Da direita para a esquerda, de cime para baixo, de trás para frente, e tudo isso vice-versa, é assim que a mega operação da Polícia Federal está vasculhando os bastidores de empresas brasileiras ligadas ao setor de energia, passando pentefino na busca de falcatruas e desvios. E cada vez que passa o pente, mais problemas encontra. Agora foi preso o Vice-almirante da reserva, Luiz Pinheiro da Silva, acusado de receber alguns milhões em propina, e que estava licenciado da presidência da Eletronuclear.
Se engana quem acha que gosto de ver tanta gente sendo presa ou acusada por crimes contra a Nação e seu Povo. Mas um dia esse país precisa deixar a obscuridade da corrupção endêmica, que toma conta de todos os setores da Nação (e não é só no serviço público não), e alcançar um patamar mais alto na evolução humana.
Já disse isso algumas vezes, e volto a repetir.De absolutamente nada vale termos PIBs altíssimos, extrairmos milhões de toneladas de minérios, milhões de barris de petróleo, produzirmos equipamentos de altíssima complexidade técnica, e termos um potencial imensurável de desenvolvimento, se isso não chega a sua população em ensino de alta qualidade, saúde, segurnaça, transporte, enfim, em qualidade de vida condizente com tanta riqueza que sabemos existir no país. Desenvolvimento econômico sem a contrapartida social e humana não é apenas inócuo, mas também pernicioso ao país, porque se destroem o meio ambiente, se exaurem recursos de todas as formas, e se tira de futuras gerações boa parte de suas possibilidades.
É muito triste (mesmo que já esperado) vermos todas as denúncias e toda essa lama emergir de uma lagoa que aparentemente era limpa, mas é altamente necessário, para que, talvez, tenhamos possibilidades de um país mais justo para com todos.
Que não fique apenas nas denúncias e investigação, mas que se punam realmente os culpados, e que finalmente o país do futuro comece a ser o país do presente e não "dos presentes".
No sítio da revista Carta Capital se encontram mais notícias interessantes.
Parlatório
Corrupção
Lava Jato: a investigação chega à Eletronuclear
Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente licenciado da estatal, foi preso sob acusação de receber ao menos R$ 4,5 milhões em propina
por Redação — publicado 28/07/2015 11h32, última modificação 28/07/2015 16h51
A 16ª fase da Operação Lava Jato, realizada nesta terça-feira 28 pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, chegou à Eletronuclear, estatal subsidiária da Eletrobras responsável por lidar com a energia nuclear e as usinas brasileiras em Angra dos Reis (RJ).
O principal alvo da operação, nomeada Radioatividade, foi o vice-almirante da Marinha Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear, preso em casa pela manhã. Além dele, mais duas pessoas foram presas temporariamente, entre elas Flávio David Barra, executivo da Andrade Gutierrez.
Silva se afastou do cargo em 29 de abril, após ser citado na Lava Jato por possíveis irregularidades em contratos para a construção da usina nuclear Angra 3. Desde então, o diretor de operação da empresa, Pedro Figueiredo, assumiu interinamente a presidência.
De acordo com a PF e o MPF, a investigação apura irregularidades em contratos firmados entre várias das empresas citadas na Lava Jato com a Eletronuclear. Silva é acusado de ter recebido R$ 4,5 milhões em propina apenas em contratos firmados entre a estatal e as empreiteiras Engevix e Andrade Gutierrez entre 2009 e 2014.
Além disso, Silva participaria de um esquema que funcionava de forma similar ao que atingiu a Petrobras, por meio de licitações combinadas. A investigação se baseou na delação premiada de Dalton Avancini, ex-presidente da Camargo Corrêa e um dos primeiros empreiteiros condenados na Lava Jato, e teria sido confirmada pelo MPF e pela PF.
Segundos os procuradores, na fase de pré-concorrência da construção de Angra 3, houve uma combinação para que apenas dois consórcios disputassem os dois blocos de obras, fazendo com que cada um necessariamente ficasse com um dos blocos. Esses consórcios eram o UNA 3 (formado por Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e UTC) e o Angra 3 (composto por Queiroz Galvão, Techint e pela EBE, do grupo MPE). Todas as empresas são investigadas pela Lava Jato.
Os dois grupos de fato venceram as concorrências e posteriormente se formaram em um único consórcio, o Angramon. Avancini delatou uma reunião entre as empreiteiras na qual foi discutido o pagamento de propina ao presidente licenciado da Eletrobras.
Segundo o procurador Athayde Ribeiro Costa, que integra a força-tarefa da Lava Jato, o repasse de recursos a Othon Luiz Pinheiro da Silva ocorreu até dezembro do ano passado, nove meses depois de deflagrada a Lava Jato e após a prisão de vários empreiteiros. “A corrupção no Brasil é endêmica e está espalhada por vários órgãos, em metástase”, afirmou o procurador, comparando a corrupção ao momento em que o câncer se espalha por vários órgãos do corpo.
Bloqueio de contas
Após a deflagração da operação, o juiz federal Sérgio Moro determinou o bloqueio de até 20 milhões de reais nas contas de Othon Luiz Pinheiro da Silva. A medida tem o objetivo de garantir ressarcimento aos cofres públicos, no caso de eventual condenação, e também atinge a empresa Aratec Engenharia, que pertence a Silva, e o executivo da Andrade Gutierrez Flávio David Barra, também foi preso. O bloqueio é preventivo e não significa que o valor está depositado nas contas dos investigados.
Com informações da Agência Brasil
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