quarta-feira, 10 de julho de 2024

Caro lunático, não liberalizamos o suficiente.

Até quando os países periféricos da América do Sul seguirão atendendo às cartilhas neoliberais impostas do Ocidente do Norte e de uma "elite" econômica mofada, entreguista e profundamente subserviente aos interesses estrangeiros, ficando com as migalhas que sobram do banquete das elites dos países mais avançados economicamente?

Sim, a pergunta procede e precisa ser respondida além de precisarmos também de sérias reflexões sobre as respostas que tenhamos. Esse procedimento precisa ser tomado com urgência, porque dele depende o futuro a médio prazo de toda a região.

A explicação para isso é muito simples. Após um início de Séc. XXI promissor, em que algumas políticas neoliberais conseguiram conviver de forma mais ou menos harmoniosa com o que ainda restava dos períodos desenvolvimentistas da região, isso acaba já na segunda década deste Séc., quando a sanha acumuladora e excludente das "elites" locais não pôde mais ser aplacada ao dividir as atenções do Estado com as necessidades das populações e os interesses de desenvolvimento dos países da região. Revoluções coloridas, campanhas de desestabilização política, perseguições a políticos que buscavam acomodar as duas visões de mundo, ainda mais aos que buscam enfrentar o neoliberalismo, e até mesmo golpes de estado foram usados.

O resultados desse processo foi a deterioração generalizada das condições de vida das populações de praticamente todos os países da região (apenas uns 2 ou 3 que não foram atingidos conseguem se sustentar). Um países importante como o Brasil escorregam sem sair do lugar há anos, mesmo após terem tido uma recessão profunda no meio da década passada (após esse tipo de situação espera-se sempre uma recuperação robusta), outros como a Argentina estão cada vez mais enfiados em recessão e crise. Esses são os maiores exemplos, mas a métrica é aplicada, em maior ou menor grau, a quase todos os países. Mesmo nos casos como o do Brasil a verdade é que o pouco que se cresce é apropriado quase que exclusivamente por essa "elite" rapineira.

Alguns dirão que esses são expedientes useiros e vezeiros das "elites" locais, mas a verdade é que isso, mais cedo ou mais tarde, precisará ser enfrentado. E qualquer enfrentamento precisará se iniciar com a resposta à pergunta acima. A região é sem dúvida uma das mais ricas do mundo, tem um povo empreendedor, trabalhador e capaz, mas que é sistemática, e constantemente sabotada por essas "elites". Mas para que todo esse potencial seja colocado em andamento precisamos que esses interesses de uma minoria ínfima, mas influente sejam contrariados.

E quanto antes pudermos fazer isso melhor para todos, inclusive para essa "elite", porque o pacote completo imposto à região em que a resposta é "não liberalizamos o suficiente" precisa ser revisto. O jogo só é bom quando todos brincam, não quando só uma minoria ínfima o faz.

Compare o desempenho da América Latina com o de países que não se submetem a esses dogmas do Ocidente do Norte.








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