quinta-feira, 30 de abril de 2020

A imprensa começa a despertar?

Ontem circulou fortemente mais uma das imbecilidades proferidas pelo Presidente Jair Bolsonaro. Foram inúmeros órgãos de imprensa que repercutiram o fato, mas logo depois, alguns outros órgãos, criticaram o fato de a maioria da imprensa ter repercutido a asneira. Isso é algo que o Blog dos Mercantes já comenta há algum tempo. Parem de dar palanque a Jair Bolsonaro. Ninguém vai deixar de apoiar o Presidente pelas suas declarações desastradas, já que foi exatamente por elas que Bolsonaro foi eleito.

A saída também não é colocar o Presidente contra a parede com a questão da incapacidade técnica, que o Presidente apresenta em todos os aspectos da administração pública. Ele já tinha a saída desde antes da eleição, e essa saída se resume aos "postos ipiranga". Ele diz que não é obrigado a saber de nada, porque ele nomeia um "posto ipiranga" para cada ministério, e esse ministro seria um quadro técnico altamente gabaritado, que responderá plenamente pela pasta, sem interferência do Presidente.

Na verdade não é isso que vemos, já que o Presidente tem interferido em vários ministérios, incluindo alguns em que, teoricamente, os "postos ipiranga" seriam os mais qualificados de todos. Mas é verdade que todas as suas interferências são desastrosas para a população brasileira. Educação, Justiça, Saúde, Casa Civil, na própria PF, entre outros, foram ministérios importantes que tiveram a interferência do Presidente.

Então, qual seria o caminho para desgastar o Presidente Jair Bolsonaro, para erodir sua reputação, sua popularidade, e abrir caminho, ou para um impeachment, ou para um isolamento total, ou até para uma renúncia?

A resposta é simples: ostracismo no cargo, ou seja, deixar de dar ao Presidente, o palanque que ele tem, tão generosamente, recebido. Ao mesmo tempo boicotar seus arroubos, como foi o caso agora da indicação de Alexandre Ramagem. Não são um ou dois dos ministros de Bolsonaro que quebram o decoro de seus cargos, ou até mesmo cometem crimes durante suas atuações. Que se promovam o impeachment e o afastamento de todos eles, e que não se fale exatamente de Bolsonaro, principalmente das besteiras que ele profere, porque são exatamente essas besteiras, que atraem seus apoiadores.

É um caminho tortuoso, mas é um Presidente exageradamente torto, não dá para agir com lógica, já que o padrão é a falta dela. Parte da imprensa já viu que o caminho atual não vai a lugar nenhum, mas a verdade é que eles não querem mudar nada, desde que a economia siga nas mãos de Guedes. Quem já fala em mudar, ainda não sabe que caminho a seguir, que tal esse que acabei de descrever?

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Uma boa notícia; uma coluna muito boa

Nos últimos dias foi noticiado que a Boing desistiu da compra da Embraer. O motivo real é a crise que a empresa americana já passa, e a crise no setor de aviação que se aproxima, principalmente devido ao coronavírus. Os americanos usaram como desculpa a falta de cumprimento de alguns procedimentos acordados com a empresa brasileira, algo que os brasileiros negam enfaticamente. Como esse tipo de situação não se resolve fácil, ainda mais contra americanos, a Embraer está processando a gigante americana por quebra de contrato.

Enquanto os dois brigam, nós comemoramos a manutenção desse nicho de mercado no Brasil. De quebra mantemos espaço para crescimento na aviação militar, ligada à aviação civil. Provavelmente será necessária alguma ajuda governamental durante esse período de profunda crise, mas valerá a pena em médio/longo tempo.

Coluna

E se a notícia acima foi muito boa, também tivemos uma excelente coluna de Mangabeira Unger no jornal Folha de São Paulo. Numa retrospectiva de 1990 até hoje, Mangabeira faz um resumo de nossa História Econômica, e demonstra que estamos estagnados economicamente.

Para quem ainda não entendeu que não houve quebra de trajetória entre os governos do PSDB e do PT, e que esses 30 anos de uma política econômica tortuosa foi o que nos trouxe a este momento desastroso do país, Mangabeira explica de forma clara. O assistencialismo, a falta de alternativa ao rentismo, a não inclusão dos mais pobres na categoria de cidadãos plenos, e ainda mais, de oportunidades para que isso ocorra, tudo explicado porque, como, e os efeitos perversos para a nossa própria sociedade.

Também fala da importância do primeiro setor em nossa economia, mas aponta a dependência que temos dele hoje em dia, e o calcanhar de Aquiles que isso representa, não apenas pelo pouco uso de mão de obra que utiliza, mas também que atrasa o país, e a dicotomia entre nossos produtos primários, e os produtos fruto da inteligência humana que importamos (e eu tive que ouvir um idiota falar da tecnologia embutida num frango).

Mangabeira também explica o que devemos fazer para ultrapassarmos esse obstáculo econômico que nos é imposto desde os anos 80, e que foi fortemente incentivado a partir da entrada de Fernando Collor em 1990, com a pequena quebra feita por Itamar Franco.

Vale a pena a leitura.

sábado, 25 de abril de 2020

Bolsonaro atirou em 1, acertou 3. O cara é bom!

Moro caiu. Não foi demitido, mas entregou a carta de demissão, e saiu atirando. O resumo que todos vêm é esse, mas a história é bem mais comprida, cheia de idas e vindas, e de detalhes muito desagradáveis, para ambos os lados. Vamos relembrar alguns episódios da aventura lavajatista no Ministério da Justiça, e do Bolsonarismo com a face jurídica da extrema direita.

Moro prendeu o principal adversário de Bolsonaro na corrida presidencial de 2018. Isso foi feito em troca de um super-Ministério da Justiça e/ou uma vaga no STF. Bolsonaro começou cumprindo o acordo, mas rapidamente desidratou o MJ, e transformou Moro num assecla, principalmente após as denúncias (que eu já disse que não trouxeram nada de novo), da chamada "vaza-jato".  Foram visitas a estádios de futebol, lives conjuntas, beijos abraços. Em contrapartida Moro usou a PF para dar uma prensa em um porteiro, se intrometeu numa investigação de cunho estadual (Mariele), foi conivente com o motim ocorrido no Ceará, entre outras coisas. Tudo isso entre outras coisas.

Os dois se merecem.

Mas não é de hoje que um quer puxar o tapete do outro. 2022 é logo ali, e ambos são concorrentes nesse páreo. Moro, apesar de ferido pela "vaza jato", usou a PF para mais do que ajudar Bolsonaro em alguns pontos, e chegou muito perto dos filhos do Presidente. Claro, Bolsonaro reagiu, e trocou o homem de confiança de Moro na PF. Moro não aceitou, porque sabia que perderia seu principal trunfo nessa disputa, e tentou barganhar. Bolsonaro não aceitou, e pensou que, ou se livraria de vez de Moro, ou o colocaria de vez no cabresto.

Pensou, porque o delegado perdeu o cargo, Moro perdeu o MJ, a vaga no STF, e ainda virou alvo político de um monte de desafetos, e Bolsonaro já fez um pronunciamento em tom de despedida, porque sabe que, agora, dificilmente se salva, devido ao que seu ex-colaborador disse ao se despedir do Ministério.

Mas não foi a primeira vez que Bolsonaro atuou diretamente numa instituição estatal para favorecer alguém, ou para ter alguma vantagem pessoal. Moro não fica atrás, porque sua vida também tem sido recheada dessas ações, tanto na Lava-jato, quanto na sua atuação no MJ.

Bolsonaro atirou no delegado da PF, a bala atravessou, acertou Moro, ricocheteou, e foi na testa do Presidente. Ele atirou em um, pensou ter acertado dois, mas matou três.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Manaus chora

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, deu entrevista à rádio Gaúcha onde mostra a impressionante subnotificação promovida pelo governo federal, após a troca do Ministro da Saúde. Ele fala em calamidade pública, em mais de cem mortos diários, e isso só na capital do Amazonas. A tendência é que a calamidade pública se espalhe, e que sem amplie.

Apesar de um discurso não conclusivo, nem para bem, nem para mal, o Nelson Teich, o substituto de Mandetta na pasta da Saúde, começou muitíssimo mal sua gestão (ou falta dela) à frente do comando do combate à pandemia.

E o fato de encobrir, e rever números para baixo, quando é nítido que eles já estavam exageradamente subnotificados, não irá ajudar o país, mas apenas provocar um genocídio. E ele será responsável, junto com outros que estão à frente desse (des)governo.

E Terme disse que nós teríamos saudades dele. Eu acreditei, mas só quando Bolsonaro conseguiu vencer. Não deu outra.

Precisamos afastar esse pessoal do Planalto já.

Link para a rádio Gaúcha

terça-feira, 21 de abril de 2020

"Chega da velha política"

- "E aí Deputado, Senador, vai um carguinho no BNDES aí?"

"Aqui não tem fechada nada. Aqui é democracia. Supremo aberto, transparente. Congresso aberto, transparente." - disse Bolsonaro um dia após participar de manifestação que pedia AI5, fechamento do Congresso, do STF, e de ter dito aos manifestantes que "Contem com seu Presidente".

"É agora o povo no poder"

Mas no dia seguinte..."Respeito o Supremo Tribunal Federa. Respeito o Congresso. Mas eu tenho opinião. Não falei nada contra outro poder. Muito pelo contrário."

"A Constituição sou Eu" - Jair Bolsonaro disse essa estupidez na entrada do Palácio do Planalto, 20/04/2020.

Tudo isso em apenas dois dias. 

E isso mostra a tática de atravessar o Rubicão, e voltar para o outro lado, mas que toda vez que atravessa, ele vai mais longe. Basta ver que depois de claramente atacar as outras instituições, de defender seus fechamentos, a volta do Ato Institucional 5, que suprimia liberdades individuais, vem dizer que faz tudo isso para garantir liberdades individuais, e culmina dizendo a coisa mais desvairada possível: "A Constituição sou Eu". Não à toa está sendo comparado a Luis XIV, já que no Séc. XVII, durante o período absolutista, os reis ditavam as Leis, e portanto era a própria encarnação do Estado. Nos Estados modernos, estes são regulamentados por constituíções, que ditam as leis. 

Quando alguém se compara à constituição de seu Estado, esse alguém está dizendo que é o próprio Estado.

Mas não pensem que o método é apenas político ideológico. A ligação com milícias é nítida, e não vê quem não quer. E cada vez mais isso se explicita, seja em declarações que expõem ações dessas quadrilhas, seja em ações dessas quadrilhas que expõem apoio ao Presidente.

A hora de Congresso e STF agirem é agora. Depois pode ser tarde.

Ele precisa ser afastado, de preferência pela cassação da chapa pelo TSE, e que Rodrigo Maia convoque novas eleições. 

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Bolsonaro às portas de Roma

Queria ter escrito ontem, mas fiquei por demais aborrecido com tudo o que aconteceu, e para escrever algo sobre um assunto tão delicado, precisamos estar com a cabeça minimamente tranquila. Vamos aos fatos: 

1- Bolsonaro já deixou claro que, caso assumisse a Presidência da República, partiria para um golpe;

2- Bolsonaro também já deixou claro que queria o Brasil numa guerra civil, em que morressem ao menos 30.000.

Pois bem, semana passada ele atravessou o Rubicão, ao demitir Mandetta, após se sentir fortalecido pelas declarações de alguns dos generais de seu (des)governo. Agora tentará sobrepujar os outros poderes, seja através de um golpe de Estado, seja com uma possível guerra civil. Alguns de seus últimos atos corroboram com ambas as possibilidades. A revogação de portarias que faziam o Exército rastrear armas e munições no país, o que facilita armar milícias, ataques diretos a Rodrigo Maia, ao STF, a troca do Ministro da Saúde e a declaração de que o governo prepara plano para a retomada de diversas atividades, e ontem a adesão a uma manifestação em prol do fechamento dos outros poderes da República, pela volta do AI5 e seu discurso de cisão com os outros poderes do país.

E tudo corre na direção de Bolsonaro conseguir seu intento, porque depois dos mais fortes ataques às instituições, e a alguns de seus líderes, a fortíssima reação foi um série de patéticas notas de repúdio, vindas de representantes do chamado "centrão", e também de alguns representantes do chamado "campo progressista".

Em vários lugares foi assim: "ele não vai conseguir, porque a constituição não permite"; "ele não vai conseguir, porque a justiça não vai permitir"; "ele não vai conseguir, porque o congresso não vai deixar", "ele não vai conseguir, porque a democracia não permite". Mas "ele" conseguiu.

-Ora, e por que ele conseguiu?

A resposta é muito simples. Porque constituição, justiça, congresso, democracia, todos são construções humanas, mas elas são construções abstratas, que existem no mundo das ideias, e só têm implicações no mundo real, se tivermos ações efetivas dos seres humanos que militam com base nessas ideias, ou nas instituições construídas com base nessas ideias.

Então é preciso que Maia's, Toffoli's, líderes de oposição e seus correligionários, enfim, todos que se opõem a esse estado de coisas, se unam e comecem a tomar ações concretas e efetivas, porque Bolsonaro vai e volta nessa travessia do Rubicão, mas cada vez que ele vai, ele vai mais longe, e agora ele já está às portas de Roma.

Irão os líderes romanos resistir efetivamente a destruição de suas estruturas, ou vão seguir enviando ridículas notinhas de repúdio, enquanto Bolsonaro segue apertando o cerco?

Pensem nisso.

sábado, 18 de abril de 2020

Bryan Ferry - Slave To Love [Official]

Mesmo na guerra o ser humano sempre tem necessidade de relaxar, e uma das melhores formas que conheço para isso é ouvir música.

Bryan Ferry emplacou vários sucessos, todos no ritmo de baladinhas, pela década de 80. Sua carreira não parou depois disso, mas ela se diversificou, tendo emplacado músicas em sucessos do cinema, como Dance With Life, no filme estrelado por John Travolta, Phenomenon. O cantor permanece ativo até hoje.

Slave To Love é uma baladinha de Bryan Ferry que tocou muito em meados da década de 80.


sexta-feira, 17 de abril de 2020

Bolsonaro atravessou o Rubicão

Ontem Bolsonaro demitiu o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O novo Ministro da pasta é Nelson Luiz Sperle Teich, médico oncologista, e empresário do ramo da saúde. Segundo consta também seria afilhado político de Abraham Weintraub, atual Ministro da (des)Educação.

Apesar das más companhias, vamos esperar para ver a que veio o novo Ministro. O problema é que ele já disse que compartilha das opiniões do Presidente sobre o combate ao coronavírus, e só com isso já começou muito mal. E apesar de achar que não sairá nada de bom dele, espero realmente que ele nos surpreenda.

Quanto a saída de Mandetta, parece ter sido um movimento bastante precipitado do Presidente. Apesar de, politicamente, ele se livrar de um desafeto de última hora, ele criou um "mártir", tirou toda a responsabilidade do desastre das costas de Mandetta, e não importa o que diga, assumiu toda a responsabilidade por tudo que venha a ocorrer daqui por diante, porque ele, e alguns de seus ministros, vêm boicotando de todas as formas possíveis as ações de Governadores e Prefeitos.

Bolsonaro deu um tiro no pé. Talvez isso tenha a ver com a recém divulgada insatisfação dos militares, com a entrevista dada por Mandetta a um programa da emissora platinada no último domingo. Não que tenha dito nada de errado, mas ele bateu de frente com o ex-chefe, e os militares não admitem isso. Só que Bolsonaro mais uma vez errou no tempo, e adiantou uma situação que era praticamente certa, mas que não era momento. E como disse acima, ainda assumiu toda a responsabilidade pelo que venha a acontecer daqui por diante, logo ele que tem horror a assumir responsabilidades, mas agora que o fez, foi da forma mais irresponsável possível.

Na Roma Antiga, era proibido a qualquer exército Romano atravessar o rio Rubicão, pelo risco de golpes de estado que isso trazia. A ideia era evitar que os Generais romanos, que tinham relações pessoais com suas tropas, já que elas acabavam prestando mais lealdade a seu chefe, que à Roma em si, se aproveitassem disso para tomar o poder, e sobrepujar o Senado romano. Pois bem, o primeiro a quebrar essa regra foi Julio Cesar, que na ocasião teria dito a famosa frase: "a sorte está lançada".

Pois bem, Bolsonaro atravessou o Rubicão, e mais que nunca dependerá da sorte.




quinta-feira, 16 de abril de 2020

Braga Neto assume o governo?

O Ministro Chefe da Casa Civil, Braga Neto, criou um grupo para coordenar ações de recuperação da economia, devido ao coronavírus. O grupo é formado por quinze Ministérios, sendo um titular e um suplente, indicados pelos Ministros de cada pasta. O grupo tem por objetivo propor à Casa Civil procedimentos e mudanças, que levem a facilitação de contratação de pessoal, abertura e fechamento de empresas, desburocratização, etc. Ou seja, procedimentos que facilitem investimentos, e colaborem pela reativação da economia.

Isso tem duas frentes principais, sendo uma mais imediata e outra mais de longo prazo. A mais imediata é a proposta de ações para combater o coronavírus, já que em qualquer guerra, qualquer situação de calamidade, a primeira coisa que se faz é justamente coordenar esforços, com o objetivo de implementar políticas que atendam os anseios da sociedade da melhor forma possível, de forma equilibrada, e tendo em conta amplos aspectos da situação. Ou seja, não adianta apenas salvar as pessoas, se acabo totalmente com a economia, ou vice-versa. Não adianta atender os dois lados, e destruir um setor fundamental da sociedade, e assim vai. Como em qualquer crise dessa magnitude alguém irá perder mais, sairá mais prejudicado, e é justamente por isso que se reúne um grupo composto por representantes de várias áreas, porque assim é possível sopesar o impacto de cada ação nas diversas áreas, e tomar a decisão menos danosa para todos.

Aquela que vem mais de longo prazo é a organização da economia pós pandemia. Não tem jeito, seja qual for a forma que organizarmos a sociedade, e as respostas à pandemia neste momento, o fato é que teremos recessão econômica. A diferença é que  a recessão pode ser maior ou menor, a depender das respostas que dermos agora. Então esse grupo tem também a responsabilidade por apresentar propostas para serem usadas na retormada da economia, e provavelmente para projetar a economia, utilizando nossas potencialidades de forma mais racional, e diminuindo os efeitos de nossas debilidades, ao mesmo tempo que buscamos reduzi-las.

Isso tudo recai em nossa postagem de sete de abril. Vejam, dia seis tinha sido dada como certa a demissão de Mandetta. De lá para cá a situação piorou um pouco, porque a epidemia vem avançando, e porque as ações e omissões do Presidente Bolsonaro vêm tirando as pessoas de casa, o que gera um potencial sanitário-social explosivo na atual situação.

Mas ao mesmo tempo que a situação se deteriorou, ela também se estabilizou. Bolsonaro segue firme no discurso de flexibilizar o isolamento social, algo que, na prática, já conseguiu. Ele também segue respaldado no discurso de que o erro será sempre de Governadores e Prefeitos, e ele deixou isso claro em todas as suas declarações, apesar das ameaças vazias de assinar um "decreto" para liberar a abertura do comércio, etc. Se forem poucas mortes, ele tinha razão, e a crise econômica será culpa dos outros, mas se forem muitas mortes, nada poderia ser feito, e as mortes e a crise econômica será culpa dos outros.

Só que suas declarações estão sendo copiadas por Mandetta, que ao mesmo tempo força sua demissão. Se forem poucas mortes, Mandetta dirá que seu trabalho foi bem feito, agradecerá o apoio de Governadores e Prefeitos, e sairá de herói. Se forem muitas morte, agradecerá o apoio de Governadores e Prefeitos, dirá que foram boicotados pelo Presidente, e que não são culpados.

No fundo ambos buscam apenas desculpas para as catástrofes que se abaterão sobre o país, e elas se abaterão. A crise econômica será enorme, e será tanto maior, quanto menor for o isolamento social, e a crise sanitária-social também, e essa também será tanto maior, quanto menor for o isolamento social.

Para completar temos forças importantes que não se preocupam com Mandetta, mas que querem derrubar Bolsonaro urgentemente. No momento existe a desculpa de que a popularidade do Presidente ainda não se dissolveu o suficiente, mas a verdade é que ela não tem muito mais o que cair. Bolsonaro já perdeu praticamente tudo o que podia,, para que seja tomado um processo de impeachment, ou para que o  PGR Augusto Aras mude sua posição e entre com pedido de ação criminal por crime comum - e já são vários - mas agora estamos no meio de uma pandemia, e não é hora de aprofundar ainda mais uma crise política.

Mandetta já é diferente. Ele também está queimado, ele também não deve ficar, mas seria um erro estratégico trocar o Ministro da Saúde neste momento, ainda mais porque esse Ministro não dá motivos técnicos para seu afastamento. O próprio Bolsonaro sabe disso. Mas Mandetta também deve sair, porque seja Bolsonaro, seja seu substituto, nenhum deles deverá manter o Ministro, depois de todas as rusgas criadas, e de todas as farpas trocadas, afinal de contas, um segue sendo chefe, e o outro subordinado, por mais que o subordinado tenha razão.

Para que algum dos dois saia no momento, apenas uma catástrofe por culpa direta dele poderá decretar sua saída. Salvo esta hipótese, o mais provável é que a situação dos dois seja decidida depois, porque as forças apenas aguardam que o tsunami coronavírus passe, para que as ações sejam tomadas.

Enquanto isso o "primeiro ministro" Braga Neto vai agindo, vai dando alguma ordem a esse caos.


quarta-feira, 15 de abril de 2020

A Recessão será muito maior, e a culpa é dos idiotas neoliberais



Vejam bem, a matéria fala várias vezes nos salários mais altos do país, mas a ideia é que ela se aplique a todos os servidores. O problema é que, conhecendo o país, na última hora alguém entra com uma emenda, que exclui os salários altos, e quem vai pagar a conta será, mais uma vez, somente o trabalhador mais pobre. Abram o olho.

p.s. procurem no google a tradução de "assecla" em inglês.

Rainha Louca", apelido de Bolsonaro, é um dos assuntos mais ...
A imagem pode conter: 1 pessoaRainha Louca", apelido de Bolsonaro, é um dos assuntos mais ...Rainha Louca", apelido de Bolsonaro, é um dos assuntos mais ...

terça-feira, 14 de abril de 2020

Bolsonaro e o CAIXÃO

O presidente da Embratur publica vídeo editado em que o Presidente da República carrega uma caixão. A edição é de um meme, em que alguns africanos carregam um caixão dançando.

Seria engraçado não fosse trágico, porque isso é fazer troça com a dor das pessoas.

Irresponsáveis.


segunda-feira, 13 de abril de 2020

Moraes Moreira faz a passagem

O cantor e compositor Moraes Moreira fez sua passagem essa madrugada. A causa da morte não foi divulgada.

Moraes Moreira foi parte dos Novos Baianos durante os anos 70, e após a separação do grupo, foi um dos ícones da música popular brasileira nos anos 80 e 90 em sua carreira solo.

A música brasileira e mundial está de luto, e o Blog dos Mercantes presta sua solidariedade e seu pesar a familiares e amigos do músico.

Uma pequena homenagem com Sintonia, um de seus maiores sucessos.

domingo, 12 de abril de 2020

Feliz Páscoa!

O dia é de Domingo de Páscoa, mas o congrassamento, a reunião de famílias e amigos, a festa nas igrejas e templos, tudo isso está adiado para o próximo ano. 

Mas compartilhar amor e harmonia com aqueles que coabitam o mesmo espaço que você não está proibido, assim como o contato que as novas tecnologias nos possibilitam também não. 

Então uma FELIZ PÁSCOA para todos e todas!

sábado, 11 de abril de 2020

Padaria, Farmácia, Coronavírus, Ligação Clandestina.

Padaria e Farmácia

Padaria e Farmácia são locais que praticamente todas as pessoas visitam, ao menos uma vez na vida. Mas quando estamos no meio de uma epidemia, isso é irresponsabilidade. 

Pois foi exatamente isso que o Presidente da República fez. E não é porque morrem pessoas todos os dias, por todos os motivos, que você vai se colocar em risco desnecessariamente. Mas se fosse só com você seria uma escolha pessoal, só que não é apenas com você. É como o sujeito que faz saltos acrobáticos com uma moto. Ele está colocando ele em risco, e apenas ele. Acontece que no caso de uma pandemia você pode contaminar outras pessoas, e aí vira CRIME, caso seja feito por imprudência, ou por intenção.

Coronavírus no mundo

De ontem para hoje o mundo ultrapassou a marca de 1.700.000 casos confirmados, e de 100.000 mortos. Isso dá cerca de 5,9% de letalidade.

Mas precisamos estar atentos para uma situação bastante obscura, que é a própria obscuridade dos dados. A verdade é que não temos dados muito acurados, porque muitas pessoas não são testadas nos países mais desenvolvidos, e nos menos desenvolvidos nem se fala. Então o número de infectados, e o de mortes decorrentes do coronavírus estão subnotificados.

No Brasil, também de ontem para hoje, o número de mortes ultrapassou a marca de 1.000 óbitos. O país não está entre os que menos testam, mas está no grupo de países em que a subnotificação é significativa. Conversando com médicos do SUS, e também vendo algumas declarações de outros profissinais da saúde, como epidemologístas, e infectologistas, estimasse que o Brasil teria algo entre 10 e 12 vezes mais infectados e mortes do que as notificadas oficialmente, isso devido a falta de testes. Basta dizer que, além das mortes por coronavírus, o número de mortes por insuficiência respiratória praticamente triplicaram nas últimas semanas.


Ontem foi divulgada uma ligação gravada "clandestinamente" entre o Dep. Fed., Osmar Terra, e o Ministro da Cidadania, Onix Lorenzoni. Osmar Terra teria recebido uma ligação de um repórter, e "esqueceu" o telefone ligado, enquanto ele conversava com o Ministro sobre a situação do Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Os dois criticavam a atuação de Mandetta, criticavam e lamentavam a falta de ação do Presidente da República, e articulavam para derrubar o Ministro da Saúde.

Parem de se escandalizar com bobagens. O nome disso é política, e até as pedras desse caminho já sabem que Mandetta está com os dias contados no Ministério que ocupa, isso já foi dito pelo próprio Presidente. Por sinal isso não se aplica apenas a Mandetta, porque alguns outros Ministros também deverão ser substituídos assim que a crise arrefecer. Acontece que agora, em meio a crise, não é hora de substituir Ministros que estão em desacordo com a ideologia que norteia o atual governo, só que, para os políticos, isso não significa que a política parou de ser feita. Os Bolsonaristas se articulam de um lado, e os outros grupos se articulam de outro, apenas não é hora do embate ser mais acirrado, e de ter repercussões práticas. Por isso Mandetta e alguns outros ainda não caíram, por isso Ciro, Lula, Maia, etc, seguem dando declarações, que muitas vezes se contrapõem ao Governo. Vejam, até mesmo os passeios de Bolsonaro são políticos, só que ao fazer política dessa forma, nesse momento, também são crimes. A articulação política segue sendo permitida.

sexta-feira, 10 de abril de 2020

Ladrão de galinhas?

Tenho evitado colocar textos inteiros de reportagens, e sempre que possível tenho colocado apenas os links para outros sites, mas dessa vez não me contive. A reportagem veiculada pela Agência Sportlight e, além de bastante ampla, também é muito clara no que acontecia.

Rachadinhas e patrimônio inexplicável, 

Agora vem a pergunta: 

"É sério que o brasileiro colocou na Presidência um ladrão de galinhas?"


EXCLUSIVO: Notas fiscais revelam superfaturamento do deputado Jair Bolsonaro em reembolsos da verba de combustível

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Pronunciamento do presidente da República, Jair Bolsonaro (08/04/2020)

Bolsonaro mais uma vez usa de uma cadeia nacional de rádio e televisão para propagar suas ideias catastróficas. Apesar de um tom de voz mais ameno, como o do último pronunciamento, de afirmar que respeita o direito de os Governadores e Prefeitos de tomarem medidas restritivas, o Presidente voltou a atacar tais medidas, voltou a defender uma mudança na política de combate ao vírus, voltou a deturpar depoimentos e declarações de médicos e autoridades estrangeiras, e voltou a defender o uso de uma droga sem nenhuma comprovação científica de eficácia.

Mas o tom de voz não foi alterado, mas ele se solidarizou com os que já perderam entes queridos, mas ele... Não se enganem, apesar do tom ameno, apesar de ter dado resposta aos que o cobravam por não ter uma única palavra de conforto aos que já sofrem e sofreram com a pandemia, apesar de parecer diferente, ele não mudou nada.

A propósito, ele jamais mudará. Faz questão de ser um idiota, faz questão de só se importar com si mesmo, e com aqueles que ele elege como merecedores dessa atenção, que no caso se resume aos filhos. Para ele não há aliados, não há outros interesses, não há acordos. Ele já mostrou que não se importa em quebrar promessas, tratos, a palavra dada, desde que ele atinja seus próprios objetivos, e não importa o preço, ou o prejuízo que outros venham a ter.

Não há golpe branco, não há intervenção militar disfarçada, não há nada disso, enquanto ele não for destituído de forma constitucional e legal da cadeira que ocupa, e enquanto isso não ocorrer ele seguirá prejudicando o povo, e o país.

terça-feira, 7 de abril de 2020

Mandetta vai, Mandetta fica...

Ontem vimos mais um lance da queda de braço entre Bolsonaro e a "Junta Governativa". A tentativa de demitir Mandetta ontem foi apenas isso. Mandetta deverá ser demitido, não hoje, assim como não foi ontem, mas apenas quando Bolsonaro se sentir suficientemente forte para assinar sua demissão, até lá ficaremos nesse ioiô, nessa queda de braço sem sentido, numa hora inapropriada.

Nessa disputa para ver quem manda temos várias outras situações, e todas engatilhadas na direção do Presidente. Rodrigo Maia não arquivou, O Ministro do STF Marco Aurélio Mello enviou para o Subprocurador Geral da República os pedidos de prisão contra o Presidente, os meios de comunicação acirraram os ataques contra o Presidente nos últimos tempos, e a depender do desenrolar dos acontecimentos, vão acirrar ainda mais, até mesmo Ronaldo Caiado abandonou Bolsonaro.

Tudo isso aí em cima são sinais de que Bolsonaro está cercado e, no momento, sem mandato. Mas a situação não está definida, porque só devemos ter uma ação decisiva após a pandemia ter sido definitivamente controlada. Por isso o Presidente tem chances de reverter o quadro, mas para isso precisa conquistar algumas forças que ele perdeu nos últimos meses: as ruas, a maioria da classe média, quase a totalidade do oficialato das Forças Armadas, e também parte dos Praças, teve sua base parlamentar dissolvida no ácido que sua boca destilou e suas ações distribuíram por todo esse tempo de governo, e parte significativa do empresariado produtivo. Mas reverter todo esse apoio é muito difícil.

Por óbvio que Bolsonaro pode acelerar as coisas, e forçar uma decisão já. Para isso basta demitir Mandetta, ou assinar a Medida Provisória para reabertura do comércio. Mas ele não é maluco, e sabe que está estremamente enfraquecido no momento, então não irá precipitar o desfecho, mas seguirá com esse jogo de tentar retormar o terreno perdido. Seus atuais opositores - e parte significativa deles já foi sua base de apoio - também não têm interesse em precipitar tal desfecho, porque isso seria mais um ponto poderoso de agravamento das crises econômica, política, social, e talvez até da sanitária que vivemos, e que deveremos ter naturalmente agravadas nas próximas semanas.

Caindo Bolsonaro essa ala circense e absolutamente alucinada do Governo estão com os dias contados. Resta saber o que a área incompetente, mas considerada "técnica" pelo "mercado" terá de futuro. Ficando Bolsonaro a tendência é que a área circense seja fortalecida, e a "técnica" seja substituída, já que estes se alinham agora contra o Presidente.

Mas de toda essa situação podemos afirmar duas coisas: a primeira é que é extremamente difícil para Bolsonaro reverter o quadro atual. E não adianta tentar colocar a culpa em forças ocultas, em boicotes a seu governo, porque tudo isso foi criado pelo próprio Bolsonaro. Ele nunca esteve cercado por grandes mentes, mas as poucas que tinham um mínimo de bom-senso, de interesse em trabalhar pelo país, e que o cercavam, mas que foi rapidamente alijado da administração pública, ficando apenas os circenses, e os representantes de determinados segmentos econômicos - que só trabalham por esses segmentos.

O segundo ponto é que podemos afirmar que o país não suportará mais 2 anos e meio de uma situação indefinida como esta. A crise eterna e constantemente alimentada pelo próprio Presidente da República está causando fissuras profundas e de difícil reparação no tecido social do país. Racismo, sexismo, ódio de classe, diferenças regionais, enfim, tudo está sendo acirrado de forma perigosa, e o Brasil, de um país bastante tolerante, está se tornando um lugar de ódio e cisões. Esse processo precisa ser freado.


segunda-feira, 6 de abril de 2020

Em meio ao golpe, o ganha-ganha de Bolsonaro?

Os posicionamentos tomados por Jair Bolsonaro nos últimos tempos têm sido mais polêmicos do que o normal, não porque sejam mais problemáticos, mais agressivos, mais irresponsáveis, mais estúpidos, mas porque a situação que o mundo vive, o que inclui o Brasil, não é normal. A pandemia, que por si só já nos garante crises econômica e sanitária, no Brasil é somada à catatonia econômica que nos aflige há pelo menos 3 anos, a uma crise política alimentada dioturnamente pelo próprio Presidente da República. Esse quadro catastrófico por si só, pode se tornar ainda mais agudo se pensarmos que essas crises podem ser aprofundadas pelo comportamento do Presidente, que se recusa a assumir seu papel na cadeira, e a uma profunda crise social que pode se somar a esse quadro tenebroso.

Mas Bolsonaro não entende o que está acontecensdo?

Talvez não. Ele demonstra vários traços psicológicos de uma mente bastante doentia, mas apesar de muitos acharem que ele não percebe, não entende a realidade, eu tenho uma visão diferente, porque para mim ele não se preocupa com a realidade, com suas responsabilidades, ou com as necessidades dos outros. Na verdade ele se preocupa tão somente com suas vontades e interesses, e age sempre com o propósito de atender apenas a suas "necessidades".

Então o que Bolsonaro tenta é uma jogada. Ele é mais do que um zero a esquerda em qualquer assunto em que seja necessário conhecimento técnico, fruto de estudo, dedicação, ou mesmo trabalho. Mas é inegável que ele tem uma certa compreensão dos anseios de uma parte da população, e consegue se comunicar com essa gente, auxiliado de todas as formas por nossa mídia pouco republicana. 

O que Bolsonaro busca é uma forma de tentar sair por cima de todo esse problema. Sua postura é confortável. Ele claramente ataca STF e Congresso, Governadores, Prefeitos, e todas as posturas sobre o coronavírus que estejam em desacordo com seus interesses, e ele não faz nada para colaborar na solução de nenhum problema brasileiro, e ainda sabota várias iniciativas. Se o Covid-19 for desastroso, e se todo o quadro brasileiro se degringolar ainda mais, ele dirá que a culpa é de Governadores, Prefeitos, e seu Ministro da Saúde - com quem ele já está abertamente em atrito. Se por outro lado a coisa ficar mais ou menos sob controle, e a situação não se deteriorar tanto, ele dirá que tinha razão, e que suas posições eram as corretas. 

Ou seja, é a posição do covarde que ele é, mas também é uma tentativa de ganha-ganha, que dependerá fundamentalmente de sua capacidade de espalhar suas fakenews.

Mas agora temos mais uma variável nessa já complicada história: um suposto Golpe de Estado Branco, aplicado por Ministros, a Cúpula das Forças Armadas, Congresso, STF, e a elite financeira. Tal fato teria tirado o direito de decisões do Presidente, e transferido ao General que ocupa a Casa Civil, como um "Presidente Operacional", e já teria gerado embates acalorados com o Presidente e até mesmo crises de choro.

Isso pode ser verdade, mas pode não ser. Algumas coisas corroboram com tal situação, como o fato de Mandetta ainda não ter sido demitido.

Por outro lado todos os pronunciamentos do Presidente, da parte mais ideológica de seu (des)governo, os ataques que se sucedem aos outros Poderes da República, a alguns Ministros, notadamente Mandetta, e a insistência em criar desnecessárias tensões com a China não condizem muito com a posição de "rainha da Inglaterra" atribuída a Bolsonaro.

A mim parece que houve um acordo de aguardarem a tempestade corona passar, para que as cartas possam finalmente ser mostradas. Bolsonaro precisará mais que nunca de apoio popular para manter sua posição de Chefe do Executivo, mais do que nunca precisará ganhar a guerra pelo discurso, da qual depende sua estratégia de ganha-ganha. O outro lado precisará mais que nunca minar esse apoio para poderem tirá-lo da cadeira. Que existe um acirramento dessas tensões é inegável, mas nem de longe esse jogo está definido, e por isso mesmo podemos esperar até mesmo um aumento da atividade de ambas artilharias, na tentativa de ganharem alguns metros nesse terreno.

Mas de uma coisa tenho certeza, com mais 2 anos e 8 meses de Bolsonaro, seus filhos, e seus alucinados colaboradores cometendo toda sorte de atrocidades sem nenhum freio, e com totais ignorância e irresponsabilidade, agravados por todos os problemas da total incompetência e assalto ao Estado que já se iniciou no (des)governo Temer, e o Brasil será destruído de forma inimaginável.

sábado, 4 de abril de 2020

The Common Linnets - Calm After The Storm | Live op Pinkpop (2016)

Um Banda criada para apenas um concerto e um festival. O concerto seria no De Grotsch Veste Stadiun, e o festival foi o Eurovision 2014. 

Como podemos obsrvar isso não deu muito certo, porque a apresentação abaixo foi gravada no festival Pinkpop, em 2016.

E a música é um pop de primeira. Calm After The Storm.


sexta-feira, 3 de abril de 2020

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Os pronunciamentos de Bolsonaro

Um pronunciamento desastroso de Bolsonaro no último dia 24 de março, quando falou as maiores atrocidades, deturpou, soltou seus achismos e soluções de boteco a torto e a direito, quando chegou mesmo a mentir, e que foi sucedido pelos costumeiros ataques baixos e irresponsáveis contra políticos e imprensa, que considera oposição ou ameaça. Nessa oportunidade ao menos o Presidente foi claro, em sua leitura do teleprompter de menino de 3ª Série do Ensino Fundamental não deixou margens a dúvidas de suas intenções, e muito menos deixou de demonstrar sua total falta de bom senso e de respeito ao conhecimento científico, e ao povo.

Após uma série de críticas duras, de ampliação de seu isolamento, de mais uma série de crimes e desrespeito a decisões judiciais e de total desprezo à vida do brasileiro mais simples, Bolsonaro voltou a se dirigir ao país em rede nacional. Como a data desta segunda manifestação foi o historicamente desastroso 31/03, muitos acharam que Bolsonaro iria enaltecer o Golpe Militar de 1964, que quebrou a Constituição e as Leis vigentes à época, e que mergulhou o país em 21 anos de ditadura.

Ledo engano.

A verdade é que Bolsonaro usou um tom menos agressivo, passou de ano, porque leu como um menino da 4ª Série do Fundamental, mas não deu nenhuma diretiva clara, salvo algumas ações executadas pelo Exército, e algumas ordens dadas às Forças Armadas. E apesar do tom menos belicoso, que em alguns momentos chegou próximo a empatia e a preocupação com os menos favorecidos, mas em nenhum momento disse qual seriam as ações que deveriam ser coordenadas e conjuntas, embora tenha voltado a divulgar algumas mentiras, e a se apegar em hipóteses sem nenhuma comprovação de eficácia. Também voltou a deturpar a fala do Secretário Geral da OMS, Tedros Adhanom, algo que já havia feito durante o dia. Ou seja, o que o pronunciamento mostrava era apenas uma diminuição no tom de confronto, mas em nenhum momento uma busca por real organização das ações. Realmente não entendi tanta euforia pela "mudança" de Bolsonaro.

Esse pronunciamento foi no dia 31/03 à noite.

Na manhã do dia 01/04 Bolsonaro voltou às velhas e irresponsáveis práticas. Pela manhã divulgou video mentiroso, que falava em desabastecimento de Belo Horizonte, à tarde voltou a pedir a jovens que ignorassem a pandemia e voltassem ao trabalho, à noite sancionou o auxílio aprovado no Congresso, mas vetou artigos importantes para facilitar seu pagamento. Na manhã do dia 02/04 voltou a divulgar vídeo irresponsável, criminoso, e que contém ameaças à democracia. Ou seja, Bolsonaro não mudou nada, não está disposto a negociar nada, e quer impor o interesse de uma pequeníssima elite, sem se importar absolutamente nada com a sorte do povo brasileiro, e segue ameaçando a sociedade com a hipótese de um golpe.

Isso se cristaliza quando seu Posto Ipiranga tenta chantagear o Congresso a aprovar uma "PEC emergencial", algo absolutamente desnecessário, porque já estamos em Estado de Calamidade Pública, e a própria PEC do Teto de Gastos (PEC do Fim do Mundo) autoriza ultrapassar esse teto em caso de calamidade.  Alem disso, já há autorização do STF para esses gastos sociais, e qualquer ação nesse sentido tem todo o amparo legal. Ou seja Guedes apenas protela o pagamento, enquanto destina irresponsavelmente enormes somas para atender os interesses do setor financeiro, essa sem nenhuma restrição ou pré-aprovação do Congresso.

Resumindo, o pior governo que o Brasil teve nos últimos 50 anos não age porque não quer, por amarras ideológicas, por irresponsabilidade e para tentar tirar proveito da situação de penúria que assoma o país, para garantir ainda mais privilégios à uma pequeníssima elite que não necessita deles, e para expropriar ainda mais a população. Segue cometendo crimes, e mostrando que não tem absolutamente nenhum espírito público.

É preciso que os outros poderes deem um fim nisso urgentemente, porque o país não resistirá a mais 3 anos e 9 meses de tantos desmandos, e de uma interminável crise política.

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Atila Lamarino no Roda Viva

Se o Roda Viva fez uma entrevista bem ruim com Ciro Gomes, na última segunda-feira fez uma entrevista excelente com o biólogo Atila Lamarino. Vale muito a pena assistir.