O Estadão fez uma entrevista muito interessante com Marcello Britto. O engenheiro de alimentos é presidente da Associação Brasileira do Agronegócio e mostrou que nem mesmo em suas principais bases o atual Presidente mantém sua força. Essa situação se espalha por outros setores econômicos e sociais, incluindo as Forças Armadas.
Essa situação ocorre porque muitos conseguem ver agora que não há como se fazer uma sociedade a médio e longo prazos sem que haja respeito e bom senso nos relacionamentos internos e externos. E isso é o que mais falta no (des)Governo Bolsonaro, incluindo seu trato com aqueles que apoiam o próprio (des)Governo, que ao menor sinal de risco ao mandatário maior ou a seus filhos, ou mesmo pequenas divergências, são rapidamente jogados aos leões.
Mas isso não significa que a situação esteja definida. Há alguns meses eu fiz um post dizendo que estavam cometendo um erro enorme. Sim, porque Bolsonaro estava extremamente fragilizado, e perdeu-se a oportunidade de tirá-lo (com toda a Justiça) do poder por interesses mesquinhos de uma minoria política, empresarial, e das castas que se apossaram do Estado Brasileiro.
Mais do que o Governo, o Brasil precisa recuperar seu Estado, que não pode estar a serviço único e exclusivo de uma minoria, que obtém enormes benesses político-financeiras, se posicionam acima das Leis e da Constituição, e vêm dilapidando o país, suas instituições, estruturas e o tecido social que o tornam uma Nação.
E para isso é preciso conversar, mas também é preciso mudar. Não dá para seguirmos com as mesmas práticas danosas que nos trouxeram à situação atual. Não adianta voltarmos às práticas pré-Bolsonaro, porque foram elas que criaram Bolsonaro. Precisamos buscar novos caminhos, do contrário estaremos apenas gestando um novo período de desmandos e desespero.
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