Vejam bem, não concordo diretamente com nenhuma das duas propostas. A de Temer é o absurdo dos absurdos, colocando todos os trabalhadores dentro do mesmo saco, como se as tarefas tivessem todas os mesmos graus de dificuldades, de exigências físicas, mentais, psíquicas, etc. Ao mesmo tempo tira desse saco categorias fortemente organizadas.
Por outro lado a proposta de Guedes já foi plenamente colocada em prática no Chile, e foi um completo desastre. Não pelo Chile em si, mas pela proposta mesma, que é de dificílima aplicação, e garante que a grande maioria da população não consiga economizar o mínimo necessário para garantir seus custos básicos quando as forças faltem para o trabalho.
Uma proposta como a de Ciro é muito mais viável, e tem sido exitosa em vários países do mundo, garantindo a renda mínima necessária para a maioria dos trabalhadores, e a possibilidade de poupanças extras para aqueles de maior rendimento.
Mas modelo de previdência a parte, o próximo governo mostra a cada dia a total falta de projeto, de organização e de propostas, dado que segue batendo cabeça, sem ter a mínima ideia do que fazer quando efetivamente assumir o poder.
Vejam bem, existe uma enorme diferença entre as figuras A, B ou C de um governo terem ideias e propostas sobre um determinado tema diferentes, essas são posições individuais. Um governo deve ter sua proposta e apresentá-la, se não a tiver deve levá-la a debate com a sociedade, mas o que se apresenta até agora é a falta de um norte do governo, aliado à total desorganização, já que todos são "superministros", e com isso uns entram nas searas dos outros, não tendo o governo um porta voz que concentre a interlocução com a sociedade, e muito menos a inteligência de debater internamente suas divergências e chegarem a uma conclusão.
E antes que alguém venha dizer que isso é decisão de gabinete, às portas fechadas, eu digo que não, que não é. Isso é decisão sobre linha de ação de governo, a aplicação é que precisa ser discutida e feita às claras, de forma a se aprimorar as ideias, ou mesmo mudá-las, caso apareçam ideias melhores no debate.
Até agora nem uma coisa nem outra vem sendo praticada. Fora a tentativa de cooptar apoio parlamentar via negociação nebulosa (essa sim). Amadorismo r más práticas dos piores tipos.
O texto abaixo é parte da matéria da Carta Capital, e está completo no link do título.
Aposentadoria
Pressa faria Guedes abrir mão de sua proposta para a Previdência?
por Dimalice Nunes — publicado 30/10/2018 15h16
Texto em tramitação no Congresso diverge da proposta do futuro governo em pontos fundamentais como idade mínima de modelo previdenciário
Daniel Ramalho/AFP
Previdência é prioridade do guru econômico de Bolsonaro
Paulo Guedes, guru econômico do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e principal cotado para assumir a Fazenda no novo governo, tem pressa para aprovar a reforma da Previdência. Em declarações à imprensa nos dias pós-eleição, ele afirmou mais de uma vez que o objetivo é aprovar no Congresso ainda neste ano o texto em tramitação sugerido pelo governo Temer.
A correria é tanta que Guedes parece ter topado aprovar uma reforma diferente daquela proposta no programa de governo protocolado na Justiça Eleitoral. A principal mudança está na própria concepção do projeto.
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