, e apesar de ter iniciado seus governos cumprindo as regras que interessam ao "deus mercado", seus acordos sempre tenderam a reduzir o campo da chamada esquerda, e de privilegiar setores fisiológicos dos partidos de direita (que geraram os maiores escândalos de corrupção), enquanto isso o próprio partido estrelado se reservava os postos mais importantes da República. Essa última é óbvia, já que ninguém se elege para colocar adversários nos principais postos do governo. A Folha queria o que, que Lula se elegesse e colocasse o DEM ou o PSDB nos principais postos do governo?

No final o que a Folha faz mesmo é mostrar que Lula e o PT sempre lutaram pelo poder, mostrando pouco ou nenhum apreço ideológico, e cobra uma postura clara do líder petista e das pesquisas, que até o momento promete o céu a todos e por todos os lados, mas por esse caminho não haverá entrega da encomenda a ninguém.

Essa politicagem barata de Lula pode servir para ganhar eleições, para criar fama de carismático, mas é péssima para governar um país, porque cria espectativas altas em todos, e frustrações ainda maiores nas parcelas da população que vêm seus anseios preteridos pela espinha eternamente curvada do partido estrelado e seu líder máximo.

Lula não precisa de um vice, ainda mais um que o coloca tão escancaradamente como refém dos interesses do "deus mercado", mas sim se posicionar de forma clara sobre o que pretende ou não fazer. Se após 14 anos de petismo no poder, sendo 8 do próprio Lula, ele ainda não sabe o que fazer, então ele não merece voltar.



domingo, 16 de janeiro de 2022

Supergigante explodindo

Antes de tudo, entenda aqui o que é uma supernova de tipo II

E o artigo abaixo mostra que os cientistas conseguiram e conseguirão novas informações sobre o final de uma estrela supergigante vermelha, que se forma após seu período de expansão pré final. A observação foi importante porque mostrou que nem todas essas estrelas evolucionam da mesma forma antes de explodir, e por isso abre espaço para uma melhor compreensão do universo.

A observação também é importante porque foi a primeira vez que se conseguiu observar todo o último ano de uma estrela antes de seu colapso.

Já nosso Sol, devido sua pequena quantidade de massa (a estrela do artigo tinha 10x a massa do Sol), deverá se transformar em uma anã branca.

Primera visión de cómo 

una estrella supergigante roja

Por primera vez, astrónomos han visto en tiempo real el final de una supergigante roja, observando la rápida destrucción de la estrella masiva antes de colapsar en una supernova de Tipo II.

tilizando dos telescopios de Hawai, el Instituto de Astronomía Pan-STARRS de la Universidad de Hawai'  y el Observatorio WM Keck, un equipo de investigadores que realizaba el estudio YSE (Young Supernova Experiment) observó a la supergigante roja durante su última 130 días antes de su detonación mortal.


sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Bolsonaro e seu governo seguem boicotando o país

O texto de Janio de Freitas na Folha de São Paulo é muito bom. O estilo meio quebrado do autor lembra muito o estilo totalmente quebrador do (des)governo de ocasião, e atinge tanto o âmago da questão, como as repercussões desse âmago.

E como é característico de Janio de Freitas seu texto às vezes é um pouco truncado, mas vale dar uma lida, não só pelas constatações que faz, mas pelas cobranças que deixa claro. Não estamos lidando com políticos incompetentes que estão atualmente na liderança da República, estamos lidando com criminosos, que têm uma série de ligações com interesses nebulosos, e que permitiram que esses interesses se refletissem de forma muito clara em espaços de poder, o que colabora não apenas com a falta de crescimento e progresso do país, mas com o regresso a tempos e situações incompatíveis com um país avançado e socialmente responsável.



quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Programa Boa Noite - Ciro Gomes

Na última segunda-feira de 2020 o Dep. Fed. Alexandre Frota recebeu o pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes. A entrevista foi boa, mas o que mais podemos enaltecer aqui é a evolução do Dep. Fed. como pessoa. Do truculento ex-um monte de coisas, que tinha grande propensão a resolver as coisas de forma truculenta, Frota mostrou enorme evolução nos últimos 3 anos. Está longe de ser um ser humano perfeito (até porque isso não existe), mas hoje é alguém que reconhece erros, que pede desculpas, e que busca dialogar. 

Essa nova postura apenas enalteceu ainda mais aos dois principais envolvidos no encontro, e entrevistador e entrevistado conseguiram entregar muito mais do que se ficassem em tretas inúteis e desnecessárias.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

"Cirina"?

Nos últimos dias explodiu nas redes a possibilidade de Ciro Gomes ter Marina Silva como sua vice na corrida presidencial. A chamada chapa "cirina" mobilizou a turma boa e também os militantes de Marina Silva. Além disso a chapa já mobiliza eleitores que não considerava nenhum dos dois separados, mas que veem com bom olhos a união dos dois.

E a chapa tem muitas possibilidades de crescimento. Isso porque embora seja considerada uma chapa de esquerda, o viés desenvolvimentista de Ciro e o viés preservacionista de Marina têm eco numa centro-direita mais nacionalista e antenada com as demandas e necessidades atuais da humanidade. Como a chapa também é inclinada mais à esquerda ela tem grandes possibilidades de atrair mais votos dessa parcela da sociedade. E por último a chapa tem um discurso de combate à corrupção, sem fazer disso o mote de sua campanha, o que tem potencial para atrair parte dos votos da candidatura morista também. Por último é uma chapa que ultrapassa o discurso vazio de ligação popular, estando realmente engajada em causas reais da população.

Mas apesar disso eu também vejo alguns problemas, já que tal chapa pode ser considerada excessivamente de esquerda. Isso cria problemas de aceitação por parte da ultra direita, embora para eles qualquer coisa que não fale em negacionismo científico e em exterminar comunistas é esquerda e inaceitável, por isso não se disputam esses votos. A chapa também fica à sombra do discurso de esquerda petista, ainda que seus governos tenham sido se centro-direita. A chapa também é composta por um partido médio e um pequeno (a REDE luta para ultrapassar a cláusula de barreira) e isso pode ser um problema na formação da chapa, e também na composição das forças eleitorais.

Com isso é uma chapa que pode ter enormes possibilidades de ir a um segundo turno, mas terá que trabalhar muito, e ter muito poder de convencimento para se viabilizar completamente.

Mas ela é viável, principalmente se João Santana estiver inspirado, e se esse viés considerado mais à esquerda puder ser enxergado como ele realmente é, ou seja, uma chapa de centro, com caráter desenvolvimentista e ligada no que há de mais moderno em termos de desenvolvimento econômico e social.

E cá entre nós, é mais do que chegada a hora de o Brasil estar ligado às políticas mundiais quando elas estão realmente acontecendo, e não com duas ou três décadas de atraso. Essa defasagem vem atrapalhando sobremaneira nosso desenvolvimento.

"Cirina" reflete essa contemporaneidade.


"Em fase de conversas", diz presidente do PDT sobre chapa Ciro-Marina

Possibilidade de chapa formada pelo pedetista e ex-ministra do Meio Ambiente animou a militância pedetista nas redes sociais

Em busca de um vice para a chapa presidencial de Ciro Gomes, o PDT mantém conversas com a ex-ministra Marina Silva (Rede). A negociação foi admitida pelo presidente do partido, Carlos Lupi, ao portal iG. Mas, segundo o dirigente, não há definição.

"É uma conversa antiga, mas não teve nenhuma evolução, está tudo em fase de conversa", disse Lupi.

A possível aliança animou a militância pedetista. Após a informação do jornalista Gustavo Uribe, da CNN, de que Ciro estaria tentando convencer Marina Silva a ingressar na campanha do presidenciável, o assunto chegou aos Trending Topics do Twitter.

O desejo do PDT de ter a ambientalista Marina Silva como vice mostra uma mudança de estratégia em relação a 2018, quando o partido escolheu a pecuarista e ex-presidente da Confederação Nacional da Agricultura, senadora Kátia Abreu (PDT-TO) para a chapa. As duas defendem interesses antagônicos.


terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Azedou de vez?

Após o Exército ignorar solenemente as reclamações do Presidente Jair(embora) Bolsonaro para que revogasse as instruções para que os militares se vacinem, não propaguem fake news e cumpram as medidas sanitárias para evitar a propagação da Covid-19, agora foi a vez de Antonio Barra Torres, Contra-Almirante da Reserva, e atual presidente da Anvisa, de forma dura e direta, responder ao Presidente por críticas e insinuações irresponsáveis feitas pelo ocupante da cadeira mais importante do país.

Na nota, que pode ser lida abaixo, Torres foi bastante claro em dizer que nada recebeu, e que Bolsonaro não deve julgar os outros por sua régua. Mas ele foi além, já que colocou Bolsonaro contra as cordas, e mais uma vez cortou as amarras das Forças Armadas com Bolsonaro.

Não é de hoje que o alto oficialato das Forças Armadas vem mostrando descontentamento com as atitudes de Bolsonaro, de seus filhos, e da forma como ele se relaciona com a caserna. 

Parece que essa relação azedou de vez, e se isso for realmente verdade, Bolsonaro perde um dos últimos bastiões de apoio a sua tentativa de reeleição.




segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Abusos neoliberais começam a ser desfeitos

A Espanha aprovou, após entendimento entre empresários, sindicatos e políticos, a revogação da trágica reforma trabalhista que foi imposta a seus trabalhadores anos atrás. A reforma serviu de inspiração para a destruição da CLT no Brasil, e tal lá como aqui, serviu apenas para precarizar as condições de trabalho e as relações entre Capital x Trabalho -outro exemplo da revolta contra a falta de defesa do trabalho é os EUA, como mostramos algumas semanas atrás. 

Nesse contexto internacional Lula e o PT vêm a público dizer que revogarão a reforma trabalhista imposta por Temer de forma unilateral e sem que tenha sido adequadamente discutida. A iniciativa é louvável, mas mais uma vez é equivocada. A questão não é simplesmente revogar a reforma imposta, já que a CLT, da forma em que estava, já se fazia anacrônica em muitos pontos, e sim necessitava de uma atualização. O fato de termos criado alguns milhões de empregos ainda sob a égide da antiga CLT não altera seus anacronismos e ambiguidades, mas apenas os mascararam.

Então não é apenas uma questão de se revogar a reforma aplicada sobre a nossa legislação trabalhista, mas voltarmos discuti-la. Novas funções foram criadas nas últimas décadas, que exigem condições de trabalho diferente, existem condições de trabalho distintas também entre as muitas funções no mundo do trabalho. Não podemos comparar um trabalhador de escritório, um professor, um operário, um mineiro, e um marítimo. São funções absolutamente distintas, que expõem os trabalhadores a diferentes níveis de exigências físicas, mentais e psicológicas, então precisamos que a legislação reflita essas distintas situações.

Da mesma forma a legislação previdenciária também precisa ser revista, e nela essas condições também precisam ser consideradas. Como colocado acima as condições a que os trabalhadores estão expostos em seus diferentes ambientes de trabalho são diferentes a depender das funções, e o desgaste a que estão impostos diferem também de acordo com essas pressões. Por isso a legislação previdenciária precisa refletir essas diferentes condições de trabalho.

Mais do que revogar os abusos impetrados desde o (des)governo Temer, precisamos rediscutir o Brasil, não apenas no que destruíram, mas sim no que queremos construir, e se queremos ser uma Nação, ou apenas uma neocolônia. É certo que tem uma parcela significativa de nossa "elite" que ainda vê o Brasil como uma colônia, mas temos muitos que já se veem como brasileiros, e que querem um país moderno e avançado.

Acordo negociado entre empresas, trabalhadores e partidos pretende coibir abusos de trabalho temporário, intermitente e terceirizações. E estimular negociações coletivas

São Paulo – A Espanha começa 2022 com nova legislação, que revoga os efeitos nocivos da reforma trabalhista de 2012. A mudança faz parte de negociação que envolveu empresas, sindicatos e partidos que compõem a coalização que dá suporte ao Partido Socialista Espanhol (Psoe). Depois de aprovada pelo conselho de ministros na última terça-feira (28), o projeto foi convertido em “real decreto-lei” – um espécie de medida provisória, que coloca as regras em vigor até que sejam ratificadas pelo Legislativo.

Essa nova reforma trabalhista na Espanha, agora com objetivo de resgatar direitos, é parte do acordo entre o partido do governo e o Podemos, partido mais à esquerda esquerda. O acordo ajudou a formar a maioria necessária ao Psoe para indicar o primeiro-ministro Pedro Sánchez, após a eleição de abril de 2019




domingo, 9 de janeiro de 2022

Riqueza vinda do espaço?

Não, não estamos falando do cometa de "Não Olhe Para Cima".

Bem, é, mas não é bem assim. Na verdade o meteorito batizado como Aguas Zarcas atinge um valor acima do do ouro, mas para pouquíssimas pessoas, no caso colecionadores. Na verdade o valor do material é inestimável, mas para a ciência, já que o meteorito pode ajudar muito a desvendar o desenvolvimento do Sistema Solar e da vida por conter aminoácidos e outras substâncias essenciais à vida tal qual a conhecemos.

Entenda um pouco mais no artigo abaixo.

Um meteorito incomum, mais valioso do que ouro, pode conter blocos de construção da vida

Os materiais em um fragmento de Aguas Zarcas com 44 milímetros de largura podem conter aminoácidos, junto com a poeira estelar que antecede a origem do Sol. Créditos: Laurence Garvie / Centro de Estudos de Meteoritos / Universidade do Estado de Arizona.
Um arco-íris pode ser uma oportunidade perfeita para uma foto no Instagram a fim de obter curtidas, mas não é todo dia que eles caem do céu.

Isso foi o que aconteceu na Costa Rica em 2019. O arco-íris que caiu do céu era na verdade um meteorito e, embora a maioria tenha queimado na atmosfera, este se quebrou em pedaços antes de cair nas cidades de La Palmera e Aguas Zarcas. Quando exposto à luz, o meteorito que parece carvão exibe um brilho multicrômico brilhante que se assemelha a uma mancha de óleo. Agora, os cientistas da NASA que estudam este meteorito descobriram uma composição química que pode ser uma oportunidade para a compreensão das origens do Sistema Solar e como a própria vida se originou a Terra.

sábado, 8 de janeiro de 2022

Sweet child o'mine

A tcheca Gabriela Gunciková foi a primeira a levar a República Tcheca às finais do prestigiado festival de música Eurovision. Além de uma belíssima voz, ela também tem ótimos recursos.

Bem, a música é mais do que conhecida, mas é sempre bom ser ouvida.



sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Não vou votar na Miss Simpatia da escola

Esse é um texto que tenho pensado em escrever já há algum tempo. O motivo me parece mais do que óbvio, mas para quem não entende eu tentarei explicar abaixo.

Tenho visto muita gente reduzindo (por ignorância ou má-fé) a disputa eleitoral a uma disputa de preferências absolutamente subjetivas, a simpatias geradas por aparências ou por mais ou menos carisma de um determinado candidato. Tais critérios são ótimos, claro, mas para escolhermos os nossos artistas preferidos, os nossos times do coração, ou nossos amigos, e coisas que sejam subjetivas, e jamais para escolhermos um político.

E por que esses critérios subjetivos não servem para escolhermos políticos?

Porque políticos não são nossos amigos, não são objeto de diversão. As eleições não são campeonatos de futebol, porque políticos são eleitos para executarem tarefas objetivas, e porque suas ações afetam muito diretamente nossas vidas, muitas vezes por décadas.

Vejam, a política não é um evento grandioso que ocorre a cada 4 anos, como uma Copa do Mundo ou uma Olimpíada, e nós não somos meros espectadores. Nesses eventos esportivos buscamos nos maravilharmos com os desempenhos de atletas extraordinários, ou com a garra de atletas tecnicamente não tão bons, mas que estão dispostos a participar com todas as suas forças. Passado esse momento de júbilo voltamos a nossas vidas normais. Ou seja, esses eventos esportivos são fins em si mesmos, e eles nos deixam boas lembranças, mas não guiam os destinos de nossas vidas.

Ao contrário, as nossas relações com políticos e eleições não são fins em si mesmo. Passadas as eleições nossas vidas não voltam ao normal, mas passam sim, a ser regidas pelas ações dos políticos eleitos naquele momento único do voto. Ou seja, eleições são meio, e também são início. A eleição não defini quais os políticos irão passar os próximos 4 anos ganhando um salário do Estado, e tudo ficará do jeito que está. 

Ao contrário, as eleições definem os políticos que irão influenciar nossas vidas nos próximos 4 anos (8 anos se forem Senadores). São esses atos que irão dizer se teremos mais ou menos comida em nossas mesas, se teremos mais empregos, se esses empregos serão decentes, se serão bem remunerados, se nosso poder aquisitivo será melhorado ou piorado, se teremos melhores ou piores condições de vida.

Todas essas condições são regidas pela política e pelo Estado. A política porque faz os arranjos que irão criar condições para que isso se realize, e o Estado porque irá executar essas políticas, através do governo de ocasião. E por isso é importante que esses arranjos sejam institucionalizados, já que isso os torna política de Estado, e não de um governo específico, além de darem condições de que isso se sedimente pelo tempo.

Mas como o brasileiro, de modo geral, vem tratando eleições como se fossem campeonatos de futebol, bem então a maior parte da população tem perdido direitos e possibilidades de avanço em suas vidas. Sim, porque o Estado ficou engessado em sua condição de investir e com isso quem tem recursos próprios encarece seu crédito. A grande maioria da população teve suas condições de aposentadoria deterioradas ou impossibilitadas, enquanto uma pequeníssima parcela foi beneficiada em suas condições de aposentadoria. A massa trabalhadora brasileira teve suas relações trabalhistas aviltadas, deterioradas. O poder aquisitivo do salário do brasileiro foi destruído. As relações sociais, a miséria, tudo foi deteriorado ou aumentou muito por conta de arranjos políticos que atendem apenas a um grupo mínimo, em detrimento da imensa maioria da população.

Já passou da hora de o brasileiro entender que não adianta um político dizer que quer melhorar a vida do povo, quer desenvolver o país, quer trabalhar por áreas nevrálgicas como saúde, educação e segurança. Ele tem que dizer como, e talvez até mais importante, de onde virá o dinheiro. Sim porque tudo isso custa dinheiro, e apesar de vários desperdícios, o fato é que hoje em dia ele falta no orçamento do governo, então se um político diz que quer trabalhar por essas pautas, ele tem que dizer de onde virá o dinheiro novo, ou de onde tirará recursos para investir nas necessidades da população e de avanço do país.

Preste mais atenção ao seu candidato. E não se limite ao candidato a Presidente, ou Governador, ou Prefeito. Porque tão importante quanto eles são os Senadores, Deputados e Vereadores que elegemos, porque são eles que dão governabilidade, que dão condições do executivo atuar ou não.

Quando vamos às urnas não vamos votar na miss simpatia da escola, mas em pessoas que vão definir como será nossa vida nos próximos 4 anos ou mais. Ser simpático é legal, mas de forma alguma é a condição principal.


quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Ler é necessário

Ótimo vídeo da BBC. Entenda o que é leitura profunda e porque ela faz bem para a mente. Vídeo curto de 12 minutos, mas ótimo.




quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

O que Bolsonaro diria para Bolsonaro?

Após todas as imbecilidades ditas por Bolsonaro durante a pandemia fiquei imaginando o que o Presidente Bolsonaro diria para o Bolsonaro internado. Peguei várias declarações dele, e adaptei ao quadro clínico.

Dia um - "é só uma frescurinha" (gripezinha)

Dia dois - "Quer que eu faça o que? Não sou laxante" (coveiro)

Dia três - "E daí?"

Dia quatro - "Todo mundo fica preso um dia" (morre um dia)

Dia cinco - "Vamos parar de divulgar a saúde do Bolsonaro" (divulgar números)

Dia seis - "Invadam hospitais e filmem ele andando" (leitos vazios)

Dia sete - "Hidroxicloroquina salva"

Dia oito - "Não há nenhuma pesquisa que diga que cloroquina não serve para constipação intestinal, então porque não usar?"

Dia nove - "Vamos tocar a vida"

Dia dez - "Vamos fazer uma consulta popular para saber se cirurgia é um tratamento adequado à constipação intestinal antes de qualquer intervenção"

Apesar de que acredito realmente que ele diria esses disparates, eu não sou Bolsonaro, e portanto desejo a ele que se recupere o quanto antes.

Mas não custa lembrar que Bolsonaro não desejaria isso para ele mesmo.

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Precisa coragem para fazer o necessário?

Temos duas respostas a essa pergunta. A primeira é "não", já que é algo necessário, e que sem isso o país não irá para frente, a população seguirá definhando econômica e socialmente, e o país segue o rumo de se tornar uma neocolônia. 

Mas a resposta também pode ser "sim", já que as mudanças necessárias contrariam os interesses de uma elite econômica poderosíssima, de parte de uma classe média parasitária dessa elite, e de uma parcela significativa da população que sofre de sintomas vindos da lavagem cerebral efetivada pelo uníssono da propaganda levada a cabo por aquela que se diz imprensa nos últimos 40 anos.

Com isso a pergunta que temos que fazer não é se é preciso ou não coragem, mas o que queremos para o nosso futuro? Queremos ser uma neocolônia, ou queremos ser uma Nação soberana, evoluída e que atenta aos interesses de todos os seus cidadãos, e não apenas de uma ínfima minoria. E quando falamos "de todos os seus cidadãos", isso inclui também essa ínfima minoria.

E é apenas esse o ponto que discordo no artigo do "Economista de Ciro Gomes". Mais do que coragem para mudarmos esse modelo econômico fracassadíssimo, precisamos definir o que queremos para nós. Se é virarmos uma neocolônia, então deixa tudo como está, porque é isso que estamos nos tornando. No  começo foi devagar, mas agora vem a passos rápidos.

Mas se queremos nos tornar uma Nação de fato, então precisamos aplicar já, as diretrizes econômicas relacionadas por Nelson Marconi. Elas serão um ótimo início para o processo de retomada de crescimento econômico e avanço civilizacional do Brasil.





É preciso coragem para mudar o modelo econômico fracassado

Série de artigos com economistas ligados à campanha presidencial detalham o pensamento econômico dos pré-candidatos; Ciro Gomes defende plano nacional de desenvolvimento


domingo, 2 de janeiro de 2022

Einstein estava certo em muitas coisas

A ciência já comprovou que a Teoria da Relatividade não chega a explicar tudo, mas tal qual a física newtoniana explica muito bem fenômenos do nosso dia a dia, como a gravidade ou fenômenos sobre os deslocamentos a baixa velocidade que efetuamos na superfície da Terra, a Teoria da Relatividade explica muito bem fenômenos ocorridos a altíssimas velocidades e a altíssimas massas reunidas. 

Mas ela não se aplica apenas a isso, ou seja, apenas ao chamado macro-cosmos das estrelas e galáxias. Ela também se aplica a escalas bem pequenas.

É o que o artigo abaixo vem comprovar.


Teoria de Albert Einstein é comprovada em escala milimétrica pela primeira vez

Por Daniele Cavalcante | Editado por Patrícia Gnipper | 01 de Novembro de 2021 às 14h40

Cientistas acabam de medir o efeito da distorção do espaço-tempo na Terra com precisão ainda maior que aquelas alcançadas em experimentos anteriores. Eles usaram um relógio atômico especialmente projetado para medir o tempo através de ondas de luz em escalas milimétricas e comprovaram, mais uma vez, que Albert Einstein estava certo.

Em colaboração com o National Institute of Standards and Technology e com a Universidade do Colorado, pesquisadores do Joint Institute for Laboratory Astrophysics (JILA) usaram o relógio atômico para obter o resultado previsto pela Relatividade Geral de Einstein, mas, dessa vez, em pequenas escalas. É que até então, essas medições foram feitas em distâncias entre 30 cm e milhares de quilômetros, mas nunca em milímetros.



sábado, 1 de janeiro de 2022

Halocene - We Will Rock You + Violet, Lauren, Cole, Audra, Daria, Jonath...

Para começarmos 2022 de pé direito. We Will Rock You num encontro de várias vozes. 

E que 2022 possa nos proporcionar os encontros que todos buscamos e precisamos.