domingo, 31 de dezembro de 2017

Feliz Ano Novo

E mais uma Passagem de Ano juntos. Que 2018 possa ser um ano melhor para Todos e Todas. Que nossas mais profundas aspirações possam se realizar.

FELIZ ANO NOVO A TODOS E TODAS!!!!

sábado, 30 de dezembro de 2017

domingo, 24 de dezembro de 2017

Feliz Natal

Já são 8 anos desejando um Feliz Natal para Todos e Todas.

Que o Papai Noel possa estar presente nas casas de Todos(as), trazendo paz, amor e esperança, que são nossos presentes mais caros.

FELIZ NATAL!!!!

sábado, 23 de dezembro de 2017

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Radicalização sim, "pero sin perder la ternura"

Ora vivas que estão realmente começando a mostrar que entenderam o que aconteceu. Os erros petistas não foram apenas técnico-econômicos, mas também foram, e esses mais graves, erros políticos. É isso que uma parte significativa e importante do campo progressista= tenta mostrar ao PT, mas que esse prefere não entender, ou ao menos fingir que não entende.

Além disso tudo, ainda era hora de o PT deixar o protagonismo das forças progressistas por um tempo, se reciclar, e voltar mais adiante renovado e reenergizado.

Mas o PT vem se recusando. Lula é seu grande trunfo, mas um trunfo que parece não ter aprendido com a derrota que sofreu com a derrubada de Dilma. Por mais que diga que não, segue agindo como e com as mesmas pessoas que ajudaram a derrubar a Presidenta que tem vocação para mártir.


Sem radicalização, o tombo será da escada

As forças progressistas caíram quando Dilma desmobilizou o eleitorado. A queda será de cima se houver conciliação de classe
publicado 05/12/2017
LulaCadeira.jpg
Conciliar com quem?
O magnífico artigo "Sem confronto, Lula está perdido", de nosso exclusivo colUnista Joaquim Xavier foi capaz, desde já, de produzir um salutar efeito: motivar a Maria Inês Nassif a escrever (bem, como sempre!):
Não é a mera vontade dos atores políticos, mas é a história que abre as portas para a ascensão (ou descenso) das forças progressistas e democráticas da sociedade. Se há um entendimento claro da História, a vontade das forças políticas é capaz de fazer a sociedade deter a marcha dos reacionários (na acepção das palavras, aqueles que reagem às mudanças), reconquistar conquistas (no atual momento, é esse o problema) e aprofundar a Democracia política e social. Se a vontade for contra a História, a força estará contra o inimigo.

Isso não é um manual comunista, mas a simples realidade num país que, em poucos anos de governos progressistas, reverteu uma História desigualdade de classes, tirou a fome do dicionário dos pobres, deu a eles perspectiva de futuro e avançou tecnologicamente em setores que seriam o grande impulso a uma economia que viveu na órbita do Imperialismo.

Isso, na verdade, é um manual de sobrevivência.

Em 2005, a Presidenta Dilma Rousseff – ainda Presidenta porque foi deposta por um golpe – apenas foi eleita porque houve radicalização na base. Ela foi obrigada a falar mais alto na eleição porque, mobilizadas pelas eleições, as classes sociais que tinham muito a perder com um governo tucano radicalizaram antes. Foi a mobilização dos setores progressistas que a levaram ao Palácio do Planalto novamente. Foi a radicalização das esquerdas que deteve a tropa da direita radicalizada.

Uma vez eleita, sem maioria no Congresso e com medo do agravamento da crise econômica, Dilma desmobilizou as bases e tentou empreender um programa que atraísse a Direita. Tirou dos seus pés o único pilar que a sustentava: a mobilização popular. A direita forçou o tombo.

Falar em conciliar agora é tirar a escada dos pés do pintor que tenta dar uma nova cor ao quadro político. A Direita faz testes das chances de inúmeros candidatos capazes de polarizar com Lula na disputa, mas isso está longe de significar que os artífices e os executores do Golpe estarão rachados lá na frente, na hora que as urnas se abrirem – ou não abrirem (isso vai depender do que acontecer até lá, porque a Direita está e continuará radicalizada e jura para as classes médias que o fantasma comunista, em desuso no mundo inteiro, está à espreita).

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vence; ou é proibido pela Justiça de concorrer; ou eleições não acontecem.

Esse é o quadro real para as forças progressistas se não houver radicalização do lado de cá, como há radicalização do lado de lá. Não haverá futuro para o Estado-Nação (que se dissolve nas mãos dos decretos de Temer que escancaram o Brasil para a Metrópole) e para os seus pobres (que voltam às ruas com fome, com as mãos postas para receber uma esmola e com os olhos sem esperanças).

E a radicalização é organizar bases de resistência e de conscientização. O discurso não poderia ser mais concreto: cada dia, a quadrilha que se instalou no poder suprime um direito conquistado em todo o período anterior da República.

Não é hora de falar em conciliação, simplesmente porque as classes não querem conciliar. É um chamado inglório, para quem o fizer, e desmobilizante.

Não se pode cometer duas vezes o mesmo erro em período tão curto de tempo.

Por ele, pagamos com um tombo. Agora, vamos cair da escada.
Maria Inês Nassif

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

A oposição ao neoliberalismo

Nossa última postagem foi sobre as ações neoliberais no Brasil e o porque delas. Agora apresentamos a oposição a essas ações. O texto também é grande, vale a leitura e para isso basta clicar no título da matéria abaixo, que foi veiculada pela Carta Capital.



Um país social-desenvolvimentista, parte I

por Fernando Nogueira da Costa* — publicado 01/12/2017 20h00,última modificação 30/11/2017 18h47
É preciso priorizar o crescimento da renda e sua melhor distribuição. O grande trunfo brasileiro está na mobilidade social e no mercado interno
EBC
Projeto de país social-desenvolvimentista – Parte I
O Brasil é potencialmente o quinto maior mercado em número de consumidores



[Este é o blog do Brasil Debate em CartaCapital. Aqui você acessa o site]
Uma abordagem histórico-estruturalista mantém-se como base para a interpretação do Brasil por parte dos economistas social-desenvolvimentistas. Tem como suporte a ideia de sequências reativas. Adequa-se aos elementos centrais do conceito de dependência da trajetória. Eventos iniciais contingentes têm um impacto causal fundamental sobre o resultado final, ainda que não por meio do mecanismo de retornos crescentes, mas sim por meio da cadeia causal por eles desencadeada.
Além disso, as conexões causais entre os eventos constrangem os atores para que permaneçam na mesma trajetória de acordo com a ideia de lock-in. Sistemas de trajetórias dependentes se tornam assim bloqueados [locked in], entre os quais as seleções de eventos contingentes que poderiam ocorrer, para seguir atratores que seriam idealizados como ótimos.
A teoria do desenvolvimento, a “tentativa de explicação das transformações dos conjuntos econômicos complexos”, como dizia Celso Furtado, avançou quando teve uma percepção mais lúcida da história econômica. Esta revelava a significação dos fatores não econômicos no funcionamento e na transformação dos sistemas econômicos, bem como a importância do grau de informação dos agentes responsáveis pelas decisões econômicas.
Na medida em que existe um sistema de valores, aceito ou imposto, em toda a ordenação econômica, verifica-se a influência de fator não-econômico na cadeia de decisões que levam à transformação dos conjuntos econômicos complexos.

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Para quem ainda não entendeu o que se passa no Brasil

O texto é grande, por isso me abstenho de comentários outros além de que é excelente e vale muito a pena a leitura. Tirado da Carta Capital.




Homem do "mercado" de Temer, Meirelles acredita na "mensagem reformista" para 2018
Homem do "mercado" de Temer, Meirelles acredita na "mensagem reformista" para 2018

'Doutrina do choque’ explica Brasil de Michel Temer

Neoliberalismo radical não ganha eleição e precisa de crise, até artificial, para ir adiante, segundo livro de jornalista canadense
O economista Paulo Hartung, governador capixaba adepto de medidas neoliberais, acaba de dizer em uma entrevista ao jornal Valor que o País precisa abraçar as reformas pois “estamos em guerra”. No mesmo dia, o governo anunciava a privatização da Eletrobras, maior fornecedora de energia, depois faria o mesmo com os principais aeroportos (Congonhas e Santos Dumont) e a Casa da Moeda e ainda extinguia uma reserva mineral no Norte para liberar a exploração privada de ouro.
Se restava alguma dúvida sobre a essência do governo Michel Temer após congelamento de verba da área social por duas décadas, neutralização da CLT via reforma trabalhista, permissão para multinacionais explorarem o pré-sal sem a companhia da Petrobras, entre outras realizações, não há mais. O Brasil está sob uma “Doutrina do Choque”, ideia descrita em um livro homônimo de 2007 pela jornalista canadense Naomi Klein.
A tese é simples. Há um tipo de neoliberalismo difundido pela Universidade de Chicago (EUA) a partir dos anos 1950, por obra do norte-americano Milton Friedman, a pregar que o Estado não deve atuar em nada na economia. Nada. A radical teoria teria sido testada pela primeira vez no Chile após o golpe de 1973 que derrubou o socialistaSalvador Allende e alçou ao poder o general Augusto Pinochet. Alguns dos Chicago Boyscolaboraram com a ditadura de Pinochet, Friedman inclusive.
Para Naomi Klein, a proposta é tão radical e prejudicial às pessoas, por aumentar a pobreza e a riqueza apenas de uma meia dúzia, que só pode ser aplicada em situações excepcionais. Casos de ditaduras como a chilena. Da Polônia e da Rússia pós-comunismo na virada da década 1980 para 1990. Da transição do apartheid na África do Sul nos anos 1990. Ou no governo de um candidato que na eleição não disse nada a respeito de radicalizar, como ocorreu na Bolívia na década de 1990.
Em suma, ninguém ganharia uma eleição presidencial, ao menos em países em desenvolvimento, ao propor desfazer-se do patrimônio nacional com privatizações e aplicar totalmente o livre mercado, formas de encarecer o custo de vida, nem com promessas de fazer pesados cortes de verba na área social de modo a desproteger os cidadãos carentes. 
É o que ocorre com o governo Temer, nascido do jeito que nasceu, não das urnas. A venda da Eletrobras provocará um “efeito perverso” para o consumidor: alta da conta de luz. Quem acaba de dizer isso foi a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O congelamento dos gastos sociais, a reforma trabalhista e a pretendida reforma da Previdência são formas de desproteção social.
Não é à toa que um dos ideólogos das propostas de Temer, o economista Roberto Brant, dizia em abril de 2016, dias antes da posse interina do peemedebista, que seria preciso fazer as coisas meio “na marra”, “agir meio muito rápido”. Uma “terapia do choque”, diria Naomi Klein. 
Para essa turma neoliberal, a democracia é um entrave às reformas radicais pró-livre mercado. Em entrevista à Folha no início de agosto, o tucano Armínio Fraga, presidente do Banco Central no governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), esteve a ponto de dizer que política e eleições atrapalham o PIB. Anda impaciente com um Congresso que tachou de “atrasado” por não ter aprovado ainda uma reforma dura das aposentadorias. 
Com tal posição, fez lembrar o economista norte-americano Jeffrey Sachs, uma das estrelas da “Doutrina do Choque”, colaborador de vários países que abraçaram a dita terapia, como a Rússia, conforme o livro de Naomi. Quando o então presidente russo Boris Yeltsin fechou o Congresso em 1993, pois os parlamentares resistiam a votar medidas anti-povo, Sachs comentou na Reuters de 6 de outubro: “Agora sim teremos a oportunidade de fazer algo”.
Não faltou apoio também do Tio Sam. Um dia antes, 5 de outubro, o então secretário de Estado dos EUA, cargo equivalente a ministro das Relações Exteriores, Warren Christopher, aparecia no jornal Boston Globe a declarar: “Os Estados Unidos não dão tão facilmente seu apoio à suspensão de um parlamento. Mas esses são momentos extraordinários”. 
Já a criação de um segundo parlamento, caso da recente Assembleia Nacional Constituinte na Venezuela, os EUA condenam mais facilmente, se patrocinada por um mandatário longe do figurino neoliberal, o chavista Nicolás Maduro. 
A “terapia do choque” na área econômica muitas vezes requer a força bruta para se impor. Por isso é mais fácil aplicá-la em ditaduras, onde o medo de protestar é permanente, ou em governos dispostos a apelar às armas de vez em quando, como aconteceu na Rússia e na Polônia. Um modo de deixar as populações amedontradas.
No Brasil, o aparente anestesiamento popular pós-impeachment colaborou para o duro ajuste neoliberal. Mas também houve o uso de baionetas, vide a convocação do Exército por Michel Temer para reprimir uma manifestação em Brasília por sua saída do cargo 24 em maio e a decisão dele, revogada um dia depois, de botar os militares para patrulhar as ruas da capital federal.
A utilidade de uma crise aos planos neoliberais leva alguns economistas dessa linhagem a pensar que provocar confusão pode ser uma boa. Foi o que afirmou, em voz alta, um economista ligado ao FMI durante um evento da entidade em janeiro de 1993, quando a “doutrina do choque” era aplicada pelo globo. Com a palavra, John Williamson, no relato de Naomi Klein: 
“Haverá que se perguntar se poderia ter sentido conceber a provocação deliberada de uma crise para eliminar os obstáculos de caráter político que podem se apresentar às reformas. No Brasil, por exemplo, se tem sugerido em algumas ocasiões que valeria a pena avivar um pouco o processo de hiperinflação se com ele se assusta suficientemente a todo mundo para que aceitem mudanças.”
O “mercado” esforçou-se para causar uma crise na gestão da petista Dilma Rousseff, portadora de ideias não-neoliberais. Em 2013, houve a “inflação do tomate”, surgida devido à queda a níveis inéditos da taxa de juros oficial do Banco Central (BC), aquela que proporciona lucros gordos aos rentistas do sistema financeiro.
Na virada para seu abortado segundo mandato, Dilma enfrentou uma crise fiscal e da dívida. E aí sucumbiu. Traiu o discurso de campanha, nomeou o Chicago Boy Joaquim Levy para o ministério da Fazenda e abraçou a austeridade. As tarifas públicas, como luz e gasolina, subiram, os gastos sociais, como o Fies e seguro desemprego, desceram. Tudo em vão. O “mercado” não ficou satisfeito, a petista seria derrubada um ano depois.
Logo após o impeachment, Temer foi aos EUA, para a Assembleia Geral da ONU, e almoçou com endinheirados estrangeiros em um hotel. Era 21 de setembro de 2016 e ele comentou que Dilma caíra por não adotar a agenda neoliberal que norteia o atual governo, explicada no documento “Ponte para o Futuro”. “Como isso não deu certo, não houve adoção [da Ponte], instaurou-se um processo que culminou agora com a minha efetivação como Presidência.”
As privatizações são um dos pilares desse receituário, como está em vias de ocorrer com aeroportos, a Eletrobras e uma reserva de ouro. “Para a teoria econômica da Escola de Chicago”, escreve Naomi Klein em seu livro, “o Estado é hoje uma fronteira colonial que os conquistadores empresariais saqueiam com a mesma determinação e energia implacáveis com as que seus predecessores arrasaram com o ouro e a prata dos Andes para levá-los consigo”.
A pressão para criar crises às vezes tem lances barra-pesada da patota neoliberal, embora pareçam travestidos de algo “técnico”. Em 1993, diz Naomi, seu país, o Canadá, viveu uma crise da dívida. O governo podia ou subir impostos ou cortar gastos com saúde e educação, políticas públicas populares por lá. Deu alternativa B, graças a um terror espalhado pelo “mercado” via mídia sobre a situação das contas públicas e a necessidade de escolher a alternativa “correta”.
Na época, Vicente Truglia, chefe da análise das finanças canadenses na Moody’s, agência de rating dessas que dão nota a países conforme a possibilidade de credores tomarem um calote, recebeu muita pressão do “mercado” para rebaixar a nota do Canadá, mesmo sem motivo para isso. “É o único país do mundo de que me encarrego onde, habitualmente, me encontro com cidadãos do próprio lugar que querem que se baixe a classificação”, contou ele a Naomi Klein.
Pode acontecer o contrário também, um acertozinho entre governo e agência de ratingpara esta agir de modo a mostrar que está tudo bem. Acaba de ocorrer com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e a Standard and Poor’s. 
Leia também:


Meirelles anunciou há alguns dias a ampliação em 200 bilhões de reais do rombo fiscal acumulado até 2020. Quando Dilma mandou em 2015 um orçamento ao Congresso com rombo de 30 bilhões, a agência rebaixou a nota do Brasil. Agora, fez o oposto. Emitiu um comunicado durante o anúncio do ministro, a revelar que tinha tirado o País de um monitoramento especial. 
Registre-se: nos dias em que negociava o rombo dentro do governo, Meirelles conversava com a S&P, agência que justificou o comunicado positivo apontando a reforma trabalhista feita recentemente e a proposta de reforma da Previdência que segue na mesa.
Naomi Klein diz em “A Doutrina do Choque” que o neoliberalismo radical não ganha eleição e precisa de uma crise, inclusive fabricada, para ser aplicado contra o interesse da população. No caso brasileiro, o pânico já parece ser ensaiado para ganhar as ruas durante a eleição de 2018. É a opinião do economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.
Meirelles, o homem do “mercado”, agradece. Um sonhador com a Presidência, o ministro deu uma entrevista à Folha, publicada na terça-feira 22, e arriscou: “Uma mensagem reformista deve ganhar a eleição”. 

sábado, 9 de dezembro de 2017

Mais surpresas em espaço público

Já que falamos de canjas, vejam essa do Marron 5 no metrô de New York. E foi em dose dupla "Crazy Little Yhing Called Love" e "Sugar".


quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Ótima entrevista

A Lava-Jato poderia ter sido, mas não foi e não é. Entenda o porquê disso na entrevista abaixo.


“Verdades delirantes: a Lava Jato serve a uma minoria”, diz promotora de Justiça ao DCM


Lúcia Helena Barbosa de Oliveira

No último dia 10 de outubro, a Comissão de Direitos Humanos do Senado realizou audiência pública para debater o sistema de justiça brasileiro.
Uma das convidadas, a promotora de justiça Lúcia Helena Barbosa de Oliveira, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), criticou de forma contundente a Lava Jato e seus integrantes, apontando diversos abusos da operação.
A fala de Lúcia Helena viralizou (veja abaixo). “Se um juiz é fotografado conversando no ouvido do opositor político do seu réu ou se o juiz vai aos jornais, como o presidente do TRF-4 o fez, para fazer apreciação de valor da sentença que ele vai julgar dizendo que a sentença do Moro é irrepreensível, ele já é suspeito”, falou. 
O DCM conversou com Lúcia Helena Barbosa de Oliveira.
DCM – Em recente audiência pública no Senado sobre o sistema de justiça brasileiro e a busca de uma imparcialidade  nos julgamentos, você disse que as vendas que representam a Justiça cega não existem…
Lúcia Helena Barbosa de Oliveira – A Justiça enxerga muitíssimo bem quem são os amigos e quem são os inimigos. Blinda os amigos e persegue os inimigos.
Você também falou na audiência que estava perplexa com o tema, “imparcialidade do juiz”. Por quê?
Minha perplexidade foi em ter que falar de uma coisa que eu sei que não existe. Porque a gente sempre julga com as opções que faz na vida. Então, é impossível apreciar um fato sem considerar, por exemplo, que você é branco, homem, membro de uma oligarquia, ou que foi ligado ao PSDB, ou que você é muçulmano, cristão etc.
É impossível se desvencilhar disso tudo. A minha perplexidade é, então, falar de uma coisa que, como teórica do direito, não existe. Não existe uma neutralidade.
Como avalia o comportamento de alguns integrantes da Lava Jato?
Essa pergunta remete a temas diversos dentro do direito. Num primeiro ponto, vou me limitar a aspectos mais gerais: o acesso à Justiça e o julgamento por um juízo imparcial. Ambos são direitos constitucionais fundamentais do homem, do cidadão, abordados também em diversas convenções internacionais. O Brasil assinou uma delas e se submete à jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Num outro ponto já é a própria consideração sobre esses dois direitos, considerados fundamentais, que interessa. Eu abordo isso a partir de três linhas: uma sociopolítica, uma jurídica e uma terceira psiquiátrico-psicanalítica, que influencia as outras duas.
Na primeira vertente, eu diria que – levando-se em conta a extrema desigualdade social, a disparidade entre o que ganha um juiz, ou um membro do MP, e o salário mínimo – esses direitos parecem mais formalidade. Esse suposto acesso à Justiça parece gerar classes mais desassistidas.
Os membros do Judiciário e do MP usam uma linguagem rebuscada, em que tudo parece distante, misterioso, kafkiano. A própria postura, em si, é de alguém que se impregnou de uma falsa meritocracia, de um falso conhecimento: “eu estou nesta posição porque sou melhor do que fulano, beltrano e, provavelmente, melhor do que a pessoa que está sob meu julgamento”. Isso começa a revelar problemas entre a pessoa que exerce poder e autoridade e a pessoa que vai buscar justiça e, no meu entender, sai carregando injustiça.
No meu entendimento, a justiça não mora com o juiz. Buscar justiça num juiz é uma ilusão, porque a justiça mora no centro do injustiçado. É o injustiçado que guarda o sentido de justiça. O juiz é legitimado para dizer o direito. Dizendo o direito, nem sempre se alcança a justiça.
E a segunda?
A segunda vertente nota em recentes decisões da Corte Europeia de Direitos Humanos a formação da chamada doutrina da aparência, que trata de juízo imparcial. Segundo essa doutrina, o juiz não deve apenas ser imparcial, ele precisa parecer imparcial.
Então, tornam-se muito importantes e delicadas as aparições públicas de juízes e outros operadores do direito. As entrevistas que dão, as declarações a respeito de envolvidos nos processos e de casos levados a eles. A Corte Europeia de Direitos Humanos não tem jurisdição no Brasil, mas poderíamos dizer que ordens nacionais europeias já começam a absorver, integrar, em suas decisões essa doutrina da aparência, que poderíamos chamar de exceção de parcialidade.
O Transforma MP, Coletivo de membros do Ministério Público do qual faço parte, apresentou duas ideias para absorver a Teoria da Aparência: primeiramente, poderia se alargar o rol de situações de impedimento para a declaração de parcialidade do juiz, acrescentando a exceção de parcialidade às exceções de suspeição e de impedimento, já previstas no Brasil.
Por exemplo, o Tribunal Constitucional da Espanha, que está submetida à Corte Europeia, decidiu afastar um juiz porque ele deu uma declaração pública, rápida, em que ele nem apreciou os fatos, foi uma declaração lacônica, mas que o tribunal entendeu que o juiz, com isso, deixou de parecer imparcial, determinando seu afastamento do caso.
E a terceira vertente?
Na vertente psiquiátrico-psicanalítica, eu chamo a atenção para um estudo de 1950, do filósofo Theodor Adorno que, com outros pesquisadores, tenta encontrar que tipo de personalidade política há na sociedade americana, e acaba detectando o que chama de personalidade antidemocrática ou fascista. Isto em 1950, logo após a Segunda Guerra.
Esse filósofo alinha catorze pontos em que caberia dizer que a pessoa, operadora do direito, tem uma postura antidemocrática e/ou fascista.
Escrevi há pouco um artigo, onde coloco essa referência, e as pessoas poderão identificar ali o que está acontecendo hoje no Brasil.
Resumindo, observa-se um quadro de perturbação emocional, levando a uma perturbação mental, quando o operador do direito, diante de uma hipótese, transforma essa hipótese em uma verdade, certeza, que se converte em uma verdade delirante, para em seguida, verem qualquer coisa, qualquer fato serve, para confirmar a certeza delirante da qual partiu.

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/verdades-delirantes-a-lava-jato-serve-a-uma-minoria-diz-promotora-de-justica-ao-dcm/

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Terrorismo eleitoral com Lula?

Sim, é verdade, a Folha, que Paulo Henrique Amorin chama de "Fel-lha", veiculou um artigo que afirmava o próximo apocalipse financeiro no caso de nova eleição de Lula. Ora, o que há de novo nisso? Nada, absolutamente nada. Na primeira eleição de Lula o dólar chegou a bater os R$ 4,00, e isso foi há 15 anos atrás.

Não acho que Lula seja o melhor candidato para a próxima eleição, contudo, também não é motivo para estarmos apavorados com a perspectiva de que seja presidente pela terceira vez. Na verdade, me assusta muito mais a eleição de um Henrique Meirelles, um Dória, ou qualquer outro ligado diretamente ao mercado financeiro, responsáveis diretos pela recessão profunda pela qual passa o país, em nome da acumulação de uns poucos.

Isso se não inventarem formas de reduzir a importância da próxima eleição, ou mesmo de evita-la.



dom, 26/11/2017 - 09:15
Atualizado em 26/11/2017 - 11:06
Foto: Ricardo Stuckert
Jornal GGN - Bernardo Mello Franco publicou na Folha deste domingo (26) um artigo lembrando de como o mercado fez terrorismo eleitoral em todas as últimas eleições, sempre colocando Lula como o candidato do caos para os investidores. Ele observou que o lulômetro já está em campo para 2018, evidente em estudos encomendados por setores da economia interessados em alavancar a candidatura de alguém do PSDB - de preferência, Geraldo Alckmin.
Por Bernardo Mello Franco
Na Folha
Uma vitória de Lula pode derrubar a Bolsa e levar o dólar a R$ 4. A estimativa foi divulgada pela corretora XP, que disse ter ouvido 211 investidores. É a volta do terrorismo de mercado, que sempre tenta ditar o resultado das eleições.

Em 1989, o presidente da Fiesp anunciou que 800 mil empresários deixariam o país se Lula fosse eleito. A frase facilitou a vitória de Fernando Collor, que confiscou a poupança e deixou a economia em frangalhos.

Em 2002, o Goldman Sachs lançou o "lulômetro" e projetou um câmbio nas alturas. O megainvestidor George Soros disse que o Brasil teria que escolher entre o tucano José Serra e o caos. O petista assumiu com o dólar a R$ 3,52 e voltou para São Bernardo com a cotação a R$ 1,66.

O novo estudo da XP sugere que a vitória de Lula em 2018 faria a Bolsa despencar para 55 mil pontos. A moeda americana poderia bater os R$ 4,10. O cenário muda da água para o Romanée-Conti em caso de vitória de Geraldo Alckmin ou Luciano Huck. O mercado fica ainda mais eufórico com a hipótese João Doria. O prefeito murchou nas pesquisas, mas ainda é o queridinho da Faria Lima.

Há muitas formas de se fazer terrorismo eleitoral. Em 2014, a propaganda do PT espalhou que a comida sumiria do prato dos pobres se Dilma Rousseff fosse derrotada por Marina Silva. A petista se reelegeu e produziu a maior recessão do pós-guerra.

No terrorismo de mercado, o truque é substituir a opinião de milhões de eleitores pelo desejo de um punhado de financistas. É um jogo em que a banca sempre vence. Mesmo que caia no ridículo, a profecia ajudará alguns espertos a enriquecer.

Outro dado divulgado na sexta-feira mostra como o mercado costuma confundir análise com torcida. Para 46%, Alckmin será o eleito. Pode ser que isso aconteça, mas hoje o tucano tem apenas 8% das intenções de voto. Se os investidores ouvidos pela XP acreditassem no que dizem, não se esforçariam tanto para lançar Doria e Huck no caldeirão de 2018.

sábado, 2 de dezembro de 2017

Olha a Canja

Rod Stewart passava pelo Centro de Londres, viu o artista de rua, lembrou dos velhos tempos, do início da carreira, e deu essa canja a quem estava por ali. "Handbags and Gladrags".