Voto de Rosa contra Lula é recebido por manifestantes com fogos em Brasília

Leandro Prazeres, Luciana Amaral e Janaina Garcia

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

Manifestantes contrários ao ex-presidente Lula comemoraram na noite desta quarta-feira (4), em Brasília, com gritos, abraços e fogos de artifício o voto da ministra Rosa Weber, contrário à concessão de habeas corpus que possa impedir a eventual prisão do petista. Em seguida, o trio elétrico do grupo tocou o Hino Nacional.
Do lado dos manifestantes pró-Lula, na Esplanada dos Ministérios, houve silêncio total ao saberem do voto de Rosa Weber, considerado decisivo para definir o futuro de Lula. A decisão dela foi informada no microfone, por volta das 19h30, por um militante em cima de um carro de som.
Houve também incitação à violência à Rede Globo com citação a "incêndios e destruição" contra ela. "De agora em diante é porrada, luta, guerra", falou o dirigente nacional do MST Alexandre Conceição, embora ela tenha afirmado antes que prega a paz.
Os manifestantes admitiram, após o voto de Rosa, que a situação ficou mais difícil para Lula. O voto dela foi o quarto contrário ao pedido do petista para recorrer às instâncias superiores em liberdade. Com o resultado parcial, o ato deverá ser encerrado.
Integrantes de partidos pró-Lula reforçaram aos manifestantes presentes para que eles não se sintam derrotados nem "arregarem". Um deles aproveitou a oportunidade para defender o MST e dizer que não haverá prédio público "que não será ocupado" até conseguirem terras.
No Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), o voto da ministra Rosa Weber foi recebido pela militância pró-Lula com vaias tímidas seguidas de um longo silêncio. Além da dispersão de parte dos integrantes de movimentos sociais e sindicatos, já era visível o cansaço em quem espera desde cedo no local — muitos, no aguardo de uma fala de Lula que não aconteceu.
Por volta das 18h40, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, pediu aos militantes presentes na entidade que fiquem no local "até o fim, independentemente do resultado". "Os golpistas precisam entender que não vai ter arrego", afirmou. Nesse momento, parte dos militantes de movimentos sociais já haviam deixado o local.