terça-feira, 30 de novembro de 2021

O "Bob Jef" da vez

Assim como Lula teve Roberto Jefferson delatando o esquema de corrupção que ficou conhecido como mensalão, e que levou à cadeia uma série de figurões da República, entre eles o homem forte do 1º Governo Lula, José Dirceu, e o próprio Jefferson, agora homem chave da campanha de Bolsonaro no Centro-Oeste, e um de seus pilares na Câmara dos Deputados também vem delatar a compra de votos no Congresso com dinheiro público.

O Deputado Federal, Delegado Waldir, detalhou em entrevista ao The Intercept a compra de votos, que vem desde destruição da Previdência, mas que atravessou outros episódios de interesse do Governo, como a eleição de Lira à Presidência da Câmara, etc.

Na verdade a corrupção cresceu. No Governo Lula a denúncia abalou os alicerces do poder e quase levou à deposição do Presidente. Apesar de parte da oposição se mover pela deposição de Bolsonaro, a situação do atual mandatário do país nem de longe é tão frágil quanto chegou a ser a de Lula, e àquela que posteriormente derrubou Dilma Roussef.

Abaixo matéria do site UOL, em que o Antropólogo e Professor Guilherme Howes analisa a situação atual, e o porquê de o povo não ir às ruas exigir a deposição deste Governo. Vale a pena dar um pulo na página da UOL e passar os olhos pelo artigo.

Deputado bolsonarista escancara a corrupção normativa do governo

Colunista do UOL 21/11/2021 09h24 * Cesar Calejo

O bolsonarismo ascendeu na esteira da operação Lava Jato, o conluio jurídico-midiático que avançou a falácia do "combate à corrupção" no Brasil, sobretudo, entre os anos de 2016 e 2018, quando Jair Bolsonaro foi eleito à chefia do Executivo e Sergio Moro assumiu como o seu ministro da Justiça.

Para os mais incautos, Moro e Bolsonaro traziam um ar de esperança considerando o fim da corrupção no país, como se esta não fosse uma dimensão endêmica, histórica e cultural do nosso desenvolvimento enquanto nação e pudesse ser aniquilada por apenas duas pessoas em um período curtíssimo.




segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Lula e as bolas fora

Em sua viagem pela Europa Lula deu mais uma declaração infeliz durante entrevista para duas jornalistas espanholas. Ao equiparar a eleição na Nicarágua, e a consequente permanência de Daniel Ortega no poder com as permanências de Angela Merkel, Margaret Thatcher e Felipe González, o ex-Presidente brasileiro mais uma vez usou de uma tática diversionista, que tem por objetivo confundir a percepção das pessoas. Sim, porque Lula equiparou duas situações fundamentalmente distintas, na intenção de torná-las iguais. Não o são. Como não são iguais as posições do pastor homofóbico, e da maioria dos defensores dos direitos LGBTQI+. Quem não aceita a existência da comunidade é o pastor, e óbvio, a comunidade se defende.

Nessas duas vezes ele não dava entrevistas a jornalistas amigos, e tomou boas invertidas.

Mas ele falou outras bobagens também. Quando tentou dar uma resposta a Ciro, em entrevistas ainda no cárcere disse que Ciro não sabia a tecnologia que estava envolvida na produção de um frango. Mostrou que não entende a dinâmica de produção, detenção e uso de tecnologia, e subserviência ao defender o modelo que insere o Brasil no mundo pela "divisão internacional do trabalho" defendida pelos países desenvolvidos. 

Na mesma época, para mostrar sua origem humilde, falou que  pedia chicletes usados para mascar. Não apenas não mostrou humildade, como ainda mostrou subserviência e grande tendência a mendicância. Como mostrou essas tendências ao dizer que os ricos deveriam fazer-lhe uma estátua por serviços prestados, ou quando disse que os pobres no Brasil são baratos e pouco exigentes.

Não é de hoje que Lula dá essas bolas fora. Não é de hoje que ele demonstra enorme ambiguidade em suas palavras, em suas posições, em suas ações. 

Lamento dizer, mas eu não apoio isso, ainda mais que a ideia é manter tudo como está. Bem, se você acha que está tudo bem, aproveite.


Por que há resistência em reconhecer o autoritarismo em Cuba, Nicarágua e Venezuela?

A razão está numa dificuldade que não é exclusiva de Lula ou do PT, mas compartilhada por grande parte da esquerda democrática mundo afora

Causou furor na imprensa e nas redes sociais a comparação que fez Lula, em entrevista ao El País na Espanha. O ex-presidente, na resposta a um questionamento da jornalista Lucía Abellan sobre as eleições nicaraguenses, que não foram reconhecidas por grande parte dos países democráticos da comunidade internacional, equiparou a longevidade no poder de Daniel Ortega àquela de líderes de democracias europeias.

Lula disse que todo político que se acha insubstituível transforma-se num pequeno ditador. Por isso, o líder petista defende a alternância no poder. Emendou afirmando o princípio da não interferência na política interna de outros países. Até aí nada demais, já que a declaração combinava a defesa quase protocolar do princípio da rotatividade democrática com o reconhecimento da soberania dos países. Pode-se dizer que o ex-presidente defendeu a democracia na primeira afirmação e foi pragmático na segunda.

O problema veio na continuidade da resposta: “Por que Angela Merkel pode ficar 16 anos no poder e Daniel Ortega não? Por que Margaret Thatcher pode ficar 12 anos no poder e Chávez não? Por que Felipe González pôde ficar 14 anos no poder? Qual é a lógica?”

domingo, 28 de novembro de 2021

Minicurso de Astrofísica 2021 - UFSM

Acho que valerá a pena acompanhar o curso.

"O Minicurso de Astrofísica é um evento organizado anualmente pelo PET Física da UFSM, que tem o objetivo de realizar a divulgação científica de temas relacionados à Astrofísica, e, mais recentemente, Astronomia e Cosmologia.

Inicialmente o minicurso era ofertado presencialmente. Porém, com o advento da pandemia da COVID-19, o evento foi adaptado para o formato online, o que nos possibilitou oferecê-lo para espectadores de todo Brasil, bem como a participação de palestrantes de diversas instituições.
O Minicurso ocorrerá no formato de palestras, ministradas por professores e pesquisadores convidados atuantes na área. Um de nossos principais objetivos neste minicurso é fomentar a divulgação científica para todas as idades e diferentes níveis de formação. Portanto, o minicurso terá caráter introdutório e linguagem acessível para que todos possam aproveita"
O curso ocorrerá nos dias 29/11 e 1-3-6-8-10/12.


Ponte entre galáxias

Cientistas trabalhando com um observatório na Austrália descobriram o que acreditam ser uma ponte de poeira e gás entre as duas galáxia anãs, as Pequena e Grande Nuvem de Magalhães. A ponte pode ser resquício do tempo em que as duas se aproximaram e provavelmente acabaram por criá-la devido às forças gravitacionais envolvidas.

A importância disso é que podemos entender mais sobre o desenvolvimento e a interação entre as galáxias, o que pode facilitar o entendimento sobre nossa própria galáxia, nossas imediações, e nosso futuro.

Além de  mostrar que o espaço intergalático está longe de ser algo vazio, como muitos acreditam.


Astrônomos descobrem uma 'ponte' entre as Nuvens de Magalhães!

Composta por gás e poeria, ela pode nos revelar detalhes sobre a formação e a interação das galáxias

É difícil não reparar nelas. Se você mora no hemisfério sul, provavelmente já viu essas duas maravilhas a olho nu: As Nuvens de Magalhães - duas galáxias satélites da Via Láctea. Mas além de estarem interagindo com a nossa Galáxia, a Grande Nuvem de Magalhães e a Pequena Nuvem de Magalhães também estão interagindo entre si.

Os efeitos gravitacionais entre essas duas galáxias podem revelar muito sobre a história e a evolução das galáxias, assim como os ambientes que as rodeiam. Mas a força gravitacional não é a única força em ação nessa história...




sábado, 27 de novembro de 2021

Sempre uma boa pedida

Evanescence e Amy Lee são sempre uma ótima pedida. Lithium é uma ótima música que traz todo o talento do grupo e da intérprete.

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Racismo ou defesa da inocência, e a defesa do ensino público.

A ignorância ideológica de parte significativa de nossa sociedade é um problema sério, que só será superada com muita Educação. E essa Educação precisa incluir as Ciências Humanas, como a Filosofia, ministrada pela Professora da escola Vitória Régia, e que foi tão violentamente atacada por pais de alunos de uma turma específica.

Vejam, segundo a nota houve a reação de parte dos pais e alunos, uma alteração de abordagem do tema pela docente, mas a coisa não parou por aí. É, a docente pelo jeito se sentiu cerceada em seu trabalho, e fez algumas postagens em sua rede social que tinham relação com o ocorrido. O que era para ter sido resolvido facilmente virou um afastamento da docente da turma, e a impossibilidade dela para intervir na formação de novos cidadãos.

Isso deixa margem a muitas visões, a muitos posicionamentos distintos. O primeiro é o posicionamento da escola. Começa que é uma escola particular, e como eu disse em texto de 15/11, os objetivos de empresas privadas e do Estado são distintos, ainda que as ferramentas para atingi-los podem ser as mesmas. A escola privada tem por objetivo o lucro, já a escola pública tem por objetivo a formação de cidadãos. Para as duas a Educação é meio, mas esse meio será usado de forma diferente, porque tem objetivos diferentes.

Segundo o objetivo dos pais e alunos. No mundo individualizado e competitivo atual se dá muita ênfase à formação técnica, e pouquíssima à formação de cidadãos, das pessoas. Isso contrasta com o objetivo que deveria ter o Estado. 

Terceiro o da Professora, que se sentiu tolhida em sua liberdade docente, e se manifestou publicamente em tema que até então era tratado internamente. 

A escola agiu de acordo com seu objetivo, que é o lucro. Os pais dos alunos e os próprios alunos agiram de acordo com seus objetivos, que são individuais, e voltados a tentar galgar degraus numa sociedade cada vez mais competitiva, e a professora agiu de forma também individualista, já que se sentiu afrontada, e sem respaldo da escola.

De certa forma todos estão certos, e todos estão errados.

Nesse ponto entra o papel do Estado como responsável máximo e único da Educação. Sim, porque a Educação tem por finalidade formar técnicos capazes de enfrentar um mercado de trabalho, mas também tem por finalidade formar cidadãos, que entendam que determinadas situações não são resultado da Fortuna ou do acaso, mas construções sociais que visam a privilegiar grupos específicos, cada vez menores, em detrimento da grande maioria da sociedade.

Por isso todos estão certos em defender seus pontos de vista individuais. A escola seu direito ao lucro máximo, os alunos e pais o direito a buscar apenas ferramentas que os possibilitem galgar melhores degraus na luta por melhores posições sociais, e a Professora seu direito a ministrar sua matéria da forma que considera mais adequada. Mas ninguém atentou que estão todos errados porque o sistema é errado.

Sim, porque como dizia Paulo Freire, a Educação tem que ser libertadora. E isso significa que só a Educação tem capacidade de nos libertar das amarras que nos prendem a ciclos infindáveis de reprodução de sistemas opressores e discriminatórios, que reduzem o ser humano a peças de uma máquina social. E somente o Estado teria capacidade de dar o respaldo que pode libertar as pessoas dessas amarras.

Por isso tantos ataques ao Estado. 

Porque a existência de um Estado forte não garante uma Educação que propicie o rompimento dessas amarras, mas com um Estado fraco, ou quase inexistente, isso se torna impossível.



quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Estoques reguladores

Mais um bom vídeo de Fausto Oliveira no Canal da Revolução Industrial Brasileira. Ele fala de algo que Ciro Gomes também andou falando em suas últimas entrevistas, que é a necessidade de o Governo manter estoques reguladores.

"Mas isso não é liberal".

Pois pasmem, os EUA fazem isso, como ficou mais do que claro quando o Presidente Biden ordenou que se liberassem 50 milhões de barris do produto para força a baixa de preço dentro do mercado americano.

E se isso não é a intervenção do Estado na economia, eu realmente já não sei o que é. Porque esse é o papel do Estado, intervir nas relações sociais de forma a evitar discrepâncias, e o uso excessivo de vantagens por alguma das partes.

Por isso Bidem liberou o óleo, por isso Leis trabalhistas que protejam a saúde e ganhos mínimos aos trabalhadores, por isso leis e fiscalização antitrust e cartéis, etc.


quarta-feira, 24 de novembro de 2021

O PSB busca problemas?

Em entrevista a Veja o ex-Governador de São Paulo, diz que o PSB não deve aceitar uma adesão automática (e consequentemente acrítica) ao PT na próxima eleição. Alguns outros partidos do chamado campo progressista também deveriam pensar assim, porque infelizmente o que o PT vem programando é mais do mesmo, ou seja, um governo neoliberal, com alguma atenção às políticas compensatórias sugeridas pelas teorias econômicas, mas voltado mesmo para a aceleração da acumulação do capital pela elite financeira do país, e no caso do Brasil, na entrega de setores econômicos inteiros ao capital estrangeiro, e uma integração acrítica do país ao "modelo" de produção mundial.

E eu digo isso, porque se o PT realmente eleger o próximo Presidente, então aqueles que apoiem tal eleição serão cúmplices dos desvios entre discurso e prática do partido estrelado, fato que ainda é exacerbado pelos acordos espúrios com parte do que há de mais fisiológico e retrógrado na política brasileira, e a tais acordos o PT dá muito mais valor do que aos apoios recebidos do próprio campo a que diz pertencer.

Mas política não é preto e branco, nem muitos tons de cinza. Na verdade política é algo que comporta uma enorme conjunto matizes, que abarca todas as de cores. A questão não é a política ser isso, a questão é você saber dosar essas cores de forma a ter um resultado mais harmônico, mais agradável, e que ajude a equilibrar as diferenças que existem na sociedade, não criando um disfarce frágil, mas criando uma aproximação que fortaleça realmente a sociedade como um organismo mais próspero e justo.

Com PSB mais forte, Márcio França é contra aliança ‘automática’ com o PT

Ex-governador pede ‘requalificação’ da relação para apoiar Lula, diz que tem acordo com Alckmin para eleição em SP e explica o reality show que irá comandar

Por Tulio Kruse Atualizado em 26 out 2021, 15h03 - Publicado em 26 out 2021, 14h47 

Ex-governador de São Paulo e pré-candidato à eleição estadual, Márcio França (PSB) tem feito oposição a uma aliança automática do seu partido com o PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao longo do último ano, o PSB filiou nomes de peso como o governador do Maranhão, Flávio Dino, os deputados federais Marcelo Freixo e Tabata Amaral, e França defende que o partido já não pode ser apenas linha auxiliar dos petistas, como foi no passado. “Ou a gente requalifica a relação com o PT ou, na minha visão, não haverá coligação”, afirma. 





terça-feira, 23 de novembro de 2021

A fome bate forte

A fome é uma coisa terrível. Quando isso ocorre no país que está sempre entre os dois maiores produtores de alimentos no mundo, e que per capita é o maior produtor de alimento do mundo isso consegue atingir um patamar moral ainda pior. 

De quebra ela gera gera violência, destrói gerações, acaba com sonhos, e leva a catástrofes humanas.

Pessoalmente saber de sua existência me dá náuseas (literalmente). Ao mesmo tempo me dá forças para lutar contra ela. Mas um bolsa merreca é um paliativo pobre, porque o que precisamos é que as pessoas tenham trabalho, salários decentes, e possam comer, morar, vestir, ter Saúde e Educação dignos. 

O Brasil pode, mas precisamos querer e lutar contra as políticas que negam direitos básicos a milhões de pessoas.

'Minha aluna desmaiou de fome': professores denunciam crise urgente nas escolas brasileiras

"Essa aluna chegou bem atrasada. Ela bateu na porta da sala de aula, eu abri e notei que ela não estava bem, mas não consegui entender o porquê. Passei álcool na mão dela e senti a mão muito gelada, num dia em que não estava frio para justificar.

"Ela sentou e abaixou a cabeça na mesa. Eu estranhei e chamei ela à minha mesa. Ela veio e eu perguntei se ela estava bem. Ela fez com a cabeça que estava, mas com aquele olhinho de que não estava. Perguntei se ela tinha comido naquele dia, ela disse que não."

"Fui pegar algo para ela na minha mochila — porque eu sempre levo um biscoitinho ou uma fruta para mim mesma. Mas não deu tempo. Ela desmaiou em sala de aula.".

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Juros sem justificativa

O texto do Economista e Professor Corrêa de Lacerda é certeiro ao apontar os erros e distorções da política monetária do COPOM. E mostra que isso não apenas é intencional para atender aos interesses de uma elite financeira viciada em se servir do Estado, mas que isso causa grandes transtornos à economia, e de forma alguma atingirá o alvo alegado, que é abaixar a inflação, porque ela não tem nada a ver com excesso de demanda, já que tem vários anos que está deprimida, e vem sendo ainda mais deprimida pelas políticas recessivas que os últimos governos vêm tomando, incluindo o último governo Dilma.




domingo, 21 de novembro de 2021

Buraco negro não é uma coisa só

Bom, a ideia do buraco negro é uma só. A matéria fica tão comprimida e concentrada em apenas um ponto, que a gravidade se torna tão grande próximo a esse ponto que nada escapa de sua ação, nem mesmo a luz (a grosso modo é isso). Então o que difere é a origem, ou como os buracos negros se formam. O artigo do site Coletivo do Meteorito explica essas origens dos buracos negros, e sua origem e tamanho é o que os diferem em termos de classificação. Então sugiro que leiam o texto, porque é interessante saber um pouco mais sobre eles.

Mas apenas vou relatar algumas curiosidades sobre mini buracos negros. A primeira é o fato de já termos tido receio de que os aceleradores de partículas iriam criar buracos negros que iriam acabar por consumir a própria Terra. O segundo é que vira e mexe algum filme de ficção científica, ou de super-herói aparece com a criação acidental de um mini buraco negro, que precisará ser detido pelo herói, ou por um ato altruístico do vilão, que acaba por consumi-lo.

E claro, de geral, o fato de sempre associarem buracos negros aos chamados buracos de minhoca, que dariam acesso a outros locais do nosso universo, ou mesmo a universos paralelos. Para terem ideia, até a Disney já fez um filme com essa temática. O filme chama-se "O Buraco Negro", é de 1979, e pode ser encontrado no serviço de streaming dos estúdios.

Achei interessante relembrar isso aqui.

E você, lembra de alguma outra associação que se faz com os buracos negros?

Quantos tipos de buracos negros existem no Universo?

Todos vocês já devem conhecer os buracos negros - objetos tão massivos que nada escapa de seu extremo poder gravitacional, nem mesmo a luz. Mas será que, assim como as estrelas, existem tipos diferentes de buracos negros?

Os buracos negros podem ter tamanhos variados, e podem surgir de formas diferentes. É justamente isso que os cientistas utilizam para diferenciar os buracos em 3 grupos principais. Os três tipos de buracos negros são determinados pelo método de formação e tamanho inicial.


sábado, 20 de novembro de 2021

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Política interna é importante, mas não é tudo

O texto de Ciro Gomes sobre a participação brasileira na COP26 é interessante. Claro que é incompleto, mas é difícil, se não impossível, fazer uma análise profunda de algo tão complexo quanto um encontro de internacial em apenas meia dúzia de parágrafos. 

Apesar disso Ciro foi no ponto nevrálgico da questão, que é a credibilidade do atual governo brasileiro, que está sempre isolado (mesmo quando Trump era o Presidente americano), sempre criticado, e que frequentemente é enxovalhado pela imprensa internacional. 

Com isso o atual governo brasileiro se limita a pregar mentiras, dados tirados sabe-se lá de onde, projeções fantasiosas ou distorcidas, e com isso mina ainda mais sua credibilidade internacional. Mesmo assim esses discursos desconexos com a realidade atingem aqueles que ainda apoiam o Presidente brasileiro, que acreditam em qualquer coisa que venha do Planalto.

Só que os encontros internacionais não existem para esse tipo de prática, e o Brasil está se tornando um pária internacional. Até por sua importância econômica e geoestratégica ele segue sendo partícipe desses encontros, mas como dito acima, ninguém nos dá atenção, e com isso as posições brasileiras acabam por ser ocupadas por outros atores internacionais, e as soluções ofertadas pelo Brasil acabam sendo buscadas em outros lugares, ou de outras formas.

E o tão propalado e elogiado agronegócio brasileiro, último bastião de entrada de divisas no país, se vê muito ameaçado de perder espaço no mundo. Assim como o influência que o país exerce também se vê bastante enfraquecida.

Retomar a presença e importância do Brasil na geopolítica mundial será uma tarefa dificílima para os próximos governos, porque todos os espaços ocupados por nós já foram devidamente ocupados por outras nações, ou estão em processo de. 

Lembrem-se, não há vácuo no poder.

COLUNA • CIRO GOMES

Em vez de ser pária ambiental, Brasil poderia ser exemplo

A estagnação econômica é a mais cruel e ineficiente forma de tentar preservar o meio ambiente

por CIRO GOMES 8 DE NOVEMBRO DE 2021 - 06:47

Acontece em Glasgow, na Escócia, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP26. Cerca de 200 países debatem o que pode ser feito para acelerar as metas do Acordo de Paris e diminuir o ritmo do aquecimento global. O Brasil está representado pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, de quem você provavelmente nunca ouviu falar e não é por acaso. Nestes três anos de governo Bolsonaro, o País não foi capaz de produzir um só exemplo de boas práticas ambientais.

Mais uma vez avisei com antecedência que o ministro iria jogar palavras ao vento em Glasgow. Dito e feito. Na manhã de segunda-feira 1°, ridicularizou novamente o Brasil ao anunciar de forma pomposa e vazia uma nova meta climática de reduzir em 50% a emissão de gases poluentes até 2030 e neutralizar a emissão de carbono até 2050.

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Lorotas em Dubai - uma análise de Bolsonaro em Dubai

Dizer que o Brasil segue acima da média quando estamos entrando em recessão técnica foi a maior, mas tivemos outras. Você pode escolher uma.

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Evangélicos precisam ser ouvidos

Sim, os evangélicos precisam ser ouvidos. Menos por sua opção religiosa, e muito mais porque ela se dá no rastro do desamparo a que milhões de brasileiros são deixados pelo Estado. Não é de hoje que isso é dito, mas isso precisa ser corrigido.

Vejam, nada contra Igreja, ainda mais se elas ajudam pessoas, mas o fato é que Saúde, Educação e outros auxílios dados são responsabilidade do Estado. 

Que os Evangélicos possam aderir às suas Igrejas por sua fé, sua crença, e não por necessidades que deveriam ser cobertas pelo Estado.

Verdade que essa é uma discussão antiga, mas ela é cada dia mais atual.






terça-feira, 16 de novembro de 2021

O Campo abandona Bolsonaro?

O Estadão fez uma entrevista muito interessante com Marcello Britto. O engenheiro de alimentos é presidente da Associação Brasileira do Agronegócio e mostrou que nem mesmo em suas principais bases o atual Presidente mantém sua força. Essa situação se espalha por outros setores econômicos e sociais, incluindo as Forças Armadas.

Essa situação ocorre porque muitos conseguem ver agora que não há como se fazer uma sociedade a médio e longo prazos sem que haja respeito e bom senso nos relacionamentos internos e externos. E isso é o que mais falta no (des)Governo Bolsonaro, incluindo seu trato com aqueles que apoiam o próprio (des)Governo, que ao menor sinal de risco ao mandatário maior ou a seus filhos, ou mesmo pequenas divergências, são rapidamente jogados aos leões.

Mas isso não significa que a situação esteja definida. Há alguns meses eu fiz um post dizendo que estavam cometendo um erro enorme. Sim, porque Bolsonaro estava extremamente fragilizado, e perdeu-se a oportunidade de tirá-lo (com toda a Justiça) do poder por interesses mesquinhos de uma minoria política, empresarial, e das castas que se apossaram do Estado Brasileiro.

Mais do que o Governo, o Brasil precisa recuperar seu Estado, que não pode estar a serviço único e exclusivo de uma minoria, que obtém enormes benesses político-financeiras, se posicionam acima das Leis e da Constituição, e vêm dilapidando o país, suas instituições, estruturas e o tecido social que o tornam uma Nação.

E para isso é preciso conversar, mas também é preciso mudar. Não dá para seguirmos com as mesmas práticas danosas que nos trouxeram à situação atual. Não adianta voltarmos às práticas pré-Bolsonaro, porque foram elas que criaram Bolsonaro. Precisamos buscar novos caminhos, do contrário estaremos apenas gestando um novo período de desmandos e desespero.




segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Entenda porque o PND

Ótimo o fio divulgado pelo Economista Nelson Marconi no Twitter. Em dez pontos ele explica o que e o porquê de um Projeto Nacional de Desenvolvimento. Desde o fato de que não há nenhum antagonismo no fato de um Estado desenvolver um PND, passando pela necessidade, pela melhor utilização das sinergias envolvidas, pela democratização do processo, e da necessidade de utilizar melhor os recursos públicos.

Mas alguns pontos ainda podem ser melhor aclarados. O primeiro porque um PND, não só pode, como deve ser aplicado pelo Estado.

Antes de tudo temos que distinguir os objetivos de uma empresa, e de um Estado. A empresa visa o lucro para seus donos e cotistas. Como ela chega a isso são meios, atingidos pelo uso de ferramentas. 

O Estado (administrado por um governo) visa o bem-estar das pessoas, de seus cidadãos, sejam eles donos de empresa ou trabalhadores. E aqui, tal qual nas empresas, o resto é meio, atingido através do uso de ferramentas. 

Como os objetivos foram definidos, o planejamento é uma ferramenta, que normalmente é dividido em etapas, objetivos intermediários, meios de atingi-los, próximas etapas, etc, etc. Como todo plano também, eles não são estáticos, não são fechados em si mesmos, e devem ser repensados ao longo do caminho, de forma a se adaptar a mudanças da realidade, ou erros de análise inicial.

O neoliberalismo é um plano, que apesar de ser vendido como se fosse para atender os interesses de toda a sociedade, na realidade atende apenas aos interesses de um elite mínima, que sem riscos se apodera dos recursos do Estado, em detrimento dos interesses e necessidades de toda a sociedade.

O PND, ao contrário, é um plano muito mais abrangente, que atenderá aos interesses de muito mais gente, já que trabalhadores, empreendedores, pesquisadores, todos irão ter mais e melhores oportunidades, e por fim atenderá também os interesses dessa elite mínima, que terá outras opções de investimentos, ainda que mais arriscadas.

Mas um PND não pode ser apenas uma forma de repasse de recursos públicos à iniciativa privada. Créditos subsidiados, melhora do poder aquisitivo da população, incentivos fiscais, tudo isso faz parte, mas não se resume a isso. Pesquisa de ponta, atrelada ao setor produtivo também é fundamental, assim como a melhora significativa na qualificação da mão-de-obra nacional. As empresas que acessem os recursos públicos precisam estar amarradas a metas a serem atingidas, e a responsabilidades mínimas com trabalhadores e o uso das tecnologias desenvolvidas.

Por fim, não se pode querer abraçar o mundo com as mãos, e alguns setores são tomados como prioritários. Essa escolha não é aleatória, mas leva em conta critérios técnicos, como recursos já serem empregados no setor, grande demanda por parte da sociedade, já termos tecnologia consolidada no setor, termos grandes quantidades de matéria-prima mal utilizados, capacidade de gerar tecnologia de ponta que possa ser utilizado em outros setores industriais, e de serviços. Por isso Ciro sempre fala de Saúde, Defesa, Agro-negócio, Petróleo e Gás. Mas como eu disse acima, isso é inicial, o plano pode ser readaptado, e outros setores que mostrem condições também podem começar a receber incentivos a medida que o país se desenvolva.

Como Nelson Marconi marca bem em seu fio, todos os países bem sucedidos, tiveram em algum momento, PNDs, e ainda recorrem a esse recurso fundamental para o desenvolvimento do país. Basta ver que o Congresso Americano acabou de aprovar um pacote de USD 1,2 Tri para incentivos de sua economia, a Alemanha, aprovou 160€ bilhões para universidades e pesquisas, etc.

A questão não é se o Estado vai ou não intervir na economia, mas como. Não pode se resumir a dar dinheiro a pobres e ricos, mas a incentivar pesquisa, investimentos produtivos, com metas claras, compromissos assumidos, fiscalização severa, e penalizações por não cumprimento dos objetivos e compromissos. Mas também com ajustes de acordo com o desenvolvimento da sociedade e da economia como um todo.


POR QUE UM PROJETO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO É NECESSÁRIO, EM DEZ PONTOS

1. Uma empresa, que é muito mais simples que o setor público, precisa de planejamento, um plano estratégico de projetos. Por que o setor público não precisaria?

2. O setor privado é essencial em qualquer economia, e o empreendedorismo mais ainda. A liberdade de ação econômica, idem. Mas a desigualdade não se resolve apenas com a atuação do setor privado.

3. Nem o desenvolvimento de setores estratégicos. O setor privado sempre investirá onde é mais lucrativo, com razão, e os setores estratégicos para o desenvolvimento não são os mais rentáveis em um primeiro momento. Normalmente, demandam parceria público/privada para crescerem

4. O setor público precisa desenhar políticas e ações, junto com o setor privado, para estimular os setores estratégicos. E também para a economia como um todo crescer e reduzir a desigualdade.

5. Por isso um projeto nacional de desenvolvimento é essencial. Construído junto com o setor privado, com metas, políticas, ações, condicionalidades, gestão e cobrança de resultados,

6. ...sem ser específico e intervencionista a ponto de sufocar a iniciativa privada, mas construindo com ela o direcionamento de nosso país.

7. Não é á toa que EUA, China, Alemanha e França, sem citar outras grandes economias, anunciaram planos estratégicos de desenvolvimento para as próximas décadas. Historicamente, os países que mais cresceram sempre planejaram seu desenvolvimento.

8. Desdizer a necessidade de um projeto nacional de desenvolvimento é um grande erro. Entre os que argumentam nessa direção, eu entendo apenas os empresários que temem um grau de intervenção excessivo em suas atividades. A eles, digo o seguinte:

9. Um projeto dessa envergadura só pode dar certo se construído de forma conjunta, com muito estudo e conversa, estimulando a iniciativa privada e o empreendedorismo.

10. E se o setor público tiver uma governança adequada, orientada para o alcance e cobrança de resultados. Não podemos nos esquecer que os serv publ brasileiros são bastante qualificados, mas precisam ser incentivados a alcançar resultados, serem cobrados e recompensados por isso.

domingo, 14 de novembro de 2021

Uma estrela Anã Branca piscando?

Bem, antes de tudo elas piscam. Faz parte do processo as anãs brancas piscarem. A diferença é que elas levam dias, às vezes meses no processo de diminuir sua luminosidade, e não apenas 30 min. Algumas explicações são dadas na busca de explicar o fenômeno, mas a verdade é que os astrônomos que estão estudando a anã branca em questão não têm uma explicação realmente plausível para o fato.

E apesar de muitos acharem que as observações astronômicas não têm significância na terra, essas pessoas estão enganadas. Os processos que movem o universo, as grandes estrelas, buracos negros, quasares, anãs brancas, planetas longínquos, todos são processos físicos, e a mesma física que ocorre lá pode ocorrer também na terra. O entendimento desses processos pode ajudar e facilitar a criação de novas soluções que facilitem nossa vida aqui. Fora que a própria busca por tais respostas ajuda a desenvolver a tecnologia em nosso próprio planeta.

É um trabalho árduo, longo, difícil. Mas já pode tem resultado, que vão desde novas ligas metálicas, novos materiais, ou soluções eletrônicas.

Quanto ao fato de a anã branca piscar, acho que a explicação será mais simples do que a apresentada nas hipóteses iniciais, como por exemplo um planeta passando em frente à estrela.

Estranha Anã Branca flagrada 'ligando e desligando' intriga astrônomos


Em apenas 30 minutos, essa estrela anã branca perde seu brilho - isso nunca foi visto!

Em um novo estudo publicado segunda-feira (18 de outubro) na Nature Astronomy, cientistas detectaram um estranho comportamento de uma estrela usando um satélite caça planetas, que testemunhou quando repentinamente, a estrela Ana Branca TW Pictoris, "se desligou" e depois voltou a brilha

É a primeira vez que os astrônomos veem uma anã branca mudar sua luminosidade ou brilho tão rapidamente, e isso pode ter implicações na forma como entendemos o processo de acreção que é considerado pelos cientistas o material de construção em muitos tipos de objetos celestes.


sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Se as Coreias podem, nós também podemos

A península coreana foi dividida na década de 50, após uma guerra fratricida que levou à criação das Coreias do Sul e do Norte. Com isso já lá se vão quase 70 anos (o armistício foi assinado em 53). Na época foi criada uma zona desmilitarizada, foram trocados prisioneiros, dois países se criaram, mas nunca foi assinado um tratado de paz, embora de vez em quando se fale em negociações nesse sentido.

Agora uma das mais próximas colaboradoras do ditador norte-coreano fez uma declaração nesse sentido num local emblemático: a ONU. Ela cobra a cessação de declarações hostis, o respeito entre as partes, e a boa-fé de ambas as partes, e se propõem a sentar numa mesa de negociações, para que a paz seja finalmente firmada.

Ora, após quase 70 anos de hostilidades, de trocas de acusações, de ameaças, de visões de mundo absurdamente antagônicas, e eles estão se propondo a sentar e conversar.

Nós também podemos fazer isso no Brasil. Mas para isso precisamos parar com as mentiras, precisamos deixar de lado o desrespeito, e é preciso haver boa-fé entre as partes. Igualzinho a Coreia do Norte pede agora à do Sul.


Irmã de Kim Jong-un diz que cimeira entre Coreias é possível com "respeito"

Foi a segunda declaração de Kim Yo-jong sobre as relações entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul em dois dias.

A irmã e assessora do líder da Coreia do Norte, Kim Yo-jong, afirmou num comunicado que uma cimeira entre as duas Coreias poderia ser realizada, mas apenas se houver garantias de "respeito" mútuo e "imparcialidade".

Esta é a segunda declaração importante da irmã e assessora principal de Kim Jong-un nos últimos dias. Na sexta-feira, ela havia apelado a Seul a pôr fim às suas "políticas hostis" para a Coreia do Norte depois de o presidente sul-coreano pedir que seja oficialmente declarado o fim do estado de guerra com Pyongyang.




quarta-feira, 10 de novembro de 2021

PEC do Calote aprovada na Câmara

Sim, foi isso que aconteceu ontem. E é importante ressaltar que aconteceu apesar de o PDT ter revertido os votos que podia, já que alguns já estão virtualmente fora do partido, e aguardam apenas decisões judiciais para largarem a legenda sem a perda de seus cargos. O PSB reverteu apenas um voto. Mas esses 11 votos não foram suficientes para barrar a PEC do Calote.

Mas apesar da derrota dois entes saíram fortalecidos dessa confusão toda, o PDT e Ciro Gomes. O PDT porque atuou como partido, mostrou senso democrático, capacidade de diálogo e de rever posições. Mostrou também que precisa haver mais interlocução de sua liderança na Câmara com a direção do partido, e decisões dessa importância precisam ser previamente orientadas.

Já Ciro mostrou que tem condições de liderar, de reverter posições com sua posição firme e que não se deixa levar por discursos baratos de auxílio aos pobres, onde essa condição é apenas uma desculpa para justificar enormes desvios de conduta e de recursos, inclusive sem nenhum tipo de controle ou consulta à sociedade.

A votação, apesar da derrota, não mostrou uma tratorada, como alguns esperavam. Os 323 votos a favor do confisco irresponsável e inconstitucional de recursos privados, muitos até mesmo de trabalhadores, mostra apenas a total falta de empatia e responsabilidade com o respeito a normas, leis, e direitos.

A luta agora vai para o Senado. Esperamos reverter essa derrota, naquela em que se espera seja a casa do bom senso. Mas se isso não bastar, choverão ações no STF, porque o que essa PEC faz é dizer que as decisões da Justiça não valem mais.



terça-feira, 9 de novembro de 2021

O Pacto de Esquerda Ruiu em Portugal?

A recusa do Congresso português em aprovar o orçamento enviado pelo Governo liderado pelo Socialista Antônio Costa abriu uma crise séria e ansiosamente esperada pelos setores mais conservadores das sociedades portuguesa e européia. O estremecimento do chamado "pacto de esquerda", ou geringonça como ficou popularmente conhecido, é algo que está longe de ser favas contadas, mas é verdade que está seriamente estremecida.

Isso porque o PS (Partido Socialista), que está há 6 anos com Antônio Costa como Primeiro Ministro, e segue tendo a maior bancada na Assembléia da República, resolveu que ele é quem dita todas as regras, e o acordo de esquerda acabou fragilizado e na iminência da ruptura atual. O resultado foi que o Presidente Marcelo Rebelo acabou por chamar as consultas legalmente exigidas, e deve convocar novas eleições parlamentares no seguimento das mesmas. Com isso não só hegemonia do PS está ameaçada, como também a cadeira de Antônio Costa, que pode ser substituído pelo novo parlamento que se formará.

A crise começou porque o orçamento enviado pelo Governo à Assembléia um orçamento que não contemplaria os acordos que garantiam a sobrevivência da geringonça. Na sequência o orçamento não foi aprovado, o que levou a atual crise. Na sequência o PS espera recuperar as 8 cadeiras que perdeu nas últimas eleições com um discurso de traição dos outros partidos que compõem a geringonça, o Bloco de Esquerda, o PCP e os Verdes esperam crescer com o discurso de traição do PS. Enquanto isso a direita vive uma crise, com seu principal partido, o PSD em discussões internas.

Mas tudo isso são discussões políticas, que têm mais a ver com os partidos e as movimentações de bastidores, mas quem dará as cadeiras no parlamento, e um possível controle do Governo português são os eleitores, e na última eleição vimos um avanço da centro-direita no país. Talvez por conta das guinadas dadas pelo PS no Governo, talvez devido ao não entendimento das necessidades de combate à Pandemia, por cansaço do sistema, ou por tudo isso junto.

Mas fato é que Portugal, assim como a grande maioria dos países do mundo, vem enfrentando necessidades de mudanças de rumo. A pandemia veio acentuar, ou talvez acelerar essas necessidades.

Algo que acontece no Brasil também. E nem o atual, nem o passado relativamente recente têm as respostas aos anseios da população. É hora de buscarmos outras vias, outras ideias, outras soluções.



Imprensa europeia noticia o "esperado" fim do pacto da esquerda em Portugal

Embora sem dar grande destaque, maioria da imprensa europeia não passou ao lado do chumbo do Orçamento do Estado que abriu uma crise política em Portugal.


O chumbo do Orçamento do Estado surge sem grande destaque nas principais páginas das edições digitais da imprensa europeia que encara a situação como o fim do "frágil" entendimento da esquerda portuguesa.

A edição digital do jornal espanhol ABC refere que assuntos como a crise do Novo Banco e na TAP Air Portugal, "com milhões de ajudas do Estado" aumentaram a "brecha" entre o Bloco de Esquerda e os comunistas (PCP), que "não deram o braço a torcer".

O artigo do ABC refere ainda que o regime de contratações, "em especial no que diz respeito aos jovens" e à precariedade, assim como a larga "carreira contributiva que se continua a exigir aos portugueses" decidiram que os "correligionários" de Pablo Iglesias (fundador do partido espanhol Podemos e ex-vice-primeiro-ministro espanhol) e Yolanda Díaz (atual líder do Podemos) não apoiassem as intenções dos socialistas.



segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Ótimo artigo de Ciro Gomes

Ciro Gomes responde Arminio Fraga, exatamente no mesmo canal onde o economista do tripé macroeconômico se expressou: a Folha de São Paulo. Como não sou mais assinante da Folha, então consegui o artigo de Ciro abaixo por outro meio, e parte do artigo de Armindo Fraga no 247. E vale a pena dar uma olhada direta nos dois artigos, mas eu vou tentar resumir os dois nesta postagem.

Vamos lá, Armindo Fraga começa com um truísmo, de que a principal tarefa é manter a inflação sob controle. Primeiro que a principal tarefa de um BC é dada pela diretriz de economia política que a sociedade pactua. Temos outros BCs cuja principal tarefa não é exatamente essa, ou essa está atrelada a condicionantes.

Em seguida Fraga dá exemplos de inflação (demanda, choque de oferta, etc.), mas não atenta que a principal causa de nossa inflação é de custos. Sim, custos, originário principalmente da alta do dólar, numa economia exageradamente dolarizada como a nossa. 

Na sequência ele explica como se utiliza a taxa de juros (Selic no Brasil) para combater a inflação, ou simplesmente esperar que a inflação volte lentamente a sua meta. Conclui falando das mazelas que, tanto a elevação da juros, e consequentemente da dívida pública, assim como do aumento descontrolado da inflação. Ambas as situações levam ao descrédito na economia, retração de investimentos, e possível descontrole da própria inflação.

Estamos numa encruzilhada entre choque de oferta e aumento da dívida pública, e a combinação de ambas E é aqui que Ciro Gomes entra em sua crítica a Fraga, porque segundo o próprio Ciro, o economista do tripé detectou o problema, apontou a causa, mas se recusa a enxergar que a solução passa pela mudança do paradigma econômico.

O texto de Ciro está abaixo, mas o que Ciro mostra é que aquilo que Fraga diz ser a salvação da economia brasileira tem dois vieses principais. O primeiro é conseguir o equilíbrio fiscal, e isso é ponto quase que pacífico em todas as correntes. Porque não há como fazer um país crescer de forma sustentável sem o tão propalado equilíbrio fiscal.

E é aqui que Ciro diverge de Fraga, já que o economista quer, e insiste em buscar o ajuste fiscal apenas pelo lado do aperto de cinto, ou seja, diminuição de despesas, corte de salários, redução de investimentos, enquanto Ciro deixa clara sua posição na afirmação: "...não é admissível que a forma de conseguir equilíbrio fiscal seja proibir o país de crescer, como prega o atual modelo." Porque o atual modelo justamente alimenta os desequilíbrios que vemos ciclicamente na economia brasileira.

Então precisamos trocar o modelo. Ajuste fiscal não é finalidade, como defendem o "Deus Mercado", e seus economistas de momento, mas meio. Além disso não pode ser usado de forma a que mate a economia por outro lado. Se a inflação, o aumento exponencial da dívida, a diminuição da produção, tudo isso faz com que a economia padeça de estagnação ou até recessão, o remédio para evitar isso não pode ser aquele que aumentará esses sintomas. 

E é justamente o que o tripé macro-econômico tem feito durante todo esse tempo. Agora é mais nítido, já que nossa economia está mais fragilizada, mais vulnerável ao câmbio e à produção externa, mas até isso é devido ao paradigma errado de controle da inflação a qualquer custo.

Porque o custo social de não se ter emprego e renda alguma é o que ele tem gerado.

A rede está furada

NONE OCTOBER 15, 2021

Com uma metáfora de pescaria ("Banco Central age como se estivesse pescando com uma linha fina", 31/10), o sempre elegante economista Arminio Fraga fez, em sua coluna na Folha, uma análise sobre as dificuldades da economia brasileira.

A qualidade de forma e a massa de informações do texto, contudo, não conseguem esconder que ele não acredita mais cegamente no modelo que defende e que ajudou a aplicar. Para não perder a metáfora piscosa, e apoiado nas entrelinhas do seu texto, eu mudaria o título do seu artigo para "A rede está furada".

...

Concordo que a chave para mudarmos os desequilíbrios da economia passa pela construção de um arcabouço fiscal sustentável no tempo. Fluxo, mas especialmente estoque, como enfatiza Arminio. Mas não é admissível que a forma de conseguir equilíbrio fiscal seja proibir o país de crescer, como prega o atual modelo.

domingo, 7 de novembro de 2021

Planeta de outra galáxia

Engraçado que ontem mesmo eu compatilhei essa foto aí embaixo. Ela foi divulgada no Facebook por Ned Oliveira, e mostra uma foto do espaço profundo, tirada pelo telescópio espacial Herschel. Nela vemos incontáveis galáxias (cada pontinho é uma galáxia), e cada galáxia dessas tem bilhões de estrelas. Para termos ideia, a Pequena Núvem de Magalhães (galáxia anã próxima a Via Láctea) tem centenas de milhões de estrelas. Imaginem a quantidade de estrelas que temos nessa foto aí embaixo.

Na Via Láctea já foram descobertos milhares de planetas, alguns considerados como sendo bem parecidos com a Terra, e outros considerados até melhores do que a Terra quando se considera a possibilidade de abrigar a vida. Pois bem, agora os astrônomos descobriram o que parece ser o primeiro planeta fora de nossa própria galáxia.

Quantas "Terras" não temos nessa imagem?




O primeiro planeta fora da Via Láctea pode ter sido encontrado!


Um exoplaneta que orbita uma outra galáxia parece ter sido detectado pelos astrônomos pela primeira vez!

Os sinais de um planeta transitando por uma estrela fora da Via Láctea podem ter sido detectados pela primeira vez. Este resultado intrigante, usando o Observatório de raios-x, Chandra da NASA, abre uma nova janela para a busca de exoplanetas a distâncias maiores do que nunca!

possível exoplaneta candidato está localizado na galáxia espiral Messier 51 (M51), também chamada de Galáxia do Rodamoinho por conta de seu formato.


sábado, 6 de novembro de 2021

Epica-The Phantom Agony

Grande música do Epica. The Phanton Agony tem excelentes vocais com destaque para Simone Simons, e excelente arranjos vocais e instrumentais. 


sexta-feira, 5 de novembro de 2021

PEC dos Precatórios e Ciro Gomes ameaça não se candidatar

A famigerada PEC dos Precatórios foi aprovada em primeira votação na Câmara dos Deputados. Por si só a PEC, a meu ver, é inconstitucional, mas esse é um dos problemas da mesma, porque politicamente se criou um grande problema, principalmente para o PDT e Ciro Gomes.

Explico: a PEC precisava de 308 votos para ser aprovada, e de seus 24 votos, o PDT de Ciro Gomes deu 15 pela aprovação. Só com isso já se teria barrado esse absurdo, já que existem muitos outros caminhos para se garantir os R$400 que o Governo Bolsonaro quer dar de Bolsa Brasil (o novo Bolsa Família). O PSB também deu outros 10 votos. 

Entendam, o projeto é tão absurdo, que nem mesmo o Novo e o Podemos, partidos que têm votado em peso pelo governo, votaram a favor da PEC de forma unânime.

O resultado disso é que Ciro soltou a nota abaixo. A daí eu tirei do perfil de Ciro Gomes no Telegram, mas vi a mesma nota no Facebook, Twitter, e deve estar em outras redes sociais usadas pelo partido também.

E Ciro colocou sua pré-canditatura em suspenso por um motivo muito simples de entender e fácil de aceitar. Ciro quer assumir a Presidência da República com o intuito de mudar o padrão da política no Brasil, de mudar a forma como se resolvem as coisas no país. Se ele não pode contar nem mesmo com a bancada de seu partido para fazer a coisa certa, o que ele vai fazer na Presidência da República. Ele não tem nenhuma vontade de ficar administrando esse monte de negociatas imundas, que se preocupam apenas com interesses pessoais, e em nenhum momento com as necessidades do povo, ou com as regras colocadas por esse mesmo modelo político.

A posição de Ciro está correta. E se o PDT (o PSB também) não entender isso, então eles não têm motivo de existirem. Para agir desse jeito já existem muitos partidos, não precisamos que aqueles que dizem defender a decência e o povo atuem exatamente como aqueles que só atuam em prol dos próprios interesses.

Quanto a posição desses Deputados, ou eles mudam no segundo turno, ou cometerão um erro enorme em suas carreiras políticas.


Há momentos em que a vida nos traz surpresas fortemente negativas e nos coloca graves desafios. 

É o que sinto, neste momento, ao deparar-me com a decisão de parte substantiva da bancada do PDT de apoiar a famigerada PEC dos Precatórios.

A mim só me resta um caminho: deixar a minha pré-candidatura em suspenso até que a bancada do meu partido reavalie sua posição. 

Temos um instrumento definitivo nas mãos, que é a votação em segundo turno, para  reverter a decisão e voltarmos ao rumo certo.

Não podemos compactuar com a farsa e os erros bolsonaristas. 

Justiça social e defesa dos mais pobres não podem ser confundidas com corrupção, clientelismo grosseiro, erros administrativos graves, desvios de verbas, calotes, quebra de contratos e com abalos ao arcabouço constitucional.


quinta-feira, 4 de novembro de 2021

CIRO GAMES #7 | 19/10/21 com Heloísa Helena e Carol Pardini

Interessante a participação de Carol Pardini, que debateu o papel e importância da divulgação da Cultura na Coréia do Sul, e uma excelente participação de Heloísa Helena falando sobre pandemia, política e as inconsistências entre discurso e entrega da política nacional.

Para mim o melhor Ciro Games até agora.

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Lula oscila para baixo, e Bolsonaro se mantém?

Vamos lá, antes de tudo temos que ter muita ressalva quanto ao altor do artigo abaixo, o jornalista de ultra-direita Diogo Mainardi, aquele que já protagonizou algumas cenas patéticas, como por exemplo pedir de joelhos por uma prova contra Lula, Também acho desnecessário dizer que tenho divergências inconciliáveis com o jornalista, mas o artigo dele mostra algo que outras pesquisas também já vêm mostrando, e que era esperado por vários analistas.

Mas como Ciro Gomes vive dizendo, pesquisa é retrato, e mesmo assim impreciso, do momento, enquanto a vida, uma eleição, é um filme, em eterno movimento, e que muda dia a dia. Lula apesenta queda nesse momento, Bolsonaro apresenta estabilidade, mas as próximas pesquisas podem mostrar momentos diferentes, o que indica tendências.

A presença de Moro, mais uma vez, como candidato a presidente em algumas pesquisas deu uma mexida na chamada "terceira via". Mas Moro não tem como se lançar como candidato competitivo à Presidência, e deverá se lançar mesmo é ao Senado.

De qualquer forma, ainda a cerca de um ano das eleições, as pesquisas vão mostrando os ânimos do momento, vão mostrando as tendências do eleitorado, e vão mostrando acertos e erros dos pré-candidatos no contato com o eleitorado.

Nada está definido, e muito irá mudar até lá.

Mas uma coisa eu realmente acredito: Lula não terá a vida fácil que muitos acreditam. E me parece que ele mesmo já está percebendo isso. Muito porque volta a cometer os mesmos erros que nos trouxeram a esse momento, muito porque não entendeu que o mundo mudou, e que mesmo seus acertos hoje não serão mais eficazes.

O tombo de Lula

O pesquisador Mauricio Moura confirmou o tombo de Lula.

Entre setembro e outubro, a parcela do eleitorado que respondeu não votar nele de jeito nenhum pulou de 35% para 42%, e o percentual daqueles que o avaliam negativamente subiu de 41% para 48%.



terça-feira, 2 de novembro de 2021

G20 marcado por protestos

Como sempre a reunião dos 20 países mais ricos do mundo foi marcada por uma série de protestos. Para mim o mais importante deles está abaixo, e foi o posicionamento oficial do Presidente da Argentina, Alberto Fernández, contra o rentismo, que segue tendo papel importantíssimo no mundo.

O posicionamento de Fernández vem se tornando dominante no planeta, e está cada vez mais presente nas altas esferas do poder mundial, já se refletindo inclusive em alguns estudos do Banco Mundial e do FMI. Também tem chegado aos governos, que começam a rever políticas neoliberais, e a abraçarem políticas desenvolvimentistas. Uma hora isso seria dito de forma clara em seus encontros.

E esse protesto é importantíssimo para todo o mundo, incluindo o Brasil.

Mas e o outro protesto?

O outro foi a execração que Bolsonaro recebeu em terras italianas, seja na vila natal de seus ancestrais, seja em Pádua, região onde tanto o prefeito, quanto alguns frades se recusaram a receber o Presidente brasileiro. Na vila natal de seus ancestrais Anguillara Veneta, a prefeita populista de direita, Alessandra Buoso, resolver dar a cidadania honorária a Bolsonaro. Isso gerou protestos, tendo inclusive a prefeitura sido alvo de fezes e pixações. Na pequena cidade os frades locais também disseram que não receberiam Bolsonaro, e se ele quisesse mostrar sua devoção ao Santo que dá nome à igreja administrada por eles, o Presidente teria que fazê-lo como um cidadão comum.

Já na região ampliada, que é Pádua, o prefeito se recusou a receber o mandatário brasileiro.

Isso é importantíssimo, porque deixa clara uma mudança de comportamento dos grupos ativistas, que tradicionalmente protestam contra os mandatários norte-americanos, mudaram seu foco para o mandatário de um país relativamente secundário nas decisões mais importantes do cenário internacional. Claro que as desastrosas política e postura ambiental adotadas pelo (des)Governo Bolsonaro são primordiais nessa mudança, mas também muito importantes são suas posturas quanto a temas atuais sensíveis, como o combate ao Coronavírus, relações com as minorias sociais, e mesmo suas relações com outros atores da política internacional.

Para coroar essa posição, Bolsonaro ainda foi escanteado pelos líderes de outros países, e nas poucas vezes em que foi aceito em rodas de conversas, aproveitou para contar suas mentiras e divulgar suas deturpações da realidade. Mas mesmo nessas raras ocasiões a atenção que recebeu foi pouca e curta. A falta de compostura, de respeito, e de conhecimento cobram seu preço.

Mas depois de passada a desventura Bolsonaro, o Brasil precisará perceber se os estragos efetivamente se estenderam ao país como um todo, ou se ficarão restritas ao (des)Governo e aos atores preponderantes desse nosso intenso, ainda que curto, período de trevas profundas. Porque nem o Governo Militar dos 21 anos de ditadura foi tão danoso e irresponsável quanto esse.

‘Levanto a minha voz contra os que submeteram o capitalismo à especulação financeira’, diz Fernández no G20

 por CARTACAPITAL 30 DE OUTUBRO DE 2021 - 14:46

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, criticou neste sábado 30 o governo de seu antecessor, o neoliberal Mauricio Macri, pelo endividamento contraído com o Fundo Monetário Nacional. Fernández participou da cúpula do G20, em Roma, na Itália.

“Não há inocentes nesta história. Aqueles que se endividaram sem lidar com as consequências desastrosas são tão responsáveis ​​quanto aqueles que deram os recursos para financiar a fuga de divisas em uma economia desequilibrada”, disparou o argentino.