sábado, 28 de novembro de 2015
Almir Sater - Chalana
Outra grande música de Almir Sater. Parece que o blogueiro anda com o espírito mais rural.
quinta-feira, 26 de novembro de 2015
Mobilização pela Marinha Mercante
Um dos maiores promovedores do crescimento do país nos últimos anos (junto com o setor de petróleo), o setor naval pede socorro. Estaleiros reduzindo ritmo e/ou parando, empresas de navegação e apoio marítimo, reduzindo suas frotas, fechando. Todos esses despedindo.
Mas os benefícios que o crescimento do setor trouxeram ao país não passam despercebidos, e por isso mesmo já se iniciam movimentações para que os investimentos voltem e que, em curto prazo, esses setores econômicos retomem ao menos parte da pujança dos últimos anos. Isso passa por ações do governo. Ações essas, que têm sido constantemente cobradas pelo Blog dos Mercantes.
Quem sabe agora elas não comecem a se concretizar?
Ao menos é o que o artigo abaixo deixa transparecer.
Mas os benefícios que o crescimento do setor trouxeram ao país não passam despercebidos, e por isso mesmo já se iniciam movimentações para que os investimentos voltem e que, em curto prazo, esses setores econômicos retomem ao menos parte da pujança dos últimos anos. Isso passa por ações do governo. Ações essas, que têm sido constantemente cobradas pelo Blog dos Mercantes.
Quem sabe agora elas não comecem a se concretizar?
Ao menos é o que o artigo abaixo deixa transparecer.
Portal Fator Brasil – Reportagem – 12/08/2015
Setor naval precisa de uma agenda positiva
No Rio de Janeiro, lideranças governamentais, setoriais e empresariais pediram menos burocracia e manutenção do otimismo para superar o período de instabilidade econômica do País.
O ambiente de instabilidade econômica e política reflete em todos os setores produtivos do País e a indústria naval e offshore, um dos símbolos dos anos recentes de crescimento, também sofre com incertezas. Para reverter este quadro, lideranças governamentais, setoriais e empresariais recorrem ao otimismo, como pôde ser visto no primeiro dia da 12ª edição da Marintec South America - Navalshore, evento do setor de construção e manutenção naval da América do Sul, que começou no dia 11 de agosto(terça-feira), e vai até quinta, no Rio de Janeiro (RJ).
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Estado do Rio de Janeiro, Marco Capute, afirmou que tem confiança no crescimento do setor: “Estou no cargo há cinco meses e, desde então, minha agenda está carregada de reuniões com empresas que querem investir no Rio”. Ele frisa, no entanto, que é necessário ter criatividade para superar o período instável e garantir os empregos nos estaleiros. “O governo estadual não está omisso. Temos discutido uma política para o setor, não só aqui mas no País”, completa.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior também acredita na força do setor, destacou o coordenador-geral das Indústrias Automotiva Naval e de Equipamento de Transporte, João Rossi. “Estamos acompanhando a crise, mas sabemos que o segmento naval é forte. O plano de negócios da Petrobras é robusto e está em andamento e as perspectivas são otimistas. Vamos discutir saídas e superar os desafios.
Para o diretor da Agência de Transportes Aquaviários (Antaq), Alberto Tokarski, otimismo não basta, o Brasil precisa ter o compromisso de diminuir a burocracia. Ele se refere às licitações de arrendamentos de áreas portuárias, cujo o primeiro bloco está sob avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU). “Gostaríamos que o processo tivesse mais celeridade, pois temos convicção que as áreas são atrativas e vão gerar investimentos, inclusive de fora do País”, observa.
Para o superintendente de Insumos Básicos do BNDES, Rodrigo Bacellar, o ano é de desafios, mas não necessariamente significa que haverá retração para as atividades do banco de fomento, como disse durante participação na Marintec “Só neste ano, a instituição deve financiar mais de R$ 3 bilhões para projetos de construção naval. A busca por mercados externos, inclusive, é uma oportunidade para as empresas enquanto o Pais está instável”, observou.
A Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) teme que a falta de governabilidade no País afete a continuidade dos projetos nos setores naval e offshore, segundo o vice-presidente da entidade, Raul Sanson. “O momento é difícil e decidimos trabalhar em duas frentes, com o mapeamento da indústrial naval e com o conselho de oil & gas, para discutir os leilões no setor, fundamentais para o seu funcionamento”, explicou. Sanso ressalta que, o Rio de Janeiro é o estado que mais sofre quando o ambiente de negócios é ruim, pois 80% das atividades petrolíferas e de gás e 50% da produção naval estão em seu território.
“O grande desafio desta edição da Marintec é o de auxiliar o segmento a formular uma agenda positiva para os próximos anos, com o objetivo de consolidar a atividade naval no País e na América do Sul. Para isso, introduzimos novidades no modelo do evento como o Fórum de Líderes, que reúne, em uma programação de debates, os principais players e lideranças setoriais e governamentais na busca de soluções para o setor”, destaca Jean-François Quentin, presidente da UBM Brazil, responsável pela organização do evento, que segue até o dia 13 de agosto (sexta-feira).
terça-feira, 24 de novembro de 2015
Barragens, Atentados e Guerras Civis
"...O que embaraça os norte-americanos é que perderam o controle de sua criatura, ou seja, o Estado Islâmico, por eles financiado contra o Governo legítimo da Síria. Com isso, estão sendo forçados a aceitar a colaboração da Rússia, através da França, para atacar o grupo terrorista..."
Texto extraído da revista Carta Maior
Muito tem se discutido nos últimos dias sobre os problemas ocorridos no Brasil, mais precisamente em Mariana, os atentados a bomba ocorridos em Paris, a Guerra Civil na Síria, e por que não, a crise na Petrobrás? O que isso tudo tem em comum? Muita coisa.
Antes de tudo, todos esses problemas poderiam ter sido evitados, se o poder público tivesse tido mais atenção ao que acontece, tivesse fiscalizado e tomado decisões de acordo com os interesses reais de seus países e cidadãos.
Esses problemas também são consequência da guerra capitalista por mercados e lucros, que frequentemente se traduz em desgraça para pessoas menos afortunadas. Isso acontece no estouro da barragem em Mariana, na crise da Petrobrás (que é asfixiada pela manipulação Norte-Americana e Europeia das reservas de petróleo árabe, ou nos atentados de Paris, reflexo do intervencionismo ocidental, nesse caso francês, em assuntos internos dos próprios árabes. Não esqueçamos o genocídio de milhares de sírios, que sofrem com a guerra civil, e que foi financiada, e agora atacada pelas potências ocidentais.
Não bastasse tudo isso, todas as informações repassadas pela grande imprensa são manipuladas, para passarem impressões dos acontecimentos, que atendam interesses específicos, e que não necessariamente sejam os da população em geral (na verdade quase nunca o são).
E nesse post me despeço com outra citação retirada da revista Carta Maior, dessa vez de seu editorial.
"...A ausência de coordenação global entre economias, a subordinação da democracia a interesses financeiros que se dedicam a esvaziá-la, a incompatibilidade entre a acumulação irracional e a sobrevivência dos recursos que formam as bases da vida na terra, não serão superados com boas intenções de organismos não governamentais..."
sábado, 21 de novembro de 2015
Milton Nascimento - Travessia (Excelente Audio)
Quem nunca cantou isso numa roda de viola? Mais um grande sucesso de Milton Nascimento.
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
Ódio, é isso que move o Brasil?
Não sejamos infantis. A "paz" norte-americana é garantida com a quebra de direitos humanos das chamadas minorias étnicas, e de gênero, por uma polícia que constantemente recebe acusações de abusos e desvios. Na Europa a xenofobia corre solta, e são constatados diariamente conflitos entre imigrantes (legais ou não), com autoridades e "aborígenes" antes estabelecidos naquelas terras.
Na verdade poucos são os países do mundo em que reinam condições ditas mais "civilizadas", embora a grande maioria dos países garantam ilhas dessas condições para pessoas com maior poder aquisitivo.
De qualquer forma achei muito válido compartilhar com aqueles que me seguem, o texto de Frederico Di Giacomo Rocha, nem que seja para simples reflexão.
O texto foi encontrado através da rede de linkedin.
A história do ódio no Brasil
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publiquei esse texto originalmente no meu projeto Glück.
“Achamos que somos um bando de gente pacífica cercados por pessoas violentas”. A frase que bem define o brasileiro e o ódio no qual estamos imersos é do historiador Leandro Karnal. A ideia de que nós, nossas famílias ou nossa cidade são um poço de civilidade em meio a um país bárbaro é comum no Brasil. O “mito do homem cordial”, costumeiramente mal interpretado, acabou virando o mito do “cidadão de bem amável e simpático”. Pena que isso seja uma mentira. “O homem cordial não pressupõe bondade, mas somente o predomínio dos comportamentos de aparência afetiva”, explica o sociólogo Antônio Cândido. O brasileiro se obriga a ser simpático com os colegas de trabalho, a receber bem a visita indesejada e a oferecer o pedaço do chocolate para o estranho no ônibus. Depois fala mal de todos pelas costas, muito educadamente.
Olhemos o dicionário: cordial significa referente ou próprio do coração. Ou seja, significa ser mais sentimental e menos racional. Mas o ódio também é um sentimento, assim como o amor. (Aliás os neurocientistas têm descoberto que ambos sentimentos ativam as mesmas partes do cérebro.) Nós odiamos e amamos com a mesma facilidade. Dizemos que “gostaríamos de morar num país civilizado como a Alemanha ou os Estados Unidos, mas que aqui no Brasil não dá para ser sério.” Queremos resolver tudo num passe de mágica. Se o político é corrupto devemos tirar ele do poder à força, mas se vamos para rua e “fazemos balbúrdia” devemos ser espancados e se somos espancados indevidamente, o policial deve ser morto e assim seguimos nossa espiral de ódio e de comportamentos irracionais, pedindo que “cortem a cabeça dele, cortem a cabeça dele”, como a rainha louca de Alice no País das Maravilhas. Ninguém para 5 segundos para pensar no que fala ou no que comenta na internet. Grita-se muito alto e depois volta-se para a sala para comer o jantar. Pede-se para matar o menor infrator e depois gargalha-se com o humorístico da televisão. Não gostamos de refletir, não gostamos de lembrar em quem votamos na última eleição e não gostamos de procurar a saída que vai demorar mais tempo, mas será mais eficiente. Como escreveu Sérgio Buarque de Holanda, em “Raízes do Brasil“, o criador do termo “homem cordial” : “No Brasil, pode dizer-se que só excepcionalmente tivemos um sistema administrativo e um corpo de funcionários puramente dedicados a interesses objetivos e fundados nesses interesses. Ao contrário, é possível acompanhar, ao longo de nossa história, o predomínio constante das vontades particulares que encontram seu ambiente próprio em círculos fechados e pouco acessíveis a uma ordenação impessoal” Ou seja, desde o começo do Brasil todo mundo tem pensando apenas no próprio umbigo e leva as coisas públicas como coisa familiar. Somos uma grande família, onde todos se amam. Ou não?
O já citado Leandro Karnal diz que os livros de história brasileiros nunca usam o termo guerra civil em suas páginas. Preferimos dizer que guerras que duraram 10 anos (como a Farroupilha) foram revoltas. Foram “insurreições”. O termo “guerra civil” nos parece muito “exagerado”, muito “violento” para um povo tão “pacífico”. A verdade é que nunca fomos pacíficos. A história do Brasil é marcada sempre por violência, torturas e conflitos. As decapitações que chocam nos presídios eram moda há séculos e foram aplicadas em praça pública para servir de exemplo nos casos de Tiradentes e Zumbi. As cabeças dos bandidos de Lampião ficaram expostas em museu por anos. Por aqui, achamos que todos os problemas podem ser resolvidos com uma piada ou com uma pedrada. Se o papo informal não funciona devemos “matar” o outro. Duvida? Basta lembrar que por aqui a república foi proclamada por um golpe militar. E que golpes e revoluções “parecem ser a única solução possível para consertar esse país”. A força é a única opção para fazer o outro entender que sua ideia é melhor que a dele? O debate saudável e a democracia parecem ideias muito novas e frágeis para nosso país.
Em 30 anos, tivemos um crescimento de cerca de 502% na taxa de homicídios no Brasil. Só em 2012 os homicídios cresceram 8%. A maior parte dos comentários raivosos que se lê e se ouve prega que para resolver esse problema devemos empregar mais violência. Se você não concorda “deve adotar um bandido”. Não existe a possibilidade de ser contra o bandido e contra a violência ao mesmo tempo. Na minha opinião, primeiro devemos entender a violência e depois vomitar quais seriam suas soluções. Por exemplo, você sabia que ocorrem mais estupros do que homicídios no Brasil? E que existem mais mortes causadas pelo trânsito do Brasil do que por armas de fogo? Sim, nosso trânsito mata mais que um país em guerra. Isso não costuma gerar protestos revoltados na internet. Mas tampouco alivia as mortes por arma de fogo que também tem crescido ano a ano e se equiparam, entre 2004 e 2007, ao número de mortes em TODOS conflitos armados dos últimos anos. E quem está morrendo? 93% dos mortos por armas de fogo no Brasil são homens e 67% são jovens. Aliás,morte por arma de fogo é a principal causa de mortalidade entre os jovens brasileiros. Quanto à questão racial, morrem 133% mais negros do que brancos no Brasil. E mais: o número de brancos mortos entre 2002 e 2010 diminuiu 25%, ao contrário do número de negros que cresceu 35%. É importante entender, no entanto, que essas mortes não são causadas apenas por bandidos em ações cotidianas. Um dado expressivo: no estado de São Paulo ocorreram 344 mortes por latrocínio (roubo seguido de morte) no ano de 2012. No mesmo ano, foram mortos 546 pessoas em confronto com a PM. Esses números são altos, mas temos índices ainda mais altos de mortes por motivos fúteis (brigas de trânsito, conflitos amorosos, desentendimentos entre vizinhos, violências domésticas, brigas de rua,etc). Entre 2011 e 2012, 80% dos homicídios do Estado de São Paulo teriam sido causados por esses motivos que não envolvem ação criminosa. Mortes que poderiam ter sido evitadas com menos ódio. É importante lembrar que vivemos numa sociedade em que “quem não reage, rasteja”, mas geralmente a reação deve ser violenta. Se “mexeram com sua mina” você deve encher o cara de porrada, se xingaram seu filho na escola “ele deve aprender a se defender”, se falaram alto com você na briga de trânsito, você deve colocar “o babaca no seu lugar”. Quem não age violentamente é fraco, frouxo, otário. Legal é ser ou Zé Pequeno ou Capitão Nascimento. Nossos heróis são viris e “esculacham”
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Se tivesse nascido no Brasil, Gandhi não seria um homem sábio, mas um “bundão” ou um “otário”.
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O discurso de ódio invade todos os lares e todos os segmentos. Agora que o gigante acordou e o Brasil resolveu deixar de ser “alienado” todo mundo odeia tudo. O colunista da Veja odeia o âncora da Record que odeia o policial que odeia o manifestante que odeia o político que odeia o pastor que odeia o “marxista” que odeia o senhor “de bem” que fica em casa odiando o mundo inteiro em seus comentários nos portais da internet. Para onde um debate rasteiro como esse vai nos levar? Gritamos e gritamos alto, mas gritamos por quê?
Política não é torcida de futebol, não adianta você torcer pela derrota do adversário para ficar feliz no domingo. A cada escândalo de corrupção, a cada pedreiro torturado, a cada cinegrafista assassinado, a cada dentista queimada, a cada homossexual espancado; todos perdemos. Perdemos a chance de conseguir dialogar com o outro e ganhamos mais um motivo para odiar quem defende o que não concordamos.
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Eu também me arrependo muitas vezes de entrar no calor das discussões de ódio no Brasil; seja no Facebook, seja numa mesa de bar. Às vezes me pergunto se eu deveria mesmo me pronunciar publicamente sobre coisas que não conheço profundamente, me pergunto por que parece tão urgente exprimir minha opinião. Será essa a versão virtual do “quem não revida não é macho”? Se eu tivesse que escolher apenas um lado para tentar mudar o mundo, escolheria o lado da não-violência. Precisamos parar para respirar e pensar o que queremos e como queremos. Dialogar. Entender as vontades do outro. O Brasil vive um momento de efervescência, vamos usar essa energia para melhorar as coisas ou ficar nos matando com rojões, balas e bombas? Ou ficar prendendo trombadinhas no poste, torturando pedreiros e chacinando pessoas na periferia? Ou ficar pedindo bala na cabeça de políticos? Ficar desejando um novo câncer para o Reinaldo Azevedo ou para o Lula? Exigir a volta da ditadura? Ameaçar de morte quem faz uma piada que não gostamos?
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Eu também me arrependo muitas vezes de entrar no calor das discussões de ódio no Brasil; seja no Facebook, seja numa mesa de bar. Às vezes me pergunto se eu deveria mesmo me pronunciar publicamente sobre coisas que não conheço profundamente, me pergunto por que parece tão urgente exprimir minha opinião. Será essa a versão virtual do “quem não revida não é macho”? Se eu tivesse que escolher apenas um lado para tentar mudar o mundo, escolheria o lado da não-violência. Precisamos parar para respirar e pensar o que queremos e como queremos. Dialogar. Entender as vontades do outro. O Brasil vive um momento de efervescência, vamos usar essa energia para melhorar as coisas ou ficar nos matando com rojões, balas e bombas? Ou ficar prendendo trombadinhas no poste, torturando pedreiros e chacinando pessoas na periferia? Ou ficar pedindo bala na cabeça de políticos? Ficar desejando um novo câncer para o Reinaldo Azevedo ou para o Lula? Exigir a volta da ditadura? Ameaçar de morte quem faz uma piada que não gostamos?
Se a gente escutasse o que temos gritado, escrito e falado, perceberíamos como temos descido em direção às trevas interiores dos brasileiros às quais Nélson Rodrigues avisava que era melhor “não provocá-las. Ninguém sabe o que existe lá dentro.”
Será que não precisamos de mais inteligência e informação e menos ódio? Quando vamos sair dessa infantilidade de “papai bate nele porque ele é mau” e vamos começar a agir como adultos? Quando vamos começar a assumir que, sim, somos um povo violento e que estamos cansados da violência? Que queremos sofrer menos violência e provocar menos violência? Somos um povo tão religioso e cristão, mas que ignora intencionalmente diversos ensinamentos de Jesus Cristo. Não amamos ao nosso inimigo, não damos a outra face, não deixamos de apedrejar os pecadores. Esquecemos que a ira é um dos sete pecados capitais. Gostamos de ficar presos na fantasia de que vivemos numa ilha de gente de bem cercada de violência e barbárie e que a única solução para nossos problemas é exterminar todos os outros que nos cercam e nos amedrontam.
Mas quando tudo for só pó e solidão, quem iremos culpar pelo ódio que ainda carregaremos dentro de nós?
Mas quando tudo for só pó e solidão, quem iremos culpar pelo ódio que ainda carregaremos dentro de nós?
terça-feira, 17 de novembro de 2015
Integração da América do Sul
A reportagem abaixo, do Jornal do Comércio, fala sobre um corredor de integração da América do Sul, o que propiciria aumento do comércio entre os próprios países envolvidos, interiorização do desenvolvimento (mesmo já sendo uma região bastante desenvolvida no interior isso aumentaria), acesso aos dois oceanos aos países envolvidos, além de outras vantagens.
A primeira vez que vi algo sobre o tema, foi durante o primeiro governo do PT, no anos de 2005, em seminário ocorrido no Hotel Guanabara, na época, empresários e autoridades (e eu infiltrado por parte de trabalhadores) participamos de vários seminários, e debates sobre a integração física da América do Sul, através de corredores de transportes como o descrito na matéria do JC.
Já comentei algumas vantagens sobre o corredor de Porto Alegre a Coquinho, imaginem se tivéssemos mais 3 ou 4 corredores desse tipo, interligando completamente a América do Sul, não apenas fazendo uso do transporte rodoviário, mas com ligações a hidrovias e ferrovias, proporcionando o uso do transporte multimodal, barateando fretes, facilitando o escoamento da produção de todos os países sulamericanos, e propiciando desenvolvimento a todos eles?
Utopia? Não, isso é absolutamente possível, basta quere.
Jornal do Comércio– Reportagem – 10/09/2015
Chile avança na ideia do Corredor Bioceânico
Estrutura com 2.472 quilômetros fará a integração física da América do Sul pelos oceanos Atlântico e Pacífico
Chilenos da cidade de Coquimbo participaram ontem de audiência pública na Comissão do Mercosul da Assembleia Legislativa para debater o Corredor Bioceânico Central, que fará a integração física da América do Sul, interligando os oceanos Atlântico e Pacífico. A rota, de 2.472 quilômetros, irá de Coquimbo, no Norte do Chile, até Porto Alegre, passando pela Argentina.
Um dos principais pontos do trajeto é a travessia da Cordilheira dos Andes, cujas estradas ficam fechadas mais de 40 dias por ano em razão da neve. Segundo as autoridades chilenas presentes na audiência pública, os recursos para obra do Túnel do Passo de Água Negra, nos Andes, já estão garantidos e a licitação em andamento. No atual projeto, está prevista a construção de um túnel com 13,8 quilômetros de extensão, o que permitirá o livre trânsito nos 365 dias. A obra integrará oito regiões, três países, 21 portos, 9 aeroportos e 21 milhões de pessoas.
O presidente da Assembleia, deputado Edson Brum (PMDB), destacou que a obra vai “viabilizar um fluxo de exportação importante para a economia gaúcha e brasileira, bem como dos países interessados”. O deputado Frederico Antunes (PP) comemorou o trabalho já executado pelas autoridades chilenas, mas salientou a urgente necessidade da duplicação da BR-290, o principal corredor do Mercosul.
“O Chile está de parabéns por ter feito o dever de casa e esperamos que a Argentina também faça a sua parte. Acredito que das três nações beneficiadas com esse projeto, a que mais deixe a desejar seja o Brasil, vide o atraso nas obras de duplicação da BR-290. Como parlamentares gaúchos e membros desta Comissão, eu proponho que nós intensifiquemos a cobrança junto ao Congresso Nacional, para garantir que esses recursos para a BR-290 sejam garantidos no orçamento do próximo ano”, disse Frederico Antunes. A previsão de conclusão do Corredor Bioceânico Central é de 14 anos, tempo calculado pelas tecnologias existentes para a obra, principalmente pela construção do Túnel de Água Negra.
sábado, 14 de novembro de 2015
Beto Guedes - Sol de Primavera
Já que estamos andando por Minas Gerais, lembremos de Beto Guedes e seu eterno Sol de Primavera.
quinta-feira, 12 de novembro de 2015
Brasil financiando desenvolvimento estrangeiro?
A reportagem é bem clara, mas as informações contidas nela não são exatas. É certo que o FMM é destinado à construução de navios em estaleiros brasileiros, não sob a responsabilidade desses. Se fosse sob a responsabilidade desses, era simples você abrir um estaleiro de fachada, pegar as encomendas em seu nome e efetivamente construí-las em estaleiros estrangeiros, gerando um altíssimo lucro ao dono de nosso estaleiro fantasma e muito pouco agregando à economia nacional.
Mas acredito que, nesse caso, poderíamos fazer uma composição, financiando a parte que foi construída em estaleiro nacional, e a parte dos holandeses, bem, aí eles que se virem.
Quanto a parte do Registro Especial Brasileiro (REB), não vejo problemas no embandeiramento da embarcação sob esse regime, até porque aumenta a frota arvorando o pavilhão nacional, e dá melhores condições de fiscalização sobre a mesma. As isenções são parte inerente ao regime da bandeira, e existem, no próprio REB, opção de embandeiramento para embarcação construída fora do país.
Por último fica clara a conotação política da matéria, que insinua a ligação do financiamento de embarcações FMM, com o registro delas no REB, financiamentos aprovados pelo BNDES, e a falcatruas mil, numa tentativa de encontrar outros desvios nos processos.
Como eu mostrei acima, o problema é muito menos grave do que estão pintando, o próprio governo (leia-se BNDES) já começou a tomar suas providências, e a solução é mais simples do que querem fazer parecer.
Cavalos não têm chifres, mas para alguns eles são encontrados em qualquer lugar.
Folha de São Paulo – Reportagem – 18/08/2015
Fundo para indústria brasileira financia navio na Holanda
Nicola Pamplona
Construção seria realizada pela OSX e, com a falência do grupo de Eike, foi transferida para empresa europeia. Não havia estaleiro disponível no país, dizem advogados da empresa em defesa apresentada ao governo
Destinado a fomentar a indústria naval brasileira, o Fundo de Marinha Mercante (FMM) está financiando um navio para lançamento de dutos submarinos de petróleo construído na Holanda.
A embarcação Sapura Esmeralda está a caminho do Brasil, com chegada estimada para o próximo fim de semana. O navio pertence à Sapura, empresa especializada em serviços submarinos.
O financiamento de R$ 471,4 milhões foi aprovado em novembro de 2011 e questionado em parecer da Procuradoria da Fazenda Nacional, em setembro do ano passado.
Os procuradores afirmam que, ao ser transferida para a Holanda, a obra deixou de se enquadrar nas condições estabelecidas para o uso de recursos do fundo.
O FMM concede empréstimos a juros subsidiados, utilizando recursos de uma taxa cobrada sobre o frete marítimo de produtos no país, o Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFMM).
Ele é gerido por um conselho ligado ao Ministério do Transportes e formado por representantes do governo, da Marinha e de empresas e trabalhadores do setor.
A embarcação foi contratada pela Petrobras em licitação realizada em 2010. Seria construída pela OSX, estaleiro de Eike Batista no porto do Açu, mas foi transferida para o IHC Merwede, na Holanda após a falência do grupo comandado pelo empresário.
No dia 30 de julho, praticamente concluída, foi embarcada no navio Mighty Servant 3 para transporte ao Brasil.
"Se os recursos do FMM tinham como destinação o financiamento do processo relativo à construção de embarcação em estaleiro brasileiro, não é possível permitir que esse apoio financeiro prossiga caso a embarcação seja construída em estaleiro fora do território nacional", afirma o parecer da Procuradoria da Fazenda.
Outro lado
A Sapura não foi encontrada para comentar o assunto. O escritório que a
representou no processo, Veirano Advogados, não quis comentar.
Na defesa apresentada ao governo, os advogados alegam que a transferência das obras se deu por motivo de força maior, após o pedido de recuperação judicial da OSX, e que não havia outro estaleiro disponível no Brasil.
O Ministério dos Transportes diz que o estaleiro OSX permanece como o responsável pelas obras.
"A primeira etapa foi construída no Brasil e os blocos feitos no Brasil foram levados para a Holanda para uma segunda etapa", justificou.
O ministério diz ainda que a obra será finalizada nas instalações da OSX.
Isenções
Além da manutenção do financiamento, é questionado o enquadramento da Sapura Esmeralda no Registro Especial Brasileiro (REB), que concede benefícios tributários a embarcações feitas no Brasil.
Em 2012, a embarcação recebeu o pré-registro, que deve ser confirmado após sua chegada ao país.
O REB garante, entre outras coisas, isenção de Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) na aquisição de peças e equipamentos para a construção.
terça-feira, 10 de novembro de 2015
Cabotagem recebe prioridade
O país passa por crise política séria, mas ela a parte, a Marinha Mercante é o ganha-pão de muita gente no país. e é a esse tema que voltamos hoje. Se no offshore as coisas não andam muito bem, ao menos na cabotagem as coisas parecem estar caminhando de forma bastante satisfatótia, ainda mais nas atuais condições econômico-políticas pelas quais passamos.
Ao menos é o que dá a entender a matéria abaixo da revista Portos e Navios. E é bom que a Cabotagem cresça, até porque é uma forma mais do que inteligente de diminuir o chamado "custo Brasil" e preparar o terreno para a retomada de uma economia mais forte, e com melhores condições de crescimento.
Dizemos isso porque o transporte é fundamental para o crescimento de qualquer economia, e a Marinha Mercante é fundamental para reduzirmos o custo desse transporte.
Portos e Navios – Reportagem – 30/09/2015
Cabotagem recebe prioridade de R$ 2,2 bilhões para construção de embarcações
Danilo Oliveira
O segmento de cabotagem recebeu prioridade de R$ 2,2 bilhões para construção de embarcações. O montante representa, respectivamente, cerca de 70% do total de R$ 3 bilhões destinados a novos projetos da indústria naval e 55% dos R$ 3,9 bilhões aprovados na última sexta-feira (25), durante a 29ª reunião ordinária do Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante.
De acordo com o Ministério dos Transportes, foram aprovados R$ 487,9 milhões para novas embarcações de navegação interior, R$ 12,8 milhões para construção de embarcações para transporte de passageiros e R$ 12,5 milhões para reparação e docagem de embarcações.
Na ocasião, foram aprovados R$ 19 milhões para suplementação de projetos, sendo R$ 11 milhões para concluir a construção de estaleiro e dique flutuante e R$ 8 milhões para terminar a construção de embarcações de apoio offshore. Os R$ 825,9 milhões destinados a projetos reapresentados também vão para finalizar a construção de embarcações de apoio offshore.
Procurado pela Portos e Navios, o ministério informou, por meio de sua assessoria, que o detalhamento dos projetos que receberam prioridade na reunião ainda não tem previsão para ser divulgado. O nome das empresas será publicado no Diário Oficial.
sábado, 7 de novembro de 2015
Milton Nascimento - Coração Civil
Milton Nascimento ainda não tinha aparecido no Blo dos Mercantes. O cantor e compositor, que fez enorme sucesso entre os anos 70 e 90, dispensa apresentações. Coração Civil é uma de suas melhores composições, e tem muito a ver com o momento turbulento que o país passa mais uma vez.
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
Acho que me faltam neurônios
Quando o mundo clama por democracia, o que demanda transparência e dignidade no trato público, o governo paulista do PSDB começa por tornar inacecíveis por 25 anos dados sobre o transporte público do estado, continua com os documentos sobre a crise da água, e agora incorpora documentos sobre a Polícia Militar do estado.
Mesmo com esses atos (que são aprovados pela grande imprensa do estado de São Paulo, e boa parte da brasileira) eles se chamam de oposição e cobram do governo federal democracia, transparência, bom trato com a coisa pública, etc, etc.
Ou é muita cara-de-pau desse pessoal, que cai numa absurda contradição ao pregar e cobrar uma coisa e fazer outra, ou me faltam neurônios para entender o ato democrático e transparente que o governo de São Paulo vem tomando.
E depois perguntam porque o país está mal?
A reportagem abaixo é do G1.
PM decreta sigilo de informações da corporação por até 15 anos
Distribuição do efetivo existente e escala de PMs ficam 5 anos em segredo.
Atuação administrativa, financeira, logística e operacional ficam sob sigilo.
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Além de decretar sigilos das informações de dados técnicos da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do estado de São Paulo) e do Metrô, a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) determinou segredo de até 15 anos para assuntos da Polícia Militar.
Ao todo, foram colocados em sigilo 26 assuntos de 87 documentos da corporação que incluem informações administrativas e financeiras. O decreto foi publicado no Diário Oficial do dia 17 de outubro de 2013.
saiba mais
Sabesp determina sigilo de 15 anos sobre dados da rede de água e esgoto
Governo de SP revoga segredo sobre documentos de obras no Metrô
O controle e distribuição do efetivo existente nas regiões; o processo de admissão, exoneração, demissão, expulsão e a transferência para reserva e reforma; e o regime de trabalho e escala de serviço tiveram o segredo decretado por cinco anos. Até a agenda do Comandante Geral e do Subcomandante da PM ficou restrita pelo mesmo período.
Já os documentos sobre atuação administrativa, financeira, logística e operacional; o currículo de educação profissional; distribuição de coletes à prova de balas e projetos arquitetônicos tiveram o sigilo decretado por 15 anos.
Em nota, a Polícia Militar disse que "a classificação dos graus de sigilo dos documentos foi feita após criteriosa análise de uma comissão criada para esse fim, levando em consideração o conteúdo completo de cada expediente. Os critérios para a classificação levam em consideração diversos fatores, como, por exemplo, a segurança de pessoas e as estratégias operacionais”, declarou.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) criou uma comissão para rever os artigos que classificam atos sigilosos. Ele irá assinar na tarde desta quinta um decreto revogando as resoluções assinadas por secretários.
Sabesp e Metrô
A Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) determinou que informações do cadastro técnico e operacional da empresa terão sigilo de 15 anos. O decreto com a decisão saiu no Diário Oficial do Estado no dia 30 de maio deste ano.
O cadastro técnico e operacional da Sabesp abrange informações sobre procedimentos e projetos técnicos e operacionais, além da localização de redes de água e esgoto, equipamentos, instalações e sistemas operacionais.
Na semana passada, o governo de São Paulo revogou uma resolução que tornou ultrassecretos por até 25 anos alguns documentos do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU).
No decreto de maio, a justificativa da companhia para o sigilo é que a divulgação das informações “pode implicar em possíveis usos inadequados, manipulação e danos nos sistemas de abastecimento de água ou esgotamento sanitário”.
Entre os dados que estão em sigilo, estão os chamados "pontos prioritários" da cidade que não podem sofrer desabastecimento. A empresa informou que a lista tem 461 pontos prioritários e "inclui hospitais, prontos-socorros, clínicas de hemodiálise, presídios e centros de detenção provisória".
A Sabesp ainda disse que "nem todo cadastro está sob sigilo" e que o sigilo "restringe-se aos locais que, em um evento extremo, serão estratégicos para manter o abastecimento de água a equipamentos públicos essenciais". A Sabesp apontou como fundamento jurídico para a decisão o artigo 30, inciso III do decreto estadual 58.052: III: " pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população.
O secretário Clodoaldo revogou uma resolução que tornou ultrassecretos por até 25 anos documentos do Metrô, da CPTM e da EMTU.
O governo também vai revisar todos os pedidos de informação que foram negados até agora. Informações que são protegidas por ordem judicial ou que possam comprometer a vida e a segurança dos usuários vão continuar secretas.
Os documentos receberam classificação "ultrassecreta" determinada pela Lei de Acesso à Informação, de 2012. O governo só pode se recusar a fornecer os dados em casos especiais, que envolvam a segurança da população, do estado, ou da defesa do território nacional. Se não houver revogação, este documentos só poderão ser divulgados em 2040.
terça-feira, 3 de novembro de 2015
Preço do petróleo também é entrave
Claro que a crise na Petrobras tem muito de desvios e mau gerenciamento, além de boa pitada de politicagem barata, mas ela não é fruto apenas da ação pouco inteligente de alguns, se não que também resultado de uma retração que o setor de petróleo vem sofrendo em todo o mundo, principalmente em suua versão offshore, e em outras áreas onde sejam necessáriios o emprego de tecnologias mais dispendiosas.
Isso se deve a dois fatores principais, O primeiro é que finalmente o setor está refletindo a crise de 2008, e a queda no consumos proveniente dela, da diminuição di ritmo de crescimento chinês, indiano, e de outros emergentes. O segundo é o controle direto que os Estados Unidos passou a ter de grandes reservas de petróleo no Oriente Médio, e o aumento da oferta que derrubou o preço da commoditie.
Preço esse que, no momento, é o principal entrava-e a um rápido reerguimento da estatal brasileira, pois diminui fortemente as margens de lucro da empresa e sua capacidade de pagamento da dívida, além de dificultar a exploração de reservas menos produtivas.
Quem trabalha no setor já deve ter percebido, a estatal vem trabalhando devagar, preparando terreno e esperando o aumento no valor do petróleo.
Ele virá, mais cedo ou mais tarde, ele virá.
Valor Econômico – Reportagem – 24/08/2015
Alta do preço pode reduzir lucratividade do Pré-Sal
Camila Maia e Cláudia Schüffner
O petróleo tipo Brent, usado como referência nos contratos da companhia e da Agência Nacional do Petróleo (ANP), fechou com queda de 2,6% na sexta-feira, cotado a US$ 45,42 o barril. O valor está abaixo dos US$ 52 a US$ 53 informados pela Petrobras em janeiro deste ano como sendo o preço mínimo do barril suficiente para garantir a viabilidade econômica da produção do pré-sal.
Esse preço, informava a empresa, levava em conta um custo aproximado de US$ 45 por barril para a produção e pagamento de tributos, e seria suficiente para remunerar o capital investido. Contudo, ele não inclui a infraestrutura para escoamento do gás, que representa um aumento de US$ 5 a US$ 7 por barril.
Procurada, a estatal informou que "está aumentando a sua capacidade de produção de petróleo e gás no pré-sal de modo economicamente viável considerando a alta produtividade dos poços".
Na média de 2015, até sexta-feira, o preço do Brent já está em US$ 58,78, abaixo do preço médio considerado no novo plano de negócios da Petrobras, que prevê US$ 60 para o barril de Brent. Se o preço da commodity está superestimado no plano de negócios, o câmbio considerado está subestimado. Isso porque ela considera R$ 3,10 por dólar, mas o dólar fechou cotado a 3,49 na sexta.
O colapso dos preços do petróleo que começou há um ano não dá sinais de alívio. Tudo indica que a Petrobras pode ter pouca sobra na produção para pagar sua bilionária dívida, o que pode levar a companhia a rever, novamente, seus investimentos. O fenômeno afeta não só a Petrobras e o Brasil, mas outros países emergentes que também se beneficiaram do superciclo das commodities, particularmente na América Latina e África.
O caso da Petrobras é o mais emblemático, mas a americana ConocoPhillips também foi rebaixada pela Moody's devido ao alto endividamento que vai gerar fluxos de caixa negativos. A reação do setor, até o momento, tem sido na direção de um imenso esforço para reduzir custos e suspender projetos menos rentáveis. A queda das cotações do petróleo West Texas Intermediate (WTI), usado como referência no mercado americano, afeta as exportações do Canadá, que enfrenta gargalos na infraestrutura de escoamento da produção de areias betuminosas.
Na sexta feita o WTI caiu 2,1%, para US$ 40,45, e já existem previsões de que pode chegar perto dos US$ 30, pois o verão americano, que é a temporada de maior consumo, está terminando e a parada das refinarias para manutenção vai aumentar os estoques, pressionando ainda mais os preços. O WTI chegou ser negociado abaixo de US$ 40 na sexta, uma barreira "psicológica" preocupante. Foi a primeira vez desde 2009 que chegou nesse patamar.
Devido às características do petróleo exportado pela Petrobras, que é pesado e com elevado teor de enxofre, a companhia vende a commodity com um desconto de aproximadamente US$ 10 o barril em relação ao Brent. Nas exportações também é preciso descontar o custo do frete.
O atual patamar do petróleo ainda é superior aos custos médios de extração registrados no balanço mais recente da Petrobras. No primeiro semestre, o custo de extração foi de US$ 12,99 por barril. Considerando a participação governamental, o valor cresce para US$ 21 por barril, mas bem abaixo do custo de US$ 32,79 visto no mesmo intervalo do ano anterior.
Esse valor, que não leva em conta a taxa de retorno do capital investido, considera uma média de custos de produção em diversas bacias, no mar e em terra. Foi a menor participação governamental - a única ajuda advinda dos preços mais baixos - que ajudou a reduzir esses custos. Em 2004, quando o preço do Brent médio foi de US$ 38,2 o barril, o custo de extração com participação governamental era de US$ 10,72.
As ações da Petrobras se aproximaram na sexta-feira das suas mínimas em mais de dez anos. A ação preferencial (PN) fechou com queda de 4,93%, a R$ 8,30, perto da mínima de R$ 8,18 atingida no fim de janeiro, no menor preço desde dezembro de 2014. A ordinária (ON) recuou 5,06%, a R$ 9,20, também próxima dos menores níveis desde agosto de 2014.
Na bolsa de Nova York (Nyse), as ADRs também registram forte queda. A ADR com lastro nas ações ordinárias recuou 6,49%, a US$ 5,26, e a preferencial caiu 5,37%, a US$ 4,76. (Colaborou Fernando Torres)
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