Vejam abaixo a preciosidade com que nos brinda o jornalista Luís Nassif, através do site do Jornal GGM. No artigo abaixo temos a oportunidade de observar de cara duas coisas muito claras: a primeira é a péssima imagem que o Poder Judiciário brasileiro vem passando para o mundo.
A segunda são os excessos promovidos por alguns dos juízes federais, que estão extrapolando suas atribuições e intervindo de forma indevida na vida do país.
Poderíamos citar outros problemas também, mas a falta de confiabilidade na aplicação e execução das Leis e outras normas jurídicas no país, afastam investimentos e ainda depõem contra a credibilidade brasileira no mundo inteiro.
Pensem melhor antes de apoiarem determinados atos. Eles não são democráticos, nem defendem a democracia.
Na Espanha, El Pais critica juízes justiceiros do Brasil
seg, 21/03/2016 - 08:01
Atualizado em 21/03/2016 - 08:11
Jornal GGN - Em artigo
publicado no último sábado, o diretor adjunto do jornal espanhol El
País, David Alandete, critica os "juízes justiceiros" do Brasil,
questionado qual Justiça irá decidir sobre o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva: a que presume a inocência dos acusados ou a que atende ao
clamor das ruas.
Ele diz que Sergio Moro, "heroi das
manifestações contra o Partido dos Trabalhadores", cita em seus autos o
caso Watergate, ocorrido no governo Richard Nixon, nos EUA. Comentando
sobre os grampos nas conversas entre a presidente Dilma e o
ex-presidente Lula, Alendente comenta que Moro esquece que, no
Watergate, quem gravou seus adversários não foi um juiz, mas o próprio
presidente Nixon. Também fala sobre as decisões judiciais contrárias à
posse de Lula como ministro. Leia a versão traduzida abaixo:
Do EL País
Qual Justiça decidirá sobre Lula: a que presume a inocência de todos acusados ou a que atende apenas à indignação nas ruas?
Por David Alandete
Há pouco de épico na tentativa de retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Governo do Brasil. Sua posse como ministro foi
apressada e incômoda, como se a história se repetisse como trâmite
burocrático. Sensações reduzidas pelo fato de que, neste momento, quem
pisa nos calos de Lula sejam os juízes e não (aparentemente) adversários
políticos.
A Justiça decidirá quanto há de verdade
nas acusações de enriquecimento ilícito que pendem sobre Lula. A questão
é qual Justiça decidirá: a que presume a inocência de todos os acusados
ou a que atende apenas à indignação política nas ruas.
O herói das manifestações numerosas contra o Partido dos Trabalhadores é o juiz federal Sergio Moro,
que comanda as investigações de desvio de dinheiro da petroleira
estatal. Este, convencido pelo papel que lhe foi designado pela
história, cita em seus autos o caso Watergate, paradigma de abuso de
poder e queda de um presidente. Efetivamente, Moro recorreu às
proporções desse grande escândalo para
justificar a gravação e a filtração de uma conversa telefônica em que a
presidenta Rousseff comunicava a Lula que havia enviado o termo de
posse de ministro. "Use-o apenas em caso de necessidade", disse. Se
assinasse o documento, como fez na quinta-feira, Lula receberia foro
privilegiado e apenas o Supremo poderia julgá-lo. Vendo Lula escapar
pelos seus dedos, o magistrado parecia lançar uma mensagem desesperada:
façamos história, que caiam.
Ao seu resgate, veio outro juiz federal, Itagiba Catta Preta Neto, que se apressou a ordenar a anulação da nomeação de Lula porque
"a ostentação e exercício do cargo poderia tornar-se uma intervenção
indevida e odiosa na atividade policial do Ministério Público". Uma
apelação curiosa, vinda desse magistrado.
Mais de um ano atrás, antes da eleições
que Rousseff ganhou novamente, o mesmo recomendava: "Ajude a derrubar
Dilma e volte a viajar para Miami e Orlando. Se ela cair, o dólar também
cairá". "Fora Dilma", escreveu, ao lado de uma selfie, em uma
manifestação. E recentemente, proclamou em seu Facebook: "Lula pode ser
ministro da Justiça. Estamos perdidos".
Assim acaba a independência judicial.
Apesar de as fronteiras entre o ativismo política e a Justiça serem tão
difusas quanto no caso de Lula, outro magistrado,esse do Supremo, decidiu, na sexta-feira, suspender sua nomeação como medida cautelar.
Moro, portanto, pode continuar indo
atrás de Lula. É o seu papel. Quando se viu obrigado a explicar por que
filtrou uma conversa privada entre a presidenta e Lula, disse que a
"chefe da República não tem privilégio absoluto no sigilo das suas
comunicações", como demonstra "o precedente da Suprema Corte
norte-americana em EUA v. Nixon, em 1974, um exemplo a ser seguido".
Esquece que, no caso de Watergate, quem gravou seus adversários não foi
um juiz, mas o próprio presidente, que foi obrigado a renunciar. Não é
um mal exemplo para um magistrado, especialmente se ele tiver ambições
políticas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário