Monark até agora foi o mais e mais seriamente afetado pelas posições idiotas assumidas durante seu programa de segunda-feira, mas não ele não foi o único a assumir tais posições, e nem foi o único a ser atingido. O Deputado Federal Kim Kataguiri também defendeu as posições de Monark, defendeu a liberação de um partido nazista, e não defendeu isso apenas para a Alemanha. Eu vou tentar fazer aqui o que Tábata Amaral não conseguiu: explicar porque a posição dos dois é errada.
As ideias, apesar de estarem no mundo do abstrato, não existem e aparecem para estarem apenas nesse abstrato, mas para se tornarem hegemônicas, basearem ações e serem aplicadas na prática, de preferência em sua integralidade.
E é por isso que podemos falar e debater determinadas ideias, mas não podemos aceitar que essas ideias se expressem efetivamente na vida real. A criação de um partido é a expressão de ideias na vida real, porque um partido é a união de pessoas que comungam das mesmas ideias, que buscarão mais adeptos às suas ideias e com isso atingirem o poder, o que possibilitaria a eles exercerem suas ideias na plenitude. Se essas ideias pregarem a eliminação física (matar) daquilo que eles consideram diferente ou não gostem, então defender o exercício prático dessas ideias é um crime.
A diferença entre o Nazismo para outras ideologias é que os discípulos de Hitler defendem a morte ode todos que sejam diferente deles. No caso alemão foram judeus, mas em outros lugares podem ser negros, índios, mulheres, homens, velhos, jovens, imigrante, etc.
Isso não significa que essas ideias morrerão, e é mais que óbvio que em todos os lugares do mundo existem idiotas que sempre pensarão assim, mas quando se permite que eles se juntem legalmente em associações que pregarão essas ideias impunemente, que eles disputem o poder, que eles exerçam o poder é você aceitar o crime máximo (o assassinato) como algo aceitável, bastando para isso você ser hegemônico politicamente.
E lembrando que historicamente a diferença sempre foi a desculpa para que se cometessem os maiores absurdos. Invasões de países, genocídios, escravidão, etc, todos esses crimes que hoje são execrados pelas sociedades modernas foram baseados nas diferenças entre as culturas ou o físicas dos indivíduos.
A vida não é uma conversa entre bêbados na mesa de um bar, partidos políticos não buscam apenas o reconhecimento abstrato de que suas ideias são melhores que a dos outros, eles buscam alcançar o poder para poder colocar essas ideias em prática. Por isso essas ideias não podem incluir o ódio cego e insano ao diferente.
E é por isso que Kim Kataguiri também recai no crime quando defende o direito de se criar um partido nazista. O nazismo não começou sua trajetória matando ninguém, isso foi aos poucos. Foi tirando um direito aqui, outro ali, intensificando o discurso de ódio, tudo o que se tenta fazer no Brasil atual, mas foi só questão de conseguir se estabelecer plenamente no poder para começar.
Kim Kataguiri diz que não aceita e repudia essas ideias, mas em 2018 apoiou um candidato que pregava contra negros, contra índios, contra mulheres, gays, etc. Ele, um cara que diz ter estudado, que vira e mexe cita algum filósofo, se ele não viu isso, imaginem se esse pessoal pudesse agir livre e legalmente?
Eleito deputado federal, Kim Kataguiri declara "voto útil" em Bolsonaro
Bibiana Bolson Colaboração para o UOL07/10/201822h49
Quarto candidato mais votado no estado de São Paulo, Kim Kataguiri (DEM), cofundador do Movimento Brasil Livre (MBL), foi eleito deputado federal com mais de 400 mil votos (cerca de 2,21% do total de votos válidos). "É uma responsabilidade muito grande, são muitas pessoas votando em mim. E nesse momento difícil que o Brasil passa, faz com que a responsabilidade seja ainda maior",
Kataguiri também falou sobre o segundo turno das eleições presidenciais entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). "Voto no Bolsonaro, mas é voto útil. Não é o cenário ideal, existem pessoas mais preparadas, mas infelizmente é o que a gente tem", afirmou. Sobre Haddad, ele classificou uma possível chegada do Partido dos Trabalhadores ao Planalto como "uma ameaça à democracia". "Não dá para gente arriscar ter o programa do Haddad, um cenário de totalitarismo assustador.".
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