Ontem o Jair Messias Bolsonaro tomou posse como o 38º Presidente do Brasil. A solenidade, que tem 2 atos principais, sendo uma no Congresso, e outra no Planalto, foi marcada pela continuação do clima de campanha, da insistência em partir o país em dois, e na continuação da falta de propostas claras, ficando sempre em afirmações vagas e nebulosas, além da falta de conhecimento (proposital, ou real?), e na busca de inimigos.
Sem noção também algumas pessoas que levaram bandeiras dos EUA e até de Israel para a posse de um Presidente do Brasil. Óbvio que cada um faz o que quiser, mas que é fora de lugar, é.
Do discurso vou separar dois grupos principais. O primeiro o do Congresso, e o segundo no Planalto.
Congresso - O discurso aqui foi voltado a países estrangeiros com interesses diretos no país, a correligionários e ao grande capital nacional e estrangeiro. Nessa oportunidade voltou a defender valores vagos e de cunho estritamente privado, confundindo e deturpando alguns, e enfatizando outros, enquanto desqualificava outros tantos. Falou em unir o povo, mas atacou parte da população. Politicamente falou em trabalhar junto com estados, municípios e parlamento. Na parte econômica reafirmou a abertura e desregulamentação econômica, além de falar de "reformas estruturantes" (destruição da Previdência?), mas sempre de forma muito vaga e pouco precisa.
Planalto - Aqui o discurso foi voltado para a população e teve um tom muito mais de campanha e mostrou um presidente discricionário, preconceituoso, belicoso, nada democrático, e perigoso. Muitos adoraram tais afirmações, mas não atentam para o fato de o país precisar se unir, e que esse clima belicoso precisa acabar. Além disso voltou a afirmar que perseguirá grandes setores da sociedade. Esse discurso é absolutamente antagônico ao "governo democrático" e "povo unido" exaltados no discurso do Congresso. Para culminar voltou a insinuar que se comunicará diretamente com a população através das redes sociais, voltou a soltar deturpações e buscar o inimigo dentro da própria população.
A conclusão é que Bolsonaro segue em clima de campanha, que não está nada preocupado com a população, que a criação de empregos e de melhoria nas condições da população são um "efeito colateral" das medidas que visam afagar o grande capital, e não o objetivo principal de suas ações. Com essa posição as ações de seu governo não serão pautadas no avanço econômico-social do país, mas a propiciar a acumulação de capital das grandes empresas, nacionais de alguns setores, e estrangeiras no geral.
Pode dar certo? Talvez. Como dizem, até relógio quebrado acerta duas vezes ao dia, mas a questão é que já temos nova crise mundial se avizinhando da economia do mundo rico. Imaginem o que fará com o Brasil, e imaginem o que fará numa economia que se pensa colocar a mercê dos humores desse "mercado mundial" sem nenhuma salvaguarda?
O tempo dirá se dará certo. Até lá, torcemos.
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