O texto já tem mais de um mês, mas é ótimo para mostrar como os brasileiros - outras nacionalidades também - estão defasados em termos de auto entendimento de suas posições como cidadãos atuais, e o que limita suas importâncias no mundo. Mais do que nunca você é um cidadão, o quão mais você tem capacidade de consumir. A outra margem é a de produzir, mas essa é uma condição em que tentam tirar o direito oriundo da cidadania, e imputar a obrigação que a garante.
Talvez um dia tenhamos o entendimento individual, de entender que nossa importância cresce enquanto nos organizamos, e enquanto mostramos que não apoiamos determinados padrões, inclusive mostrando que não seremos os cidadãos-consumidores de empresas que não atendam padrões mínimos de ética. Mais do que nunca precisamos estar juntos e organizados. Não à toa o novo Ministro da Justiça (tenho dúvidas se o Ministério ainda é esse) disse que iria coibir e atacar movimentos sociais e sindicatos.
Sindicatos são fundamentais para isso. Existem algumas outras organizações sociais também. Associe-se ao seu sindicato, a única maneira de defender direitos. Do contrário você só terá deveres.
E antes que alguém venha com a bobagem de que a vida é assim, eu vou logo dizendo que não é, embora alguns ainda sonhem que assim fosse.
Protestos contra a Globo preocupam anunciantes
A sucessiva multiplicação de palavras de ordem, faixas e cartazes contrários ao Grupo Globo nas manifestações populares a favor da democracia e a rejeição estampada nas redes sociais — inclusive expressada por artistas contratados — começa a preocupar anunciantes. O temor de algumas companhias é que este movimento possa crescer e expor ao risco as suas marcas e o consumo dos seus produtos.
A sistemática cobertura a favor do impedimento da presidente Dilma
Rousseff e o noticiário envolvendo o ex-presidente Lula acenderam o
sinal de alerta nas direções de marketing de grandes empresas.
Numa reunião fechada realizada ontem no fim da tarde, em São Paulo, e que o SRZD
teve acesso ao resultado final, dois presidentes que representam os
interesses de companhias que estão entre os 30 maiores anunciantes do
Brasil, seis vice-presidentes de empresas de áreas diversas que atuam em
higiene e limpeza, setor automotivo e varejo decidiram encomendar uma
análise a uma agência internacional de acompanhamento de postagens na
internet para avaliar os humores dos consumidores em relação aos
produtos e serviços dos patrocinadores.
A ideia é que o estudo seja concluído em até 90 dias. E o parecer se
restringirá às marcas que já anunciam nos veículos do Grupo Globo.
Um dos executivos chegou a desabafar: "Todos respeitamos a Globo pelo
seu profissionalismo e pela larga vantagem sobre os demais órgãos de
comunicação, mas o jornalismo está manipulando de forma criminosa e já
há movimentos nas redes sociais pressionando nossos consumidores a não
comprarem os produtos que produzimos. Assim não dá. Isso não pode
crescer". A fala causou um certo mal estar no ambiente. O silêncio
enigmático dos demais sinalizou concordância com a análise e a
preocupação de como criar uma alternativa publicitária ao maior meio de
comunicação do Brasil.
A Globo, por sua vez, já se manifestou oficialmente, várias vezes, no
sentido de que apenas informa os fatos políticos com isenção. E que não
é geradora dos acontecimentos políticos e econômicos que noticia.
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