Quando o ex-presidente Lula é defendido até por um dos maiores desafetos que tem, significa que a coisa é muito séria.
Acima está o comentário que fiz a um primo.
E o comentário a ele vem acompanhado agora da seguinte explicação. Reinaldo Azevedo fez (e ainda faz) uma das mais implacáveis oposições a Lula e ao petismo, Reinaldo Azevedo chegou mesmo a publicar alguns textos duros, outros baseados em factoides, chegou a pedir a prisão de Lula, a deposição de Dilma, baseado em premissas erradas, e isso tudo é muito importante para caracterizar o jornalista como grande opositor do ex-presidente e seus correligionários.
Mas os absurdos perpetrados contra Lula são tão fora de qualquer padrão, que o próprio Azevedo se encarrega de tentar mostrar o perigo que correm todos no Brasil, quando não se respeitam Leis e Regras.
Pessoalmente não acredito que Azevedo tenha mudado suas opiniões políticas, mas é claro que Azevedo mostra medo quando se instituem tribunais de exceção, enquanto se evocam suas ações em nome da democracia.
E isso mostra a total falta de bom senso da direita e seus defensores. Teria sido muito mais inteligente aguardar os pouco mais de dois anos que Dilma ainda tinha de governo. Mesmo com Lula a esquerda dificilmente venceria nas urnas, e eles teriam o aval de uma eleição para implementar, se não todas, ao menos a maior parte das políticas que queriam.
Como foram politicamente inábeis, associaram-se ao que de pior pode haver em termos de política e pensar da organização social da humanidade, o resultado agora é uma incerteza absoluta, um absurdo assalto aos cofres públicos, que beneficia a muito poucos, a estrangeiros, que já prejudicou o país em muitas vezes mais do que a alegada corrupção da Petrobras, e que levará anos para ser revertido, seja qual seja o governo que substitua o usurpador.
Isso não significa que a direita seja a única culpada. A esquerda, liderada por Dilma e o próprio Lula, foi também inábil em se defender e impedir o desenrolar de tudo isso que hoje acompanhamos estarrecidos.
Enquanto o povo só pensa no dia a dia isso conseguirá acontecendo. As pessoas precisam entender que aonde e como trabalham, o valor de seu salário, a idade e valor de suas aposentadorias, sua saúde, educação, segurança, etc. têm toda a origem na política. Então não adianta votar no cara que diz que quer melhorar a sua vida, mas te tira direitos.
Pensem melhor na próxima vez que forem às urnas, e entendam que o mercado e a livre iniciativa existem para acumular riqueza, não para distribuí-la. Isso não significa que não sejam importantes, mas que precisam ser controladas, e quem a controla é a sociedade através do Estado. As formas de controle são várias, o caminho é só um.
REINALDO AZEVEDO
Em Banânia, a Teoria do Domínio do Fato virou 'Teoria do Domínio da Fábula'. Cuidado!partilhar via Facebo
colunistas
26/01/2018 02h00
No dia 27 de outubro do ano passado, antevi o segredo de Polichinelo do teatro de marionetes de Banânia, que tem o juiz Sergio Moro como titereiro: "Lula não será candidato. O TRF-4 vai condená-lo. Já escrevi que será sem provas. Os pares de toga de Sergio Moro não deixariam na mão o seu 'jedi'. Pouco importa. Candidato ou não, preso ou não (e, nesse caso, seria pior), a ressurreição do petista, como antevi nesta coluna no dia 17 de fevereiro, já aconteceu".
Eis aí. Neste momento, os bravos planejam pegar alguém "do outro lado". Para provar "isenção". Temos hoje uma Justiça administrada por uma espécie de ente de razão. Não são os "Illuminati", como querem os paranoicos de caricatura. É só a corporação da toga a exibir a sua hipertrofia, em associação com o Ministério Público Federal. Já gastei muita tinta desta Folha na versão impressa e já capturei muitos cliques na versão eletrônica tratando dos, como direi?, exotismos da sentença de Moro. Quero agora propor um exercício modesto.
Das duas, uma: ou assistimos, no dia 24, a um julgamento de exceção, cujos critérios e cuja prática não mais se repetirão porque o próprio sistema judicial deve repeli-los, ou abrimos as portas para o incerto: nesse caso, a única garantia que haverá no direito, e não apenas no penal, será não haver garantia nenhuma.