quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

"Cirina"?

Nos últimos dias explodiu nas redes a possibilidade de Ciro Gomes ter Marina Silva como sua vice na corrida presidencial. A chamada chapa "cirina" mobilizou a turma boa e também os militantes de Marina Silva. Além disso a chapa já mobiliza eleitores que não considerava nenhum dos dois separados, mas que veem com bom olhos a união dos dois.

E a chapa tem muitas possibilidades de crescimento. Isso porque embora seja considerada uma chapa de esquerda, o viés desenvolvimentista de Ciro e o viés preservacionista de Marina têm eco numa centro-direita mais nacionalista e antenada com as demandas e necessidades atuais da humanidade. Como a chapa também é inclinada mais à esquerda ela tem grandes possibilidades de atrair mais votos dessa parcela da sociedade. E por último a chapa tem um discurso de combate à corrupção, sem fazer disso o mote de sua campanha, o que tem potencial para atrair parte dos votos da candidatura morista também. Por último é uma chapa que ultrapassa o discurso vazio de ligação popular, estando realmente engajada em causas reais da população.

Mas apesar disso eu também vejo alguns problemas, já que tal chapa pode ser considerada excessivamente de esquerda. Isso cria problemas de aceitação por parte da ultra direita, embora para eles qualquer coisa que não fale em negacionismo científico e em exterminar comunistas é esquerda e inaceitável, por isso não se disputam esses votos. A chapa também fica à sombra do discurso de esquerda petista, ainda que seus governos tenham sido se centro-direita. A chapa também é composta por um partido médio e um pequeno (a REDE luta para ultrapassar a cláusula de barreira) e isso pode ser um problema na formação da chapa, e também na composição das forças eleitorais.

Com isso é uma chapa que pode ter enormes possibilidades de ir a um segundo turno, mas terá que trabalhar muito, e ter muito poder de convencimento para se viabilizar completamente.

Mas ela é viável, principalmente se João Santana estiver inspirado, e se esse viés considerado mais à esquerda puder ser enxergado como ele realmente é, ou seja, uma chapa de centro, com caráter desenvolvimentista e ligada no que há de mais moderno em termos de desenvolvimento econômico e social.

E cá entre nós, é mais do que chegada a hora de o Brasil estar ligado às políticas mundiais quando elas estão realmente acontecendo, e não com duas ou três décadas de atraso. Essa defasagem vem atrapalhando sobremaneira nosso desenvolvimento.

"Cirina" reflete essa contemporaneidade.


"Em fase de conversas", diz presidente do PDT sobre chapa Ciro-Marina

Possibilidade de chapa formada pelo pedetista e ex-ministra do Meio Ambiente animou a militância pedetista nas redes sociais

Em busca de um vice para a chapa presidencial de Ciro Gomes, o PDT mantém conversas com a ex-ministra Marina Silva (Rede). A negociação foi admitida pelo presidente do partido, Carlos Lupi, ao portal iG. Mas, segundo o dirigente, não há definição.

"É uma conversa antiga, mas não teve nenhuma evolução, está tudo em fase de conversa", disse Lupi.

A possível aliança animou a militância pedetista. Após a informação do jornalista Gustavo Uribe, da CNN, de que Ciro estaria tentando convencer Marina Silva a ingressar na campanha do presidenciável, o assunto chegou aos Trending Topics do Twitter.

O desejo do PDT de ter a ambientalista Marina Silva como vice mostra uma mudança de estratégia em relação a 2018, quando o partido escolheu a pecuarista e ex-presidente da Confederação Nacional da Agricultura, senadora Kátia Abreu (PDT-TO) para a chapa. As duas defendem interesses antagônicos.


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