Nos últimos dias foi noticiado que a Boing desistiu da compra da Embraer. O motivo real é a crise que a empresa americana já passa, e a crise no setor de aviação que se aproxima, principalmente devido ao coronavírus. Os americanos usaram como desculpa a falta de cumprimento de alguns procedimentos acordados com a empresa brasileira, algo que os brasileiros negam enfaticamente. Como esse tipo de situação não se resolve fácil, ainda mais contra americanos, a Embraer está processando a gigante americana por quebra de contrato.
Enquanto os dois brigam, nós comemoramos a manutenção desse nicho de mercado no Brasil. De quebra mantemos espaço para crescimento na aviação militar, ligada à aviação civil. Provavelmente será necessária alguma ajuda governamental durante esse período de profunda crise, mas valerá a pena em médio/longo tempo.
Coluna
E se a notícia acima foi muito boa, também tivemos uma excelente coluna de Mangabeira Unger no jornal Folha de São Paulo. Numa retrospectiva de 1990 até hoje, Mangabeira faz um resumo de nossa História Econômica, e demonstra que estamos estagnados economicamente.
Para quem ainda não entendeu que não houve quebra de trajetória entre os governos do PSDB e do PT, e que esses 30 anos de uma política econômica tortuosa foi o que nos trouxe a este momento desastroso do país, Mangabeira explica de forma clara. O assistencialismo, a falta de alternativa ao rentismo, a não inclusão dos mais pobres na categoria de cidadãos plenos, e ainda mais, de oportunidades para que isso ocorra, tudo explicado porque, como, e os efeitos perversos para a nossa própria sociedade.
Também fala da importância do primeiro setor em nossa economia, mas aponta a dependência que temos dele hoje em dia, e o calcanhar de Aquiles que isso representa, não apenas pelo pouco uso de mão de obra que utiliza, mas também que atrasa o país, e a dicotomia entre nossos produtos primários, e os produtos fruto da inteligência humana que importamos (e eu tive que ouvir um idiota falar da tecnologia embutida num frango).
Mangabeira também explica o que devemos fazer para ultrapassarmos esse obstáculo econômico que nos é imposto desde os anos 80, e que foi fortemente incentivado a partir da entrada de Fernando Collor em 1990, com a pequena quebra feita por Itamar Franco.
Vale a pena a leitura.
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