Vejam bem, nada pessoal contra Bolsonaro. Ciro Gomes diz que essa figura polêmica do Deputado Federal é fachada, um personagem, que Bolsonaro se especializa ano a ano em interpretar. O problema é que o personagem parece estar se fundindo com o intérprete. Tal qual aqueles atores pouco talentosos de séries americanas, que passa anos interpretando o mesmo papel, e quando faz outro trabalho muda apenas o nome do personagem, mas os trejeitos, olhares, modo de falar, é tudo igual.
Nessa tônica o paulista radicado no Rio vem se especializando em frases feitas, de efeito restrito, mas que diferente do artigo de Celso Rocha de Barros, não atinge apenas os garotos do vídeo game, mas a toda uma gama de classe média, e até mesmo de pessoas de menor poder aquisitivo, que não suportam mais a violência e a impunidade de corruptos e corruptores.
Claro que essas pessoas não apoiam Bolsonaro apenas por esses problemas. Também há dois fatores importantes que influenciam decisivamente nesse apoio. O primeiro é a falta de uma análise mais profunda de Bolsonaro, já que se detêm em seu discurso raso, e não prestam a menor atenção a suas atitudes.
O outro ponto é que a figura Bolsonaro foi incentivada por uma imprensa irresponsável, já que seus discursos frequentemente insuflam o ódio, e isso foi necessário no momento de aplicar o golpe no Parlamento. Mas esse momento passou, e Bolsonaro começa a incomodar. Isso não se reflete no texto abaixo, já que esse tipo de análise sobre o Deputado é feita já há algum tempo, mas nas matérias da grande imprensa, que tem tentado ligar a família de parlamentares a atos de corrupção. Todos menores, e sempre de comprovação difícil.
Nesse sentido Reinaldo Azevedo chegou a fazer uma análise rasa de salários recebidos pela família, com o valor de imóveis de sua propriedade. Isso não é uma relação direta. Após a posse de Lula, o Brasil passou ao menos uma década com uma impressionante valorização dos imóveis, que superaram em muito a inflação.
E no fundo todo mundo acaba errando o alvo. Bolsonaro é totalmente despreparado para o cargo que almeja, e essa é a questão. Não se governa um país com frases feitas e destilando ódio, isso serve apenas para liderar um nicho eleitoral, mesmo que esse nicho esteja inchado pela atual situação do país.
A propósito, essa situação foi criada exatamente por essa imprensa, que agora, tenta imputar ao Deputado a pecha de corrupto. Ele já não serve mais.
O povo? Para eles, esse não vem ao caso. Para Bolsonaro também não.
CELSO ROCHA DE BARROS
Os liberais estão corretos em se recusar a fazer companhia a Bolsonaro
08/01/2018 02h00
Bolsonaro arrumou um partido. É o PSL, Partido Social Liberal. Até então, o candidato da molecada que se acha macho alfa porque joga muito videogame de tiro estava negociando com outros partidos do baixíssimo clero da política brasileira: PSC, Patriota, e o PR de Valdemar Costa Neto. Isso, aquele Valdemar Costa Neto. Esse mesmo.
A afinidade é natural: Bolsonaro é baixo clero puro-sangue. Nunca teve qualquer relevância parlamentar, nunca participou de um único debate relevante, nunca aprovou um projeto de lei que valesse nada. Quando o PSDB derrotou a hiperinflação, Bolsonaro queria fuzilar FHC. Quando o PT tirou milhões de brasileiros da miséria, Bolsonaro estava decidindo qual das ministras petistas merecia ser estuprada.
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