O texto abaixo, retirado do
Monitor Mercantil, mostra bem o potencial que temos de explorar nossas vias
navegáveis, mas que permanece na geladeira, devido à falta de investimentos e
interesses outros de nossos governos, que optam por modais mais caros, e muitas
vezes mais custosos, tanto em implantação, quanto em manutenção e em seus
custos operacionais. Isso tudo já é sabido por aqueles que acompanham com
atenção e interesse as estratégias de desenvolvimento econômico projetadas para
o país.
Se somarmos a isso a atenção
secundária que o governo dedica à Navegação de Cabotagem, e a total falta de
atenção à Navegação de Longo Curso, temos aí um dos fatores a aumentar decisivamente
o chamado “custo Brasil”. Esta última então, praticamente inexiste, e vive de
aventuras esporádicas de embarcações que vão ao exterior para obras, e
aproveitam para diminuir os custos das mesmas com um frete de oportunidade.
É certo que nos primeiros anos do
governo Lula, o país iniciou, ainda que timidamente, um projeto de reativação
de uma frota de Cabotagem, mas para o Longo Curso nada foi feito. E mesmo esse
projeto de reativação da Cabotagem, vem sendo ultimamente deixado de lado,
jogando no lixo anos e bilhões de reais em investimentos em embarcações e
instalações de construção e manutenção dessa frota.
E tudo isso de forma que beiraria
o inexplicável, não fosse isso simplesmente uma decisão política, ainda que
equivocada, mas que atende a interesses de grupos econômicos.
Nosso governo atual tem uma dura
cruzada contra uma das grandes mazelas do país, e ainda que não seja
exclusividade nossa, ela emperra em muito nosso desenvolvimento
econômico-social: a corrupção.
Mas isso não significa que se
deva deixar de lado outros projetos adequados ao desenvolvimento do país, até
porque tal fato pode ser mostra dessa mesma corrupção agindo.
Seria muito importante que o
governo federal voltasse a apresentar o mesmo interesse e apoio, que mostrou à
navegação há poucos anos atrás. Não só como demonstração de coerência e
continuidade, mas também como forma de possibilitar um futuro melhor para o
país e seus cidadãos, e em tempo mais curto.
Brasil só utiliza 50% das suas
hidrovias
Embora tenha uma das maiores redes
hidrográficas do planeta, o Brasil ainda usa muito pouco desse potencial. Dos
63 mil quilômetros de extensão existentes no país, apenas 41.635 km são de vias
navegáveis. Destas, apenas 20.956 km (50,3%) são aproveitadas para incrementar
a economia.
Os dados são da Pesquisa Confederação
Nacional dos Transportes (CNT) da Navegação Interior 2013. O levantamento
analisa as características da infra-estrutura, a movimentação de cargas, os
principais gargalos e apresenta soluções para o aperfeiçoamento do sistema
hidroviário nacional. Entre os principais problemas identificados, estão a
ausência de manutenção nas vias navegáveis, a falta de investimentos do
governo, o alto custo de manutenção da frota e o excesso de burocracia.
Para o presidente da CNT, senador
Clésio Andrade, se o modal hidroviário fosse mais usado no Brasil, a economia
nacional seria fortalecida: “Esse sistema de transporte gera redução nos custos
da movimentação de cargas, aumentando, assim, a competitividade dos nossos
produtos. Além disso, a utilização das hidrovias aumenta a segurança e reduz o
consumo de combustíveis e a emissão de gases do efeito estufa”, afirma.
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