segunda-feira, 13 de setembro de 2021

As manifestações de 12 de setembro

Ontem as principais cidades do país tiveram manifestações convocadas pelo MBL e pelo movimento Vem Pra Rua em favor da deposição do Presidente Jair Bolsonaro. Sinto um ar de desalento por parte da imprensa sobre a quantidade de pessoas que atenderam ao chamado em se manifestar. Na minha opinião o saldo foi positivo e não foi. Primeiro foi positivo porque as manifestações permitiram mostrar mobilizações que, no geral, foram maiores que as de Bolsonaro, ainda que dispersas pelo país, enquanto as de Bolsonaro foram concentradas em 3 cidades.

Mas as manifestações tiveram um saldo que não foi positivo, porque foram boicotadas por dois partidos que dizem ser contra o atual governo, e dizem apoiar o impeachment do atual Presidente da República.

O saldo disso tudo é que ficou claro que o MBL e o Vem Pra Rua perderam capacidade de mobilização popular, já que claramente as ruas estavam tomadas basicamente por alguns partidos políticos que buscam quebrar a polarização Lula-Bolsonaro. Isso aconteceu justamente pelo boicote dos dois partidos que se recusaram a participar das manifestações porque essas foram convocadas por "golpistas". Ora, o principal desses dois partidos vive se reunindo com golpistas, subiu no palanque com os golpistas nas duas últimas eleições pós-golpe, e vem buscando aliança com os mesmos golpistas novamente.

Com o esvaziamento das manifestações promovidas por esses dois partidos, a queda do poder de mobilização do MBL e Vem Pra Rua, a tomada do ato pelos outros partidos, e a repercussão que o ato alcançou em termos de projeção, o ato acabou por ser exitoso. Não pela assistência, que ficou aquém do que poderia, por motivos que já comentamos, além de um certo cansaço do brasileiro em ocupar as ruas, os tempos de pandemia que ainda permanecem, entre outras situações. Mas foi exitoso porque embora aquém do que poderia ter sido, ele levou muita gente às ruas, mesmo sem ter tido os "incentivos" que as do dia 7 de setembro tiveram, e elas deram o tom, sem os "incidentes" que as últimas convocações desse tipo tiveram.

Uma opção à polarização boçal entre o ruim e o pior parece estar se consolidando.

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