O governo golpista vem se enrolando em sua própria falta de lisura e tramoias. Não bastasse o impeachment irregular da legítima presidenta eleita, os golpistas, que segundo seus opositores são mestres nas articulações obscuras e escondidas, seguiram agindo como se não estivessem agora com todos os holofotes em cima.
Como eu disse em outro post, já era, não há mais espaço para máscaras e discursos moralistas. Economicamente a administração golpista é de um desastre sem igual, e no campo jurídico há mais do que convicções, há provas, de que o usurpador e vários de seus apoiadores e correligionários cometeram desvios e crimes dos mais variados. As motivações legais estão dadas para o afastamento do usurpador.
Mas para o afastamento de um presidente não são necessárias apenas condições legais, mas também políticas. As ruas ele nunca teve, mas sempre gozou de irrestrito apoio da grande imprensa golpista e reacionária, do grande empresariado mercantil, produtor e financeiro. Parte de seu apoio, a profunda crise econômica que ele promoveu, se encarregou de tirar.
Mas isso ainda não é o bastante, porque sua queda pode ser muito perigosa à base de apoio parlamentar e partidária, que junto com a base de apoio social levou esse governo desastroso ao poder. É fato que o Judiciário já não está mais fechado nesse apoio, e que vários partidos e políticos já pularam desse barco que afunda, mas a grande maioria ainda tem muito a perder.
Toda a questão é se a pressão da maior emissora de rádio e televisão do país, das ruas, de parte do empresariado nacional, e de parte do judiciário será capaz de levar o governo golpista à sua derrocada, e restabelecer a normalidade democrática ao país ainda esse ano?
E parando as reformas, até que um governo legítimo e democraticamente eleito possa tomar posse e retomar uma agenda sócio-econômica que tenha o aval de um pacto nacional dado pelas urnas.
Quem diria que tão cedo a vida daria o troco ao usurpador do mandato alheio? Michel Temer sofre o inferno que ele mesmo criou.
Segundo o G1, a defesa de Michel Temer, tomou um baita susto ao receber 84 perguntas sobre o áudio em que o “presidente” aparece em diálogo com o empresário Joesley Batista (JBS), dando-lhe ordem para que mantenha um pagamento de propina, que era feito ao presidiário Eduardo Cunha (PMDB).
Não foi susto, foi calar frio, fiozinho na “espinhela”, por receber da polícia federal; perguntas das quais jamais poderá responder.
Exemplo: Por que o “presidente” recebeu o empresário no porão do Jaburu e não nas áreas sociais do Palácio?
A polícia também precisa saber, o porquê do nome falso apresentado por Joesley, na portaria de sua residência?
E mais: O que o ilegítimo quis dizer com as frases, “isso tem que continuar” e “vai em frente”?
O prazo para que Temer entregue as respostas à polícia federal termina amanhã, o governo teme que suas respostas se tornam publicas assim que forem entregues, interferido no resultado do julgamento da chapa Dilma/Temer, que corre no TSE.
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