Desde o final do ano passado a crise europeia vem colocando em cheque a economia mundial, mas além de uma série de reuniões e da abertura das torneiras de alguns bancos centrais, incluindo o europeu, nada de realmente eficaz foi feito para sanear e recolocar nos trilhos as combalidas economias europeias.
Mas a solução para a crise europeia vai além de simples reformas econômicas. Ela passa por uma necessária mudança cultural, na forma de acumulação capitalista, e pela maneira como a Europa vê e se relaciona com o resto do mundo, principalmente com o mundo emergente.
Enquanto isso não ocorrer, teremos sempre paliativos caros e pouco eficazes.
Por fim as agências de risco tentam resgatar um pouco de sua credibilidade após o retumbante fracasso na crise dos subprimes americanos (e europeus também). Mas pisando em ovos...
A matéria publicada no site do UOL que inspirou este post:
Agência de risco rebaixa nota das dívidas de 9 países da zona do euro
A matéria publicada no site do UOL que inspirou este post:
Agência de risco rebaixa nota das dívidas de 9 países da zona do euro
Do UOL, em São Paulo
A agência de classificação de risco Standard & Poor's anunciou na noite desta sexta-feira (13) o rebaixamento da nota da dívida pública de nove países da zona do euro, entre outros motivos, pela deterioração fiscal de ambiente recessivo e mais aversão a risco de investidores. O anúncio já era aguardado ao longo do dia, e fez os mercados fecharem em baixa na Europa e nos EUA.
França e Áustria perderam a classificação "AAA", e a Alemanha, maior economia da eurozona, foi poupada.
Áustria, França, Malta, Eslováquia e Eslovênia tiveram a nota rebaixada em um grau. Já Chipre, Itália, Portugal e Espanha foram rebaixados em dois níveis. A S&P reafirmou os ratings de outros sete países da zona do euro. A agência informou que dos 16 países analisados, todos, exceto Alemanha e Eslováquia, estão com perspectiva negativa, o que significa que novos rebaixamentos são possíveis nos próximos dois anos.
A S&P também informou que as chances de o rating da França ser rebaixado novamente em 2012 ou 2013 é de pelo menos um terço.
A nota sinaliza se um país é seguro para investir. A zona do euro está em crise porque as dívidas de países como Grécia, Itália, Espanha e Portugal, estão muito altas, e há dúvidas se eles conseguem pagar.
No começo de dezembro, a mesma agência já tinha colocado as notas dos países da zona do euro, inclusive as "locomotivas" Alemanha e França, em situação de "revisão para possível rebaixamento," algo inédito, o que prenunciava uma possível redução dentro de três meses.
Ministro da França confirma rebaixamento da nota
Mais cedo, o ministro das Finanças da França, François Baroin, confirmou que o país teve a nota rebaixada de "AAA", nível máximo, para "AA+".
"Confirmo que a França recebeu, como a maior parte dos países da zona do euro, uma notificação de uma mudança em seu rating", disse o ministro francês ao canal de TV France 2. "É um rebaixamento, uma mudança de uma nota, é a mesma agência que rebaixou os Estados Unidos." O ministro afirmou ainda que a França deve acelerar reformas para reforçar sua economia.
Notas
Além da França, a Áustria também foi rebaixada de "AAA" para "AA+". Malta passou de "A" para "A-" e Eslovênia, de "AA-" para "A+".
Quatro países tiveram o rating rebaixado em dois graus: Espanha passou de "AA-" para "A"; Itália, de "A" para "BBB+"; Portugal, de "BBB-" para "BB"; e Chipre, de "BBB" para "BB+".
Entre os países cujas notas não foram alteradas estão Bélgica ("AA"), Estônia ("AA-"), Finlândia ("AAA"), Alemanha ("AAA"), Irlanda ("BBB+"), Luxemburgo ("AAA"), e Holanda ("AAA").
Agências falharam na crise de 2008
As agências de classificação de risco, que dão notas para países, empresas e negócios, determinando sua suposta credibilidade financeira, foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009.
Elas deram boas notas para operações de vendas de hipotecas imobiliárias nos EUA que afundaram bancos e investidores e geraram a grande crise financeira.
Como funciona a classificação de risco
O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa, um país, um título ou uma operação financeira.
Ele busca mensurar a probabilidade de calote de obrigações financeiras, ou seja, o não-pagamento, incluindo-se atrasos e ou falta efetiva do pagamento. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião supostamente independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.
Ele busca mensurar a probabilidade de calote de obrigações financeiras, ou seja, o não-pagamento, incluindo-se atrasos e ou falta efetiva do pagamento. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião supostamente independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.
(Com informações da France Press e da Reuters)
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