terça-feira, 9 de novembro de 2021

O Pacto de Esquerda Ruiu em Portugal?

A recusa do Congresso português em aprovar o orçamento enviado pelo Governo liderado pelo Socialista Antônio Costa abriu uma crise séria e ansiosamente esperada pelos setores mais conservadores das sociedades portuguesa e européia. O estremecimento do chamado "pacto de esquerda", ou geringonça como ficou popularmente conhecido, é algo que está longe de ser favas contadas, mas é verdade que está seriamente estremecida.

Isso porque o PS (Partido Socialista), que está há 6 anos com Antônio Costa como Primeiro Ministro, e segue tendo a maior bancada na Assembléia da República, resolveu que ele é quem dita todas as regras, e o acordo de esquerda acabou fragilizado e na iminência da ruptura atual. O resultado foi que o Presidente Marcelo Rebelo acabou por chamar as consultas legalmente exigidas, e deve convocar novas eleições parlamentares no seguimento das mesmas. Com isso não só hegemonia do PS está ameaçada, como também a cadeira de Antônio Costa, que pode ser substituído pelo novo parlamento que se formará.

A crise começou porque o orçamento enviado pelo Governo à Assembléia um orçamento que não contemplaria os acordos que garantiam a sobrevivência da geringonça. Na sequência o orçamento não foi aprovado, o que levou a atual crise. Na sequência o PS espera recuperar as 8 cadeiras que perdeu nas últimas eleições com um discurso de traição dos outros partidos que compõem a geringonça, o Bloco de Esquerda, o PCP e os Verdes esperam crescer com o discurso de traição do PS. Enquanto isso a direita vive uma crise, com seu principal partido, o PSD em discussões internas.

Mas tudo isso são discussões políticas, que têm mais a ver com os partidos e as movimentações de bastidores, mas quem dará as cadeiras no parlamento, e um possível controle do Governo português são os eleitores, e na última eleição vimos um avanço da centro-direita no país. Talvez por conta das guinadas dadas pelo PS no Governo, talvez devido ao não entendimento das necessidades de combate à Pandemia, por cansaço do sistema, ou por tudo isso junto.

Mas fato é que Portugal, assim como a grande maioria dos países do mundo, vem enfrentando necessidades de mudanças de rumo. A pandemia veio acentuar, ou talvez acelerar essas necessidades.

Algo que acontece no Brasil também. E nem o atual, nem o passado relativamente recente têm as respostas aos anseios da população. É hora de buscarmos outras vias, outras ideias, outras soluções.



Imprensa europeia noticia o "esperado" fim do pacto da esquerda em Portugal

Embora sem dar grande destaque, maioria da imprensa europeia não passou ao lado do chumbo do Orçamento do Estado que abriu uma crise política em Portugal.


O chumbo do Orçamento do Estado surge sem grande destaque nas principais páginas das edições digitais da imprensa europeia que encara a situação como o fim do "frágil" entendimento da esquerda portuguesa.

A edição digital do jornal espanhol ABC refere que assuntos como a crise do Novo Banco e na TAP Air Portugal, "com milhões de ajudas do Estado" aumentaram a "brecha" entre o Bloco de Esquerda e os comunistas (PCP), que "não deram o braço a torcer".

O artigo do ABC refere ainda que o regime de contratações, "em especial no que diz respeito aos jovens" e à precariedade, assim como a larga "carreira contributiva que se continua a exigir aos portugueses" decidiram que os "correligionários" de Pablo Iglesias (fundador do partido espanhol Podemos e ex-vice-primeiro-ministro espanhol) e Yolanda Díaz (atual líder do Podemos) não apoiassem as intenções dos socialistas.



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