segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

União Europeia diverge de membros

A presidenta da União Europeia, Ursula von der Leyen, fez um discurso bastante duro contra a Rússia, que incluiu amaças de retrocesso no desenvolvimento russo, e de boicotes econômicos e tecnológicos. Ao mesmo tempo assegurou um aumento da diversidade de origem das fontes de energia para o continente, o que aumentaria a segurança energética europeia, já que o Velho Continente é extremamente deficitário nesse quesito, e hoje parte substancial dessa região depende fortemente do gás russo.

Bem, mas apesar da dureza da presidenta da União Europeia, parece que ela esqueceu de combinar o tom com seus dois principais membros, a Alemanha e a França. O presidente francês esteve em Moscou recentemente e afirmou que entendia as demandas russas e ainda que busca um entendimento entre os ocidentais e os russos que garantissem normas de relacionamento que garantissem a segurança e deixem claras essas regras de coabitação.

Já o chanceler alemão Olaf Scholz, apesar de ter dado uma declaração mais incisiva contra os russos após reunião com o presidente americano Joe Biden, mudou o tom quando chegou a Moscou e ficou num meio termo entre melhorar as relações com os russos e evitar uma invasão da Ucrânia.

E claro, tudo isso pode estar sendo combinado, e enquanto von der Leyen faz o papel do policial malvadão e durão, os líderes dos principais países da União Europeia fazem o papel dos policiais bonzinhos, que querem uma solução pacífica e boa para todos.

De qualquer forma uma das declarações da presidenta von der Leyen é corretíssima, e a Europa deve sim diversificar suas fontes e fornecedores de energia, já que esse é o grande calcanhar de aquiles de um continente que consome enormes quantidades de energia, e que não produz o suficiente para seu próprio consumo.

Por outro lado, uma guerra, mesmo que não se espalhe pelo continente e pelo mundo, não interessa a ninguém, porque seria uma guerra fadada a não ter vencedor.

Os últimos movimentos dão conta de que uma solução pacífica será alcançada, e talvez até mesmo a recrudescência dos embates entre separatistas russos e o exército ucraniano podem fazer parte desse pacote de paz. 

Geopolítica é um jogo de xadrez de altíssimo nível, onde muitas vezes os embates deixam as mesas de negociação e alcançam o campo de batalha. Esperamos que essa partida termine logo e os ânimos se acalmem.


Von der Leyen avisa que agressão custará "um futuro próspero" à Rússia

Presidente da Comissão Europeia anunciou que está a ser preparado um "robusto" pacote de sanções contra a Rússia se Vladimir Putin concretizar a invasão da Ucrânia.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, alertou hoje o Kremlin de que um ataque à Ucrânia custará à Rússia "um futuro próspero" e acusou Moscovo de tentar "minar" a arquitetura de segurança europeia.


"O perigoso pensamento do Kremlin, procedente de um obscuro passado, pode custar à Rússia um futuro próspero", avisou a dirigente europeia, na sua intervenção na Conferência de Segurança de Munique, na qual anunciou os preparativos de um "robusto" pacote de sanções contra a Rússia se concretizar a invasão da Ucrânia.

Sem entrar em pormenores, referiu um "robusto pacote de sanções económicas e tecnologia de última geração" cuja aplicação poderá representar "um custo alto e graves consequências para os interesses económicos de Moscovo".

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