Enquanto a Cabotagem sofre com burocracia, outros modais são premiados com políticas de facilitação e até mesmo com subsídios.
O Blog dos Mercantes está sempre cobrando por políticas, que ao menos equiparem os diversos modais, sem que nenhum deles seja mais beneficiado do que outro. Parece difícil mas não é, porque quando todos têm condições de concorrência ao menos parecidas, sobresairá aquele que for mais eficiente.
E não pensem que a Cabotagem acabaria com os outros modais de transporte. Num país do tamanho do Brasil, a Cabotagem atuaria de forma decisiva de forma a diminuir o chamado custo Brasil, mas todos os outros modais permaneceriam tendo seu quinhão, dados o tamamho e as condições geográficas brasileiras.
Precisamos reduzir custos de forma inteligente. Isso sim é ser competitivo.
A Tribuna On-Line – Reportagem – 22/07/2015
Apesar de ser mais barata e segura, cabotagem sofre com burocracia
Uma das operações realizadas no Porto de Santos é a de cabotagem. Este é o nome dado para a navegação que acontece na costa marítima, apenas ligando os portos nacionais ou de regiões próximas, como o Mercosul.
Entre as vantagens do serviço de cabotagem estão o menor custo unitário, a diminuição do índice de avarias e sinistros, além da redução de acidentes e congestionamentos nas estradas e menor poluição. Apesar disso, esse tipo de transporte de mercadorias ainda sofre com dificuldades burocráticas e de pouco incentivo fiscal do Governo, que vem discutindo propostas para melhorar este tipo de transporte.
A Secretaria de Portos (SEP) lista 31 barreiras que impedem o desenvolvimento da navegação de cabotagem no Brasil e o atual momento econômico do País dificulta alterações a curto prazo.
Atualmente, os principais operadores de linhas de cabotagem no Brasil são a Log-in, Aliança Navegação (Grupo Hamburg-Süd) e Mercosul Line (Grupo Maersk). As três incluem o Porto de Santos como escala.
A maioria das cargas de cabotagem no Brasil são de granéis líquidos, e granéis sólidos. Porém, com a renovação das frotas das armadoras, a perspectiva é que haja um crescimento para a cabotagem com transporte de contêineres. Um exemplo de investimento é a nova frota da Aliança com quatro embarcações especializadas neste serviço, com capacidade cada para 3.800 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) e 500 tomadas para caixas metálicas refrigeradas.
O principal eixo de movimentação por cabotagem no Brasil liga o Norte do País com o Sul e Sudeste. Cargas que são fabricadas em Manaus (AM) como aparelhos de som, DVDs, televisores, máquinas de lavar e secadoras de roupa saem dessa região para outros portos do País.
Já do Porto de Santos são embarcados componentes, embalagens e aço para Manaus, produtos de higiene e limpeza, além de materiais de construção e alimentos congelados em direção à regiões Norte e Nordeste.
Existe também a “cabotagem internacional”, na qual a navegação acontece na costa entre dois ou mais países. No caso do Brasil, essa operação pode passar pela costa brasileira e realizando a viagem até os portos de Buenos Aires, na Argentina, e Montevidéu, no Uruguai.
A denominação deste tipo de operação foi uma homenagem ao navegador veneziano do século XVI Sebastião Caboto, devido as expedições realizadas por ele, onde explorou a costa da América do Norte, da Flórida, nos Estados Unidos à foz do rio São Lourenço, no atual Canadá; e na América do Sul, quando navegou pelo Rio da Prata. Devido a esses feitos a operação é chamada de cabotagem.
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