quarta-feira, 19 de abril de 2017

A população vai perdendo a paciência

Ontem tivemos uma invasão parcial na Câmara dos Deputados, por parte de policiais, que protestavam contra a reforma da Previdência. Vidros quebrados, brigas, gás lacrimogêneo, detenções temporárias, etc, somente para tentar entregar uma carga (de acordo com a liderança dos manifestantes). Eles não chegaram ao plenário da Câmara. Tudo isso enquanto Rodrigo Maia, no plenário, tentava acelerar o processo de destruição da CLT, mais uma vez mostrando que não tem palavra.

Roberto Requião, em pronunciamento no Senado e outros meios, já avisou dos riscos de convulsão social no país. Alguns outros políticos também já tocaram no assunto. Tumultos no Rio de Janeiro, Espírito Santo, uma série de estados quebrados, a invasão de ontem, a reação que se organiza contra o golpe e suas políticas antidemocráticas e impopulares, o descontentamento cada vez maior da população, primeiro pelas promessas não cumpridas de recuperação econômica, segundo pelo descumprimento de promessas de melhorias nos serviços públicos, e terceiro pela busca em destruir o arcabouço jurídico, que dá alguma dignidade a essa população. Essas ações, em sentido oposto ao prometido por golpistas e mídia, vêm fazendo com que uma parte considerável da população, que até pouco tempo apoiava a mazela do golpe discretamente incentivada pelas mentiras e distorções midiáticas, esteja agora acordando para a nova situação do país. Não há como mentir a falta de comida na mesa, a falta de emprego e a queda absurda promovida nos salários.

Com isso tudo há um sério e real risco de  convulsão social generalizada no país, se não já, em futuro não muito distante.

Existem 3 saídas para essa situação. A primeira, e mais fácil para os golpistas, é parar com os ataques aos direitos previdenciários e trabalhistas, e iniciar políticas que efetivamente garantam a retomada do crescimento. A segunda é um pouco mais trabalhosa, mas melhor para a democracia, e implica num amplo debate e na consulta popular sobre essas questões. A terceira é a saída mais correta, e seria a renúncia de Temer e dos presidentes das duas casas legislativas, com as eleições de atores mais moderados para os cargos, como forma de conduzir uma transição mais tranquila até 2018, quando o povo novamente terá a chance de decidir seu futuro nas urnas. E que quem seja eleito em 2018 cumpra sua plataforma de governo.

Outras saídas existem, mas demandariam mudanças em Leis e até na Constituição. As Três acima necessitam apenas de bom senso e vontade política.


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