quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Os novos rumos da Fiesp

Josué Gomes da Silva, novo presidente da Fiesp, vem mudando os rumos da principal organização de industriais paulistas, e dizem alguns, do país. O líder empresarial está a frente da Coteminas desde os anos 90, se candidatou ao Senado por Mina em 2018, e agora assumiu a Fiesp para um mandato de 3 anos.

E Josué chegou com ganas de mudar os rumos da Fiesp.

Sim, a entidade que nas últimas duas décadas se rendeu ao neoliberalismo, que se aliou ao que existe de mais retrógrado e atrasado na conjuntura político-econômica do país, que defendeu as políticas "criminosas" de juros praticadas pelo Brasil, pois bem, essa entidade agora volta a cobrar taxas de juros compatíveis com o investimento produtivo, incentivos ao setor industrial, a iniciativa privada.

Mas o principal é o eterno pedido por menos impostos para as indústrias.

Bem, só temos um candidato que defende esse ponto. Defende também menos impostos para o comércio. Só que isso será compensado por aumento da carga tributária sobre as pessoas físicas, principalmente aquelas que hoje estão absurdamente isentas de impostos: os milionários e bilionários. 

Se for essa a ideia de Josué Gomes, estamos em linha, mas se for simplesmente diminuir impostos para aumentar ainda mais os lucros que já não são tributados, então sou totalmente contrário. Isso porque em qualquer lugar do mundo os dois maiores indutores do crescimento são o consumo das famílias e os investimentos estatais. O consumo das famílias vem de emprego e renda, o estatal vem de impostos. 

No Brasil ambos estão absurdamente deprimidos, e é por isso que não vemos investimentos privados, já que nem povo nem governo estão consumindo por absoluta falta de recursos.

A questão dos impostos é fundamental, para que tanto a capacidade do povo de consumir, quanto do governo de investir sejam reestruturados, e poderem voltar a atrair os investimentos privados.

Sobre Estado ser ou não empresário, depende muito da área, porque algumas são por demais sensíveis para que as decisões fiquem a cargo apenas dos interesses do lucro de um pequeno grupo. Além do mais o Brasil precisa de investimento em pesquisa de ponta, de alta tecnologia, algo que o setor privado não faz, já que os riscos de fracasso são grandes. Então esses são setores que devem estar a cargo do Estado.

De resto invistam. Vamos criar novas industrias, de preferência de alta tecnologia, e não as maquilas que temos instaladas no país, e que muitos, erroneamente, acham que estamos dominando essas tecnologias. Pois é, não estamos, mas precisamos dominá-las, e logo.




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