Um pronunciamento desastroso de Bolsonaro no último dia 24 de março, quando falou as maiores atrocidades, deturpou, soltou seus achismos e soluções de boteco a torto e a direito, quando chegou mesmo a mentir, e que foi sucedido pelos costumeiros ataques baixos e irresponsáveis contra políticos e imprensa, que considera oposição ou ameaça. Nessa oportunidade ao menos o Presidente foi claro, em sua leitura do teleprompter de menino de 3ª Série do Ensino Fundamental não deixou margens a dúvidas de suas intenções, e muito menos deixou de demonstrar sua total falta de bom senso e de respeito ao conhecimento científico, e ao povo.
Após uma série de críticas duras, de ampliação de seu isolamento, de mais uma série de crimes e desrespeito a decisões judiciais e de total desprezo à vida do brasileiro mais simples, Bolsonaro voltou a se dirigir ao país em rede nacional. Como a data desta segunda manifestação foi o historicamente desastroso 31/03, muitos acharam que Bolsonaro iria enaltecer o Golpe Militar de 1964, que quebrou a Constituição e as Leis vigentes à época, e que mergulhou o país em 21 anos de ditadura.
Ledo engano.
A verdade é que Bolsonaro usou um tom menos agressivo, passou de ano, porque leu como um menino da 4ª Série do Fundamental, mas não deu nenhuma diretiva clara, salvo algumas ações executadas pelo Exército, e algumas ordens dadas às Forças Armadas. E apesar do tom menos belicoso, que em alguns momentos chegou próximo a empatia e a preocupação com os menos favorecidos, mas em nenhum momento disse qual seriam as ações que deveriam ser coordenadas e conjuntas, embora tenha voltado a divulgar algumas mentiras, e a se apegar em hipóteses sem nenhuma comprovação de eficácia. Também voltou a deturpar a fala do Secretário Geral da OMS, Tedros Adhanom, algo que já havia feito durante o dia. Ou seja, o que o pronunciamento mostrava era apenas uma diminuição no tom de confronto, mas em nenhum momento uma busca por real organização das ações. Realmente não entendi tanta euforia pela "mudança" de Bolsonaro.
Esse pronunciamento foi no dia 31/03 à noite.
Na manhã do dia 01/04 Bolsonaro voltou às velhas e irresponsáveis práticas. Pela manhã divulgou video mentiroso, que falava em desabastecimento de Belo Horizonte, à tarde voltou a pedir a jovens que ignorassem a pandemia e voltassem ao trabalho, à noite sancionou o auxílio aprovado no Congresso, mas vetou artigos importantes para facilitar seu pagamento. Na manhã do dia 02/04 voltou a divulgar vídeo irresponsável, criminoso, e que contém ameaças à democracia. Ou seja, Bolsonaro não mudou nada, não está disposto a negociar nada, e quer impor o interesse de uma pequeníssima elite, sem se importar absolutamente nada com a sorte do povo brasileiro, e segue ameaçando a sociedade com a hipótese de um golpe.
Isso se cristaliza quando seu Posto Ipiranga tenta chantagear o Congresso a aprovar uma "PEC emergencial", algo absolutamente desnecessário, porque já estamos em Estado de Calamidade Pública, e a própria PEC do Teto de Gastos (PEC do Fim do Mundo) autoriza ultrapassar esse teto em caso de calamidade. Alem disso, já há autorização do STF para esses gastos sociais, e qualquer ação nesse sentido tem todo o amparo legal. Ou seja Guedes apenas protela o pagamento, enquanto destina irresponsavelmente enormes somas para atender os interesses do setor financeiro, essa sem nenhuma restrição ou pré-aprovação do Congresso.
Resumindo, o pior governo que o Brasil teve nos últimos 50 anos não age porque não quer, por amarras ideológicas, por irresponsabilidade e para tentar tirar proveito da situação de penúria que assoma o país, para garantir ainda mais privilégios à uma pequeníssima elite que não necessita deles, e para expropriar ainda mais a população. Segue cometendo crimes, e mostrando que não tem absolutamente nenhum espírito público.
É preciso que os outros poderes deem um fim nisso urgentemente, porque o país não resistirá a mais 3 anos e 9 meses de tantos desmandos, e de uma interminável crise política.
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