segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Eu Já Falei Isso

No dia 08 de fevereiro fiz uma postagem intitulada "Parlamentarismo Fisiológico", onde dizia algo parecido com o que o Estadão diz abaixo, mas com uma conclusão absolutamente distinta. E isso é importante ser dito, porque o que o Estadão está defendendo não passa de outro golpe em cima do povo brasileiro. A Constutuição de 88 consultou o povo, houve espaço e recursos para que diversas formas de governo fossem explicadas e propagandeadas ao povo, e pela segunda vez o povo escolheu o presidencialismo. 

Mas agora o Estadão volta a defender o tal do semipresidencialismo. Na verdade o semipresidencialismo que eles defendem não passa de parlamentarismo com um presidente. Esse presidente tem os poderes absurdamente reduzidos, enquanto o governo mesmo é exercido por um primeiro ministro eleito pelo congresso.
 
E eu não sou contra. Considero o parlamentarismo muito mais justo, simples e estável que o presidencialismo, porque as crises são resolvidas de forma muito mais tranquilas que no presidencialismo. Mas claro, tenho dúvidas que no Brasil o semipresidencialismo reservaria algum poder ao presidente eleito, já que é este quem tem o dever de intervir quando se apresentam crises na relação entre o governo e o Congresso. Para quem não sabe, há pouco tempo a Rainha Elizabeth II dissolveu o parlamento britânico e chamou novas eleições quando houve impasse pelo brexit. Da mesma forma o Presidente Marcelo Rebelo também dissolveu o parlamento português e chamou novas eleições quando houve impasse sobre o orçamento para 2022.

Então podemos até defender isso, ou seja, a mudança da forma de governo do país, mas é preciso consultar o povo sobre isso. Não podemos simplesmente chegar e impor uma mudança dessa magnitude se o aval popular expresso nas urnas.

Temos que consultar, porque semipresidencialismo não é presidencialismo.

Muito Poder, Pouca Responsabilidade

O Brasil não pode continuar à mercê de um Executivo que não sabe governar e de um Legislativo que só usufrui dos bônus do poder acumulado


“A evidente insuficiência intelectual, moral, administrativa e política de Jair Bolsonaro para o exercício da Presidência levou a um quadro de degradação do regime presidencialista jamais visto, ao menos não desde a redemocratização do País.”

“O presidencialismo começou a enfraquecer no Brasil durante o governo da ex-presidente Dilma, uma pessoa sabidamente avessa às concertações políticas que, ao fim e ao cabo, mantêm o fino equilíbrio de forças entre os Três Poderes da República e sustentam a governabilidade.”

“O governo do sucessor de Dilma, Michel Temer, representou uma tentativa de estabelecer um novo equilíbrio entre as prerrogativas do Executivo e do Legislativo, num arremedo do que se convencionou chamar de “semipresidencialismo”.”

“Bolsonaro, por sua vez, conseguiu uma proeza, levando a degradação do regime presidencialista ao paroxismo.”

“É seguro afirmar que, antes de Bolsonaro, nunca houve um presidente tão dispensável, no que concerne à definição dos rumos do País, como o atual mandatário.”

“O que se tem hoje é uma estrovenga política representada por um Congresso extremamente poderoso que usufrui apenas dos bônus desse poder acumulado, sem arcar com as responsabilidades por seus eventuais desvios.”

“Como está não é bom para o Brasil. O melhor teria sido adotar o parlamentarismo, em que o governo é exercido no Parlamento e cai, sem grandes traumas, quando erra e perde sustentação política.”

“Como o parlamentarismo já foi rejeitado pelos brasileiros em dois plebiscitos, resta tentar o semipresidencialismo, pois o Brasil não pode mais ficar à mercê de um Executivo que não sabe governar e, menos ainda, de um Legislativo que exerce o poder sem responsabilidade.”

domingo, 27 de fevereiro de 2022

Tecnologia revolucionária

Aos poucos o homem vem vencendo os mais inacreditáveis desafios e acaba por operar milagres. A tecnologia talvez não esteja plenamente desenvolvida, mas imaginar que uma pessoa paraplégica poderia voltar a andar era algo impossível até poucos anos atrás. Hoje é uma realidade.

A questão é se isso chegará a todos, ou se restringirá a uma parcela mínima de muito ricos?

Três paraplégicos voltam a andar após implante revolucionário

Pesquisadores suíços conseguiram criar tecnologia que estimula nervos. Resultados foram publicados na Nature Medicine

atualizado 08/02/2022 19:2

Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça em Lausanne (EPFL) relataram, em estudo publicado na revista Nature Medicine nessa segunda (7/2), que conseguiram fazer três pessoas paraplégicas voltarem a andar.

O feito inédito foi alcançado com a ajuda de um dispositivo implantado na região da medula espinhal. O mecanismo é controlado por um software de inteligência artificial que reativa os neurônios e é acionado com um marca-passo instalado na região do abdômen.

sábado, 26 de fevereiro de 2022

sershen & zaritskaya e Natalia Tsarikova

A banda cover ucraniana Sershen & Zaritskaya e a cantora lírica Natalia Tsarikova. Os ucranianos interpretam All Alone on Christmas, de Darlene Love e a Russa interpreta While Your Lips Are Still Red, do Nightwish.

Em homenagem aos povos que produzem talentos como esses, mas que estão em guerra pela imbecilidade de alguns.








sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

E a guerra veio

Ontem, nos primeiros raios de sol, a Rússia iniciou sua ofensiva sobre a Ucrânia. Os bombardeios começaram ainda durante a madrugada, e a entrada das tropas nas províncias separatistas se iniciou no início da manhã.
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Apesar de vários sinais de que ela não viria, apesar de ela ser absolutamente ilógica, apesar de já ser sabido há muito que não se pode confiar em determinadas promessas, a guerra veio.

A Ucrânia acusa a Rússia, os países ocidentais acusam a Rússia, os EUA acusam a Rússia, e a Rússia acusa todos eles. E todos eles estão certos.

Quebrando a promessa feita nos anos 90 de não se expandir para leste, quebrando o mínimo de bom senso de não interferir nos assuntos internos de outros países, quebrando o mínimo de bom senso de ao invés de achar que é dono do mundo buscar relações pacíficas e respeitosas com os outros, a OTAN vem provocando a Rússia desnecessariamente e a longo tempo.

Ao mesmo tempo a Rússia poderia ter aguardado bem mais, buscado uma solução diplomática, ter se posicionado melhor politicamente.

E assim nenhum dos lados tem razão, incluindo a própria Ucrânia, que vem apresentando não apenas uma tendência pró-ocidente, mas sim uma tendência anti-Rússia, que inclui a perseguição de cidadãos russos ou que apresentam simpatia aos russos.

No final todos estão errados, e espero muito que a OTAN finalmente tenha o bom senso de não se meter diretamente nas escaramuças, porque qualquer ação nesse sentido teria a possibilidade enorme da ampliação das ações para muito mais do que apenas à região da Ucrânia.

Enquanto isso, no Brasil temos um Presidente que tentou pegar uma carona na leve queda da tensão que houve enquanto fazia sua visita à Rússia, mas que não tem nenhuma condição de interferir no fluxo desses acontecimentos, e nem de gerir o país em tempos de calma, já tendo mostrado isso no desastre dos seus 3 anos de governo. Agora deve ser muito pior. Ciro foi muito benevolente ao dizer que o governo brasileiro é "frágil, despreparado e perdido". Isso era o governo da Dilma. Esse é muito pior.


Bombardeios foram registrados desde a madrugada desta quinta. A polícia da Ucrânia contabiliza ao menos 203 ataques. Em resposta, o presidente Volodymyr Zelenskiy distribuiu armas aos ucranianos. O mandatário russo, Vladimir Putin, disse que a ação militar visa proteger os separatistas no leste e ameaçou quem tentar interferir: “Levará a consequências nunca antes experimentadas na história”. A ONU (Organização das Nações Unidas) pede um recuo e a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) afirma que a Rússia pagará um preço econômico e político muito alto. O presidente americano, Joe Biden, falou que o ataque é “injustificado” e que “o mundo vai exigir contas”.

Estas alegações não são possíveis de verificar de forma independente por enquanto

O Exército russo disse nesta quinta-feira (24) que destruiu 74 instalações militares na Ucrânia, incluindo 11 aeródromos, como parte da invasão ordenada por Moscou esta madrugada.

“Após os ataques aéreos das Forças Armadas russas, 74 instalações mil... Leia mais em https://www.cartacapital.com.br/mundo/russia-diz-que-destruiu-74-instalacoes-militares-ucranianas-incluindo-11-aerodromos/. O conteúdo de CartaCapital está protegido pela legislação brasileira sobre direito autoral. Essa defesa é necessária para manter o jornalismo corajoso e transparente de CartaCapital vivo e acessível a todos

O ex-ministro e pré-candidato do PDT a Presidência da República, Ciro Gomes, afirmou nesta quinta-feira que "não existe mais guerra distante e de consequências limitadas", ao citar a invasão russa à Ucrânia e pediu preparação para os reflexos desse conflito no País, "muito especialmente por termos um governo frágil, despreparado e perdido".


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Ciro Gomes no BTG-Pactual

Excelente a participação de Ciro Gomes na CEO-Conference do BTG-Pactual. Ciro, diferente de uns e outros, foi lá e disse o que ele pretende fazer, sem fazer rodeios e sem dizer que pode pensar melhor sobre determinadas questões. Assim ele disse que pretende sim, taxar fortunas acima dos R$ 20 milhões, que inclusive tinha vários representantes naquela sala. Disse que precisa haver um fortalecimento do Estado, até para propiciar o avanço da própria iniciativa privada.

Ou seja, fez o discurso que sempre faz, sendo honesto em suas intenções, e métodos. Vale a pena ver.



quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Os novos rumos da Fiesp

Josué Gomes da Silva, novo presidente da Fiesp, vem mudando os rumos da principal organização de industriais paulistas, e dizem alguns, do país. O líder empresarial está a frente da Coteminas desde os anos 90, se candidatou ao Senado por Mina em 2018, e agora assumiu a Fiesp para um mandato de 3 anos.

E Josué chegou com ganas de mudar os rumos da Fiesp.

Sim, a entidade que nas últimas duas décadas se rendeu ao neoliberalismo, que se aliou ao que existe de mais retrógrado e atrasado na conjuntura político-econômica do país, que defendeu as políticas "criminosas" de juros praticadas pelo Brasil, pois bem, essa entidade agora volta a cobrar taxas de juros compatíveis com o investimento produtivo, incentivos ao setor industrial, a iniciativa privada.

Mas o principal é o eterno pedido por menos impostos para as indústrias.

Bem, só temos um candidato que defende esse ponto. Defende também menos impostos para o comércio. Só que isso será compensado por aumento da carga tributária sobre as pessoas físicas, principalmente aquelas que hoje estão absurdamente isentas de impostos: os milionários e bilionários. 

Se for essa a ideia de Josué Gomes, estamos em linha, mas se for simplesmente diminuir impostos para aumentar ainda mais os lucros que já não são tributados, então sou totalmente contrário. Isso porque em qualquer lugar do mundo os dois maiores indutores do crescimento são o consumo das famílias e os investimentos estatais. O consumo das famílias vem de emprego e renda, o estatal vem de impostos. 

No Brasil ambos estão absurdamente deprimidos, e é por isso que não vemos investimentos privados, já que nem povo nem governo estão consumindo por absoluta falta de recursos.

A questão dos impostos é fundamental, para que tanto a capacidade do povo de consumir, quanto do governo de investir sejam reestruturados, e poderem voltar a atrair os investimentos privados.

Sobre Estado ser ou não empresário, depende muito da área, porque algumas são por demais sensíveis para que as decisões fiquem a cargo apenas dos interesses do lucro de um pequeno grupo. Além do mais o Brasil precisa de investimento em pesquisa de ponta, de alta tecnologia, algo que o setor privado não faz, já que os riscos de fracasso são grandes. Então esses são setores que devem estar a cargo do Estado.

De resto invistam. Vamos criar novas industrias, de preferência de alta tecnologia, e não as maquilas que temos instaladas no país, e que muitos, erroneamente, acham que estamos dominando essas tecnologias. Pois é, não estamos, mas precisamos dominá-las, e logo.




terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Monark banido do youtube?

Semana passada o ex-apresentador do Flow Podcast, Monark, divulgou um vídeo em algumas redes sociais reclamando que o youtube o tinha banido, e agora o impedia de criar um canal ou de publicar vídeos. Isso gerou uma discussão interessante nas redes sociais sobre se Monark era dono dos meios de produção ou não, e quem é o dono dos meios de produção na internet.

Bem, o fato é que Monark tinha uma pequena produtora que produzia vídeos de pouquíssima tecnologia envolvida, e que, de modo geral, tinham enorme repercussão pelos nomes dos convidados envolvidos. Eu mesmo assisti alguns episódios devido aos convidados, pessoas que tinham o que dizer.

Agora vejamos meu caso. Eu tenho um pequeno blog hospedado na plataforma de blogger do google. Eu produzo conteúdo para esse blog, tal qual Monark produzia para o canal de youtube. 

Todos nós poderíamos sair das regras tanto do youtube quanto do blogger. Sim poderíamos criar nossas próprias plataformas e hospedar em algum servidor. Ou mais poderíamos ter nossos próprios sevidores de internet, e hospedamos nossas próprias plataformas, que por sua vez hospedariam nossos vídeos e blog. Por último também poderíamos criar nossas próprias empresas de telefonia ou de TV a cabo, já que todo o fluxo de dados que sairiam de nossos servidores precisam passar por esses cabos, que são de propriedade dessas últimas empresas. Quem é dono de todo esse arcabouço técnico-estrutural é dono dos meios de produção. No caso eles costumam estar divididos por vários donos, mas como tudo no capitalismo tendem à concentração nas mãos de apenas um dono.

Para quem quiser entender melhor como funciona a internet dá uma olhada nesse link aqui.

Agora imaginem a quantidade de recursos técnicos, financeiros, políticos, de pessoal, etc, para se ter toda a infraestrutura capaz de tornar a mim ou a Monark donos dos meios de produção?

Na verdade Monark e eu somos tão donos dos meios de produção quanto o sujeito que faz salgadinhos no fogão da casa dele para vender na esquina, ou seja nós não temos meios de produção que não sejam de acesso a praticamente toda a população mundial. Mas nós dois somos fruto de novas formas de relação de trabalho, onde os donos dos meios de produção se eximem de terem responsabilidades trabalhistas com seus empregados, mas ainda assim impõem limites e parâmetros para o trabalho entregue.

Monark ultrapassou esses limites, e foi demitido.



segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

União Europeia diverge de membros

A presidenta da União Europeia, Ursula von der Leyen, fez um discurso bastante duro contra a Rússia, que incluiu amaças de retrocesso no desenvolvimento russo, e de boicotes econômicos e tecnológicos. Ao mesmo tempo assegurou um aumento da diversidade de origem das fontes de energia para o continente, o que aumentaria a segurança energética europeia, já que o Velho Continente é extremamente deficitário nesse quesito, e hoje parte substancial dessa região depende fortemente do gás russo.

Bem, mas apesar da dureza da presidenta da União Europeia, parece que ela esqueceu de combinar o tom com seus dois principais membros, a Alemanha e a França. O presidente francês esteve em Moscou recentemente e afirmou que entendia as demandas russas e ainda que busca um entendimento entre os ocidentais e os russos que garantissem normas de relacionamento que garantissem a segurança e deixem claras essas regras de coabitação.

Já o chanceler alemão Olaf Scholz, apesar de ter dado uma declaração mais incisiva contra os russos após reunião com o presidente americano Joe Biden, mudou o tom quando chegou a Moscou e ficou num meio termo entre melhorar as relações com os russos e evitar uma invasão da Ucrânia.

E claro, tudo isso pode estar sendo combinado, e enquanto von der Leyen faz o papel do policial malvadão e durão, os líderes dos principais países da União Europeia fazem o papel dos policiais bonzinhos, que querem uma solução pacífica e boa para todos.

De qualquer forma uma das declarações da presidenta von der Leyen é corretíssima, e a Europa deve sim diversificar suas fontes e fornecedores de energia, já que esse é o grande calcanhar de aquiles de um continente que consome enormes quantidades de energia, e que não produz o suficiente para seu próprio consumo.

Por outro lado, uma guerra, mesmo que não se espalhe pelo continente e pelo mundo, não interessa a ninguém, porque seria uma guerra fadada a não ter vencedor.

Os últimos movimentos dão conta de que uma solução pacífica será alcançada, e talvez até mesmo a recrudescência dos embates entre separatistas russos e o exército ucraniano podem fazer parte desse pacote de paz. 

Geopolítica é um jogo de xadrez de altíssimo nível, onde muitas vezes os embates deixam as mesas de negociação e alcançam o campo de batalha. Esperamos que essa partida termine logo e os ânimos se acalmem.


Von der Leyen avisa que agressão custará "um futuro próspero" à Rússia

Presidente da Comissão Europeia anunciou que está a ser preparado um "robusto" pacote de sanções contra a Rússia se Vladimir Putin concretizar a invasão da Ucrânia.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, alertou hoje o Kremlin de que um ataque à Ucrânia custará à Rússia "um futuro próspero" e acusou Moscovo de tentar "minar" a arquitetura de segurança europeia.


"O perigoso pensamento do Kremlin, procedente de um obscuro passado, pode custar à Rússia um futuro próspero", avisou a dirigente europeia, na sua intervenção na Conferência de Segurança de Munique, na qual anunciou os preparativos de um "robusto" pacote de sanções contra a Rússia se concretizar a invasão da Ucrânia.

Sem entrar em pormenores, referiu um "robusto pacote de sanções económicas e tecnologia de última geração" cuja aplicação poderá representar "um custo alto e graves consequências para os interesses económicos de Moscovo".

domingo, 20 de fevereiro de 2022

Será esse o fim dos elétricos?

Bem, a resposta é não, até porque não há motivo para que as tecnologias não convivam harmoniosamente por um bom tempo. Mas a tecnologia de remoção de carbono do ar, que foi descoberta acidentalmente, certamente dará uma sobrevida aos motores a combustão, tornando-os mais "palatáveis" ao meio-ambiente, e dando mais tempo para que as células de combustível sejam devidamente desenvolvidas, já qua as atuais conseguiram resolver bastante bem as questões de durabilidade e de capacidade de armazenamento de energia, mas ainda são, eles mesmos, um problema para o meio-ambiente, já que são altamente poluentes.

E o curioso é que a nova tecnologia foi descoberta justamente quando se pesquisava novas células de combustível, que sejam menos agressivas ao meio-ambiente.

Essa não foi a primeira, e provavelmente não será a última vez que se pesquisa uma coisa, e se encontra outra. Nas pesquisas dos anos 50 e 60 para mandar o homem à lua foram descobertos vários novos compostos químicos por acidente, mas o mais famoso são os desengripantes.

Entenda mais sobre a tecnologia no artigo abaixo.


Nova tecnologia revolucionária remove 99% do dióxido de carbono do ar





sábado, 19 de fevereiro de 2022

Jessie J/Ariana Grande - Bang Bang ◈ Metal/Rock Cover ◈ Halocene ◈@Laure...

Mais um bom cover do Halocene. Pessoalmente prefiro a versão das filipinas do 4th Power, mas Addie, Laren e Alanna também fizeram uma versão interessante.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

O preconceito e a mídia

Marilene Felinto escreveu um texto bastante interessante para a Folha, mas eu gostaria de fazer algumas ressalvas. Vejam, eu concordo com o texto de Felinto, mas isso não significa que eu não ache que alguns pontos precisam ser melhor explicados.

Começo pela definição de racismo: "Racismo é a discriminação social baseada na falsa ideia de que a espécie humana é dividida em raças e que uma é superior às outras. Trata-se de uma atitude depreciativa e discriminatória não baseada em critérios científicos, já que do ponto de vista biológico é incorreto falar em raças humanas.

Há diversos tipos de preconceito, como o social, o religioso, o cultural, linguístico, de gênero, quanto à orientação sexual e racial (racismo). A xenofobia é também um tipo de preconceito originado da repugnância em relação a pessoas estrangeiras."

Outro ponto importante é um que vem da História. As características que definem um determinado período histórico convivem com outras características principais de outros períodos.

Com isso em mente precisamos entender que o fato de episódios isolados de racismo de pretos contra brancos, ou de alguns homens tratarem as mulheres como iguais e com respeito não fazem com que nossa sociedade não discrimine gravemente os pretos, ou que não seja machista, tampouco não significa que esses casos isolados não ocorram.

Para completar, uma das formas de dominação é a imputação de características que tendem a inferiorizar, ou criminalizar raças, gêneros, grupos étnicos ou sociais, etc. Foi assim com os índios brasileiros, os pretos escravizados, religiões diversas, etc. Essa máquina de difamação, na verdade, tem o objetivo de justificar a dominação, a exploração, e privilégios.

Hoje temos bastante consciência fezes mecanismos, e cabe a nós combatermos esses abusos para buscarmos relações mais justas. Talvez um dia isso seja possível, mas há muito trabalho a ser feito até esse dia.




terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

É preciso rediscutir os retrocessos dos últimos anos

O texto de Antonio Neto é importante e mostra o descontentamento dos trabalhadores com os acontecimentos dos últimos anos no país. Mais do que isso, mostra que as reformas impostas à população não atendem aos anseios e às necessidades da imensa maioria do povo brasileiro.

Mas eu gostaria de fazer uma ressalva, porque muito do que se fez simplesmente foi revogar avanços civilizatórios importantíssimos que o país alcançou ao longo de todo o Séc. XX, ainda que seja inegável que muito de nossa legislação estava mesmo obsoleta.

Acontece que a solução para o fato de parte de nossa legislação estar obsoleta não se soluciona com soluções ainda mais antigas, absolutamente anacrônicas, e que levaram avanços sociais importantes a retrocessos absurdos.

Então é preciso rediscutir, ao invés de revogar. E é preciso rediscutir não apenas a destruição da CLT promovida por Temer, mas também a destruição da Previdência promovida por Bolsonaro/Guedes.

Afinal de contas, ambas atingem muito fortemente os trabalhadores.

Um Brasil para os trabalhadores

Revogação da reforma trabalhista e uma agenda de desenvolvimento nacional precisam nortear o próximo período


POR ANTONIO NETO | 11.02.2022 13H27


Nesta semana, as centrais convocaram para o início de abril um encontro de importância fundamental para os trabalhadores, para o movimento sindical e para o futuro do País: a Conferência da Classe Trabalhadora, a6 Conclat. O encontro ocorre pouco mais de 40 anos depois da sua primeira edição, em um cenário completamente distinto.


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Não é bem assim

Eu concordo apenas em parte com as posições assumidas pelo Estadão em seu editorial de 13 de fevereiro. Sim, porque é verdade que o PT colocou pessoas intimamente ligadas ao partido e seus espaços de poder em posições chave do Estado, é verdade que houve um inchaço em algumas áreas de forma irresponsável e desnecessária, enquanto áreas importantíssimas foram relegadas ao ostracismo ou irresponsavelmente privatizadas, numa sistemática de importação de soluções estrangeiras mal lidas e ainda pior implementadas.

Mas eu gostaria que o autor do texto me mostrasse em qual país um partido político, ou grupo organizado de interesses, mobilizou recursos financeiros, tempo, militantes, outros recursos vários para chegar ao poder, e depois não fazer nada para atender aos grupos de poder que compõem esse partido ou para atender aos interesses dos outros?

Sim, no mundo inteiro uma eleição ocorre para que haja uma opção por determinada linha político-econômico-social, e essa opção se expressa na ocupação dos espaços de poder que o governo oferece. E é por isso que o Estado não é restrito apenas ao Executivo, e é necessária toda uma estrutura de freios e contrapesos para impedir que a assunção de um movimento político ao governo se transforme em ditadura.

Da mesma forma, quando o autor se refere aos princípios da administração pública - legalidade, impessoalidade, moralidade, impessoalidade e eficiência - ele distorce o sentido a que os termos se referem na Constituição, e leva o leitor a um engano. 

Mas se é verdade que a moralidade, a legalidade e a eficiência foram seriamente escanteadas em vários momentos da administração petista, e isso fica claro em escândalos como a Lava-jato, o mensalão, ou o caso do caseiro que derrubou Palocci, também fica nítida a distorção que o editorial do Estadão aplica, já que eles centram a maior crítica no sentido da impessoalidade.

E aqui temos que entender o que significa impessoalidade para a Constituíção, e pouco tem a ver com a organização dos grupos, ocupação de cargos, e pessoas sendo beneficiadas. Ora, as relações políticas e de governo são humanas, e portanto pessoas são beneficiadas ou não por elas. E o que nossa Constituição diz é que a impessoalidade obriga ao governo de ocasião a prestar a mesma atenção a todos os entes da Federação, sem privilégios que tenham a ver com região, apoios políticos, ou interesses particulares dos membros do governo. E se Jair Bolsonaro foi pego várias vezes utilizando esses critérios personalistas para entregar recursos a estados e municípios (não dê recursos ou cria obstáculos ao Nordeste, ou a estados e municípios que lhe são oposição), tal fato não foi observado nos governos petistas, ainda que os bancos e o setor rentista tenha sido beneficiado por políticas públicas em detrimento de responsabilidades sociais do governo, como Saúde, Educação e Segurança. Mas esse é um problema que perpassa todos os governos desde (ao menos desde Collor), e que é justamente minha última crítica ao editorial do Estadão.

Sim, porque o editorial do jornal paulista critica o inchaço do Estado, e que isso impede que o mesmo ofereça os serviços que deveria, com a qualidade que deveria. Ora, o grande inchaço que existe no Estado brasileiro é a dívida pública, que consome cerca de 50% do orçamento do país entre rolagem e juros, que foi criadas sem motivo justificado, e que impede o país de crescer, já que é alimentada por juros e outros mecanismos abusivos, que atendem apenas a uma ínfima minoria da população (algo em torno de 1%) em detrimento da imensa maioria.

Acontece que é justamente isso que o jornal paulista apoia - essa política macroeconômica concentradora e destruidora - e busca desesperadamente uma opção que se submeta a manter essa excrescência, mas que seja palatável. De preferência esse "ungido" também deve "entender" que políticas que minimizem o sofrimento dos mais pobres são populistas, e todos os recursos do Estado devem ser drenados para a política de Robin Hood às avessas praticada pelo Estado brasileiro. O problema é que o Estadão não chega nem perto do verdadeiro problema, e tenta jogar a culpa do inchaço do Estado brasileiro num suposto exagero de funcionários público e de empresas, quando na verdade tudo isso nos falta.

Lula, Bolsonaro, nem nenhum outro governante tentaram seriamente romper com essa estrutura, que nos condena ao atraso, e a cada vez mais nos distanciarmos dos ciclos civilizatórios do mundo. Só que para eles não basta atender esses interesses, também precisa ter um ar de nobreza para sustentar uma posição que nossa elite não tem, mas que preza.

Minhas críticas ao PT são muitas, mas nenhuma é distorcida como as do editorial do Estadão, porque esses pecados o PT não cometeu. Durante seus governos seguiram faltando escolas e faculdades (em quantidade e qualidade), hospitais, saneamento, segurança pública piorou, mas o Estado arrecadou e gastou como nunca. Para onde foi esse dinheiro, se não para esse 1% que não precisava?








domingo, 13 de fevereiro de 2022

Planeta Gigantesco

Algumas informações interessantes no artigo abaixo. A primeira é sobre características da estrela, que tem uma temperatura de 18.000ºC, enquanto nosso Sol, por exemplo, alcança algo em torno de 5.800ºC. Essa diferença de temperatura também aumenta sobremaneira as emissões de radiação da estrela, entre elas a radiação ultravioleta e x, que têm, entre outras coisas, a capacidade de destruir ligações atômicas (arrancam elétrons).

Pior isso a distância do planeta gigante a sua estrela mãe é 100x maior que a de Júpiter ao Sol. E impressiona também o tamanho, já que é cerca de 10x maior que Júpiter.

E aqui vai algo que me intriga. Júpiter é considerado uma estrela falhada, ou seja, ele não chegou a aglutinar massa suficiente para "acender". Qual seria o mínimo de massa para que isso ocorra, ou seria esse planeta uma estrela em formação?

Planeta gigantesco em nossa constelação vizinha desafia cientistas

Por Rafael Arbulu, editado por André Lucena  14/12/2021 19h41, atualizada em 14/12/2021 20h11  10/11/2021 16h20, atualizada em 10/11/2021 17h18

Cientistas identificaram um planeta gigantesco que vem desafiando o entendimento de como esses corpos celestes se formam. O mais interessante é que o chamado “b Centauri b” nem está muito distante – guardadas as devidas proporções: ele está orbitando o sistema binário b Centauri, há apenas 325 anos-luz da Terra.

O planeta foi fotografado pelo Very Large Telescope, ou simplesmente “VLT”, localizado no Chile e operado pelo European Southern Observatory (ESO) e ele traz algumas características intrigantes.





sábado, 12 de fevereiro de 2022

EPICA - Consign To Oblivion - Live at the Zenith (OFFICIAL VIDEO)

Epica, e a voz impressionante de Simone Simons nos trazem Consign To Oblivion. Uma música com muitos recursos de sonoridade e várias cumes e vales durante sua execução, típico do Rock Sinfônico.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Só para fechar o quadro

Monark até agora foi o mais e mais seriamente afetado pelas posições idiotas assumidas durante seu programa de segunda-feira, mas não ele não foi o único a assumir tais posições, e nem foi o único a ser atingido. O Deputado Federal Kim Kataguiri também defendeu as posições de Monark, defendeu a liberação de um partido nazista, e não defendeu isso apenas para a Alemanha. Eu vou tentar fazer aqui o que Tábata Amaral não conseguiu: explicar porque a posição dos dois é errada.

As ideias, apesar de estarem no mundo do abstrato, não existem e aparecem para estarem apenas nesse abstrato, mas para se tornarem hegemônicas, basearem ações e serem aplicadas na prática, de preferência em sua integralidade.

E é por isso que podemos falar e debater determinadas ideias, mas não podemos aceitar que essas ideias se expressem efetivamente na vida real. A criação de um partido é a expressão de ideias na vida real, porque um partido é a união de pessoas que comungam das mesmas ideias, que buscarão mais adeptos às suas ideias e com isso atingirem o poder, o que possibilitaria a eles exercerem suas ideias na plenitude. Se essas ideias pregarem a eliminação física (matar) daquilo que eles consideram diferente ou não gostem, então defender o exercício prático dessas ideias é um crime.

A diferença entre o Nazismo para outras ideologias é que os discípulos de Hitler defendem a morte ode todos que sejam diferente deles. No caso alemão foram judeus, mas em outros lugares podem ser negros, índios, mulheres, homens, velhos, jovens, imigrante, etc.

Isso não significa que essas ideias morrerão, e é mais que óbvio que em todos os lugares do mundo existem idiotas que sempre pensarão assim, mas quando se permite que eles se juntem legalmente em associações que pregarão essas ideias impunemente, que eles disputem o poder, que eles exerçam o poder é você aceitar o crime máximo (o assassinato) como algo aceitável, bastando para isso você ser hegemônico politicamente. 

E lembrando que historicamente a diferença sempre foi a desculpa para que se cometessem os maiores absurdos. Invasões de países, genocídios, escravidão, etc, todos esses crimes que hoje são execrados pelas sociedades modernas foram baseados nas diferenças entre as culturas ou o físicas dos indivíduos. 

A vida não é uma conversa entre bêbados na mesa de um bar, partidos políticos não buscam apenas o reconhecimento abstrato de que suas ideias são melhores que a dos outros, eles buscam alcançar o poder para poder colocar essas ideias em prática. Por isso essas ideias não podem incluir o ódio cego e insano ao diferente.

E é por isso que Kim Kataguiri também recai no crime quando defende o direito de se criar um partido nazista. O nazismo não começou sua trajetória matando ninguém, isso foi aos poucos. Foi tirando um direito aqui, outro ali, intensificando o discurso de ódio, tudo o que se tenta fazer no Brasil atual, mas foi só questão de conseguir se estabelecer plenamente no poder para começar. 

Kim Kataguiri diz que não aceita e repudia essas ideias, mas em 2018 apoiou um candidato que pregava contra negros, contra índios, contra mulheres, gays, etc. Ele, um cara que diz ter estudado, que vira e mexe cita algum filósofo, se ele não viu isso, imaginem se esse pessoal pudesse agir livre e legalmente?

Eleito deputado federal, Kim Kataguiri declara "voto útil" em Bolsonaro

Bibiana Bolson Colaboração para o UOL07/10/201822h49

Quarto candidato mais votado no estado de São Paulo, Kim Kataguiri (DEM), cofundador do Movimento Brasil Livre (MBL), foi eleito deputado federal com mais de 400 mil votos (cerca de 2,21% do total de votos válidos). "É uma responsabilidade muito grande, são muitas pessoas votando em mim. E nesse momento difícil que o Brasil passa, faz com que a responsabilidade seja ainda maior",

Kataguiri também falou sobre o segundo turno das eleições presidenciais entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). "Voto no Bolsonaro, mas é voto útil. Não é o cenário ideal, existem pessoas mais preparadas, mas infelizmente é o que a gente tem", afirmou. Sobre Haddad, ele classificou uma possível chegada do Partido dos Trabalhadores ao Planalto como "uma ameaça à democracia". "Não dá para gente arriscar ter o programa do Haddad, um cenário de totalitarismo assustador.".




quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

ENTREVISTA: CIRO NA RÁDIO CAPITAL, DE CUIABÁ (MT) | 03/02/2020

Senana passada Ciro Gomes deu uma excelente entrevista na Rádio Capital de Cuiabá, em Mato Grosso. Na verdade as respostas são conhecidas de quem acompanha Ciro, mas ele trouxe novas informações, mudou um pouco a forma de explicar e dar seu recado aos ouvintes.

Vale a pena.


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

A polêmica de Monark

Essa semana, durante entrevista com ares de debate com os Deputados Federais Tábata Amaral e Kim Kataguiri, o anfitrião Monark voltou a criar enorme polêmica ao defender o direito legal de os nazistas se organizarem em um partido que leve oficialmente esse nome. Infelizmente o Deputado Kim Kataguiri defendeu a posição estúpida do apresentador, e pior, tentou justificá-la.

Ao menos a Deputada Tábata se contrapôs, mas isso ainda é muito pouco, já que ela deveria ter sido muito mais enfática.

Mas a coisa não para por aí, porque as declarações viralizaram e levaram o atrapalhado apresentador a ser mais uma vez fortemente questionado por suas posições, que muitas vezes poderiam ser consideradas criminosas, como quando defendeu o direito ao racismo, ou agora.

Existe enorme diferença entre alguém não se sentir confortável com algumas diferenças culturais com alguém defender o extermínio físico de raças e culturas. Para o primeiro caso existem o bom senso, o respeito e a diplomacia, para o segundo existe a Lei.

As posições de Monark se enquadram muito mais no segundo caso. E a desculpa de não saber não cola, porque se não sabe não dê opinião tão enfática. Cola ainda menos a desculpa é justificativa que divulgou hoje, que é a de que sua declaração foi dada enquanto bêbado e que foi tirada de contexto, porque não foi. E lamento lhe dizer, Monark, mas ainda que isso explique, isso não justifica sua posição. Mas ele não foi o único que tomou essa posição estúpida no programa.

Atualização

Agora, vendo o programa do O É Da Coisa, fiquei sabendo que Monark foi definitivamente afastado do programa. A decisão foi correta, e aqui corroboro com a posição de Reinaldo Azevedo no programa. A pessoa tem o direito de ser idiota, mas não quando comanda um programa cujos vídeos atingem os milhões de visualizações. Quanto a Igor, seria interessante que ele começasse a se informar mais.



terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Parlamentarismo Fisiológico

O mundo conhecia alguns modelos de governo. Monarquia, Presidencialismo, Parlamentarismo, Ditadura, e variações dentre essas formas. Agora o mundo conhece um novo modelo saído diretamente de "terras brasilis": o Parlamentarismo Fisiológico.

Desde que Montesquieu publicou seu livro "O Espírito das Leis", lá na primeira metade do Séc. XVIII, onde descrevia os poderes de uma Nação - Executivo, Legislativo e Judiciário, e preconizava o equilíbrio entre eles, de forma a haver soluções jurídico-políticas para os impasses administrativos e legais em um país, nada de muito novo foi apresentado à população. 

Assim os países ditos "civilizados" têm se organizado, evitando golpes e confrontos armados internos, bem como dando voz a seu povo para participar nas decisões mais importantes tomadas por suas autoridades. Essa última parte vem se intensificando nos países com democracias mais maduras, e tem sido copiada por aqueles que buscam avançar socialmente.

Pois bem, o Brasil inova e cria um sistema de governo em que todo o poder emana do Legislativo. Isso não se dá por uma excrescência na arquitetura legal do país, mas por uma cadeia de ações e omissões que derivam de interesses de pequenos grupos que, na prática, se sobrepõem às Leis, à Constituição, e aos interesses da população e do país, ainda que não devesse ser assim.

E assim se derruba uma Presidenta eleita sem que tenha havido crime de responsabilidade, e assim se dá um calote inconstitucional, ainda que com ares constitucionais, e assim se retiram direitos atrás de direitos da população e pouca ou nenhuma compensação ou transição se dá, entre outras coisas.

E com essa concepção de tripartição do poder, o Poder Executivo brasileiro se tornou um marionete. Ele não consegue intervir efetivamente no Legislativo ou no Judiciário, mas o inverso não é verdade. Pior, como o Judiciário também precisa ser provocado a agir, ou seja ele não pode tomar iniciativas próprias - salvo raríssimas exceções - então o Legislativo acaba por concentrar um poder muito maior em suas mãos do que o que deveria ter.

Explico: o Brasil está sem equilíbrio de poderes. O Legislativo pode derrubar o Presidente ou Ministros do Supremo, o Supremo pode impor (ainda que mediante provocação externa) condições aos Executivo e Legislativo, mas ao Executivo cabe apenas se submeter às decisões dos outros dois poderes.

Agora, é óbvio que o Executivo tem algum grau de interferência, mas ele é limitadíssimo. No Judiciário ele interfere porque indica os membros do Supremo, e algumas promoções de Juízes nas Cortes inferiores. Mas mesmo isso é limitado, já que suas indicações passam pelo crivo do Legislativo. No Legislativo ele interfere de forma ainda mais limitada, já que precisa abrir mão de nacos de seu próprio poder para contar com os apoios necessários a sua própria manutenção nas Casas Legislativas.

Já quem controla o Legislativo, pois bem, é o Legislativo.

Num regime Parlamentarista, ainda que dividido o poder de Executivo entre Estado e Executivo propriamente dito, o Executivo tem o poder de dissolver o Legislativo e de chamar eleições para constituir novo parlamento. No Brasil isso não é possível, e acaba sendo o único poder que pode sofrer interferência direta dos outros, e não pode interferir em nenhum.

Claro que tudo estaria dentro da normalidade se as regras criadas fossem efetivamente respeitadas. Mas no Brasil as regras seguem dependendo dos interesses dos que são responsáveis por impô-las, ou do poder daqueles a quem se deve impô-las. Algo absolutamente fisiológico.

E nada mais fisiológico que nosso Congresso, até pela quantidade.

Aí está o Parlamentarismo Fisiológico.


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

O inconfiavel

Abaixo o artigo publicado em Carta Capital, que como sempre pode ser acessado no link incluído no título. E vale a pena dar uma lida completa nele.

Mas o grande cerne da questão aqui é: "vai ter guerra"?

A princípio não, mesmo com Moscou mobilizando muitas tropas para a fronteira com a Ucrânia, e agora também mobilizando a Bielorússia, e se aproximando da fronteira com a Polônia. Mas claro, mais de cem mil homens armados próximos à fronteira, e mais alguns milhares chegando, qualquer estalar de dedos pode virar motivo para problemas mais sérios.

Só que no fundo no fundo ninguém quer isso. Uma invasão da Ucrânia pode se tornar um novo Arqueduque Francisco Ferdinando, ou uma nova invasão da Polônia. Ou seja, pode se desdobrar um crescimento do conflito com a participação de outros países, o que na verdade não interessa a ninguém. China já disse, e outros países já deixaram claros seus apoios à Rússia, enquanto a OTAN se posiciona ao lado da Ucrânia, e as chances de um terceiro conflito de âmbito mundial não são pequenas, e como eu disse, isso não interessa a ninguém.

Não interessa primeiramente a quem está mais perto da região em questão: a Europa. Uma guerra, ainda que não atômica seria um completo desastre para o Velho Continente, e de quebra para a economia global.

Já o principal afetado, a própria Ucrânia, que veria o conflito se iniciando em seu território, já começa a dar sinais de que deixará de ser o cachorrinho de Washington (ao menos por enquanto) e já prevê uma desescalada das ações conflitantes. O Conselheiro Chefe do governo ucraniano, Myhailo Podoliak, já deixa clara a intenção de se chegar a um acordo diplomático.

Mas tal qual os dois cães no portão que viralizou na internet há algum tempo, ambos os lados precisam seguir rosnando e arreganhando os dentes. Os americanos porque perderam poder, influência e força na última década, e tentam a todo custo recuperar sua posição. Nada melhor que um conflito, ainda que não vá às vias de fato, para tentar reagrupar seu bloco.

Já os russos têm dois motivos. O primeiro e principal é algo bastante interno e é duplo. A ameaça às suas fronteiras e a pressão da oposição a Putin que cresce dentro da Rússia. Esse mesmo conflito resolve as duas. 

O segundo também é mais amplo. Após a dissolução da URSS, a Rússia perdeu hegemonia, influência e, apesar de atacada constantemente pelo bloco ocidental, nunca mais teve um bloco para chamar realmente de seu. Esse conflito vem ratificar a tendência que se desenha na última década, de um bloco asiático que faça frente ao ocidental.

Parece que vemos o nascer de uma nova Gguerra Fria. E que ela continue bem fria.

Quanto a essa história de que Moscou vai invadir, etc, etc, alguém realmente confia nesses caras? Eles invadiram o Iraque com a desculpa de que Sadan tinha armas químicas de destruição em massa, tentaram invadir o Irã com a desculpa de que eles desenvolviam a bomba atômica. Bem, em ambos os casos suas certezas eram completamente infundadas.

Mas temos certeza de uma coisa, eles sempre arranjam uma desculpa vinda de seus serviços de inteligência para justificar uma mobilização militar.

Washington diz que Moscou prepara invasão total da Ucrânia; governo russo nega

Para a Inteligência americana, se a Rússia optar por um ataque em grande escala, poderá tomar a capital Kiev e derrubar o presidente Zelensky em 48 horas

Informações da Inteligência dos Estados Unidos dão conta de que a Rússia intensificou os preparativos para uma invasão em grande escala na Ucrânia e agora mobilizou 70% das forças de que precisaria para esse ataque, segundo funcionários americanos.

A Rússia reuniu 110.000 soldados ao longo de sua fronteira com a Ucrânia, mas a Inteligência americana não concluiu se o presidente Vladimir Putin realmente decidiu invadir, de acordo com o que disseram membros de órgãos de inteligência que nos últimos dias mantiveram reuniões com legisladores e representantes dos aliados europeus.

sábado, 5 de fevereiro de 2022

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Se não é porco é o que?

Interessantíssimo o fato do Ministro do STF Luis Roberto Barroso vir a público dizer que o impeachment de Dilma não foi devido a desvios técnicos em seu governo. Em outras palavras, não foi um problema de crime de responsabilidade, mas sim de simples perda de apoio político. E dizem boas e más línguas que essa perda de apoio político incluiu seu próprio partido e seu líder máximo, o PT e Lula. Com isso se confirma aquilo que o Blog dos Mercantes sempre disse, e que vários políticos sérios também: foi golpe.

Vejam, para o impeachment são necessárias duas condições concomitantes: o crime de responsabilidade e a falta de confiança política. Não é um ou outro, mas os dois ao mesmo tempo. Por isso Bolsonaro não cai, porque ele comete crimes de responsabilidade em série, mas o Congresso mantém sua credibilidades política. Dilma perdeu apenas a credibilidade, e isso não é suficiente para a derrubada de um Presidente. Nós não vivemos no regime Parlamentarista (sobre isso falarei semana que vem) onde isso é possível.

E com esse quadro inicial observamos algumas das movimentações políticas desde que Lula deixou a sede da PF em Curitiba. Começou com uma reaproximação com vários dos líderes do impeachment. Calheiros, Eunício (os dois cotados por Lula para presidirem as casas legislativas), Alckimin (apoiou fortemente o impeachment e agora cotado para vice de Lula), e paramos por aqui, mas são muitos outros encontros e até acenos não correspondidos.

Continuamos a sina com articulações estranhíssimas no Congresso, que inclusive ajudam o atual governo a se manter, mesmo que cambaleando, o PT nunca agiu fortemente pelo impeachment de Bolsonaro, e agora faz acenos a todos os espectros políticos do país, e muito menos do que construir se preocupa em destruir caminhos.

E mais recentemente, nas últimas semanas, Michel Temer disse que foi procurado por uma pessoa muito distinta do PT, e Lula (76 anos) tenta esconder Dilma (74 anos), seu legado, e diz que ela não participará de forma alguma de um seu possível governo, porque ele buscará gente mais jovem para auxiliá-lo. Ela não perdeu muito tempo em responder e disse que defenderá seu legado e não se esconderá na campanha.

Por último, após as notícias que vieram do Ministro do STF Barroso, e pasmem, de José Sarney, como está no link lá no primeiro parágrafo, mais se consolida a hipótese de que Lula e o PT participaram ativamente na derrubada da ex-Presidenta. Claro, não há uma prova cabal, mas essa participação tem rabo, focinho, orelha, enfim, tem tudo de porco. 

E se não for um porco deve ser algo muito parecido.


Declaração de Barroso sobre Impeachmentde Dilma repercute nas redes sociais

·2 min de leitura

Neste artigo:
  • Luís Roberto Barroso
    Jurista, professor e magistrado brasileiro, ministro do STF e presidente do TSE
Luís Roberto Barroso, ministro do STF, admitiu que Dilma Rousseff (PT) sofreu impeachment por
Luís Roberto Barroso, ministro do STF, admitiu que Dilma Rousseff (PT) sofreu impeachment por "falta de apoio político" - Foto: GEORGES GOBET/AFP via Getty Images

O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, escreveu um artigo para a revista do Centro Brasileiro de Relações Internacionais, dizendo que o "real motivo" do impeachment de Dilma Rousseff, do PT, foi a falta de apoio, e não as pedaladas fiscais.

"A justificativa formal da queda de Dilma foram as 'pedaladas fiscais' , que são as violação de normas orçamentárias, embora o motivo real tenha sido a perda de apoio político", disse ele à revista, que será lançada no dia 10.

intermediar o agenciamento dos executores e repassar o pagamento pelos crimes.



quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

2° react de Ciro Gomes

Na última terça-feira o pré-candidato à Presidência da República pelo PDT fez seu 2° react, mas o alvo agora foi o Presidente Jair Bolsonaro. 

Parece que o quadro vai virar fixo da CiroGames, e vai dar pano para manga, porque certamente seus adversários não devem estar gostando nada dessa história de react.

Vamos ver onde isso vai dar, mas certamente não irá parar por aqui