No jogo político, as coisas se costuram de forma muito estranha com relação a ética. Um político que é acusado de corrupção e está sempre no meio de algum escândalo econômico, alcança a presidência da Câmara dos deputados e se torna ponto chave num processo de impeachement com cara, pé, rabo, focinho, enfim todas as características de um golpe.
Mas há um senão nessa história, esse político não pode aderir diretamente ao golpe, porque periga ele mesmo ser rapidamente ceifado, após a derrubada do atual governo. Para isso não acontecer tenta acordos escusos, que não garantirão nada.
O que fazer? Seguir peitando o atual governo, e se arriscar na operação lava jato (que esta parecendo caça as bruxas), ou aderir aos golpistas, mas com chances de ser pego na mesma lava jato, para atender a futuros interesses dos golpistas?
Que situação, heim Sr. Eduardo Cunha?
Isso está bem claro na reportagem do G1.
Se derrubo Dilma, no dia seguinte vocês me derrubam, diz Cunha à oposição
Em reunião realizada na manhã desta terça-feira (13) na residência oficial da Câmara, o presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi direto com os líderes da oposição: "Se eu derrubo Dilma agora, no dia seguinte, vocês é que vão me derrubar", disse.
Na conversa pela manhã, Cunha ainda demonstrava desconforto em relação a nota da oposição, divulgada no último sábado, que defendia sua saída, mesmo o texto tendo sido negociado com ele. Em conversas mais reservadas, Cunha quer garantias de que conseguirá preservar o seu mandato.
Alguns partidos da oposição sinalizam que podem tentar segurar um processo de cassação contra o presidente da Câmara dentro do Conselho de Ética. Mesmo assim, no PSDB, a avaliação é de que Cunha ainda pode fazer um acordo com o governo, caso perceba que não haverá os 342 votos necessários para abrir um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Segundo relatos, Cunha disse na reunião que foi procurado por emissários do governo sinalizando uma tentativa de acordo. "Cunha vai pensar no que é melhor para ele", disse ao Blog um deputado do PSDB.
Até a reunião, a oposição queria fazer um aditamento a pedidos de abertura de processo de impeachment que já estavam em tramitação na Câmara, tática que foi atropelada durante o dia. Como antecipou o Blog, a oposição decidiu agora há pouco entrar com novo pedido de impeachment no Congresso Nacional.
A estratégia é incluir no pedido de impeachment referências às chamadas pedaladas fiscais, prática de atrasar repasses a bancos públicos, do ano de 2015. Representação do Ministério Público encaminhada ao TCU na última quinta-feira (8) afirma que a prática continuou sendo adotada pelo Executivo em 2015.
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