sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Reprimarização do Brasil: armadilha a Frente

O Brasil sempre lutou para fugir ao estigma de fornecedor de matérias primas, diversificar sua pauta de exportação e agregar ao menos um mínimo de valor aos produtos que exporta. Nos últimos anos vemos um retrocesso que chega a por em risco a posição do país no comércio internacional.


O texto, veiculado pelo site "Porto Gente", tem uma série de atalhos que embasam suas afirmações com dados e estudos de renomadas instituições; por isso, embora reproduzido abaixo, o Blog dos Mercantes aconselha o acesso direto do texto no "Porto Gente", e a consequente consulta dos textos de apoio.


É muito importante o saldo final da balança comercial de um país, mas é igualmente importante a qualidade desse saldo, ou seja, que esse saldo seja proporcionado por diversificação da pauta, e por uma supremacia de produtos com valor agregado nela.


Os riscos que corremos estão claros e bem definidos no texto abaixo.



Reprimarização do Brasil
A jornalista Maria Inês Nassif destaca estudo do Ipea que alerta sobre mudança do perfil da pauta de exportações, apresentando que, entre 2007 e 2010, as commodities avançaram de 41% para 51% no total de produtos vendidos pelo Brasil ao exterior.


Eterno retorno
Segundo o estudo, o Brasil, desde 2005, perde market share (participação do país nas exportações mundiais, por categorias) em todos os produtos da pauta de exportações brasileiras, exceto commodities primárias e "outros" (item que inclui petróleo).


Causa e efeito
O estudo do Ipea explica que a (re)primarização das exportações brasileiras não é apenas resultado de um bom desempenho das commodities no mercado internacional, mas também o reflexo da perda de competitividade de todos os outros setores no comércio industrial.


Cautela
No entanto, os pesquisadores preferem não falar, ainda, em "desindustrialização" do País, "já que uma forte demanda doméstica tem sustentado o aumento da produção industrial, mas consideram que a duração, no tempo, de um cenário de valorização internacional das commodities e câmbio alto pode ter séria repercussão no futuro", escreve Inês Nassif.


Efeito Orloff
O economista e ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira afirma que o Brasil pode virar um México, ou seja, ser um país maquilador e montador de produtos de alta complexidade tecnológica. "E nada há de mais desgraçado do que virar um México".


Dores do crescimento
Outro perigo, ainda segundo Bresser Pereira, como destaca a jornalista Maria Inês Nassif, é o Brasil ter a "doença holandesa", mal que atingiu os Países Baixos, na década de 1960, quando o "boom" dos preços do gás aumentou substancialmente as receitas de exportação daquele país, num primeiro momento, para em seguida afetar fortemente a competitividade do seu setor industrial.

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