sábado, 30 de setembro de 2017

Kleiton & Kledir - Maria Fumaça (LP/1980)

Uma das pérolas da música brasileira dos anos 80, a dupla Kleiton & Kledir emplacou vários sucessos nacionais. Já nos anos 90 se retiraram do cenário nacional, mas seguiram ativos no Rio Grande do Sul, onde passaram a se dedicar mais à música regional gaúcha. Maria Fumaça foi um de seus primeiros sucessos. Traremos outros.


quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Retrospectiva das últimas duas semanas

Devido uma série de circunstâncias particulares, estive alguns dias sem publicar, e justamente por isso farei alguns comentários sobre temas que considero importantes, e que ocorreram nesse período.

1 - A perseguição a Lula prossegue: Mais uma vez as provas encontradas contra o ex-presidente são frágeis. O caso do apartamento alugado poderia, no máximo, ser considerado uma sonegação de impostos, mas por parte do dono do imóvel. Acontece que tanto Lula, quanto o proprietário declararam os aluguéis no Imposto de Renda, e os impostos devem ter sido devidamente recolhidos. A emissão de recibos de aluguel são uma decisão particular dos dois envolvidos no negócio de locação do imóvel, e não cabe a Justiça, ou a quem quer que seja, solicitá-los. Eles não provam propriedade do imóvel, que é o que está em jogo. Qualquer decisão de condenação baseado nisso, não passa de mais convicção sem prova.

2 - Flecha de Janot contra Teme: A segunda flecha disparada por ex-PGR Rodrigo Janot contra Temer deverá encontrar o mesmo destino da primeira, e este é a lixeira da Câmara. O processo de impeachment é um processo jurídico-político, ou seja, necessita de um crime de responsabilidade, e da vontade política do Congresso para que aconteça. O atual Congresso, junto com a Justiça, esqueceram parte dessa equação. Dilma foi deposta apenas por vontade política, já que não havia crime de responsabilidade contra a Presidenta. Temer não é  afastado e processado porque não há tal vontade política, não importando quais sejam os argumentos usados por quem quer que seja.

3 - Afastamento de Aécio Neves: Os Senadores têm razão em reclamar. A Constituíção garante aos parlamentares, que qualquer pena no exercício do mandato deve ser autorizada pelas casas. Para lá de justiça, isso está para legalidade e constitucionalidade. O que assusta não é exatamente a reação dos membros da Câmara Alta brasileira, mas o fato de nossas Leis e Constituíção ainda manterem dispositivos que criam castas acima das Leis que atingem aos reles mortais, sejam eles políticos, sejam eles juristas engajados em determinados serviços públicos. Quanto à aplicação da sentençado STF, esta segue dependendo da autorização da Casa. Caso esta autorização seja dada, Aécio começará a receber uma pálida pena. Caso não seja dada, Aécio permanecerá impune, e tanto o Senado, quanto o STF sairão mais fragilizados como institúições, ainda que o Senado comece a se prevalecer sobre o Supremo.

4 - Ciro Gomes afirma que, se eleito, anulará uma série de atos do governo golpista: Ora, não podemos esperar nada diferente de alguém que seja eleito defendendo o campo progressista e nacionalista. Na verdade, seria muito bom que Lula também dissesse o mesmo.

5- Polêmicas sobre as eleições 2018: Se é que realmente teremos eleições no próximo ano, muitas polêmicas vêm aparecendo. As maiores no campo progressista, sem dúvida, atingem o expresidente Lula e Ciro Gomes. Em sua caravana pelo Norte-Nordeste, Lula vem confraternizando com líderes políticos locais, ligados ao PMDB, e fisiológicos até a alma. Ok, uma coisa são alianças locais, com vistas a eleição de governadores, senadores e deputados, outra é uma aliança nacional, que coloque na sucessão presidencial, políticos dessa estirpe. Que o PT não repita o erro da última eleição. Pelo lado direitista vemos a intensificação e dissiminação do discurso da violência e da boçalidade por mais alguns que não apenas Bolsonaro. Já se junta a ele Dória, mas não espero que a coisa pare nos dois, já que este tipo de discurso tem tido boa recepção em parte da sociedade.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Acusações, mas sem condenações?

O ainda PGR, Rodrigo Janot, resolveu sair de sua zona de conforto, e vem acusando sucessivamente alguns líderes golpistas, entre eles Temer, Jucá, Aécio, Serra, etc. Agora inclui a abertura de investigações contra figurões do Judiciário, do MPF, e volta a carga contra Temer.

Mas tudo isso no apagar das luzes de seu mandato. Claro que é muito melhor que um de seus antecessores, que ficou vergonhosamente conhecido pela alcunha de "Engavetador Geral da República", mas sempre cabe as perguntas: "por que não fez tudo isso antes?", e "por que deixou que os golpistas se acomodassem tão confortavelmente no poder para só então agir?"

Contra a esquerda agiu sempre a tempo e a hora, colaborando decisivamente, seja pelas ações pontuais, seja por inações, também pontuais.

Com esse retrospecto, agora parece muito é jogo de cena, ou então não conseguiu participar da sociedade brasiliense, onde os segredos são de polichinelo.





segunda-feira, 21 de agosto de 2017


JANOT DENUNCIA JUCÁ, LÍDER DO GOVERNO TEMER, NA OPERAÇÃO ZELOTES



247 - A Procuradoria Geral da República denunciou o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo Temer, no âmbito da Operação Zelotes.

O caso corre sob segredo de Justiça, e por isso não há detalhes sobre quais crimes o senador Jucá é acusado de cometer pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

A Operação Zelotes apura fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o tribunal de recursos da Receita Federal.

A segunda turma do Supremo Tribunal Federal agora irá decidir se o senador se tornará réu. O relator será o ministro Ricardo Lewandowski, que é relator da Zelotes na Corte.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Safatle não crê em eleições e cobra esquerda

Ótima a entrevista do filósofo Vladimir Safatle. Tal qual este blogueiro, ele não crê em eleições em 2018, ou ao menos em condições democráticas plenas no pleito que poderemos ter no próximo ano. Isso porque no mínimo tratarão de alijar os adversários do campo progressista com maiores probabilidades de vitória. Lula está a um voto de se tornar inelegível, e já iniciaram os ataques a Ciro Gomes. Os outros candidatos de esquerda exiatentes até o momento não trazem a mínima ameaça ao campo golpista.

Outro ponto importante é a famosa "coligação das esquerdas". Deu certo no Uruguai, em Portugal, mas eles têm discursos e propostas interessantes. Aqui qual seria a novidade? A única proposta de mudança de Lula é com relação à reregulamentação da mídia. De resto ele não dá nenhuma dica de que estaria tentado a mudar algo mais. E o que ele fez anteriormente dificilmente daria certo agora, porque os tempos sao outros, o país é outro.

Ciro tem propostas bem mais concretas e interessantes, mas não tem a mesma capacidade eleitoral de Lula, embora tenha muito mais potencial de crescimento. Mas mesmo ele precisaria ser capaz de ultrapassar o oligopólio informativo dos grandes grupos de comunicação do país, e ainda conseguir aglutinar o campo progressista em torno de seu projeto de país. Só que isso esbarra nos interesses de poder do PT.

E por último a falta de credibilidade que atinge ao campo progressista de modo geral, que não soube sair da arapuca armada pela direita, e que agora paga o preço em acreditar piamente em alianças e coalizões.

Sugerimos a leitura da entrevista dada a Carta Capital. Muito interessante.


Política

Entrevista

Safatle: “Frente de esquerda para quê?”

por Sergio Lirio — publicado 03/09/2017 00h43, última modificação01/09/2017 11h47
O filósofo da USP duvida da realização de eleições em 2018 e afirma que o campo progressista ainda não sabe o que oferecer aos brasileiros
Wanezza Soares
Vladimir Safatle
Safatle: a conciliação da Nova República chegou ao fim
Após incursões em sua área de formação, a Filosofia, Vladimir Safatle volta a se concentrar no debate político contemporâneo. O título de seu mais recente livro, “Só mais um esforço”, a ser lançado no início de setembro, é uma referência a uma famosa frase do Marquês de Sade de estímulo aos concidadãos desanimados com os rumos da Revolução Francesa. Há, portanto, no âmago da análise, uma mensagem de esperança em relação ao futuro do Brasil, erguida sobre camadas de críticas agudas aos rumos da esquerda, ao chamado lulismo e à eterna conciliação das elites.
Convidado do “Direto da Redação”, programa de entrevistas do site de CartaCapital transmitido pelo Facebook e pelo YouTube, o professor da USP explicou as teses do livro e respondeu a perguntas dos “sócios” e “sócias” da revista. Safatle duvida da realização de eleições em 2018(“quem deu o golpe não vai correr o risco de perder o poder”) e critica o campo progressista por apostar todas as fichas na incerta disputa eleitoral do próximo ano.
Frente de esquerda para quê?”, indaga a certa altura. Segundo ele, antes de pensar em uma ampla união eleitoral, as lideranças progressistas e os movimentos sociais precisam descobrir o que tem a dizer de novo aos eleitores. 
CartaCapital: Seu novo livro se chama “Só mais um esforço”. Por que escolheu esse título?
Vladimir Safatle: É uma referência a uma famosa frase do Marquês de Sade. Quando ele lançou “Filosofia da Alcova”, havia no interior do livro um panfleto que afirmava: “Franceses, só mais um esforço se quiserem ser republicanos”. Foi uma maneira de dizer aos leitores que, para estarem à altura dos processos de transformação em curso, no caso a Revolução Francesa, seria necessário um pouco mais de fôlego e compreensão. Muitas vezes esses momentos podem parecer complicados, mas tem potencialidades a serem exploradas. Achei interessante e válido de se lembrar neste nosso momento. 
CC: Por quê?
VS: Entendo a leitura melancólica atual, devido ao tipo de catástrofe que vivemos, ao fato de o Estado brasileiro ter rompido todos os vínculos com a democracia formal e de estarmos sob o domínio de uma cleptocracia. Pode estimular a sensação de beco sem saída. Insisto, porém, que essa percepção não deve ser tomada como uma verdade absoluta. Há potencialidades a serem exploradas. Existem condições para alcançarmos um outro momento da nossa história. Mas, para tanto, é preciso entender o que de fato aconteceu. Falta, a meu ver, um esforço da intelectualidade para interpretar esse momento. 
CC: No livro, o senhor se esforça para localizar o Brasil nos fenômenos mundiais. Ou seja, o que acontece aqui não seria um episódio isolado.
VS: Pretendi me contrapor a essa visão de que o Brasil é a maior ilha do mundo, como se todos os processos sociais e históricos fossem endógenos, não houvesse um articulação do País com o que se passa no resto do planeta. Acho bem provável que tenha se desenrolado aqui o último capítulo da história da esquerda do século XX. 
CC: De que maneira?
VS: A esquerda durante o século XX, em especial após a Segunda Guerra, tentou operar no interior dos sistemas de acordo da democracia liberal como uma potência de transformação paulatina, a começar pela construção do Estado de bem-estar social. De uma certa maneira, a esquerda da América Latina também atua nesses limites. No momento em que a socialdemocracia entra em colapso na Europa, seu berço, ela ganha espaço na América Latina. No Brasil, o PT não nasceu como um partido socialdemocrata, mas assim se consolidou com o passar do tempo e durante sua experiência no governo. Portanto, o fracasso recente no País não é só nosso. Representa o fracasso de um modelo da esquerda mundial, que havia se tornado hegemônico no Ocidente a partir da segunda metade do século XX. Como sempre, a América Latina entra de forma retardatária nesse processo, por conta de seus enormes déficits de democracia e participação popular. 
CC: Há condições de se criar uma frente de esquerda para disputar as próximas eleições?
VS: A consolidação das estruturas populares exige uma mudança no jogo político. A esquerda não pode imaginar que irá governar de fato em um horizonte no qual as forças hegemônicas se mobilizam para imobilizá-la. Por que a Nova República foi construída sobre o presidencialismo de coalizão? Por ter sido montada para impedir a esquerda de governar. 
CC: Se um presidente progressista for eleito em 2018, o que ele precisaria fazer de diferente?
VS: Não acredito em eleições em 2018 (risos). E há várias maneiras de se bloquear um processo minimamente democrático. Temos o exemplo da Bielorrússia, uma disputa na qual todos os “indesejáveis” são excluídos do jogo eleitoral. Acredito que esta será a primeira estratégia adotada por quem está no poder. Se não der certo, existe a possibilidade de modificar completamente o sistema eleitoral. Em resumo: implementar o parlamentarismo. No caso brasileiro, não existe pior saída. Os eleitores já recusaram o parlamentarismo duas vezes em plebiscito. O Parlamento do Brasil, todo mundo sabe, não é o da Alemanha. É uma caixa de ressonância dos piores interesses oligárquicos. Criaram um sistema casuísta para vencer em qualquer circunstância. Se ainda assim não vingar, não descarto uma guinada ainda mais autoritária. Limitar as discussões às eleições do próximo ano paralisou o campo progressista. 
"Não descarto uma guinada mais autoritária no Brasil"
CC: Como?
VS: Volto a uma pergunta anterior. Fala-se em uma frente de esquerda, mas para quê? Não está claro. O que se quer? O objetivo é retomar o que foi feito antes, com um ajuste aqui e outro ali? Ou seria fazer diferente? Mas o quê? Seria bom discutir outros questões mais elementares. O que a esquerda tem hoje a oferecer ao Brasil, a não ser resistências pontuais: dizer não a esta ou àquela reforma? Sem respostas a estes pontos, sua força de mobilização diminui substancialmente. Ninguém vai às ruas apenas para dizer não. Você mobiliza quando é capaz de levar os cidadãos a pensar em uma possibilidade que ainda não se configurou, mas é viável. 
CC: No livro, o senhor reforça suas críticas ao chamado lulismo. Pode explicar sua interpretação do fenômeno?
VS: O lulismo consolidou pela primeira vez um sistema mínimo de seguridade social no País e reconstituiu o capitalismo de Estado. Por um certo tempo, ocorreu um processo de inclusão social considerável, 42 milhões de brasileiros experimentaram essa ascensão. O problema é que havia uma data de validade. Foram vários os entraves. Faltou uma política de combate à desigualdade. Ocorreu, na verdade, uma capitalização dos pobres. Este mecanismo não reduz as diferenças e causa um paradoxo: os mais ricos continuam a ganhar muito e acabam por puxar os preços da economia para cima, encarecendo a vida nas cidades, principalmente nas metrópoles. Isso não aconteceu apenas no Brasil. Luanda, em Angola, padeceu do mesmo efeito. Não à toa, entre 2008 e 2014, o valor dos imóveis em São Paulo triplicou. A consequência é que o ganho dos mais pobres é corroído com o passar o tempo. Chega um momento no qual quem está no poder é obrigado a gerir a paralisia. 
CC: Foi o que aconteceu com Dilma Rousseff, certo?
VS: Sim. O lulismo tinha uma trava. Ele reproduziu em boa medida o populismo getulista, fundado na ideia de que governar é administrar coalizões. Não demonizo o populismo, apenas o analiso aqui. Os liberais valem-se da estratégia de trata-lo não como um conceito descritivo, mas como injúria. Associam o termo à irracionalidade. Não é o meu caso. 
CCDá para imaginar um neolulismo? O senhor acredita nessa possibilidade?
VS: Mais importante é saber se o Lula acredita. Suas participações políticas recentes não estimulam a aposta nessa hipótese. Se querem fazer o mesmo de novo, o melhor seria não insistir nesse debate sobre uma frente de esquerda. Isso demonstra a incapacidade de reorganização do campo progressista sob outras bases. É verdade que o Lula lidera todas as pesquisas. Impressiona-me, porém, que muitos estejam preocupados apenas com o horizonte eleitoral e não gastem energia para criar uma nova hegemonia a partir da força das suas ideias. Insisto: não existe 2018, não vejo a mínima possibilidade de quem deu o golpe abrir mão do poder tão facilmente. Eles não vão embora, não vão aceitar perder. O único modo de combater é consolidar um processo de mobilização. 
CC: O quanto o momento atual é fruto das manifestações de 2013?
VS: Considero 2013 a maior oportunidade perdida pela esquerda. O embate ideológico, que estava recalcado, floresceu. O campo progressista deveria estar à altura do que as ruas pediam naquele momento. 
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2013, chance perdida pela esquerda (Foto: Fernando Frazão/ABr)
CC: E o que as ruas pediam?
VS: A começar, uma transformação da experiência política. Ficou evidente a crise da representação. E não só dos partidos. A mídia, os sindicatos, as organizações foram colocados em xeque. E depois, a insatisfação diante da interrupção do processo de ascensão social. Basta lembrar do slogan: “Quero escola padrão Fifa”. Muitos daqueles que experimentaram essa ascensão tiraram os filhos da escola pública e transferiram para uma instituição privada. Durante os anos do PT, 24 milhões de alunos deixaram o sistema público. Também abriram mão do SUS e adquiriram planos de saúde. Por fim, compraram carros. Junte os três gastos. Os ganhos de renda acabaram corroídos por eles. O nível de frustração foi elevadíssimo. Em 2010, 2011, o mundo inteiro celebrava o Brasil. Seríamos a quinta maior economia do planeta, projetava-se. A Copa do Mundo prometia repaginar as nossas metrópoles. E, de repente, começou-se a perceber que nada acontecia mais. 
CC: É a pior frustração.
VS: O conceito vem do Alexis de Tocqueville. As revoluções, dizia, não são feitas pelos mais pobres, mas por quem está em ascensão e se vê frustrado pela interrupção desse processo. Por aqueles que percebem não haver mais futuro. O Brasil de 2013 assistiu à explosão desse tipo de frustração. Era uma grande oportunidade para o campo progressista abraçar essa pauta e romper com certas alianças que sempre a impediram de transformar a realidade. Mas todas as agremiações de esquerda, todas, sem exceção, demonstraram um arcaísmo inacreditável naquele momento. 
CC: A Nova República chegou ao fim?
VS: O PT foi o último fiador do modelo de conciliação da Nova República. Acreditou na perenidade de um sistema de resolução de conflitos políticos minimamente democrático. Que não haveria mais golpes de Estado. Que existia uma ala racional no PSDB. Uma visão, nota-se agora, completamente falha. Não há mais conciliação possível. Essa promessa da Nova República não pode mais se realizar. É preciso saber acionar os extremos. O conflito de classe no Brasil nunca foi assumido enquanto tal. Foram 14 anos de um governo que aplicou o programa clássico de esquerda, socialdemocrata, e nem assim foi tolerado. Não se conseguiu fazer nenhuma discussão séria sobre uma reforma tributária de verdade, para criar um sistema de impostos progressivo, que não onerasse tanto os trabalhadores e os mais pobres. Para não citar outros exemplos. 
"No mundo, a política caminhou para os extremos"
CC: A disputa política nos próximos tempos, tanto no Brasil quanto no mundo, se dará entre os extremos?
VS: O mundo tem confirmado essa hipótese de maneira incontestável. A política caminhou em direção aos extremos. O eixo de mobilização foi para as pontas. Alguém pode dizer que a França conseguiu reconstituir o centro com a eleição do Emmanuel Macron, mas foi graças ao extremo, a Marine Le Pen, que se projetava como uma sombra. O problema está no fato de a extrema-direita, atualmente, ter se tornado esse eixo mobilizador. A esquerda ainda não conseguiu se reorganizar.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Pinball Wizard - Elton Jhon

"Tommy, a Ópera Rock" é um filme bem fraquinho, na verdade é menos um filme e mais uma desculpa para o desfile de ótimas músicas. Um dos pontos altos é, sem dúvidas, Pinball Wizard, interpretado por um Elton Jhon novinho, no início da carreira, e cercado pelos integrantes do The Who.