quinta-feira, 18 de setembro de 2025

OCS na China foi mais do que um encontro econômico

Pessoal, importantes acontecimentos tiveram lugar na China entre o final de agosto e os primeiros dias de setembro, e que fez com que o mundo voltasse seus olhos para Pequim: a China se tornou o maior ator geopolítico do momento. Começou sediando a reunião da Organização de Cooperação de Shangai, e terminou com um desfile militar que, meio que assustou o Ocidente. 

Para a reunião do OCS tivemos algumas presenças importantes desde o primeiro dia, como os Presidentes Putin da Rússia, Pezeshkian do Irã, Erdogan da Turquia, do Primeiro Ministro da India Modi, além dos outros membros da Organização e observadores. Entre os muitos trabalhos tivemos os encontros menores e paralelos, que sempre ocorrem nestes eventos. Os principais foram entre Putin e Modi, e também entre Xi Jinping e Modi. Modi fez declarações que mostram uma aproximação ainda maior com os russos, e uma busca de melhorar a relação com os chineses, e que foram acompanhadas por suas contrapartes. 

Mas o mais importante veio de Putin e Xi Jumping, que estiveram juntos em muitas ocasiões durante esse período, e ambos fizeram declarações importantíssimas para a geopolítica e a geoeconomia mundial. Putin fez alguns pronunciamentos e entre as mais importantes declarações estão o aumento importante do comércio cino-russo, o quase desaparecimento do euro e dólar nestas transações, a importância e estabilidade que as ações conjuntas cino-russas têm dado à região e ao mundo, e cobrou uma ONU fortalecida e com mais democracia, incluindo a reforma do Conselho de Segurança. Xi Jinping enalteceu a necessidade de retorno a uma governança global democrática, e anunciou a importância da OCS e investimentos num banco de fomento e nos membros do bloco. O total vai a mais de 30 bilhões de dólares. 

O evento foi fechado com um desfile militar para comemorar os 80 anos da vitória sobre os japoneses, e teve um ex 1º ministro japonês na audiência, e assombrou o mundo, com destaque para os mísseis hipersônicos, balísticos regionais e intercontinentais, além de drones e aviões de última geração. Os discursos voltados a reformas democráticas, investimentos, aproximações e crescimento comercial, soluções diplomáticas de conflito e retorno a uma ordem democrática das relações internacionais vêm acompanhados de enorme demonstração de poderio militar. Isso traduz o que chineses, e os próprios russos já disseram várias vezes: queremos conversar, diplomacia, e acordos honestos e que sejam cumpridos, mas se a opção for guerra, estamos prontos para ela.

Por isso o encontro da OCS na China ultrapassou em muito os limites de um importantíssimo encontro geoeconômico, e se tornou um dos principais encontros geopolíticos do ano.

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