segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Bolsonaro assopra e morde. Não tem jeito.

Semana passada o Presidente Jair Bolsonaro finalmente teve uma ação positiva. A recusa do plano apresentado por Guedes para a transformação e ampliação do atual bolsa família. A ideia do setor econômico era tirar dos pobres, e devolver com outro nome, ou seja,uma ação absolutamente inócua. 

A decisão do Presidente foi certíssima, agora temos que saber se ele vai fazer com que o 1% pague essa conta, ou se vai sacrificar ainda mais áreas estratégicas do Estado para não mexer com o andar de cima.

Mas no mesmo dia Jair Bolsonaro voltou a ser o atabalhoado de sempre, e defendeu uma posição que sobreviveu pelo Séc. XX, mas que no fundo já era absolutamente anacrônica: o trabalho infantil. A economia hoje não pode ser baseada no setor primário, e precisamos ter domínio tecnológico. A única forma de termos domínio tecnológico é com ensino amplo e de altíssima qualidade, com muito investimento governamental em pesquisa. Não existe nenhum exemplo de sucesso no mundo que não tenha usado essa fórmula. Ela pode ser disfarçada em algumas variantes, mas o dinheiro sempre vem do Estado.

Cobrar de Jair Bolsonaro uma postura diferente das que ele tem tomado ao longo dos últimos 30 anos é absoluta perda de tempo. Não apenas porque falta discernimento ao Presidente, mas porque sobra ideologia atrasada e retrógrada. Os atuais ocupantes do poder no país não são conservadores, eles são reacionários, eles querem que o país retroceda, e isso é fatal numa país que precisa avançar mais e mais rápido que os outros.

domingo, 30 de agosto de 2020

120.000: luto!

A pandemia alcançou a marca de 120.000 mortos no Brasil neste final de semana. É uma marca triste, e que era absolutamente evitável, mas por não apenas inação, mas também por sabotagem do governo federal a várias ações de combate a pandemia, o controle de sua propagação foi perdido, e a contaminação se faz de forma muito intensa.

O problema disso é que não se sabe realmente se temos a opção da chamada " imunidade de rebanho", uma vez que o vírus ainda é pouco conhecido, e imprevisível em sua evolução, e em sua relação com o ser humano.

É por isso, e só por isso, que as ações encabeçadas pelo Presidente da República são criminosas. Verdade que não se deve criminalizar a política, desde que não se cometam crimes através dela. Quando as ações levam a morte milhares de cidadãos, mortes essas que poderiam ser evitadas em sua grande maioria, então se comete um crime.

Pensem nisso.

sábado, 29 de agosto de 2020

Garota deixa Jurados Loucos Com voz mais Linda I will Always Love You ( ...

De vez em quando essa música aparece em nosso Blog dos Mercante, sempre vinda de um dos programas de calouros que estão espalhados pelo mundo. O motivo é que esta música é dificílima de ser cantada, e quem consegue fazê-lo com qualidade mostra talento, e técnica. Quando é uma criança, mais ainda.

É o caso de Laura Kahuber no The Voice Kids 2013.



quinta-feira, 27 de agosto de 2020

"Vontade de encher tua boca de porrada"

Isso não é postura de um Presidente da República, isso não é postura de um homem público, isso não é postura de um homem, isso é postura, no máximo, de um rufião.

Em vez de ameaçar, responda a pergunta.

A confusão do aborto legal

O caso é um absurdo total. Me dá embrulho no estômago saber que um marginal estupra uma menina por 4 anos, e no final ainda a engravida aos 10 anos de idade. Me dá embrulho no estômago saber que uma menina de 10 anos tem que fazer um aborto por ter sido estuprada. Mas me dá ainda mais náuseas saber que um bando de gente hipócrita e preconceituosa faz campanha para tentar obrigar uma criança a ter um filho, destruindo as duas vidas. Já basta a da menina, que provavelmente seguirá com uma série de traumas e dificuldades em se relacionar.

A crise brasileira

A crise econômica brasileira não é devido a Covid-19. Ela já vem desde o final do governo Dilma, e em nenhum momento deu sinais sérios de recuperação. O acumulado da recessão dos últimos anos de Dilma, e primeiro de Temer, chegou a mais de 10% de queda no PIB, e os poucos mais de de 3% acumulados de crescimento posteriores são ridículos frente a perda anterior. Quando uma perda dessas ocorre, o normal é que a economia se recupere a taxas bem mais robustas, em torno de 4% a 5% ao ano. O que acontecia no Brasil era uma estagnação econômica, que nem mesmo repunha a inflação do período.

Com isso tudo, a pandemia veio apenas para aprofundar ainda mais a crise. As políticas neoliberais de Guedes servirão para lançar o país de vez no abismo. Ou isso é detido, ou vamos ver uma situação de miséria e destruição muito mais profundas.


terça-feira, 25 de agosto de 2020

Crime agora virou política?

Steve Bannon, e alguns correligionários foram presos nos EUA, e liberados sob fiança. A acusação é que desviaram dinheiro arrecadado para a construção do Muro da Vergonha (entre EUA e México) para outros fins.

Vejam, quando se doa dinheiro para um determinado fim, espera-se que esse dinheiro seja usado para se alcançar o fim, e o uso das verbas doadas em outras finalidades justificam desvio. Isso é considerado crime nos EUA.

Parace que o grande guru da estrema direita está com problemas.

E esses problemas podem respingar no Brasil, já que eles têm ligações importantes com o atual poder do país.


Steve Bannon diz que está a ser vítima de "uma cabala política"

Ex-estratega político de Donald Trump foi acusado do desvio de dinheiro para construção do muro entre os EUA e o México. Presidente norte-americano já reagiu.

Oantigo estratega político do presidente norte-americano, Steve Bannon, disse na sexta-feira que está a ser vítima de uma "cabala política", após ter sido detido na quinta-feira por suspeita de desvio de milhares de dólares de fundos doados.

Bannon, acusado de desvio de dinheiro para a construção de um muro entre os EUA e o México, foi libertado no mesmo dia da detenção, após pagar fiança.

"Todo o mundo sabe que não sou do tipo que desiste", disse o ex-assessor de Donald Trump no seu podcast "War Room" (sala de guerra). "Estou pronto para aguentar o tempo que for preciso. Vou continuar a lutar", insistiu.

Bannon, próximo da extrema-direita, disse no seu podcast que a sua prisão tinha o objetivo de "intimidar as pessoas" que apoiam o muro anti-imigração prometido por Donald Trump durante sua bem-sucedida campanha eleitoral de 2016.

Bannon, que se declarou inocente, saiu do tribunal de Manhattan, Nova Iorque, ao final da tarde de quinta-feira, onde era aguardado por dezenas de jornalistas e cidadãos, que gritaram "onde está o dinheiro?".

Cinco milhões de fiança

O antigo conselheiro de Trump foi detido no Connecticut (nordeste dos Estados Unidos), a bordo de um iate do milionário chinês Guo Wengui, por suspeitas de ter desviado centenas de milhares de dólares de uma campanha de angariação de fundos para a construção de um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México.

O juiz Stewart Aaron fixou-lhe uma fiança de 5 milhões de dólares (4,2 milhões de euros), 1,75 milhões de dólares (1,4 milhões de euros) dos quais em dinheiro ou propriedades, e proibiu-o de sair do país ou viajar em aviões ou embarcações privadas sem autorização expressa do tribunal.

Até à próxima audiência, marcada para 31 de agosto, Bannon tem ainda de suspender a angariação de fundos que empreendeu com três colaboradores -- Brian Kolfage, Andrew Badolato e Timothy Shea -, igualmente detidos e acusados.

Segundo a acusação, Bannon e os colaboradores montaram um esquema para desviar dinheiro recolhido através da campanha "We Build The Wall" ("Nós Construímos o Muro"), que reuniu mais de 25 milhões de dólares (21,1 milhões de euros).

A campanha prometia que a totalidade dos fundos angariados financiariam a construção do muro, principal promessa eleitoral do Presidente, mas, segundo a acusação, a promessa era "falsa".


domingo, 23 de agosto de 2020

Muito boa entrevista de Ciro a Villa

Marco Antonio Villa leu o livro de Ciro Gomes. As perguntas são feitas em cima do livro, e as respostas explicam as posições. Excelente entrevista, onde temos dois pontos muito altos: o primeiro é o nacionalismo, que volta a ser um tema importante num mundo cada vez mais separado por domínio tecnológico e econômico.

O segundo tema é a reforma política necessária no país, onde apresenta uma série de novidades, inclusive propondo a redução da Câmara e das Assembléias Legislativas.

Mas a entrevista também trata de economia, política fiscal, política eleitoral, dicotomia atual do país, etc. Vale muito a pena ver.

sábado, 22 de agosto de 2020

Britney Spears - Toxic (Violet Orlandi cover)

Gosto muito da maioria dos covers dessa menina. Claro que nem de todos, mas achei que Toxic tomou outra dimensão na interpretação de Violet Orlandi.

sábado, 15 de agosto de 2020

Роман Сасанчин — "Luna Tu". The Voice Ukraine

Roman Sasanchin, no The Voice Ukraine, fez uma apresentação muitíssimo boa, tanto em voz, quanto em interpretação de Luna Tu. Vale a pena conferir.

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Rachadinha chegando ao Presidente

As investigações sobre as "rachadinhas" no gabinete do ex-Deputado Estadual, e hoje Senador, Flávio Bolsonaro, se aproxima do Presidente Jair Bolsonaro. Já são mais de R$ 100 k em depósitos feitos por Queiroz e sua esposa na conta da Primeira Dama Michelle Bolsonaro, e provavelmente isso não chegou não chegou ao fundo.

Além disso também temos a compra de vários imóveis com pagamento em espécie, tanto por Flávio Bolsonaro, quanto por uma ex-esposa do atual Presidente, além de vários outros imóveis adquiridos, sem que eles tivesse rendimento compatíveis com as aquisições.

O cerco se fecha, e no meio dele o atual Presidente da República. A questão será conseguir indicar a responsabilidade dele nisso tudo.

Condenado pela raça

A sentença da Juíza da Primeira Vara Criminal de Curitiba, Inês Marchalek Zarpelon, que fez uma ilação baseada na raça do réu, e sua conexão com crimes praticados, é de encher qualquer um de vergonha. Apesar das desculpa - mais do que esfarrapada - divulgada através da Associação dos Magistrados do Paraná, não só não reconhece a atitude grotesca e asquerosa que teve, como ainda tenta imputar a culpa pelo melindre ao ofendido, ao dizer que "a frase foi retirada, portanto, de um contexto maior", já que ela, em hipótese alguma, deveria estar ali. Ou seja, ela foi inserida de forma descabida em um contexto maior.

Briga interna no Governo

Têm circulado informações de que Guedes e parte importante dos militares e ex-militares envolvidos com o Governo estão em briga aberta. Enquanto Guedes insiste nas políticas contracionistas, neoliberais, e fortemente entreguistas, uma ala importante dos militares defendem maior intervenção do Governo na economia, principalmente no setor da construção civil, como forma de minimizar o desemprego que assola a população brasileira.

Guedes e os que o apoiam não estão nem aí para o país, e vêm apenas ótimas oportunidades de drenarem os recursos de nossos impostos para seus bolsos. Para isso podemos citar o R$ 1,2 Tri, que Guedes deu para os bancos, ou os empréstimos subsidiados a grandes empresas, a doação de equipamentos, empresas e estruturas públicas, em prol de conglomerados financeiros nacionais e estrangeiros, sua reforma administrativo-fiscal, que só aprofunda as contradições nacionais.

O outro lado já percebeu que isso não vai dar em nada de positivo, mas não tem ideia do que realmente pode recolocar o país nos trilhos.

É o muito mau intencionado, contra o muito incompetente.

Não tem como isso dar certo.

domingo, 9 de agosto de 2020

Dia dos Pais

Parabéns a todos os Pais! Àqueles que geraram e cuidaram, e também aos que só cuidaram. Pai, mais do que gerar, é cuidar.

Feliz Dia dos Pais a Todos Vocês!

100.000 e outras situações

Parabéns Bolsonaro. Pra quem queria que morressem 30.000 brasileiros, a meta foi triplicada, caminha rapidamente para quadruplicar, e provavelmente não irá parar por aí. Não é qualquer um que consegue números tão expressivos.

O problema nisso tudo é que quem perdeu amigos e parentes não deve estar tão feliz com o êxito do Presidente.

Acusações contra Flávio Bolsonaro

Em entrevista exclusiva ao jornal O Globo, o Senador Flávio Bolsonaro se complica ainda mais, com explicações pra lá de estapafúrdias, sobre várias das situações investigadas pelo MP. Durante um churrasco, um PM amigo seu, puxa o celular, e paga um boleto de R$ 16.500. Já é estranho alguém puxar um celular durante um churrasco e pagar um boleto desse valor para outra pessoa, e mais estranho ainda que seja um PM, que tenha um valor desses disponível na própria conta.

Só pagamentos em dinheiro. Era assim que as contas do agora Senador eram pagas. Fabrício Queiroz pegava as contas e boletos mensais do então Dep. Est., ia ao banco, e pagava tudo em dinheiro vivo. Ok, durante anos meu pai teve a mania de ir ao banco e sacar quase todo o dinheiro, e depois pagava tudo em efetivo. Mas há muitos anos que isso não se faz mais. Além disso, meu pai tirava o dinheiro do banco, mas Flávio Bolsonaro não. A impressão que temos é que o dinheiro brotava no bolso de Queiroz, porque ninguém explica de onde ele veio.

A loja que mais recebia em espécie no Rio? É o que parece sobre a loja de chocolate de Flávio Bolsonaro, já que a quantia de dinheiro que corria em espécie na loja, era muito superior a qualquer outra loja na cidade. De quebra ainda tinha um faturamento muito acima do normal para esse tipo de comércio. Flávio diz que não recusa dinheiro em espécie, mas é muito acaso que sua loja tenha tanta propensão para esse tipo de transação.

Depósitos a Michelle Bolsonaro

Já foi constatado que Queiroz e a esposa depositaram mais de R$ 70.000 na conta de Michelle Bolsonaro, atual esposa do Presidente da República. Quando o primeiro cheque vazou (R$ 24.000), a explicação foi uma dívida de R$ 40.000 que o ex-PM tinha com o Presidente eleito. Mas o valor quase duplicou, e da mesma forma que o dinheiro que pagava contas de Flávio, não existe registro desse dinheiro nas contas do Presidente, nem entrando, nem saindo para Queiroz.

Tentativa de golpe

A revista Piauí fez reportagem em que afirma que Bolsonaro pensou seriamente em enviar tropas ao STF, tendo tido apoio de alguns de seus asseclas, mas tendo sido contido por outro tanto deles.

Antes de tudo isso é possível, mas não é fácil.

A explicação do não é fácil vem antes. O mundo não vive mais os chamados "anos de chumbo", então golpes militares são mal vistos, ainda mais em países "grandes". A sociedade brasileira é muito mais complexa do que no idos dos anos 60, Investidores internacionais já estão começando a boicotar o Brasil pelos excessos, mesmo com a reação dos outros poderes contra esse quadro, populações consumidoras de nossos produtos também já ensaiam boicotes, etc. Quanto tempo um golpe militar se manteria com esse quadro?

Mas não podemos esquecer que já estamos sob um golpe. Em 2016 tivemos um golpe branco, onde Leis, e a própria Constituição, foram deturpadas para a derrubada de uma Presidenta, sem os motivos corretos. Mas uma coisa é um golpe "branco", outra é um golpe militar.

Mas não podemos esquecer a Bolívia. 

De qualquer forma, isso pode até ter sido real, mas me parece mais com o blefe e o namoro que esse governo vem fazendo desde que iniciou com um auto-golpe. Uma leve recuperação em sua popularidade pode ter ativado essa tentativa de apoio ao movimento golpista.

País completamente quebrado

A verdade é que a inação, e até mesmo boicote e sabotagem feita pelo Governo Federal às políticas antipandemia que governadores e prefeitos tentaram implementar, fizeram com que um país, que já vinha cambaleando fortemente na sua matriz econômica, desabasse de vez.

No momento são 20 milhões de desempregados, mais alguns milhões de desalentados, e mais da metade da população economicamente ativa fora do sistema forma de emprego.

De quebra a inflação do real já ultrapassou os 80%, desde que foi lançado o plano, e tem tendência a acelerar, tão logo o país apresente os primeiros sintomas de recuperação econômica, já que o país tem sua economia totalmente dolarizada (o país trocou uma indexação mista entre o dólar e os indicadores de variação dos preços, pela dolarização total), e só nos últimos 10 anos, o dólar aumentou mais de 100%. Tarifas pública majoradas, e a tendência de privatizar serviços público, também colaboram com essa pressão inflacionária.

Não a toa já se trabalha na nota de R$ 200.


sábado, 8 de agosto de 2020

Lamb Of God - Ghost Walking (Stefanie Stuber) | The Voice of Germany 201...

Você pode não gostar, mas eu adorei a versatilidade vocal, e a voz de Stefanie Stuber interpretando Ghost Walking no The Voice Germany. Gosto da música também.

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

O capitalismo gera miséria

O Jurista Afrânio Silva Jardim publicou texto da Juíza do Trabalho, Dra. Valdete Souto Severo. O texto é excelente para levar à reflexão do momento em que vivemos. Vale muito a pena a leitura.




“Recentemente, a fala do Ministro Gilmar Mendes, referindo-se à suposta responsabilidade dos militares pela política genocida praticada atualmente no Brasil, causou polêmica. A questão foi o uso da palavra, que evoca experiências históricas traumáticas e pavorosas, como aquela vivida no holocausto. Remete, também, a experiências próximas de nós, como a dos indígenas dizimados pelos portugueses, porque caçados, escravizados, infectados por doenças trazidas para cá e mortos.

A ocupação do território nacional implicou a redução da população indígena em pelo menos 80%. Esses massacres históricos, direcionados contra populações específicas, se dão a partir de escolhas políticas que às vezes são adotadas sob a lógica da exceção, mas outras tantas vezes são colocadas em prática sob o manto da democracia. É o caso dos genocídios praticados pelos colonizadores nos países periféricos como o nosso.

Em resumo, genocídio é definido como a prática de extermínio de um conjunto de pessoas, pelas mais diversas razões, eleitas pela vontade de quem extermina. Pode ser para ocupar o território que essas pessoas habitam ou por razões étnicas, religiosas, econômicas. Mais recentemente, Achille Mbembe cunhou o termo necropolítica, definindo-o como a escolha estatal de matar determinados grupos de pessoas.

 Novamente aqui está presente o fato de que se trata de uma escolha dos dominantes. A diferença é que o conceito de necropolítica se refere especificamente ao conjunto de escolhas políticas de determinado governo, em relação a certo grupo de pessoas, de modo a escolher quem pode e quem não pode continuar vivendo.

Sob tal lógica, aqueles que tem o poder de gestão do Estado optam, deliberadamente, por versar recursos públicos, instrumentalizar a segurança pública e autorizar ação de forças repressoras, de modo a conceber como consequência “natural” e, por isso, desejada, a morte de uma parcela específica da população.

Quando olhamos para a realidade brasileira, parece legítimo questionar por que apenas agora se utiliza esses conceitos de necropolítica ou prática genocida para identificar a política adotada em nosso país.

Até para que saibamos se é mesmo possível denominar genocida uma tal política, é preciso ter presente tudo o que nos trouxe até aqui.

É verdade que o Estado Social não chegou a se realizar no Brasil e que os Direitos Humanos nunca foram reconhecidos a uma parcela importante da população.

É também verdade que há uma estrutura histórica que determina uma atuação estatal desde sempre comprometida com a manutenção da desigualdade social. E, em uma realidade de desigualdade abissal como a nossa, em que o mesmo grupo (que detém capital) sempre foi privilegiado em detrimento de outro, aquele formado por pessoas pobres, negras, habitantes das periferias dos grandes centros urbanos, não é difícil perceber que as políticas públicas foram determinantes para permitir a sobrevivência e implicar a morte de determinadas pessoas.

Em 2015, quando a situação no país era diversa, já havia a denúncia do longo tempo de espera, muitas vezes fatal, para o atendimento pelo SUS. Já havia, também, importante diferença na cor da população carcerária no Brasil, indicando abertamente a existência de uma política pública de criminalização de pessoas negras e pardas.

Por que, então, não lembrávamos a palavra genocídio nem nos preocupávamos em evocar o termo necropolítica para identificar a gestão pública da morte?

Certamente porque o Estado, mesmo sendo forma política do capital e, portanto, fazendo escolhas que concretamente beneficiam quem tem mais e penalizam quem nada tem, adotava políticas públicas que de algum modo compensavam a dominação e reduziam (pouco) as desigualdades. A vida era, portanto, concretamente melhor, pelo menos para parte da população.

O que passa a ocorrer no Brasil a partir de 2013 é, em parte, dialeticamente, o resultado dessa gestão política para o capital, que nunca ousou promover mudanças profundas e enfrentar chagas históricas como a do racismo e a do machismo, ambos estruturais.

 A escolha de conferir direitos, gerir crises, fazer concessões, mas perpetuar as bases de um sistema profundamente perverso (que exclui, produz desigualdade e miséria; estimula concentração de renda e concorrência individual) não tinha como resultar algo diverso.


quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Live! Ciro Gomes no Portal Banda B, do Paraná.

A participação de Ciro Gomes no Portal Banda B do Paraná foi interessantíssima. Apesar de o discurso manter um tom já conhecido, ele acrescenta novos dados, novas informações, e estressa ainda mais as críticas ao governo de ocasião, suas "despolíticas" públicas, e como o país está sendo destruído e entregue.

Vale a pena dar uma olhada.

terça-feira, 4 de agosto de 2020

É a vida imitando Hollywood?

Você imaginava que isso ainda fosse possível acontecer hoje em dia? Aí vem a dúvida: a arte imita a vida, ou a vida imita a arte?


Três homens resgatados de ilha do Pacífico após escreverem SOS na areia

Três homens foram resgatados de uma pequena ilha do Pacífico depois de escreverem um sinal gigante de SOS na areia que foi avistado por aviões.

Os homens estavam desaparecidos no arquipélago da Micronésia há quase três dias, quando o seu pedido de socorro foi avistado no domingo na ilha desabitada de Pikelot por aviões australianos e norte-americanos, informou o departamento de defesa australiano.

Os homens tinham aparentemente partido de Pulawat, nos Estados Federados da Micronésia, num barco de sete metros, a 30 de julho, e tinham a intenção de viajar cerca de 43 quilómetros (27 milhas) até ao atol de Pulap, quando saíram da rota e ficaram sem combustível.

Os três tripulantes foram encontrados a cerca de 190 quilómetros (118 milhas) de onde tinham partido.

Os homens foram encontrados bem de saúde, tendo um helicóptero militar australiano conseguido aterrar na praia e dar-lhes comida e água. Um navio patrulha micronésio foi em seguida resgatá-los.

domingo, 2 de agosto de 2020

China se assusta com possível êxodo industrial

No final dos anos 90 e início dos anos 2.000, vários analistas disseram que se observava um movimento perigosíssimo de transferência de indústrias para a China. O perigo não era apenas por serem indústrias, mas porque se transferiam indústrias de alta tecnologia, e de produção sensível à segurança sanitária e mesmo àquela que garante a produção industrial e agrícola de um país, ou seja aquilo que garante que uma economia siga se movendo.

Vejam, não importa certamente onde é feita uma boneca, uma camiseta, ou mesmo um sapato, porque isso tudo pode trazer bem-estar, conforto, mas não são ítens de primeira necessidade, e nem de alto teor tecnológico, então é possível criar uma industria nacional desses produtos rapidamente, em caso de necessidade.

O caso muda de figura quando falamos de produtos de alto valor agregado, ou de artigos de primeira necessidade. Uma coisa é uma boneca, que nem tem alto valor agregado, e nem é de primeira necessidade, outra coisa é quando falamos da indústria da informática, aeronáutica, automobilística, farmacêutica, médica, etc, que apresentam alto valor agregado, movimentam toda uma cadeia produtiva, geram muitos empregos, e muitas vezes são responsáveis por produtos extremamente sensíveis, como base para outras indústrias e serviços, remédios, e outros insumos sensíveis.

O Japão se começa a se articular claramente para isso, o que não significa que chegará a atuar realmente no sentido de repatriar suas indústrias mais sensíveis. Talvez o país asiático esteja na dianteira, mas ele não é o único, porque isso começa a ser falado também no Ocidente. O problema do ocidentais é que, na maioria dos casos, os lucros se soprepõem às necessidades de suas populações, e medidas necessárias são sempre postergadas enquanto uma parcela privilegiada estiver ganhando com a situação. 

Agora é observarmos para saber se tal movimento se consolidará, ou se não passará de blefe.

De qualquer forma a China já absorveu um importantíssimo controle sobre tecnologias que demandariam muitas décadas mais para desenvolver, não fosse a entrega voluntária que foi feita ao gigante asiático nas últimas 3 décadas, e agora ela é e permanecerá como um player global de peso.

Sayōnara, Xi: Japão 

inicia ‘êxodo industrial

em massa’ da China

Os planos causaram arrepios no Partido Comunista Chinês, à medida qu

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, propôs “construir uma economia menos dependente de um país, a China, para que o país possa evitar melhor as interrupções da cadeia de suprimentos”, informou a Nikkei Asia Review.

A proposta desencadeou um debate acalorado no mundo político chinês.


Os planos causaram arrepios no Partido Comunista Chinês, à medida que mais economias do mundo estão prontas para seguir o exemplo japonês. Reino Unido, UE e Estados Unidos podem seguir o exemplo.

Em Pequim, diz-se que os figurões do Partido Comunista Chinês (PCCh) estão em pânico.

Em Zhongnanhai, área no centro de Pequim onde os líderes do Partido Comunista Chinês e o governo do Estado têm seus gabinetes, “agora existem sérias preocupações sobre empresas estrangeiras que se retiram da China”, disse uma fonte econômica chinesa à Nikkei Asia Review. “O que foi particularmente discutido é a cláusula do pacote econômico de emergência do Japão que incentiva (e financia) o restabelecimento das cadeias de suprimentos”.

Se a pandemia não tivesse acontecido, a primeira visita de Estado do ditador comunista chinês, Xi Jinping, ao Japão já teria ocorrido, com Xi orgulhosamente declarando uma “nova era” das relações sino-japonesas. Ele teria aplaudido Abe, enquanto o Japão se prepararia para o próximo grande evento, as Olimpíadas de 2020.

Em vez disso, a viagem de Xi e as Olimpíadas de Tóquio foram adiadas, e as relações sino-japonesas se encontram em uma encruzilhada.

Nova Política de Abe

Os sinais da nova política de Abe eram visíveis em 5 de março.

Finalmente, o Japão conseguiu evitar o desastre do navio de cruzeiro Diamond Princess, mas ainda tinha o desafio de impedir a propagação do vírus chinês em seu território.

Naquela data, coincidentemente no mesmo dia em que o adiamento da visita de Xi ao Japão foi anunciado, o governo japonês realizou uma reunião do Conselho de Investimentos para o Futuro. Abe, que preside o conselho, disse que queria que as bases de fabricação de produtos de alto valor agregado voltassem para o Japão.

À mesa, estavam presentes líderes empresariais influentes, como Hiroaki Nakanishi, presidente da Federação Empresarial do Japão, o maior lobby comercial do país, mais conhecido como Keidanren.

“Devido ao coronavírus, menos produtos estão vindo da China para o Japão”, disse Abe. “As pessoas estão preocupadas com nossas cadeias de suprimentos”.

Dos produtos que dependem fortemente de um único país para fabricação, “devemos tentar realocar itens de alto valor agregado para o Japão”, disse o líder. “E para todo o resto, devemos diversificar para países como os da ASEAN [Associação de Nações do Sudeste Asiático]”.

As observações de Abe foram claras. Elas ocorreram quando as interrupções atingiram a compra de autopeças e outros produtos dos quais o Japão depende da China, impactando seriamente as atividades corporativas do Japão.

Abe estava formando uma política de “afastar-se da China”.

Com o Japão paralisado por causa do coronavírus chinês, a China estava observando atentamente, talvez se perguntando se estava prestes a sofrer um esvaziamento industrial.

Essa tendência abalaria as bases do modelo de crescimento de longa data da China.

Pacote econômico de emergência do Japão

Em seu pacote econômico de emergência adotado em 7 de abril, o governo japonês pediu o restabelecimento de cadeias de suprimentos atingidas pela proliferação do vírus chinês. Ele destinou mais de 240 bilhões de ienes (cerca de US $ 2,2 bilhões) em seu plano de orçamento suplementar para o ano fiscal de 2020 para ajudar as empresas domésticas a mudar a produção de volta para casa ou a diversificar suas bases de produção no sudeste da Ásia.

No dia seguinte, 8 de abril, o Comitê Permanente do Politburo Central do Partido Comunista da China, principal órgão de decisão do partido, realizou uma reunião em Pequim.

Ao falar na reunião, o ditador Xi Jinping disse que “à medida que a pandemia continua sua expansão global, a economia mundial enfrenta um risco crescente de queda”. Ele acrescentou: “Fatores instáveis ​​e incertos estão aumentando notavelmente”.

Xi, que também trabalha como secretário geral do partido, enfatizou a necessidade de manter o “pensamento final” – o que significa supor o pior – e pediu “preparação em mente e trabalho para lidar com mudanças prolongadas no ambiente externo”.

O Comitê Permanente do Politburo, composto por sete membros, geralmente se reúne uma vez por semana, e é raro que a realização e o conteúdo dessas reuniões sejam relatados.

Xi deu o chamado para se preparar para “uma batalha prolongada”, enquanto assumia o pior.

EUA x China

Nos EUA, também há discussões sobre a dependência da China.

Larry Kudlow, presidente do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, expressou sua intenção de considerar os custos de realocação de empresas americanas que voltam da China para casa.

A sugestão de Kudlow se encaixa na agenda “America first” (Estados Unidos em primeiro lugar) do presidente Donald Trump.

Consequências

Se os EUA e o Japão, a maior e a terceira maior economia do mundo, respectivamente, se afastarem da China, isso terá um enorme impacto na segunda maior economia do mundo, a própria China.

O pico do surto de coronavírus chinês na China já passou. Mas Zhang Wenhong, chefe de uma equipe de especialistas clínicos chineses em coronavírus, disse que uma segunda rodada de infecções ocorrerá em novembro ou mais tarde.

O coronavírus chinês surgiu em Wuhan, na China, possivelmente em outubro do ano passado e depois se espalhou globalmente. A repressão da China em postagens de informações e mídias sociais sobre o surto até meados de janeiro e sua resposta inicial adiada à crise da saúde pública acabaram contribuindo para uma catástrofe e provocando um alvoroço internacional.

Muito dependerá de como os EUA e a China reconstruirão suas respectivas economias atingidas pelo vírus chinês. Se grandes empresas estrangeiras se retirarem da China, isso se tornará um grande obstáculo ao avanço geopolítico e econômico do Governo do Partido Comunista Chinês no mundo.


sábado, 1 de agosto de 2020

200.000

O Blog dos Mercantes ultrapassou os 200.000  acessos essa semana. Esse é o motivo da imagem abaixo.



200.000 visitas! – MARCELO OLIVEIRA: Gestor de Frotas

The White Stripes - Seven Nation Army (Violet Orlandi cover)

Violet Orlandi interpretando Seven Nation Army do The White Stripes. Adoro a música, e a menina foi muito feliz na sua versão.