domingo, 9 de agosto de 2020

100.000 e outras situações

Parabéns Bolsonaro. Pra quem queria que morressem 30.000 brasileiros, a meta foi triplicada, caminha rapidamente para quadruplicar, e provavelmente não irá parar por aí. Não é qualquer um que consegue números tão expressivos.

O problema nisso tudo é que quem perdeu amigos e parentes não deve estar tão feliz com o êxito do Presidente.

Acusações contra Flávio Bolsonaro

Em entrevista exclusiva ao jornal O Globo, o Senador Flávio Bolsonaro se complica ainda mais, com explicações pra lá de estapafúrdias, sobre várias das situações investigadas pelo MP. Durante um churrasco, um PM amigo seu, puxa o celular, e paga um boleto de R$ 16.500. Já é estranho alguém puxar um celular durante um churrasco e pagar um boleto desse valor para outra pessoa, e mais estranho ainda que seja um PM, que tenha um valor desses disponível na própria conta.

Só pagamentos em dinheiro. Era assim que as contas do agora Senador eram pagas. Fabrício Queiroz pegava as contas e boletos mensais do então Dep. Est., ia ao banco, e pagava tudo em dinheiro vivo. Ok, durante anos meu pai teve a mania de ir ao banco e sacar quase todo o dinheiro, e depois pagava tudo em efetivo. Mas há muitos anos que isso não se faz mais. Além disso, meu pai tirava o dinheiro do banco, mas Flávio Bolsonaro não. A impressão que temos é que o dinheiro brotava no bolso de Queiroz, porque ninguém explica de onde ele veio.

A loja que mais recebia em espécie no Rio? É o que parece sobre a loja de chocolate de Flávio Bolsonaro, já que a quantia de dinheiro que corria em espécie na loja, era muito superior a qualquer outra loja na cidade. De quebra ainda tinha um faturamento muito acima do normal para esse tipo de comércio. Flávio diz que não recusa dinheiro em espécie, mas é muito acaso que sua loja tenha tanta propensão para esse tipo de transação.

Depósitos a Michelle Bolsonaro

Já foi constatado que Queiroz e a esposa depositaram mais de R$ 70.000 na conta de Michelle Bolsonaro, atual esposa do Presidente da República. Quando o primeiro cheque vazou (R$ 24.000), a explicação foi uma dívida de R$ 40.000 que o ex-PM tinha com o Presidente eleito. Mas o valor quase duplicou, e da mesma forma que o dinheiro que pagava contas de Flávio, não existe registro desse dinheiro nas contas do Presidente, nem entrando, nem saindo para Queiroz.

Tentativa de golpe

A revista Piauí fez reportagem em que afirma que Bolsonaro pensou seriamente em enviar tropas ao STF, tendo tido apoio de alguns de seus asseclas, mas tendo sido contido por outro tanto deles.

Antes de tudo isso é possível, mas não é fácil.

A explicação do não é fácil vem antes. O mundo não vive mais os chamados "anos de chumbo", então golpes militares são mal vistos, ainda mais em países "grandes". A sociedade brasileira é muito mais complexa do que no idos dos anos 60, Investidores internacionais já estão começando a boicotar o Brasil pelos excessos, mesmo com a reação dos outros poderes contra esse quadro, populações consumidoras de nossos produtos também já ensaiam boicotes, etc. Quanto tempo um golpe militar se manteria com esse quadro?

Mas não podemos esquecer que já estamos sob um golpe. Em 2016 tivemos um golpe branco, onde Leis, e a própria Constituição, foram deturpadas para a derrubada de uma Presidenta, sem os motivos corretos. Mas uma coisa é um golpe "branco", outra é um golpe militar.

Mas não podemos esquecer a Bolívia. 

De qualquer forma, isso pode até ter sido real, mas me parece mais com o blefe e o namoro que esse governo vem fazendo desde que iniciou com um auto-golpe. Uma leve recuperação em sua popularidade pode ter ativado essa tentativa de apoio ao movimento golpista.

País completamente quebrado

A verdade é que a inação, e até mesmo boicote e sabotagem feita pelo Governo Federal às políticas antipandemia que governadores e prefeitos tentaram implementar, fizeram com que um país, que já vinha cambaleando fortemente na sua matriz econômica, desabasse de vez.

No momento são 20 milhões de desempregados, mais alguns milhões de desalentados, e mais da metade da população economicamente ativa fora do sistema forma de emprego.

De quebra a inflação do real já ultrapassou os 80%, desde que foi lançado o plano, e tem tendência a acelerar, tão logo o país apresente os primeiros sintomas de recuperação econômica, já que o país tem sua economia totalmente dolarizada (o país trocou uma indexação mista entre o dólar e os indicadores de variação dos preços, pela dolarização total), e só nos últimos 10 anos, o dólar aumentou mais de 100%. Tarifas pública majoradas, e a tendência de privatizar serviços público, também colaboram com essa pressão inflacionária.

Não a toa já se trabalha na nota de R$ 200.


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