O Desembargador no Piauí, Kássio Nunes Marques, foi indicado para a vaga de Celso de Mello, Ministro do STF, que se aposenta ainda este ano. Muitas são as acusações contra a indicação do Desembargador ao cargo, mas até agora nada exatamente grave, nada contundente.
Entendam, quando falo grave, não falo de hierarquia entre crimes, ou desvios, mas que as acusações até agora não passam de posicionamentos morais, como compras para o STF, aproximações com o chamado "centrão", ou dele ser ou não conservador, etc.
Outras situações são mais graves, como mentir no CV que tem uma pós graduação na Espanha, enquanto fez apenas um cursinho de 5 dias. Ao se defender fez uma defesa com entendimento exageradamente amplo da lei e do significado da palavra. Além disso atinge um ponto nevrálgico do que indica a Constituição para a indicação de Ministros do STF, que é a integridade do indicado. Quem deturpa informações do CV, já começa com nenhuma integridade.
Mesmo assim Kássio Nunes Marques deve ser aprovado na "sabatina" do Senado Federal. Há muito a casa perdeu o posto de principal fiscal do governo federal, de indicador de caminhos, e se rendeu a uma relação fisiológica nefasta com o Executivo, algo que se observa ainda mais claramente na Câmara dos Deputados.
Mas não é a Câmara que vai aprovar o nome, e duvido que seja esse Senado a reprová-lo.
Agora, por favor, não me venham dizer que poderia ser pior, que o indicado poderia ser um "terrivelmente evangélico", porque não posso basear uma análise e ficar satisfeito porque algo poderia ter sido feito pior, mas tenho que analisar o que precisa ser feito de melhor.
O choro dos bolsonaristas
Bolsonaro sempre foi um político que se elegeu defendendo ideias de um nicho eleitoral. Esse nicho deu uma inchada devido a circunstâncias pontuais da eleição de 2018, e possibilitou ao político apagado chegar à Presidência da República. Ele sempre foi aquele político que tinha um discurso de ódio, agressivo, retrógrado, que o possibilitava ganhar votos dos eleitores, mas sua atuação política sempre foi nos porões, e em benefício próprio, e de sua família, jamais tendo se preocupado com ninguém além de seu círculo familiar mais íntimo. E nem mesmo aliados estão inseridos nesse círculo, basta ver a quantidade de abandonados que ele já deixou pelo caminho desde sua eleição. Alguns ainda contam com sua atenção porque podem prejudicar seus interesses. Esses são vindos de suas atividades e conexões particulares, mas com reflexo na política. É o caso, por exemplo, de Queiroz, ou de outros milicianos que eram do convívio da família.
O que o Presidente faz agora é apenas o que ele fez a vida inteira, ou seja, ele defende seus interesses, e os interesses de seus familiares mais próximos. Ele não tem amigos, ele tem interesses.
Apenas gente muito ingênua, ou com sérios problemas cognitivos não consegue enxergar isso.
Então não dá para aceitar o choro desse pessoal agora, porque o que Bolsonaro faz agora já era previsto, e isso não é nenhuma surpresa.
E isso mesmo entendendo que o choro possa ser uma forma de pressão. O problema é que a pressão que o Presidente entende é outra.
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