Pois é pessoal, Israel atacou o Irã na noite de 12 para 13 de junho. Eu já sabia de aviões israelenses no ar, mas esperava apenas que fizessem mais um ataque a Gaza, talvez Líbano, mas não, atacaram o Irã. Teerã e outras cidades foram alvejadas. Uma instalação nuclear de enriquecimento de urânio, instalações militares. Algumas unidades israelenses infiltradas inutilizaram baterias antiaéreas estratégicas, o que facilitou o trabalho. Hoje atacaram um porto e dois aeroportos. Nesse período 3 militares do alto-comando iraniano foram mortos, e 2 cientistas nucleares também, acompanhados de dezenas de civis, já que prédios residenciais foram o alvo.
A reação demorou um pouco, mas veio. Logo cedo a bandeira vermelha foi erguida na mesquita Jamkaran, significando vingança, e durante o dia as ruas de Teerã estiveram cheias de manifestantes pedindo a retaliação. No início da noite de 13 para 14 (o Oriente Médio está algumas horas à frente) o Irã finalmente retaliou. Uma chuva de mísseis caiu sobre Tel Aviv e outras cidades israelenses. Estima-se em mais de uma centena de mísseis, e quase todos atingiram os alvos. Há notícias de que a sede das IDF foi destruída, entre outras instalações. Ao menos 3 levas de mísseis já foram relatadas, e a última teria atingido a usina nuclear de Dimona (informação ainda não confirmada). A maioria dos mísseis foi lançado do próprio Irã, mas, segundo o governo iraniano, alguns foram lançados de navios, o que mostra que o Irã está mais preparado para o confronto do que se imaginava. Durante o dia ao menos dois caças israelenses foram derrubados.
Um dos motivos do ataque de ontem foi o fato de o Irã não ter revidado o ataque de alguns meses atrás. Outro eu já havia colocado no short de ontem e tem a ver com a necessidade de Netanyahu conseguir um conflito de larga escala para se manter no poder e escapar de uma série de problemas que tem na justiça. Por falar em escapar, ele e parte de seu governo escaparam, de acordo com a imprensa, em direção à Grécia, deixando o país e se colocando em segurança. Também temos a irresponsabilidade de um certo presidente há poucos meses empossado, que agiu de forma tosca apoiando a ação, enquanto dizia buscar a paz. Da Grécia, Netanyahu entrou em contato com vários líderes europeus, além de Trump e Putin. O russo condenou fortemente a ação israelense e ofereceu para mediar conversas de paz. Posição parecida foi adotada pelos chineses, que condenaram o ataque e pediram conversas de paz. Os iranianos disseram que aceitam conversar, mas antes irão retaliar com força. Segundo eles o ataque de hoje foi só o começo.
Tudo isso enquanto uma caravana com dezenas de milhares de muçulmanos se aproxima de Gaza com ajuda humanitária. Isso tem tudo para se tornar um enorme banho de sangue, e escalar para muito mais do que um conflito regional entre Israel e Irã.
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